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terça-feira, 10 de abril de 2018

100 Anos da Batalha de La Lys e da participação portuguesa na 1ª Guerra Mundial

Justa e merecida reparação moral. A síntese histórica, ainda que de forma involuntária, corre o risco de não evidenciar suficientemente todas as circunstâncias que rodearam a participação portuguesa na 1ª Guerra Mundial e ser injusta para aqueles que menos o merecem. As academias, a comunidade cientifica e o país em geral, deveriam continuar a investir no estudo deste episódio da nossa história. Os 100 anos que entretanto passaram, são tempo suficiente para permitir um debate de ideias objetivo, consistente e suficientemente independente.


Soldado Milhões

Nos 100 anos da batalha da La Lys um herói na primeira pessoa... 




domingo, 10 de junho de 2012

A comemoração do 10 de junho em Portugal

Hoje é «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas».
A 10 de junho enaltece-se o passado glorioso do povo português, os feitos das suas comunidades espalhadas pelo mundo e exalta-se o poeta Luís de Camões.
Mas quando teve origem a comemoração do dia 10 de Junho em Portugal?
Para encontrarmos resposta para esta questão temos que recuar no tempo mais de um século.
Pode dizer-se que comemoração do dia 10 de Junho tem a sua referência mais remota no ano de 1880, quando, naquele dia, os militantes do Partido Republicano Português comemoraram o tricentenário da morte do poeta, transformando esse acontecimento numa das primeiras manifestações contra a Monarquia.
Após a proclamação da República, em 5 de outubro de 1910, o país assistiu a muitas mudanças no plano político, social e económico. Nos trabalhos legislativos dessa época e num contexto de mudança da ordem vigente, foi publicado um decreto que definiu o conjunto dos feriados nacionais, decreto esse, que procedeu à eliminação de alguns até então vigentes, de carater religioso, para reduzir a influência social da Igreja Católica e contribuir para a criação de um Estado laico.
Nessa época, Luís de Camões era tido como um génio da Pátria e gozava de bastante simpatia entre os republicanos que continuavam a atribuir grande importância ao 10 de junho, dia da sua morte, em 1580. Nesse dia, invocavam-se com particular enfâse as glórias camonianas, sem no entanto elevar a data à categoria de feriado nacional.
A propósito de Camões, autor de «Os Lusíadas» (quiçá a obra mais emblemática da literatura portuguesa), faço aqui um breve parêntesis, só para dizer que o poeta, à data da morte, era pobre e foi nessa condição que foi enterrado numa campa rasa. Crê-se que com o terramoto de 1755 ter-se-á perdido o rasto dos seus restos mortais, sendo que aqueles que jazem no seu túmulo, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos (onde as mais altas individualidades que visitam o país costumam depor flores), só por feliz coincidência serão os seus. Esta realidade muito dificilmente poderá comprovada cientificamente dado o facto de se saber muito pouco a cerca das relações familiares do poeta o que inviabiliza a realização de testes de ADN.
Mas voltando ao 10 de junho, a comemoração da data ganha especial preponderância durante o Estado Novo, sendo o Dia de Camões decretado feriado nacional e como tal comemorado em todo o país.
No entanto, ao contrário dos republicanos, que pretendiam um Estado laico, os dirigentes do Estado Novo, particularmente o Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar procurou transformar Camões num símbolo nacionalista e propagandístico das ações do regime.
A partir de 1944, o «Dia de Camões e de Portugal» vê a sua designação alterada para «Dia de Camões, de Portugal e da Raça», sendo que este último apelido, criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional, se inseria numa política de cultivo e engrandecimento do espirito nacionalista.
Com início da guerra colonial, que em muito havia de contribuir para o fim do Estado Novo, a comemoração do dia 10 de junho passou a ser utilizada para homenagear as forças armadas e condecoram heróis das campanhas no ultramar.
Com o 25 de Abril de 1974 e a implantação daquela que muitos apelidam como 3ª República, o feriado manteve-se, tendo o entanto perdido a característica de celebração de feitos bélicos.
Em 1978, a data vê de novo a sua designação alterada passando agora a apelidar-se de «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas», honrando passado glorioso do povo português, a nossa diáspora e a memória do poeta.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Achado arqueológico prova a existência de Belém

Aqui pode ler-se que Belém, a cidade onde nasceu Jesus Cristo, já não é apenas uma referência Bíblica. Ao que tudo indica, arqueólogos israelitas, terão encontrado achados que evidenciam a existência da cidade durante o período em que aparece descrito no livro sagrado.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

