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terça-feira, 7 de junho de 2016

Serralves em Festa juntou mundos


Arte contemporânea em modo non stop. Exposições, workshops, concertos, pessoas (muita, muita gente), espaços (interiores e exteriores, naturais e edificados). Tudo em apenas 40 horas! E no fim... fica-se com vontade de voltar.

sábado, 28 de maio de 2016

Sinais de integração

Um dia destes, quando conduzia o meu carro, num daqueles circuitos urbanos que fazem parte da rotina diária, fui surpreendido por um inesperado “pára-arranca”. A fila de carros seguia a passo de caracol sem que se vislumbrasse o motivo.
Aquele impasse no trânsito vespertino começou a inquietar-me. A resignação dos primeiros minutos foi-se transformando em impaciência. A cada metro percorrido, olhava em frente e tentava perceber o motivo que originava aquela fila de trânsito, e nada, nada via que pudesse justificar aquela lentidão.
O sentido ascendente em que seguia não favorecia o meu campo visual, mas depois de passada uma curva, consegui perceber que, a partir de determinado ponto, o motivo que estrangulava o trânsito desaparecia.
Mas eu continuava sem perceber qual era esse motivo, porque não conseguia enxergar qualquer obstáculo. Muito estranha era também a sensação de que o obstáculo a transpor pelos automobilistas também se movia e avançava lentamente no mesmo sentido.
Pouco tempo depois, e apenas com um carro á minha frente, consegui perceber que se tratava de um homem que circulava numa cadeira de rodas e que seguia em plena faixa de rodagem. Aparentava ter meia-idade, vestia por cima da roupa um vulgar colete refletor e seguia sozinho, numa cadeira de rodas elétrica que se movia a um ritmo semelhante a passo humano.
Ao ver aquele quadro, a minha sensação de impaciência esvaiu-se, transformando-se num sentimento de compreensão, respeito e admiração por aquele concidadão.
Depois de o ter ultrapassado, segui em marcha moderada umas boas dezenas de metros.  Quando finalmente retomei a marcha normal, assaltaram-me várias interrogações? Que garantias de segurança tinha aquele homem ao deslocar-se naquelas circunstâncias? Não deveria a sociedade assegurar-lhe as condições para que circulasse no passeio? Não deveria este estar adaptado ás suas necessidades de mobilidade e ser acessível? O que o levaria a seguir sozinho, no meio do trânsito, em plena hora de ponta?
Na busca de resposta para a derradeira interrogação propus-me fazer a fuga para a frente. Quis ver na atitude daquele homem uma vontade de participação na vida quotidiana. Quis ver no respeito que por ele tiveram os automobilistas, um sinal de normalidade e de integração das pessoas com deficiência. Quis ver naquela cadeira de rodas elétrica um sinal de que a evolução tecnológica pode ser posta ao serviço de TODOS.

sábado, 28 de abril de 2012

Novo Cemitério de Tabuado


Estão finalmente em marcha os procedimentos que levarão à construção do novo cemitério da freguesia de Tabuado. Quis o destino que a minha pessoa tivesse uma intervenção de circunstância na cerimónia de lançamento da primeira pedra. Nesta, como noutras ocasiões, apesar dos gravadores, o relato feito por outos, nem sempre corresponde rigorosamente àquilo que por nós foi dito. Assim, parece-me pertinente que deixe aqui para memória futura as palavras que proferi na ocasião.

