Recentemente tive oportunidade de visitar a cidade romana de Tongobriga, que foi "descoberta" em Agosto de 1980 e se situa na actual freguesia do Freixo, Concelho de Marco de Canaveses.
A visita foi conduzida e orientada pelo Professor Doutor Lino Tavares Dias, arqueólogo, coordenador e director de investigação e gestão da Área Arqueológica do Freixo, que inclui aquela urbe romana e começou com uma palestra no auditório, onde foi apresentado, em traços gerais, o enquadramento histórico, científico e administrativo daqueles 50 hectares de área classificada, que são monumento nacional desde 1986.
Seguiu-se uma visita “ao terreno” que me levou a mim, e aos demais visitantes, aos diversos sectores daquela cidade romana, que terá sido edificada entre final do século I e meados do século II. Além da visita à área habitacional, à necrópole, ao fórum e ás termas públicas, passamos ainda pelas instalações, já edificadas, do futuro centro interpretativo e pelo laboratório onde se desenvolve a investigação científica dos achados arqueológicos.
Eu fiquei muito surpreendido com o que vi. Não imaginava a cidade com aquela dimensão, com aquelas infra-estruturas e tão pouco com a importância geoestratégica, que se julga teria à época.
A sensação com que fiquei no final da visita é de que Tongobriga é não só um tesouro real, por aquilo que dela já se conhece, mas também uma riqueza latente, tal é o potencial do desconhecido que ainda encerra.
É por isso que penso que a Área Arqueológica do Freixo, tem que continuar a merecer a atenção e o investimento das entidades competentes, nomeadamente do Ministério da Cultura. Pelo que me parece, este investimento torna-se imprescindível, para que se possa dar continuidade, não só às actividades de descoberta iniciadas há 30 anos, mas também ao trabalho de divulgação e promoção deste Monumento Nacional, junto da sociedade cível e estabelecimentos de ensino.
Não quero terminar sem antes dar os parabéns ao Professor Doutor Lino Tavares Dias, pela forma brilhante como conduziu a visita, pois juntou à descrição dos achados/ruínas um enquadramento histórico, científico e cultural que fascinou os presentes.
E para acabar dois desejos: primeiro - que entre em funcionamento, o quanto antes, o centro interpretativo; segundo – que a região envolvente (compreendendo populações e instituições) interaja com a área arqueológica, para que se possam criar sinergias que permitam tirar partido de todo o potencial que Tongobriga encerra.
Estão curiosos? Passem por lá... e verão que falo verdade!
Podem começar por consultar
aqui o sítio de
Tongobriga na Internet.