100 Anos de história em vídeo de 10 minutos

Este vídeo colocado no "Youtube" passa em revista, sob a forma de imagens, a História mundial de 1911 a 2011. As imagens recordam alguns dos acontecimentos mais significativos dos últimos 100 anos. As guerras, as tragédias e muitas das conquistas da Humanidade estão aqui. Vale a pena ver.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Falar de Dezembro (1)


 
RESTAURAÇÃO                DA INDEPENDÊNCIA



Dezembro começa com a comemoração da restauração da independência de Portugal. Tal como já aqui relatei, foi neste dia, em 1640, que um punhado de homens corajosos, “os conjurados”, devolveu a soberania ao nosso país e pôs fim a um período de sessenta anos de domínio da Coroa Espanhola.
Desde pequeno me habituei a ver nesta data um dia muito importante para a nossa Nação. Pensava, e ainda hoje penso, que se não tivesse ocorrido esta revolta, o nosso país, muito provavelmente, ter-se-ia convertido numa província do Reino de Espanha, como o são a Galiza ou a Andaluzia, por exemplo.
Por esse motivo, julgo que este acontecimento histórico, de há 371 anos, deve ser recordado como um dos mais importantes da nossa história e mostra bem que o orgulho de ser português, não é um qualquer slogan, mas um sentimento que acompanhou o nosso povo ao longo de séculos.
Por isso, não podia haver melhor forma de começar o mês, do que a relembrar este facto tão valoroso da nossa história, seja num dia feriado, ou talvez não...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Lugares da história com 370 anos


1º Jornal da SIC, 01 de Dezembro de 2010, 370 anos depois.

Restauração da Independência


Hoje é feriado, comemora-se em Portugal o dia da Restauração da Independência.
Foi a 1 de Dezembro de 1640, que um grupo clandestino de nacionalistas – “Os Conjurados” – composto por cerca de 40 homens, na sua grande maioria Nobres, comandados por João Pinto Ribeiro, levou a cabo a revolta que pôs fim a sessenta anos de domínio da Coroa Portuguesa pela Coroa Espanhola.
Aproveitando a proximidade do Natal e o facto de grande parte da corte ter partido para Espanha para as comemorações natalícias, os revoltosos invadiram o Paço da Ribeira (o palácio real) fazendo prisioneira a Duquesa de Mântua, espanhola e Vice-Rei de Portugal, e obrigaram-na a dar ordens às tropas para que se rendessem. Nesta acção acabaram por matar o Secretário de Estado, o português Miguel de Vasconcelos e atiraram-no pela janela.
Naquela época o Rei Filipe III de Portugal (Filipe IV de Espanha) estava ocupado em conflitos com outros Estados e a braços com grandes descontentamentos internos no Reino de Espanha, materializados em diversas revoltas. De entre estas, a mais significativa foi a revolta da Catalunha, que devido á sua proporção preocupou o Rei, que para lá fez deslocar muitas das suas tropas.
Ora, com a subordinação das tropas portuguesas aos revoltosos e sem que as tropas do Reino de Espanha tivessem capacidade para ripostar de imediato e ainda com o apoio do Povo e do Clero, a revolta terminou com êxito.
E foi assim que aos gritos de “Viva a Liberdade” os revoltosos aclamaram o Duque de Bragança, como Rei de Portugal, com o título de D. João IV. 
D. João, Duque de Bragança, que vivia no seu palácio de Vila Viçosa, era neto de Dª. Catarina de Bragança (que havia sido candidata ao trono em 1580) e era o único candidato legítimo ao trono de Portugal. Os Nobres revoltosos haviam já convencido D. João de Bragança, a juntar-se ao seu movimento conspirativo e com a sua aclamação puseram termo à Dinastia Filipina, dando inicio à quarta dinastia de Portugal, a Dinastia da Casa de Bragança.
Na origem desta revolta estava a ideia de recuperar a independência de Portugal, que à época era cada vez mais visto como uma província de Espanha, facto que revoltava a sociedade portuguesa.
Os Burgueses estavam muito desiludidos e empobrecidos com os ataques aos territórios ultramarinos portugueses e aos navios que transportavam os produtos que vinham dessas regiões. A concorrência dos Holandeses, Ingleses e Franceses diminuía-lhes o negócio e os lucros.
Os Nobres descontentes viam os seus cargos ocupados pelos Espanhóis, tinham perdido privilégios, eram obrigados a alistar-se no exército espanhol e a suportar todas as despesas. Também eles empobreciam e era quase sempre desvalorizada a sua qualidade ou capacidade. A corte estava em Madrid e mesmo a gestão da governação do Reino de Portugal, que era feita em Portugal, era entregue a nobres castelhanos e não portugueses. Estes últimos viram-se afastados da vida da corte e acabaram por se retirar para a província, onde viviam nos seus palácios ou casas senhoriais, para poderem sobreviver com alguma dignidade imposta pela sua classe social.
Portugal, na prática, era como se fosse uma província espanhola, governada de longe, sem qualquer preocupação com os interesses e necessidades das pessoas que cá viviam... Estas serviam para pagar impostos, cada vez mais altos e abrangentes e que se destinavam apenas a ajudar a custear as despesas do Império Espanhol.
Foi há 370 anos...
Nesta época em que a cada dia que passa, e sob diversas formas, vemos ameaçada a soberania de Portugal, parece-me pertinente recordar a atitude patriótica (e heróica) de portugueses doutros tempos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Implantação da República - passaram 100 anos