Exmo. Senhor, Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses;
(...)
Por força da ausência da Sra. Presidente da Junta de Freguesia Tabuado, Sra. Professora Maria de Fátima Vasconcelos, que aqui não pode estar presente por motivos de ordem pessoal, cabe-me a mim, na qualidade de Vogal da Junta e seu substituto legal, saudar-vos de forma muito fraterna e agradecer a vossa presença nesta cerimónia de lançamento da primeira pedra na obra de construção do novo complexo mortuário da freguesia de Tabuado.
Quis o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Sr. Dr. Manuel Moreira, assinalar de forma solene o início desta obra com esta cerimónia. Muito nos honra que assim tenha decidido, pois este ato tem um significado muito especial, não só para a Junta de Freguesia de Tabuado, mas também para todos Tabuadenses e amigos desta terra, pois ele representa o início do fim de um processo que se arrasta há mais de quarenta anos nesta freguesia: a construção de um novo cemitério.
Se me permitem uma breve sumula histórica de todo este processo, até porque estamos numa terra com história, começaria por dizer, que o atual cemitério desta freguesia, como os demais na generalidade do mundo rural em Portugal, se situa numa zona contígua à Igreja, numa prática ligada à tradição do culto cristão da idade média, de enterrar os mortos em sítios muito próximos dos locais de culto.
Com a evolução dos tempos esta tradição foi-se desvanecendo e a construção de novos cemitérios deixou de obedecer àquela regra de inspiração marcadamente religiosa e estas infraestruturas públicas passaram a ser implantadas em locais que respondem a preocupações de natureza diversa, como sejam questões ambientais, de saúde pública e urbanística. Com esta evolução permitiu-se que os espaços de enterramento passassem de locais de reduzida dimensão, muitas vezes sem condições adequadas, para novos espaços, com dimensões apropriadas, mais funcionais e também por isso mais dignos.
Mas, em muitas terras, como em Tabuado, os enterramentos continuaram a ser efetuados nos antigos cemitérios. Porém esses espaços deixaram de responder às necessidades das populações, pois tornaram-se locais exíguos, quero dizer tornaram-se pequenos (apertados), para responder ao número de enterramentos que era necessário lá realizar.
Pois bem, este problema foi pela primeira vez identificado na nossa terra, na década de setenta do século passado e logo aí foi determinado que a solução do problema passaria pela construção de um novo cemitério num local diferente do atual.
O processo de escolha e disponibilização de um novo local evoluiu com avanços e recuos, até que foi concluído com a construção de uma nova infraestrutura no lugar do Peso, que dista daqui cerca de 500 metros. Sucede que, por razões pouco percetíveis em termos de gestão pública, mas que não importa aqui abordar, o novo cemitério, depois de construído, nunca chegou a ser utilizado, continuando os enterramentos a ser efetuados no atual, com as condições de utilização do mesmo a degradarem-se progressivamente.
Neste contexto, quando o atual executivo da Junta de Freguesia tomou posse, foi confrontado com um projeto do anterior executivo que previa o alargamento do cemitério atual para terrenos da paróquia.
Confrontado com aquele projeto, o executivo, como se impunha, contactou o pároco de então, no sentido de saber da sua autorização para a concretização do referido alargamento. O Reverendo Padre Joaquim Pereira da Cunha disse-nos, nessa ocasião, que todo esse processo só poderia resultar de um equívoco, dado que nunca teria dado consentimento para a realização da obra que lhe estávamos a apresentar, nem de qualquer outra que previsse o alargamento do cemitério para terrenos da paróquia.
Ainda assim e no sentido de dissipar dúvidas e rumores que começaram a instalar-se quanto a uma possível autorização para a realização da obra por parte da Diocese, autorização essa que estaria a ser inviabilizada pelo Pároco, a Junta, com conhecimento deste, decidiu consultar diretamente o Sr. Bispo do Porto, para saber se a decisão da Diocese era concordante com a do Pároco, ou se por parte daquele Órgão Eclesiástico, haveria abertura para encontrar algum tipo de solução que fosse de encontro à resolução do problema da freguesia.
A resposta do Sr. Bispo, fundada num parecer emitido pela Comissão de Infraestruturas da Diocese foi perentória: a diocese, tal como o pároco, não autorizava o alargamento do cemitério antigo para terrenos da paróquia, porque isso em nada dignificaria o bem edificado mais precioso da freguesia de tabuado: a sua Igreja Românica.
Confrontado com essa decisão e no sentido de encontrar uma solução para aquele que identificamos ser o problema que merecia uma resolução mais imediata na freguesia, o executivo lançou-se na procura de um espaço onde pudesse ser construído um novo cemitério que fosse de encontro aos interesses da população.
Sabendo que algumas das razões evocadas para a não utilização do cemitério no lugar do Peso se prendiam com a sua localização, elegemos como critérios principais na procura de um novo local a sua localização nas imediações da Igreja, os bons acessos e que a sua dimensão fosse tal que não inviabilizasse futuros alargamentos.
Foi um trabalho muito árduo, que teve várias frentes e que exigiu da nossa parte muita descrição, respeito para com os nossos interlocutores e muita firmeza.
Depois de colocadas várias hipóteses, encontrámos o terreno que queríamos. Contactamos os proprietários e conseguimos, a muito custo, disponibilidade da sua parte para negociar. Foi então que solicitamos a ajuda necessária da CMMC, para a disponibilização dos meios financeiros e, em parceria, negociámos o terreno.
Foi uma negociação longa e muito difícil, na qual se empenhou particularmente o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Manuel Moreira, mas que teve um desfecho feliz.
A CMMC adquiriu, em 07 de Fevereiro de 2007, pelo preço de 90.000,00€, esta parcela de terreno, com 5.795m2, para aqui se construir o complexo mortuário da freguesia de Tabuado, onde se incluiu a construção de um novo cemitério.
O passo decisivo estava dado mas outros se lhe seguiram, igualmente importantes e bastante morosos. Falo das questões de natureza jurídica e administrativa, relacionadas com a legalização do terreno, em termos que permitissem a construção desta infraestrutura. Mas com o tempo necessário, que é sempre muito para quem espera, o processo foi concretizado.
Seguiu-se a elaboração do projeto, mais uma vez com a colaboração fundamental da CMMC, que através dos seus serviços técnicos procedeu à sua elaboração. Este procedimento, que voltou ter um acompanhamento direto do Sr. Presidente da Câmara, foi, naturalmente, bastante demorado, por um lado devido às soluções técnicas e estéticas que foi necessário estudar e por outro, devido ao elevado volume de trabalho a que os serviços técnicos da CMMC têm que dar resposta.
Certo é que fruto de um diálogo quase permanente entre técnicos e autarcas o projeto foi elaborado e a sua versão final foi-nos apresentada em termos que correspondiam aos nossos objetivos, vertidos num projeto arrojado, funcional, bonito e que dignifica e prestigia a nossa terra de Tabuado e o nosso concelho de Marco de Canaveses.
Porém, como é de todos sabido, o país viu-se mergulhado numa financeira e económica, provocada por desequilíbrios orçamentais, que obrigaram inclusive o país a recorrer a ajuda externa, ajuda essa condicionada à execução de um plano de reequilíbrio das contas públicas.
A persecução deste plano está a obrigar o Estado a por em prática uma política de racionalização de gastos públicos, que afeta os diversos sectores públicos e com natural incidência nas autarquias locais que se viram privadas nestes dois últimos anos de percentagens significativas de verbas a que lhe provinham do orçamento geral do estado.
Estas condicionantes financeiras obrigaram a ter que repensar, mais uma vez, o nosso projeto. Foi neste contexto que em diálogo com CMMC, decidimos reformular o projeto inicial, para o tornar exequível nesta fase em termos financeiros. Sem diminuir a qualidade nem os princípios estruturantes da obra, decidiu-se construir a mesma por fazes. Assim nesta primeira fase vai construir-se o novo cemitério, com as mesmas características, mas com dimensões mais reduzidas que o inicialmente previsto. Ainda assim capaz de responder às necessidades da freguesia por muitos anos. Nesta fase construir-se-ão também os respetivos acessos. Numa segunda fase concluir-se-á a construção da parte restante do complexo, com a edificação da casa mortuária.

