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sábado, 31 de março de 2018

O Factor Humano


Nesta altura, em que um dos assuntos que marca atualidade internacional é o do envenenamento em solo britânico do ex-espião russo Sergei Skipral, e de sua filha Yulia Skipral, por uma substância neurotóxica, acabei, por coincidência, de ler um livro que narra uma estória romanceada de espionagem em que os cenários são sensivelmente os mesmos, Londres e Moscovo, e em que as envolvências parecem semelhantes, o submundo dos serviços de informações, a vida profissional e particular dos agentes secretos, a atividade de espionagem e contraespionagem, as fugas de informação, os sentimentos humanos e o recurso à morte, utilizada de forma leviana e fria para atingir um fim  e nunca pensada como o fim de uma vida.
Trata-se do livro “O fator humano”, obra do escritor inglês Graham Greene, escrita em 1978.
Neste romance, creio que posso classificar assim a obra, é descrito o mundo da espionagem numa perspetiva que me agradou. Talvez pelo facto de o autor também ter sido espião, trabalhou no M16 durante a segunda guerra mundial, consegue neste livro apresentar-nos o mundo dos serviços secretos de uma forma que nem sempre se vê neste tipo de obras: põe de lado o sensacionalismo e a espetacularidade inverosímil de ações, cenários e até personagens, e relata-nos, ainda que de forma romanceada, o quotidiano e a vertente humana de um mundo (ou submundo) onde os principais agentes são homens e mulheres de carne e osso.
Quem lê o livro percebe perfeitamente que aquele enredo só podia ter sido imaginado e descrito por alguém que “conviveu” com aquelas personagens e que percorreu aqueles meandros. Este facto, na perspetiva do leitor, dá credibilidade à narrativa, que vertida numa escrita elegante e fluente o prende e o estimula a avançar cada vez mais na procura de um desenlace que acaba por não ser completamente conclusivo.
Ler este livro e ouvir “em surdina” os relatos da atualidade, permitiu-me constatar que uma atividade que se julgava ser já do domínio da história ainda permanece atual, e, aparentemente, continua a utilizar os métodos e a poder cair nos mesmos equívocos.  

domingo, 20 de junho de 2010

A minha leitura de Saramago

Eu fui um daqueles, certamente muitos, que foram absolutamente surpreendidos quando leram pela primeira vez Saramago.
O seu estilo de escrita, com frases muito longas e o uso da pontuação em moldes nada convencionais, baralharam-me completamente.
Lembro-me bem, nas primeiras 30 páginas, tive vontade de desistir.
Afligia-me o facto de o escritor usar vírgulas onde seria suposto usarem-se pontos finais, e de não separar, com travessões, as falas das personagens,...
Mas depois, consegui habituar-me ao ritmo da narrativa e tudo se simplificou; a leitura tornou-se fácil e estranhamente fluida!
É este estilo de escrita, que creio ser único na literatura contemporânea, aliado a uma capacidade criadora absolutamente sublime, que fizeram de Saramago um escritor absolutamente singular e merecedor da minha admiração.
No que toca ao homem Saramago, admiro particularmente a sua postura na defesa da dignidade humana, na luta por uma sociedade mais justa e mais recentemente, na defesa do meio ambiente.
Noto porém uma dissonância entre o autor Saramago e homem Saramago.
Passo a explicar.
Para mim, Saramago enquanto autor, deixou em muitos momentos transparecer na sua narrativa marcas indeléveis de uma dimensão mística, que o homem Saramago acossado pela sua ideologia, sempre tentou ocultar e mesmo combater, nem sempre da forma mais apropriada, na minha opinião.
Custou-me ver este homem, cuja obra lhe deu a passagem à galaria dos imortais, envolver-se em polémicas com Instituições que são tão merecedoras de respeito como o era o seu génio criador. E mais, que essas polémicas, quer pela sua natureza, quer pelo momento em que deflagraram, pudessem ser conotadas com técnicas de marketing para promover a venda dos seus livros.
Ainda assim, penso que as polémicas e as questiúnculas ideologias, que alguns fazem sempre questão de realçar sempre que se fala de Saramago, são minúsculas quando comparadas com dimensão da sua obra. Portanto, o acessório, não pode impedir-me de dizer que Portugal ficou mais pobre, porque viu partir um dos seus filhos mais ilustres. Fica-nos o seu legado.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O livro que estou a ler “O Primo Bazilio” – I