Estamos hoje a lembrar a implantação da República, facto histórico que ocorreu em Portugal há 100 anos, a 5 de Outubro de 1910.
Celebramos a mudança de regime político: a passagem de uma Monarquia Constitucional, para uma República Parlamentar.
Mas mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude inconformista do Povo Português, personificada na acção dos partidários republicanos.
Esses portugueses, lideres e simpatizantes do Partido Republicano Português, recusaram-se a aceitar o fatalismo de viver numa sociedade injusta e fechada, dominada por lóbis e instituições, que promovia o bem-estar apenas de uns quantos em detrimento da maioria que passava por grandes dificuldades. O Povo trabalhava de sol a sol, no campo, a grande maioria, ou então na indústria, ou nos serviços, mas ganhava muito pouco, e não tinha quaisquer regalias sociais, nem segurança no trabalho.
Esses mesmos portugueses, os revolucionários de 1910, rejeitaram também um sistema político pouco transparente, que embora sustentado por uma Monarquia Liberal que não restringia o direito à opinião, assentava numa alternância de poder entre os dois grandes partidos da época, o Partido Regenerador e o Partido Progressista. Sempre que um deles estava no poder e surgiam problemas graves, o Rei demitia-o, dissolvia o parlamento, marcava eleições, e chamava o outro para governar.
Esses portugueses opuseram-se ainda à prática diplomática da casa real, porque não concordavam com a capitulação sistemática dos interesses portugueses aos pés de outros Estados. Sentiam-se humilhados pelo facto do Rei de Portugal, Nação soberana com séculos de história, ceder sempre nas grandes negociações internacionais em que se via envolvido.
Este situacionismo social foi-se agravando durante décadas e conduziu o país para um beco sem saída.
Mas povo português não aceitou permanecer nesse marasmo e foram surgindo diversos grupos, liderados por intelectuais e figuras proeminentes da sociedade de então, que defendiam novas teorias para a organização da sociedade. Uma sociedade que fosse mais justa, verdadeiramente democrática e onde todo o cidadão nascesse e crescesse livre e tivesse a possibilidade escolher o seu futuro.
Da acção, por vezes clandestina e conspiradora de todos esses movimentos, eclodiu em 1910, o processo revolucionário que conduziu à implantação da República.
Os Republicanos tinham disseminado as suas ideias em sectores cada vez mais alargados da sociedade portuguesa, desde os intelectuais aos operários, e naquela época o Partido Republicano Português tinha já uma representação parlamentar digna de relevo e era, seguramente, o partido não monárquico, mais importante do país.
Na sua acção, os partidários republicanos criticavam com veemência a figura do Rei e da casa real, os seus gastos e a sua inoperância para resolver os problemas do país. O aumento de impostos, as fraudes eleitorais e a corrupção que grassava, eram males atribuídos à incapacidade dos políticos monárquicos para conduzirem o país no rumo certo.
Defendiam por isso que a resolução dos problemas do país começaria desde logo pelo derrube do regime monárquico, e a sua substituição por uma República parlamentar, devolvendo assim ao povo a possibilidade de escolher periodicamente o Chefe do Estado.
Ao longo anos sucederam-se algumas tentativas falhadas de proclamação da República, a primeira das quais, no Porto a 31 de Janeiro de 1891. A cada tentativa falhada, seguiam-se detenções, condenações e deportações, mas a determinação dos republicanos não esmorecia.
Em 1908, o país vivia uma situação explosiva, com grande descontentamento social e político, em muito potenciados pela existência de uma ditadura constitucional, encabeçada por João Franco e apoiada pelo Rei.
È neste clima de grande instabilidade que é morto o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro Luís Filipe, por membros da Carbonária, uma organização revolucionária com ligação à causa republicana.