Sr. Presidente (...)
Minhas senhoras e meus senhores,

O que nos trás aqui hoje é a certeza da execução de uma obra há muito reclamada por esta terra e que muito a vai dignificar. Construir um complexo mortuário, com as características do que aqui vai ser edificado, traduz o ser e o sentir da gente da nossa terra, que prepara no presente o seu futuro, mas que alicerça este presente no seu passado, que pretende preservar, nas suas mais diversas vertentes em condições de dignidade absoluta. Nessa medida tornar mais dignas as condições de um cemitério representa o apreço por todos os que nos antecederam e o valor incalculável que para nós, enquanto comunidade, tem a sua memória.

Sr. Presidente (...)
Minhas senhoras e meus senhores,

È chegado o momento. Chegou o momento de por fim a um assunto que incomoda esta terra há demasiados anos; chegou o momento de dizer aos incrédulos, que podem acreditar; chegou o momento de transformar o sonho em realidade.

Sr. Presidente, meus senhores e minhas senhoras;

Somos chegados ao momento em que é possível afirmar que neste local se vai construir o complexo mortuário de Tabuado; complexo este, que originará o aparecimento de uma nova centralidade na freguesia, e que compreende a construção de um cemitério com capacidade, para 96 campas devidamente infraestruturadas e 4 espaços para jazigos em altura. Um cemitério moderno, funcional, com espaço aprazível e digno; um cemitério num local acessível e de horizontes abertos, que promova a dignidade da pessoa humana e que estimule a igualdade nessa condição, com respeito pela diversidade de origens e credos.
Um complexo mortuário que compreende ainda a construção de uma casa mortuária, com uma sala com capacidade para velar dois corpos em simultâneo e a possibilidade de ali realizar serviços religiosos; casa mortuária que compreende também uma sala de apoio e sanitários adaptados a pessoas com mobilidade limitada. Um complexo mortuário que compreende ainda a construção dos acessos e parque de estacionamento e uma casa de apoio para concessionar.
Uma obra que é necessária e mais uma vez repito, vai dignificar esta freguesia de Tabuado, o concelho do Marco de Canaveses, a Junta de Freguesia de Tabuado e Câmara Municipal do Marco de Canaveses.
Mas uma obra que envolve meios financeiros avultados e para a qual todos são chamados a contribuir e que só poderá realizar-se com a colaboração e apoio de todos.

Sr. Presidente (...)  

Termino agradecendo a V. Exa. em nome da Junta de Freguesia de Tabuado a realização desta cerimónia, que como disse no início, muito nos honra; agradeço-lhe todo o apoio técnico e financeiro prestado pela Câmara Municipal de Marco de Canaveses à realização deste projeto; e em particular agradeço o seu apoio pessoal e a preocupação que tem manifestado no acompanhamento deste projeto.
Em termos pessoais, e na qualidade de Tabuadense, formulo o desejo de que V. Exa. se sinta tão feliz quanto eu, neste dia tão importante para a terra, que a ambos nos serviu de berço.

Muito obrigado.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Homens constipados

 Um dia destes, quando pela manhã me sentei à secretária tinha uma folha de papel com este poema de António Lobo Antunes colada ao monitor. Imaginam porquê? 

Poema aos homens constipados

Uma botija, chá de limão, 
Zaragatoas, vinho com mel, 
Três aspirinas, creme na pele 
Grito de medo, chamo a mulher. 

-"Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer. 
Mede-me a febre, olha-me a goela, 
Cala os miúdos, fecha a janela, 

Não quero canja, nem a salada, 
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada. 
Se tu sonhasses como me sinto, 
Já vejo a morte nunca te minto, 
Já vejo o inferno, chamas, diabos, 

Anjos estranhos, cornos e rabos, 
Vejo demónios nas suas danças 
Tigres sem listras, bodes sem tranças 
Choros de coruja, risos de grilo 

Ai Lurdes, Lurdes fica comigo 
Não é o pingo de uma torneira, 
Põe-me a Santinha à cabeceira, 
Compõe-me a colcha, 
Fala ao prior, 

Pousa o Jesus no cobertor. 
Chama o Doutor, passa a chamada, 
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada. 
Faz-me tisana e pão de ló, 
Não te levantes que fico só, 

Aqui sozinho a apodrecer, 
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer". 

António Lobo Antunes

domingo, 18 de março de 2012

As crianças têm solução para tudo!