Neste mês de Abril propus-me visitar, em termos de leitura, um dos autores clássicos da literatura de língua portuguesa: Eça de Queiroz.
Devo confessar-vos que gosto particularmente de Eça de Queirós; gosto da sua escrita e da forma como através dela retrata a sociedade do seu tempo.
Escolhi o “O Primo Bazilio” porque é um romance que comecei a ler algures, há uns anos atrás, mas que nunca conclui. Espero, e tenho a certeza, vir a conseguir faze-lo desta vez.
Estou a ler uma edição de Junho de 2003 dos «Livros do Brasil», que é publicada de acordo com a segunda edição da obra, datada de 1878. Esta edição tem 457 páginas e a fixação do texto e notas foi feita por Helena Cidade Moura.
A leitura também tem sido afectada pela falta de tempo, mas está correr de forma razoável.
Para a semana darei mais notícias a propósito de “O livro que estou a ler”.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O livro que estou a ler "Sandokan Os Piratas da Malásia" - II

Conclui a leitura do livro Sandokan – Os Piratas da Malásia.
Trata-se de um romance de aventura, cuja história decorre no continente asiático, nos mares da Malásia, no século IXX.
Retrata as aventuras de Sandokan - um pirata temível, que Emílio Salgari (o autor) transforma num herói, porque, com a sua actividade delituosa e reprovável, aos olhos do poder instalado, luta contra a ganância dos exploradores e comerciantes que cruzam aqueles mares.
Também conhecido por “Tigre da Malásia”, Sandokan, vive na Ilha de Mompracem onde é idolatrado pelos seus irmãos de armas (também piratas) e dedica-se a pilhagem de navios. A morte da sua mulher provocou-lhe um grande desgosto que carrega consigo e o seu grande amigo é Eanes de Gusmão (de nome e nacionalidade portuguesa na versão que li).
Num ataque a um navio que se dirige a Sarawak o nosso herói poupa a vida a Kammamuri e Ada Corishant. Kammamuri, um indiano, pretende salvar o seu patrão prisioneiro na fortaleza de Sarawak. Sandokan descobre que Ada, apresentada como louca, é prima da sua mulher (já falecida) e oferece ajuda a Kammamuri.
Num enredo em que Emílio Salgari descreve cenários remotos e paisagens exóticas seguem-se peripécias envolvendo lutas do nosso herói e dos seus companheiros contra os inimigos, estes personificados na figura James Broke, um britânico, rajá de Sarawak.
Numa narrativa do tipo “o bem contra o mal” a história lá vai decorrendo e chega-se ao desfecho que era previsível. Depois de capturado, o herói é libertado e o inimigo é vencido. Ada, que entretanto recuperara a lucidez, junta-se ao seu amado (Tremal-Naïk), agora livre e partem para a Índia.

Ao longo da história o autor vai cultivando um certo espírito de humanismo, que cai bem ao leitor mais atento, porque num cenário de estratégias, lutas e traições, os vencedores tratam sempre com dignidade os vencidos.

Gostei…

domingo, 14 de março de 2010

O livro que estou a ler "Sandokan - Os Piratas da Malásia" - I

Com inicio do mês de Março estava em condições de começar a leitura de um novo livro.
Comentei o assunto em família e logo a minha filha me confrontou com a intenção de me indicar o próximo livro para ler.
Não fiquei surpreendido, mas um pouco embaraçado.
O facto é que a AR, que está agora a aprender as primeiras letras, quando se apercebe que estou a ler um livro faz-me uma marcação cerrada e questiona-me constantemente acerca do ponto de situação da leitura. “- Pai em que página vais?”, é a pergunta que me dirige com insistência; é também ela quem muitas vezes se senta ao meu lado imitando-me na prática da leitura, claro está, com livros apropriados aos seus conhecimentos… este facto enche-me de satisfação pelo interesse que ela mostra pela leitura.
Por isso a sua intenção não me surpreendeu, mas deixou-me embaraçado; afinal que livro poderia ela indicar-me?
Mas o certo é que, genuinamente, eu não queria desiludi-la.
Expliquei-lhe que os livros que ela me poderia indicar não seriam apropriados para mim, uma vez que se tratam de livros para quem está a prender as primeiras letras.
Ela não se mostrou sensibilizada e deu a volta à situação; passo a explicar como.
Há uns tempos, uma pessoa amiga decidiu fazer arrumações lá em casa, nomeadamente no quarto dos filhos, já adultos; antes de entregar os brinquedos e outros objectos, que estavam em bom estado, a uma Instituição de Solidariedade Social perguntou à AR se queria ficar com alguns brinquedos. Surpreendentemente ela escolheu quatro livros de literatura juvenil.
Chegou a casa toda entusiasmada! Eu expliquei-lhe que aqueles livros ainda não eram bem para a sua idade; provavelmente teria muita dificuldade para os ler e ainda não compreenderia o que lia. Nessa ocasião pediu-nos, ainda assim, para ficar com eles. Nós consentimos.
Ainda antes de ela os colocar na estante do seu quarto dei uma olhadela pelos livros em questão. Um deles intitulava-se Sandokan – Piratas da Malásia.
Este título trouxe-me à lembrança a minha infância. Imaginem só que a minha primeira pasta da escola tinha gravada uma imagem do Sandokan!
Lembro-me de seguir para a escola, de pasta às costas, e alguém me dizer: “hei lá: um menino tão pequenino e já consegue levar um herói tão grande às costas! …
E ali estivemos, largos minutos, em família, a recordar os heróis da nossa infância. A AR participou maravilhada na conversa e foi fazendo perguntas.
Agora… quando lhe explicava que os livros dela já não eram adequados para eu ler, eis que ela me interrompeu “ – Pai espera!”. Puxou a cadeira da sua secretária e foi coloca-la à frente da estante. Subiu à cadeira de forma a chegar a terceira prateleira. Remexeu os livros e retirou um; “- Pai vais ler um livro de um herói da tua infância, o Sandokan!”.
Aceitei o desafio.
Confesso que do Sandokan já só me lembrava do nome e de uma figura de cabelos compridos, atados por uma fita em redor da cabeça, com uma catana na mão; e de uma canção que cantávamos em miúdos na escola: “Sandokan, Sandokan, tiras as… e veste o…”. Será que alguém se lembra?