Com a morte do Rei, e do herdeiro na sucessão ao trono, assume o poder o outro filho de D. Carlos – D. Manuel II, com apenas 18 anos de idade, a quem o povo inicialmente devotou grande simpatia e renovou a esperança de inverter o rumo do país. No entanto, apesar de D. Manuel II ter tomado algumas medidas populares e acabado com a ditadura constitucional, protagonizada por João Franco, os problemas sociais e económicos continuaram a agravar-se, e em Outubro de 1910, acontece a revolução que, após horas de luta armada, há-de culminar com a proclamação da República, no dia 5, pela boca de José Relvas, na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa.
Estava assim consumada a mudança de regime político em Portugal, tinha acabado a Monarquia e começado a República.
Como dizia acima, hoje, mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude de um Povo, que foi perseguindo o sonho de um ter futuro melhor. Por certo, nem todos teriam a certeza que a mudança de regime pudesse acudir a todos os males da nação, mas ousaram tentar, porque esta é atitude que se impõe aos audazes – aqueles de quem reza a história.
Hoje, passados 100 anos, sabemos que o processo de implantação da República que se seguiu à sua proclamação em 5 de Outubro de 1910 foi tudo menos pacífico. Há com certeza, pessoas e instituições, que poderão queixar-se de terem sido vítimas de um processo pós revolucionário em que reinou o desnorte, a desconfiança e o medo. Mas com o tempo a normalidade voltou à Nação e foram feitos os ajustes sociais que se impunham num processo como este.
O país começou então a ser governado por uma República parlamentar, em que o Chefe do Estado – O Presidente da República - passou a ser eleito directamente pelo Povo, cabendo o poder executivo ao Governo nomeado por iniciativa daquele, ou eleito, também directamente pelo Povo.
Mas qual é o significado desta mudança? O que significa, em teoria, que uma nação é governada por uma República?
Ora, a palavra República provem do latim “Rés Pública” que significa "Coisa Pública"; Assim sendo, fazendo uma a associação entre a etimologia desta palavra e acção dos agentes políticos, que ocupam os Órgãos do Estado, num regime republicano, pode dizer-se que quem ocupa um lugar público assume o compromisso com a sociedade de cuidar bem daquilo que é de todos, cuidar do que é comum como se seu fosse.
Certamente foi esta ilusão de cuidar bem da coisa pública, que moveu os revolucionários há 100 anos e deve também mover todos quantos são agentes públicos em Portugal, nos dias de hoje. O sonho de ter um futuro melhor, ainda hoje, passados 100 anos, continuar a perseguir muitos e muitos milhares portugueses, cujas condições de vida não são as melhores. O trabalho de construção de uma nação mais justa e mais fraterna está inacabado. Na actualidade a crise social e política, tirando a qualificação em diversos domínios, que 100 anos se encarregaram de fazer, assemelha-se em alguns aspectos à vivida nos finais do século XIX e inicio do século XX.
Por isso eu ouso perguntar: hoje o país não padece com o flagelo do desemprego, que afecta milhares e milhares de portugueses? Também hoje Portugal não sofre com os salários baixos e a degradação das relações e condições de trabalho? Também hoje a Nação não se vê ameaçada na sua soberania, pelo problema cada vez mais premente da dívida externa? Também hoje o sistema político português não assenta no rotativismo dos dois maiores partidos? Também não grassa às escâncaras a corrupção no nosso Portugal?
Passados 100 anos da proclamação da República, a resposta a estas questões só pode ser dada pelo povo português, com uma atitude inconformista que combata o desânimo e o descrédito, a exemplo do que fizeram há 1 século os revolucionários. Essa atitude de pro-actividade e participação, servirá para qualificar a nossa República, para a pôr verdadeiramente ao serviço dos portugueses, sobretudo daqueles que realmente mais precisam, repito, daqueles que realmente mais precisam.
Assim seremos dignos da herança que nos legaram António José de Almeida, Miguel Bombarda, José Relvas, Cândido dos Reis... e tantos outros portugueses, eminentes ou anónimos, que de uma forma digna e empenhada serviram a República Portuguesa ao longo destes 100 anos.