A noite era de um dia próximo do fim de Fevereiro. A data era especial e justificou um jantar fora, em família. O inverno não vai rigoroso, mas nessa noite o calor podia-se bem com ele. Como sempre, no restaurante do J, o ambiente estava agradável. Naquela noite sentia-se o pronuncio do Carnaval que se iria comemorar numa sala do piso superior. A passagem dos foliões, devidamente aprumados (mascarados) para o evento, punha-nos bem-dispostos! O jantar aproxima-se do fim, os pratos e talheres já tinham sido retirados. Em cima da mesa permaneciam apenas os copos e as garrafas das bebidas, meio vazias. Faltavam as sobremesas. A um ritmo ligeiramente superior, tinha decorrido o jantar das duas mesas vizinhas. Numa delas, o empregado de mesa já tinha apontado os pedidos daqueles nossos vizinhos de ocasião. Na outra, o processo estava mais demorado. Contei cinco crianças e isso explica tudo... Ora, como a lista das sobremesas viria daquela para a nossa mesa, fui forçado a deter-me no impasse que por lá reinava. A conclusão tardava porque uma menina, que não teria mais que sete anos, insistia num gelado. A ideia não agradava aos adultos, que procuraram demove-la daquela preferência.  Os argumentos foram vários, desde os bolos de bolacha e chocolate que eram deliciosos (!), ao pudim que era igual ao que fazia a avó (!), até gelatina, guloseima á qual nenhum catraio resiste. Mas como menina foi dizendo que não a tudo, a escalada dos argumentos atingiu o máximo com a possibilidade de ter que “levar uma pica se a constipação e dores de garganta, há pouco curadas, voltassem, por causa da ingestão do gelado. Mas o certo é que ninguém conseguiu demover a miúda e o empregado concluiu a lista das sobremesas com um “Magnum de Chocolate”. Resolvido aquele impasse, chegou a nossa vez. Sem stress, porque o ambiente estava de tal forma agradável, que não era o atraso de alguns minutos que o iria estragar! Fizemos então os nossos pedidos e fomos rapidamente servidos. E eis que quando me preparava para cortar a rodela de ananás, que foi a minha sobremesa, me deparei com algo insólito. Olhei na direcção da lareira que existe na sala, que tem embutido um aparelho eletrico que simula uma fogueira e vai irradiando calor, e o que vejo? A menina do gelado! Sentada em frente à lareira com o corpo apoiado nas “perninhas à chinês”. Numa das mãos segurava o gelado que apontava na direcção da lareira. Como se o estivesse a aquecer, ali permanecia naquela posição uns 15 segundos e depois... trincava-o! E o gesto lá se foi repetindo, aquecia e trincava, aquecia e trincava...
Espero que o gelado não tenha feito mal à menina, porque afinal ela foi previdente: se o "gelado frio" faz mal, aquece-se... As crianças têm solução para tudo!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Livrei-me ontem, a horas tardias, de um compromisso que me ocupou os últimos dias de forma intensa. Mal tive tempo para recuperar forças, sim porque até a nível físico as exigências foram muitas, rumei, na companhia da família, até ao Portugal profundo para passar o meu Natal.
E é daqui, da bonita cidade de Lamego, em pleno Douro, que saúdo de forma muito amiga todos os leitores do “Cidadão com Opinião” e faço votos para que tenham um Natal muito feliz.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Ermesinde em obras e o desespero do cidadão

Fica aqui a minha homenagem às gentes de Ermesinde que têm aguentado com paciência de Jó as intermináveis obras que decorrem na via pública, em diversos pontos da cidade.
Por vezes o desespero é total. Parece que o centro cidade está sitiado. As obras começam nos Montes da Costa, prolongam-se até Rua da Formiga, vão desembocar na Rua José Joaquim Ribeiro Teles - que desespero. Mas ainda há mais. A zona de acesso à A4, a Rua das Presas de Sá, a zona da Vila Beatriz, a zona do Largo da Estação e Rua Rodrigues de Freitas. Enfim, um autêntico caos, para quem todos os dias tem que passar por estes locais.
Não sei a quem pedir explicações a propósito deste estado de coisas. Não sei quem são os titulares das obras, que decorrem há meses a fio, nem quem as autorizou. O que peço é que as mesmas sejam céleres e se acabe rapidamente com este calvário para os cidadãos.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Estrelas no céu

Na passada sexta-feira, à noite, decorreu mais uma apresentação da escola de ballet da minha filha. O evento, que teve lugar na Igreja Paroquial de Mafamude, visava assinalar a quadra natalícia e nessa medida integrou-se numa celebração religiosa onde foi evocado, com particular ênfase, o episódio da visita dos Reis Magos.
Agora, podia falar-vos da beleza daquele evento, que associou a arte, sob expressão da dança e da música, a uma celebração religiosa; dos momentos de ternura que nos proporcionaram as nossas meninas; do orgulho de um pai babado e de uma mãe, que estava ao seu lado, e não o era menos... Enfim!
Poupo-vos a tudo isso, mas deixo-vos com uma reflexão que foi feita pelo presidente da celebração no decorrer da mesma.
Dizia o Padre Jorge Duarte a determinada altura, que aqueles momentos tão belos, que todos ali partilhávamos, tinham sido marcados (também) pela presença do elemento luz. Dizia depois, que tinha sido, também, uma luz a guiar os Magos até Belém. E continuou dizendo que era também de uma luz que falava o Rui Veloso na canção “Não há estrelas no céu”; e que nessa canção ele falava da idade da adolescência, por vezes tão conturbada, em que os jovens, mesmo no meio de tanta gente que os rodeia, não encontram estrelas para lhes iluminar o caminho e os guiar no rumo certo. Dizia ele, virando-se para nós que estávamos na assistência e apontado para as bailarinas: “nestes momentos tão difíceis que atravessamos, todos nós (inclusive ele) temos a responsabilidade de não deixar que nenhuma delas se perca no caminho da vida. Cada um de nós tem a obrigação de ser uma estrela a iluminar o seu caminho e a conduzi-las no rumo certo. Que mais não seja, pela palavra e pelo exemplo.”
Percebi que o que foi dito e a forma como foi dito, tocou muitos dos presentes.
Eu fiquei a pensar nisto... e talvez valha a pena todos pensarmos nisto...

