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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Papa Bento XVI admite uso do preservativo

Papa Bento XVI admitiu pela primeira vez o uso do preservativo em determinadas circunstâncias, nomeadamente, "para reduzir os riscos de contaminação" do vírus da SIDA.
Esta posição do Sumo Pontífice consta de um livro de entrevistas intitulado "Luz do Mundo", feito com um jornalista alemão, Peter Seewald, e onde o Papa aborda temas como a pedofilia, o celibato dos padres, a ordenação das mulheres e a relação com o Islão, entre outros.
Diz o Papa que "pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer”. Ainda assim, acrescenta que o uso do preservativo “não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade."
Ora, esta afirmação de Bento XVI, não me surpreende, entendo-a como mais uma prova de que a Igreja Católica quer estar com sociedade de hoje e que com ela quer fazer o seu caminho. Aliás, a posição agora expressa pelo Papa, vem na linha daquela que era já assumida por outros responsáveis da Igreja e que entendiam que o uso do preservativo no combate à propagação do vírus da SIDA era um mal menor.
Todavia, quanto a mim, esta posição agora expressa pelo Papa que, diga-se, não tem força de doutrina, peca por tardia. De facto, ao longo dos últimos 20 anos a Igreja deixou-se enredar pelos contornos mediáticos e doutrinais desta questão e não viu convenientemente valorizado o trabalho que foi desenvolvendo, em todo o mundo, na assistência aos infectados pelo vírus da SIDA. Na realidade não há outra Instituição ou Organização Internacional, que tenha feito tanto como a Igreja Católica, no auxílio àqueles que sofrem desta doença. Este trabalho valiosíssimo não merecia ter sido ofuscado, como foi, pela questão da oposição da Igreja ao uso do preservativo.
Por último, e a propósito deste tema, deixo aqui expressa uma ideia que me acompanha há anos. Parece-me que João Paulo II, em alguns momentos do seu pontificado, terá tido vontade de manifestar a posição agora expressa pelo actual Papa. Mas terá  esbarrado sempre na intransigência da Congregação para a Doutrina da Fé, na altura presidida pelo então Cardeal Ratzinger, actual Bento XVI.
Este é só um palpite meu, que me acompanha há anos, como disse; quanto ao resto, saúdo a vontade da Igreja em caminhar cada vez mais ao lado da sociedade actual.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A visita do Papa na voz do Povo

Hoje nos Aliados, ouvia dois homens, na casa dos setenta, a comentar o aparato que por lá se vivia com os preparativos para a visita do Papa.
Comentavam uma estrutura que liga directamente o altar, onde será celebrada a Missa, à Câmara Municipal do Porto.
Dizia um deles «Ele sai daqui (da porta da CM do Porto) e vai para ali (para o altar)... podia ir pelas escadas e evitava-se isto... mas realmente por aqui vai melhor». O outro concordou «Evita subir e descer as escadas... que as pernas dele já não são novas».
Observando, daquele ponto privilegiado, tudo o que se passava à sua frente, afirma de novo o primeiro «Nunca nenhum homem que visitou a cidade do Porto teve tanta coisa...»; responde o outro «É verdade nem o presidente da América...»

Confesso que agora não tenho presente se o Presidente dos EUA algum dia visitou o Porto, o que sei é que do Papa o Povo fala assim...

Eu ouvi-o!

O Papa vai ao Porto

A Cidade Porto está a preparar-se para receber o Santo Padre.

Esta manha estive na Avenida dos Aliados e partilho aqui um pouco do que vi.

As boas vindas ao Papa

Em painéis electrónicos ...

... E nas fachadas dos prédios.

O altar onde será celebrada a Missa, amanha, às 10 horas e 15 minutos.

Uma estrutura a toda a largura do edifício da CM do Porto ...

... Sóbrio, de linhas direitas e dominado pelo vermelho do revestimento da base.

As flores para o altar

Acabadas de chegar ...

A cruz

Escondida atrás da estrutura do altar;
Só visível em toda a sua dimensão pelas trazeiras do mesmo.

Cadeiras para os convidados

Ainda embaladas!

O embelezamento dos edifícios vizinhos  

Com a ajuda dos bombeiros ...