O autor desta obra é Emílio Salgari e estou a ler uma edição da Editorial Verbo – Clássicos Juvenis, de 1996, com tradução de Bárbara Caruso.

Já li 14 capítulos, 107 páginas.

Mais notícias do livro que estou a ler só para a semana. Até lá…

Quem, carinhoasamente, me dirigiu aquelas palavras em criança, foi a Dª Rosalina Vasconcelos, hoje esposa do Sr. Belarmino Queirós. Sabem onde? Um dia quando passava em frente ao talho e mercearia da Dª Virginia e do Sr. Francisco Cunha, em Tabuado.

sábado, 13 de março de 2010

O livro que estou a ler "Fúria Divina" - V

No final do mês de Fevereiro terminei a leitura do livro “Fúria Divina”, obra de José Rodrigues dos Santos.
Assim sendo, é chegado o momento para fazer uma apreciação final.
Como disse, nos artigos que fui escrevendo semanalmente, este foi um livro que gostei de ler. O tema da obra despertou o meu interesse e apreciei a escrita do autor, que se me revelou de leitura fácil.
No último “post” transmiti-vos a ideia de que, para mim, a narrativa tinha seguido por caminhos mais ou menos previsíveis. Compreenderão portanto, que não foi a incerteza do que vinha a seguir que me manteve colado ao livro. O que me prendeu à leitura da obra foi a narrativa, que me pareceu resultado de um estudo aprofundado do autor acerca da realidade que descrevia, ainda que de forma romanceada.
Ora, dada a consonância entre a minha intuição e o destino que JRS foi traçando para cada uma das personagens  questionei-me, nesse mesmo texto, acerca das possibilidades que o autor tinha (ou não) de me surpreender com o desenlace final.
Pois bem, o final do livro deixou-me com sentimentos contraditórios; por um lado surpreendeu-me pela positiva, por outro desiludiu-me.
A despedida da personagem “Rebeca” foi arrojada; confesso que ao longo da história perspectivei um desfecho bem mais convencional para aquela personagem. Estranhei até que o autor a tivesse resguardado bastante em termos comportamentais e nunca me ocorreu que o seu desfecho pudesse ser aquele. JRS surpreendeu-me pela positiva. Gostei.
Quanto ao resto, confesso que fiquei um pouco desiludido; pareceu-me que a qualidade da história  merecia outro final. Não gostei do estilo “contagem final”. Tomei-o por demasiado cinematográfico. Por outro lado, também não gostei que o autor tivesse abandonado, nos últimos capítulos, a personagem “Hamed”. Sendo ele, a meu ver, a personagem nuclear nesta história, acho que foi demasiado redutor, nos últimos capítulos, tê-lo encerrado numa casa e descrevê-lo apenas á distância.
Ainda assim e apesar destes reparos(!!), penso que trata de um romance muito bom, que pode até ser ponto de partida para outras formas de expressão artística.  Aconselho a leitura.
Parabéns ao autor, José Rodrigues dos Santos.
O que escrevi acerca da "Fúria Divina" pode ser lido aqui, aquiaqui e aqui.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O livro que estou a ler "Fúria Divina" - IV