Parabéns às nossas bailarinas e à professora Virginia (e sua equipa), porque correu tudo muito bem!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Festival do Sudoeste



A propósito de uma dúvida, levantada por estes dias, aqui está a prova... é só ler!
Minhas queridas MJ, AP e AC e meus queridos AM e PM - nós estivemos lá, no montar da tenda(!!!), em 1997, na primeira edição.
Por isso meus amigos, se quiserem, podem difundir a informação, com toda a certeza!
AP, ainda há pouco(!!!) falávamos sobre isto...

domingo, 14 de novembro de 2010

Exposião - O Corpo Humano


O Corpo Humano como nunca o viu.

Uma exposição a visitar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Reservem entre duas a três horas, porque se trata de uma exposição que merece ser vista sem pressas.
Podem obter mais informações aqui.
Eu gostei e recomendo...

domingo, 24 de outubro de 2010

O direito a não ser pobre


Recentemente tive oportunidade de assistir a uma conferência subordinada ao tema “O Combate à Pobreza e Exclusão Social” integrada nas acções do “Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social”.
O principal orador nesta conferência foi o Padre Lino Maia, pároco de Aldoar, no Porto, e presidente da CNIS – Comissão Nacional das Instituições de Solidariedade, que brindou os participantes naquele evento com uma excelente intervenção, aliás como seria de esperar.
No decorrer da conferência, fui tirando alguns apontamentos daquilo que lá foi dito, apontamentos que agora partilho convosco, sem grandes dissertações da minha parte, quero apenas que meditem.
1º Apontamento – O combate à pobreza tem de ser um desígnio nacional, porque todo o cidadão tem direito a não ser pobre.
2º Apontamento – A pobreza, em muitas circunstâncias, é um “problema hereditário”, transmitindo-se de geração em geração; há muita gente que o único valor que deixa aos vindouros é o facto de ser pobre.
3º Apontamento360 euros é o limiar da pobreza em Portugal.
4º Apontamento – Números de 2008: Portugal tem 18% de pobres e a Europa entre 16 e 17%.
5º Apontamento – Em toda a Europa existem cerca de 80 milhões de pobres.
6º Apontamento – Em Portugal os apoios sociais reduzem de 40 para 20% o número de pobres.
7º Apontamento73,33% das acções de solidariedade em Portugal são protagonizadas por IPS´s ou equiparadas.
8º Apontamento – A proposta de Orçamento de Estado para 2011, prevê que as IPSS´s deixem de poder deduzir o IVA suportado nas suas actividades o que vai provocar o estrangulamento financeiro de muitas delas e poderá mesmo levar ao seu desaparecimento.
9º ApontamentoUm beneficiário do RSI – Rendimento Social de Inserção (vulgo Rendimento Mínimo), muito dificilmente poderá voltar a ser um trabalhador por conta de outrem; por isso, e em alternativa, deve ser estimulado a criar o seu próprio emprego. (Fiquei estupefacto com esta conclusão, ainda para mais vinda da boca do Padre Lino Maia)
10º ApontamentoEstratégia, em 4 eixos, para o combate à pobreza em Portugal defendida pelo Padre Maia:
  • 1º EixoApoio à família - “uma família sem condições não pode gerar filhos felizes”;
  • 2º EixoAposta na educação – “para combater a pobreza hereditária”;
  • 3º EixoMelhoria nas condições de vida – “a começar por uma habitação condigna, que preferencialmente deve ser conquistada pelo próprio e não oferecida”;
  • 4º EixoAposta no empreendedorismo – “estimular os pobres a serem empreendedores logo desde a infância

sábado, 9 de outubro de 2010

Tabuado e a República... Jovem

Na noite do passado dia 4 de Outubro, celebraram-se em Tabuado os 100 da implantação da República.
A evocação da data esteve a cargo de um grupo de cerca de 20 Jovens, que num espectáculo de representação, dança e música, recrearam o ambiente da época, apresentando cenas ilustrativas da implantação da República. Tudo culminou com o hastear simbólico da Bandeira e o cântico do Hino Nacional.
Eu assisti e gostei. Os Jovens e quem os orienta fizeram um óptimo trabalho, por isso estão de parabéns!
A sala onde decorreu o evento estava muito composta. Ainda assim penso que mais população de Tabuado poderia ter aproveitado esta oportunidade, proporcionada pelos Jovens, para conhecer mais em detalhe este momento marcante na vida da nossa Nação. Os que lá estiveram, como eu, saíram muito satisfeitos, eu pude testemunhá-lo.
Na assistência havia gente de todas as idades e a este propósito quero deixar aqui duas notas. Uma para fazer referência a um sinal de esperança: uma fila da assistência era só de crianças, de tenra idade, que assistiram ao espectáculo com uma concentração digna de registo e vibraram à sua maneira; outra para referenciar os mais idosos que no final agradeciam os momentos lá passados e diziam que este tipo de trabalhos é muito bom para ensinar aos Jovens um pouco da nossa história. Nada mais verdadeiro! Fala a voz da experiência... e está tudo dito!