E um Grupo de Jovens que já marcava lugar

 
São de Vila Nova de Gaia, estavam lá desde as 7 horas da manha, equipados com mochilas e sacos cama; e com muita alegria no rosto.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Visita do Papa


O Papa Bento XVI já está em Portugal...
A esta hora o Sua Santidade visita o Mosteiro dos Gerónimos.

O Papa Bento XVI visita Portugal

Papa Bento XVI

Sua Santidade o Papa Bento XVI inicia hoje, 11 de Maio, a sua primeira visita, enquanto sumo pontífice, ao nosso país.
Esta visita, que também é de Estado, acontece a convite do Presidente da República Portuguesa e da Igreja de Portugal e terá a duração de quatro dias, repartindo-se por três cidades, Lisboa, Fátima e Porto.
Ao longo dos últimos dias tenho lido e ouvido comentários bastante antagónicos a cerca desta visita, mas como estamos num Estado de Direito e Democrático, todas as opiniões devem ser respeitadas, ainda que algumas delas, pareçam completamente desprovidas de sentido e oportunidade.
Penso que, de uma forma geral, a Igreja portuguesa, tem tido uma postura correcta ao longo deste processo, porque soube colocar todo o enfoque da visita na sua dimensão religiosa e pastoral, afastando-se desta forma, das polémicas em que alguns queriam envolve-la.
O exemplo mais recente desta tentativa aconteceu ontem no programa de Miguel Sousa Tavares, na SIC, “Sinais de Fogo”.
Lá foram apresentadas algumas peças jornalísticas em que se tentou fazer passar a ideia de que esta seria uma visita oportunista, feita à medida de um desagravo programado à pessoa do Papa, que ultimamente viu a sua imagem afectada com a divulgação pública de casos de pedofilia no seio da Igreja Católica. Nas mesmas peças foram ainda abordados, em tom crítico, a excentricidade dos gastos com esta visita e a postura errada do Governo de Portugal, um Estado laico, que ao conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos, estava a provocar efeitos gravosos na economia do país.
Começando pelo final, e analisando friamente os dados, penso que a atitude do Governo pode merecer algum reparo, porque de facto a decisão de conceder tolerância de ponto pode ter repercussões ao nível da economia do país, nomeadamente, no que aos níveis de produtividade diz respeito. Mas a decisão governamental pode ainda ser merecedora de maior reparo, porque, em meu entender, ela teve objectivos eminentemente políticos. Posso estar enganado, mas vejo esta decisão, como um gesto de “falsa cortesia”, do Governo para com a Igreja Católica, a quem no âmbito da sua actuação tem afrontado em diversas ocasiões, sendo a mais recente, a Lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Enfim, uma acção de charme, não vá acontecer algum reparo público a cerca da actuação governamental, neste momento tão delicado para o executivo.
Quanto às críticas aos gastos com logística desta visita, eles são de facto muito elevados, mas parecem-me semelhantes aqueles que se suportam com outros eventos de natureza política e social que se realizam no país. Acho que estar a empolar este facto, neste momento, para o contrapor à doutrina social da Igreja, é demagogia barata. Além do mais, ao que consta a Igreja portuguesa não celebrou protocolos com o Estado para custear as despesas com as infra-estruturas para as celebrações e cerimónias públicas. Creio, e é público, que estas terão sido pagas com recursos próprios e com o contributo dos fiéis e de mecenas.
Por fim, perdoem-me a sinceridade, mas parece-me um atentado ao bom senso, dizer, como foi dito, que esta viagem acontece num momento estratégico e que foi programada para “dar ao Papa um banho de multidões” numa altura em que a sua imagem precisa de ser reabilitada. E que Portugal, sendo um país de brandos costumes, é o local próprio para que isso aconteça, fazendo crer que o povo português estaria a ser manietado.
Sem comentários.
Apenas dizer que, como é público, esta visita estava programada há muito tempo. Muito antes de terem sido revelados os recentes escândalos de pedofilia envolvendo a Igreja Católica. Que o Papa vem a Portugal porque foi convidado. E que os portugueses, e os Católicos em especial, apesar de não serem tão inteligentes como o Dr. Miguel Sousa Tavares, são pessoas de bom senso, que não se deixam manietar por instituições, sejam elas religiosas, políticas ou de outra natureza; nem por profissionais da comunicação, que na sua luta pelas audiências, desdizem os princípios éticos que afirmam abraçar.

Quanto ao essencial, faço votos para que a visita de Sua Santidade corra bem e seja um sucesso.