Por eles e por nós, Viva a República, Viva Portugal.

Neste post reproduzo o conteúdo de uma intervenção que proferi numa evocação histórica da implantação da República, levada a cabo por um grupo de jóvens de Tabuado.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tomada da Bastilha

Tomada da Bastilha

Hoje, em França, comemora-se a "Fête Nationale" (A Festa Nacional) - o dia da tomada da Bastilha.

Foi em 14 de Julho de 1789 que o Povo Francês, revoltado com as condições de vida que lhe eram impostas, assaltou a fortaleza da Bastilha, que era um dos símbolos da tirania monárquica e que naquela época, era utilizada como prisão estadual e depósito de armas e pólvora do exército francês.

Este episódio é dos mais marcantes da fase inicial da Revolução Francesaconsiderada o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea, abolindo a servidão e os direitos feudais e proclamando os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité).

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal

Hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Neste dia...
Celebramos a nossa identidade colectiva, a memória nacional... a nossa Pátria.
Enaltecemos o expoente da nossa poesia; do dizer em palavras os nossos feitos, as nossas angústias, a nossa alma... exaltamos o poeta, celebramos Camões.
Louvamos o espírito aventureiro da nossa gente, a sua capacidade para abraçar grandes empreitadas, o seu engenho para resolver pequenos e grandes problemas... celebramos as nossas Comunidades;

Celebra-se Portugal e lembram-se os Portugueses... onde quer que eles estejam.

Mas nos tempos que correm há muitos portugueses que se interrogam...
Haverá motivos para celebrar Portugal?
Como pode enaltecer-se uma sociedade que promove tantas desigualdades, que não protege verdadeiramente os mais fracos e em que a verdade e a justiça são postas em causa?
Como pode celebrar-se uma nação permanentemente acossada por notícias de corrupção, de méritos embusteados e de triunfos espertos?
Como podem celebrar Portugal aqueles que pouco têm e a quem são constantemente pedidos mais sacrifícios, não olhando sequer à sua condição?
A estas perguntas eu não ouso responder, porque a resposta me parece evidente.

Mas arrisco dizer, a esses portugueses que se interrogam, que Portugal são os Portugueses e que Portugal será o que nós dele fizermos.

Para terminar deixo aqui o poema "Mar Português" de um poeta moderno, talvez aquele que melhor interpretou a poesia de Camões: Fernando Pessoa.

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

                                                                  Fernando Pessoa, in Mensagem

Que as palavras do poeta funcionem como alento e sejam um bálsamo para os Portugueses nestes momentos tão difíceis; e que sirvam de inspiração para o futuro, porque Portugal tem futuro!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A guardiã do Diário de Anne Frank

Esta Senhora chamava-se Miep Gies e morreu ontem na Holanda.
Nasceu na Áustria, a 12 de Fevereiro de 1909, mas aos 13 anos mudou-se, com a restante família, para a Holanda.
Quando deflagrou a II guerra mundial, era empregada do pai de Anne Frank e juntamente com o seu marido e outros empregados, ajudou a menina judia e a família a esconderem-se dos Nazis, num sótão secreto de um prédio, em Amesterdão.
Mas na sequência de uma denúncia ás autoridades, os nazis descobriram o esconderijo e prenderam família Frank.
Depois dos alemães os terem levado, Miep Gies voltou ao sótão e descobriu, no chão, os manuscritos de Anne. Nessa altura, depois de perceber que se tratavam de escritos íntimos, limitou-se a recolher e a guardar os papéis, não os lendo, por respeito à privacidade da menina.
Manteve-os à sua guarda, a salvo dos Nazis e pensava devolve-los a Anne quando esta regressasse do cativeiro. Não o pode fazer porque a adolescente acabou por morrer de febre tifóide no campo de concentração de Bergen-Belsen, a 12 de Março de 1945, quando tinha apenas 15 anos. Por isso, Miep entregou os documentos ao pai de Anne, Otto Frank, o único membro da família que conseguiu sobreviver aos campos de concentração alemães.
Os escritos da Anne Frank foram publicados em 1947, sob a forma de diário, tendo-se transformado numa obra universal, um dos testemunhos mais genuínos e emocionantes do sofrimento porque passou o povo judeu durante o holocausto.
O livro encontra-se traduzido em 60 línguas e já vendeu mais de 25 milhões de exemplares.
Miep Gies, considerada a guardiã dos manuscritos de Anne Frank, tinha 100 anos e morreu na sequência de uma queda que deu por ocasião do Natal.
Nesta hora só me apetece dizer o mínimo: pelo que fez e a pela forma como o fez, muito obrigado minha senhora!