Terceira semana de leitura...
Li mais vinte e dois capítulos, numa semana com bastantes intermitências – carnaval, aniversários, etc.
Ainda assim, o balanço é bastante positivo, pois esta foi a semana “mais produtiva” desde que iniciei a leitura deste livro.
Para este desfecho muito contribuiu a maturação da história. As principais personagens estão agora perfeitamente situadas no contexto da mesma e pedem que leia cada vez mais, para que valide o destino que começo a antever para cada uma delas.
A este propósito, devo confessar que as minhas projecções quanto ao rumo das principais personagens não têm divergido muito daquelas que o autor lhes tem destinado. Vejamos se se trata de uma história com um final, para mim, previsível, ou se José Rodrigues dos Santos ainda me vai surpreender!
Em todo o caso continuo a apreciar o estilo da escrita deste romance, nomeadamente a sua vertente histórica/formativa, com influência informativa...
O que li esta semana em…
Três personagens: Ahmed (jovem egípcio, potencial radical islâmico), Ayman (muçulmano radical - professor de teologia numa madraça, no Cairo) e Tomás Noronha (professor de história na Universidade Nova de Lisboa - ligado, um bocado á força, aos serviços de informações americanos); e
Três locais: Egipto, Paquistão e Lisboa.
Mais notícias do "O livro que estou a ler" só para a semana! Até lá…

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O livro que estou a ler "Fúria Divina" - III

Segunda semana de leitura…
Li mais catorze capítulos. Confesso que gostava de ter lido mais, mas uma semana particularmente agitada, retirou-me tempo para o fazer…
Quanto à história, talvez por ser um tema actual, continua a cativar a minha atenção. Aprecio particularmente o facto do autor – José Rodrigues dos Santos (na fotografia), misturar no enredo a fixação com factos reais (históricos e contemporâneos). Estou a gostar!
O que li nesta semana em…
Três palavras-chave: Terrorismo (Al-Qaeda), Religião Muçulmana (moderados verso fundamentalistas) e Medo (dos ocidentais por desconhecerem a que armas podem recorrer os terroristas); e
Três locais: Egipto, Veneza e Península Ibérica.
Mais notícias de "O livro que estou a ler" só para a semana! Até lá...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O livro que estou a ler “Fúria Divina” – II

Primeira semana de leitura: li o prólogo e quatro capítulos (71 páginas).
O que li já me deixou alguns indícios acerca da história. Começo a situá-la no tempo e no espaço; em paralelo começo também perspectivar o seu enredo.
A escrita é de leitura fácil; também apreciei as referências históricas.

O que li em...

Três Palavras-chave: Armas atómicas, Religião Muçulmana e Serviços de Segurança; e
Quatro Locais: Médio Oriente, Rússia (?), Estados Unidos,  e... Portugal (Açores).
Preciso de dobrar mais páginas, para ter outras certezas… mas a história começa a cativar-me!
Mais notícias de “o livro que estou a ler” só para semana! Até lá...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Rosa Lobato Faria

Rosa Lobato Faria deixou-nos...
Decorreram hoje as cerimónias fúnebres desta SENHORA que foi uma personalidade de grande relevo no meio artístico em Portugal, nas últimas duas décadas. RLF que se distinguiu como poetisa, romancista, actriz e compositora, nasceu em Lisboa, a 20 de Abril de 1932 e faleceu no passado dia 02 de Fevereiro, vítima de uma anemia, que se veio a revelar fatal, relacionada, ao que se sabe, com problemas intestinais graves de que vinha padecendo hà algum tempo. O seu percurso artístico dividiu-se entre a Literatura, a Televisão, o Teatro e o Cinema.
O seu primeiro romance, "O Pranto de Lúcifer", foi editado em 1995 e seguiram-se-lhe "Os Pássaros de Seda" (1996), "Os Três Casamentos de Camilla S." (1997), "Romance de Cordélia" (1998), "O Prenúncio das Águas" (1999), "A Trança de Inês" (2001), "O Sétimo Véu" (2003), "Os Linhos da Avó" (2004), "A Flor do Sal" (2005), "A Alma Trocada" (2007), "A Estrela de Gonçalo Enes" (2007) e “As Esquinas do Tempo” em 2008.
Escreveu também vários contos infantis, entre os quais, “A Erva milagrosa”, “As quatro Portas do Céu” e “Histórias de Muitas Cores”.
Publicou várias obras de poesia "Os Deuses de Pedra" (1983), "As Pequenas Palavras" (1987), "Poemas Escolhidos e Dispersos" (1997) e "A Gaveta de Baixo", em 1999.
Para teatro escreveu as peças “A Hora do Gato”, “Sete Anos – Esquemas de um Casamento” e “A Severa” (adaptação da peça de Júlio Dantas); como actriz, representou “A Gaivota” e “Celestina”.
A nível cinematográfico destaca-se pela participação nos filmes “Paisagem Sem Barcos" (1983), "O Vestido Cor de Fogo" (1986), "Tráfico, (1998) e "A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América", em 2003.
Em televisão, estreou-se como locutora na RTP na década de 1960, tendo apresentado ao longo dos anos vários programas. Como actriz participou na primeira telenovela portuguesa, “Vila Faia” (1983) e em várias outras novelas e séries das quais se destacam “Origens”, “Palavras Cruzadas”, “A minha sogra é uma bruxa”, “Crime na pensão estrelinha II”, “Humor de Perdição”, “Telhados de Vidro” e “Ninguém como Tu”. Ainda para televisão escreveu as novelas "Telhados de vidro" e "Passerelle" e outras séries como “Nem o Pai Morre...”, “Pisca-Pisca”, “Tudo ao Molho e Fé em Deus” e “Trapos e Companhia”.
Escreveu ainda diversas letras para canções, muitas delas para festivais da canção. Entre elas o conhecido "Chamar a Música", interpretado por Sara Tavares.
E uma curiosidade... RLF é a autora da letra do hino do CDS-Partido Popular e da Juventude Popular.
À mulher e à obra que perpetua a sua memória, a minha homenagem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O livro que estou a ler “Fúria Divina” – I