E foi assim que eu comemorei o centenário da República.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Implantação da República - passaram 100 anos


Estamos hoje a lembrar a implantação da República, facto histórico que ocorreu em Portugal há 100 anos, a 5 de Outubro de 1910.
Celebramos a mudança de regime político: a passagem de uma Monarquia Constitucional, para uma República Parlamentar.
Mas mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude inconformista do Povo Português, personificada na acção dos partidários republicanos.
Esses portugueses, lideres e simpatizantes do Partido Republicano Português, recusaram-se a aceitar o fatalismo de viver numa sociedade injusta e fechada, dominada por lóbis e instituições, que promovia o bem-estar apenas de uns quantos em detrimento da maioria que passava por grandes dificuldades. O Povo trabalhava de sol a sol, no campo, a grande maioria, ou então na indústria, ou nos serviços, mas ganhava muito pouco, e não tinha quaisquer regalias sociais, nem segurança no trabalho.
Esses mesmos portugueses, os revolucionários de 1910, rejeitaram também um sistema político pouco transparente, que embora sustentado por uma Monarquia Liberal que não restringia o direito à opinião, assentava numa alternância de poder entre os dois grandes partidos da época, o Partido Regenerador e o Partido Progressista. Sempre que um deles estava no poder e surgiam problemas graves, o Rei demitia-o, dissolvia o parlamento, marcava eleições, e chamava o outro para governar.
Esses portugueses opuseram-se ainda à prática diplomática da casa real, porque não concordavam com a capitulação sistemática dos interesses portugueses aos pés de outros Estados. Sentiam-se humilhados pelo facto do Rei de Portugal, Nação soberana com séculos de história, ceder sempre nas grandes negociações internacionais em que se via envolvido.
Este situacionismo social foi-se agravando durante décadas e conduziu o país para um beco sem saída.
Mas povo português não aceitou permanecer nesse marasmo e foram surgindo diversos grupos, liderados por intelectuais e figuras proeminentes da sociedade de então, que defendiam novas teorias para a organização da sociedade. Uma sociedade que fosse mais justa, verdadeiramente democrática e onde todo o cidadão nascesse e crescesse livre e tivesse a possibilidade escolher o seu futuro.
Da acção, por vezes clandestina e conspiradora de todos esses movimentos, eclodiu em 1910, o processo revolucionário que conduziu à implantação da República.
Os Republicanos tinham disseminado as suas ideias em sectores cada vez mais alargados da sociedade portuguesa, desde os intelectuais aos operários, e naquela época o Partido Republicano Português tinha já uma representação parlamentar digna de relevo e era, seguramente, o partido não monárquico, mais importante do país.
Na sua acção, os partidários republicanos criticavam com veemência a figura do Rei e da casa real, os seus gastos e a sua inoperância para resolver os problemas do país. O aumento de impostos, as fraudes eleitorais e a corrupção que grassava, eram males atribuídos à incapacidade dos políticos monárquicos para conduzirem o país no rumo certo.
Defendiam por isso que a resolução dos problemas do país começaria desde logo pelo derrube do regime monárquico, e a sua substituição por uma República parlamentar, devolvendo assim ao povo a possibilidade de escolher periodicamente o Chefe do Estado.
Ao longo anos sucederam-se algumas tentativas falhadas de proclamação da República, a primeira das quais, no Porto a 31 de Janeiro de 1891. A cada tentativa falhada, seguiam-se detenções, condenações e deportações, mas a determinação dos republicanos não esmorecia.
Em 1908, o país vivia uma situação explosiva, com grande descontentamento social e político, em muito potenciados pela existência de uma ditadura constitucional, encabeçada por João Franco e apoiada pelo Rei.
È neste clima de grande instabilidade que é morto o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro Luís Filipe, por membros da Carbonária, uma organização revolucionária com ligação à causa republicana.
Com a morte do Rei, e do herdeiro na sucessão ao trono, assume o poder o outro filho de D. Carlos – D. Manuel II, com apenas 18 anos de idade, a quem o povo inicialmente devotou grande simpatia e renovou a esperança de inverter o rumo do país. No entanto, apesar de D. Manuel II ter tomado algumas medidas populares e acabado com a ditadura constitucional, protagonizada por João Franco, os problemas sociais e económicos continuaram a agravar-se, e em Outubro de 1910, acontece a revolução que, após horas de luta armada, há-de culminar com a proclamação da República, no dia 5, pela boca de José Relvas, na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa.
Estava assim consumada a mudança de regime político em Portugal, tinha acabado a Monarquia e começado a República.
Como dizia acima, hoje, mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude de um Povo, que foi perseguindo o sonho de um ter futuro melhor. Por certo, nem todos teriam a certeza que a mudança de regime pudesse acudir a todos os males da nação, mas ousaram tentar, porque esta é atitude que se impõe aos audazes – aqueles de quem reza a história.
Hoje, passados 100 anos, sabemos que o processo de implantação da República que se seguiu à sua proclamação em 5 de Outubro de 1910 foi tudo menos pacífico. Há com certeza, pessoas e instituições, que poderão queixar-se de terem sido vítimas de um processo pós revolucionário em que reinou o desnorte, a desconfiança e o medo. Mas com o tempo a normalidade voltou à Nação e foram feitos os ajustes sociais que se impunham num processo como este.
O país começou então a ser governado por uma República parlamentar, em que o Chefe do Estado – O Presidente da República - passou a ser eleito directamente pelo Povo, cabendo o poder executivo ao Governo nomeado por iniciativa daquele, ou eleito, também directamente pelo Povo.
Mas qual é o significado desta mudança? O que significa, em teoria, que uma nação é governada por uma República?
Ora, a palavra República provem do latim “Rés Pública” que significa "Coisa Pública"; Assim sendo, fazendo uma a associação entre a etimologia desta palavra e acção dos agentes políticos, que ocupam os Órgãos do Estado, num regime republicano, pode dizer-se que quem ocupa um lugar público assume o compromisso com a sociedade de cuidar bem daquilo que é de todos, cuidar do que é comum como se seu fosse.
Certamente foi esta ilusão de cuidar bem da coisa pública, que moveu os revolucionários há 100 anos e deve também mover todos quantos são agentes públicos em Portugal, nos dias de hoje. O sonho de ter um futuro melhor, ainda hoje, passados 100 anos, continuar a perseguir muitos e muitos milhares portugueses, cujas condições de vida não são as melhores. O trabalho de construção de uma nação mais justa e mais fraterna está inacabado. Na actualidade a crise social e política, tirando a qualificação em diversos domínios, que 100 anos se encarregaram de fazer, assemelha-se em alguns aspectos à vivida nos finais do século XIX e inicio do século XX.
Por isso eu ouso perguntar: hoje o país não padece com o flagelo do desemprego, que afecta milhares e milhares de portugueses? Também hoje Portugal não sofre com os salários baixos e a degradação das relações e condições de trabalho? Também hoje a Nação não se vê ameaçada na sua soberania, pelo problema cada vez mais premente da dívida externa? Também hoje o sistema político português não assenta no rotativismo dos dois maiores partidos? Também não grassa às escâncaras a corrupção no nosso Portugal?
Passados 100 anos da proclamação da República, a resposta a estas questões só pode ser dada pelo povo português, com uma atitude inconformista que combata o desânimo e o descrédito, a exemplo do que fizeram há 1 século os revolucionários. Essa atitude de pro-actividade e participação, servirá para qualificar a nossa República, para a pôr verdadeiramente ao serviço dos portugueses, sobretudo daqueles que realmente mais precisam, repito, daqueles que realmente mais precisam.
Assim seremos dignos da herança que nos legaram António José de Almeida, Miguel Bombarda, José Relvas, Cândido dos Reis... e tantos outros portugueses, eminentes ou anónimos, que de uma forma digna e empenhada serviram a República Portuguesa ao longo destes 100 anos.

Por eles e por nós, Viva a República, Viva Portugal.

Neste post reproduzo o conteúdo de uma intervenção que proferi numa evocação histórica da implantação da República, levada a cabo por um grupo de jóvens de Tabuado.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pena Capital


Mais um rosto da "JUSTA" Sociedade Americana.

Teresa Lewis será executada esta noite.

É intrigante que para se reparar o mal provocado, se usem os mesmos métodos que o provocaram.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

21 de Setembro

Sabiam que 21 de Setembro, o 264º dia do ano, é o dia...
  • De São Mateus - Apostolo e Evangelista, que era filho de Alfeu e exercia a profissão de publicano - cobrador de impostos...
  • Em que foi declarada a 1ª Republica em França, em 1792.
  • Em que nasceu o cantor, compositor e escritor canadiano, Leonard Cohen.
  • Em que foi conduzido, em 1893,  o primeiro automóvel movido a gasolina!
  • Mundial da Doença de Alzheimer.
  • Da Arvore... no Brasil. Já repararam que no Brasil, que se situa no hemisfério sul, amanhã começa a Primavera
Está-se mesmo a ver que por tudo isto, e por algo mais, 21 de Setembro é um dia especial!

Um bom dia para todos!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Férias de água quente e com menos gente

Passei férias no Algarve com a minha família.
Fui um português amigo de Portugal... passei férias cá dentro!
Foram dias de descanso para retemperar forças.
A temperatura da água do mar estava óptima, nunca a tinha sentido tão quente!
Mas ao contrário do que se disse e escreveu na comunicação social eu não vi por lá mais pessoas. Bem pelo contrário, em várias localidades e em comparação com anos anteriores, senti que havia menos gente, sobretudo estrangeiros.

Admito que possa ter sido eu que vi mal...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Tabuado em chamas

Hoje, quando cheguei a Tabuado fiquei desolado. A encosta até à Venda da Giesta, vertente sul (para o lado de Soalhães) toda queimada. E fogo, de grandes proporções, nos montes e campos abandonados que compreendem as antigas quintas da Venda e da Telheira.
No combate às chamas, que chegaram a ameaçar habitações, participaram os bombeiros, com meios terrestres e aéreos, e ainda populares, onde também me inclui.
Tudo acabou sem vítimas a registar... mas eu fiquei triste, pela nossa terra.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A força das palavras

Acerca de cinco anos dirijo mensalmente uma curta mensagem a um grupo de trabalho, como forma de motivação e fortalecimento do espírito de equipa. A grande maioria dessas mensagens foram citações de pensamentos de personalidades que se expressaram em termos que julguei relevantes para o efeito que pretendia alcançar. Raras vezes lá coloquei pensamentos que identificasse com a minha pessoa, para dessa forma afastar qualquer tipo de questão pessoal.

No passado mês de Maio a mensagem traduziu-se nesta frase:

“Há muita gente que pensa que a amizade é como a corrente eléctrica: que se pode ligar e desligar quando nos convém. Como se enganam...”

Esta frase ouvi-a num programa radiofónico e logo a memorizei, tal foi a clareza e a objectividade de quem a proferiu a propósito do tema “a exigência da amizade”. Pensei pô-la à reflexão mensal do “meu grupo”, mas chegada a ocasião de a redigir a verdade é que não consegui identificar o seu autor. Não sei se terá sido Isabel Stilwell, Eduardo Sá ou Júlio Machado Vaz. Um dos três foi, mas com rigor não sei qual deles. Por esse facto a mensagem seguiu sem a identificação do autor da frase.
Na reunião seguinte, senti muita apreensão (até nervosismo) em alguns dos elementos do grupo de trabalho. Palavra puxa palavra e lá veio a frase do mês... Todos perceberam o seu sentido no que se refere às exigências que comporta dizer-se que se è amigo de alguém, e como isso pode ser transportado para o interior de um grupo de trabalho a nível de outros sentimentos, também eles exigentes, como seja, por exemplo, a lealdade entre os diversos elementos desse grupo.
Ainda assim apercebi-me que o problema principal foi a falta de menção do autor da frase... e daí até me atribuírem sua autoria foi um ápice. Por esse facto e porque entenderam que a mesma não se aplicava ao grupo, questionaram-se a propósito do seu sentido... seria um alerta, uma repreensão? Ficou esclarecido que não foi esse o objectivo... nem que fui eu o autor da frase.