Ao arrancar com este espaço, queria faze-lo com uma obra sugerida por alguém. Falei, em tom de provocação, com o maior “devorador” de livros que conheço – o meu irmão P.
Ele, sentado à secretária, foi ouvindo o que lhe disse a propósito deste espaço. Quando o desafiei a indicar-me um livro, para ler e aqui relatar, disse-me que não tinha ali à mão a grande literatura, ainda assim, virou-se para a sua esquerda e numa estante com vários livros empilhados, retirou o que estava no cimo, “Fúria Divina”, a última obra de José Rodrigues dos Santos.
Tu que já leste, que apreciação fazes? Perguntei-lhe eu.
É um romance… mas lê e logo verás. Respondeu-me ele.
Quanto tempo precisaste para ler o livro? Outra pergunta minha.
Dois dias… Resposta dele.

O quê!!!

O meu ritmo de leitura é seguramente mais lento. O livro é da editora "gradiva" e tem só 583 páginas. Seguramente vai estar bem mais tempo na minha mesa-de-cabeceira.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A guardiã do Diário de Anne Frank

Esta Senhora chamava-se Miep Gies e morreu ontem na Holanda.
Nasceu na Áustria, a 12 de Fevereiro de 1909, mas aos 13 anos mudou-se, com a restante família, para a Holanda.
Quando deflagrou a II guerra mundial, era empregada do pai de Anne Frank e juntamente com o seu marido e outros empregados, ajudou a menina judia e a família a esconderem-se dos Nazis, num sótão secreto de um prédio, em Amesterdão.
Mas na sequência de uma denúncia ás autoridades, os nazis descobriram o esconderijo e prenderam família Frank.
Depois dos alemães os terem levado, Miep Gies voltou ao sótão e descobriu, no chão, os manuscritos de Anne. Nessa altura, depois de perceber que se tratavam de escritos íntimos, limitou-se a recolher e a guardar os papéis, não os lendo, por respeito à privacidade da menina.
Manteve-os à sua guarda, a salvo dos Nazis e pensava devolve-los a Anne quando esta regressasse do cativeiro. Não o pode fazer porque a adolescente acabou por morrer de febre tifóide no campo de concentração de Bergen-Belsen, a 12 de Março de 1945, quando tinha apenas 15 anos. Por isso, Miep entregou os documentos ao pai de Anne, Otto Frank, o único membro da família que conseguiu sobreviver aos campos de concentração alemães.
Os escritos da Anne Frank foram publicados em 1947, sob a forma de diário, tendo-se transformado numa obra universal, um dos testemunhos mais genuínos e emocionantes do sofrimento porque passou o povo judeu durante o holocausto.
O livro encontra-se traduzido em 60 línguas e já vendeu mais de 25 milhões de exemplares.
Miep Gies, considerada a guardiã dos manuscritos de Anne Frank, tinha 100 anos e morreu na sequência de uma queda que deu por ocasião do Natal.
Nesta hora só me apetece dizer o mínimo: pelo que fez e a pela forma como o fez, muito obrigado minha senhora!