Mas que as palavras fortes têm o dom de por as pessoas inteligentes a pensar, lá isso têm... e que eu concordo com o sentido da frase... lá isso concordo!

Um abraço para o grupo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Solidariedade em Tabuado

A solidariedade é um sentimento muito meritório que ganha especial ênfase em tempos de crise.
Hoje vou aqui falar de um movimento solidário que actualmente se encontra em marcha na freguesia de Tabuado, que tem como objectivo adquirir uma cadeira de rodas para um jovem.
O Paulo Barbosa, actualmente com 33 anos de idade, foi vítima de um acidente de viação tendo ficado paraplégico. Apesar deste obstáculo que surgiu na sua vida, o Paulo, pessoa que conheço desde sempre, conseguiu adaptar-se à sua nova realidade e foi-se mantendo integrado na sociedade, sendo frequente vê-lo, com a sua cadeira de rodas eléctrica, a percorrer os caminhos da terra para frequentar locais públicos, para assistir a eventos e mesmo para ajudar nas tarefas quotidianas da sua família.
Mas com o decorrer dos anos (e com o uso diário) a sua cadeira eléctrica foi-se desgastando, como qualquer outro veículo de locomoção, e, apesar das várias reparações, atingiu o fim da sua vida útil  deixando de funcionar. Por isso e porque a sua família não tem capacidade económica para adquirir uma nova cadeira eléctrica, o Paulo, há cerca de seis meses, praticamente não sai de casa e passa muitos dos seus dias na cama, com as consequências físicas e psicológicas que daí advêm.
Tocados por esta realidade um grupo de jovens de Tabuado disponibilizou-se para encabeçar um movimento solidário, com o objectivo de recolher fundos para aquisição de uma nova cadeira de rodas eléctrica, cujo custo está orçado em 6.145,00€.
Deram conhecimento da sua disponibilidade à Junta de Freguesia, que divulgou o assunto junto da Assembleia de Freguesia, da Paróquia, da Câmara Municipal e da Segurança Social.
Primeiro resultado: com a colaboração da Junta de Freguesia, constituiu-se uma comissão composta pelos referidos jovens e alguns membros da Assembleia de Freguesia, que se disponibilizaram para participar na mesma, com o objectivo de proceder à recolha de fundos.
No passado sábado foi o primeiro dia de trabalho. Os elementos da comissão dividiram-se em grupos e percorreram parte da freguesia, batendo à porta de cada casa, solicitando um donativo para aquisição da cadeira.
Eu também integrei um desses grupos e o testemunho que posso dar é de que, com raras excepções, o grupo foi muito bem recebido e as pessoas compreenderam o objectivo deste movimento solidário e contribuíram, cada qual, na medida das suas possibilidades. Esta foi a primeira etapa de um caminho que terá com certeza um final feliz.
Sejam Tabuadenses ou não e onde quer que se encontrem, também podem juntar-se a este movimento. Todas as ajudas são bem-vindas.
Naturalmente, darei aqui mais notícias a propósito desta iniciativa. Por agora, quero apenas, mais uma vez, agradecer a todos quantos contribuíram (ou vão contribuir) com o seu donativo para esta causa e quero expressar publicamente a minha admiração pela disponibilidade dos membros da comissão.
Um abraço para todos, especialmente para o Paulo, e faço votos para que possamos ter novidades boas a breve prazo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Notícias de Tabuado na volta do Correio

Neste post partilho com todos uma resposta que dei através do correio electrónico a duas perguntas, versando o mesmo assunto e que me chegaram do estrangeiro, uma da Suíça outra do Brasil. Como estão em causa noticias de Tabuado, decidi publicar o conteúdo do e-mail de resposta.

Aqui vai ele:

" Olá amigos, dessas paragens distantes.
Obrigado por virem ao Cidadão com Opinião, através do opiniaodocidadao@gmail.com.
Achei curioso que ambos me solicitassem informações acerca do mesmo evento realizado em Tabuado, terra à qual, suponho (?), também têm ligações. Por isso tomei a liberdade de vos responder em conjunto.
Perguntam-me V. se estive presente no XVII Convívio de Folclore de Tabuado? E se sei como correu o evento?
Quero dizer-vos que tive oportunidade de estar presente e que aquele evento, organizado pela ACR de Tabuado, correu muito bem.
Foi no passado sábado. A noite estava muito agradável!
No convívio actuaram, além do rancho folclórico da ACRT, mais quatro grupos, em representação de outras tantas regiões, Estremadura, Beira Alta, Douro Litoral e Minho.
Todos nos apresentaram o seu folclore, de uma forma muito empenhada e com muita alegria. Foram três horas e meia passadas a saborear a música e a cultura tradicional portuguesa.
A assistência foi boa, vi por lá muita gente...
Eu gostei.
Espero ter correspondido ao vosso pedido.
Já agora uma pergunta: nós conhecemo-nos? (pelos vossos endereços de correio electrónico não consigo identificar-vos e só pelo nome próprio também não cheguei lá).
Um abraço para os dois e voltem sempre! "