sábado, 9 de junho de 2012

Euro 2012


Daqui a poucas horas a seleção nacional de futebol tem a possibilidade de mostrar ao mundo que, ao contrario do que diz, não é apenas a Senhora Merkel quem manda no euro!!!
Vamos mostrar que os países pequenos e periféricos também têm uma palavra a dizer, neste euro (de futebol).

Ronaldo & Cª (!) Vamos a isto...

Senhor Presidente da República, você...


O problema é que estranhamente, ou talvez não, o «você» é utilizado na conversação pública por muito boa gente. Não é um exclusivo do Cristiano Ronaldo!
Avó Rosa, muito obrigado pelas suas lições na minha infância. É também graças a si que hoje posso escrever com propriedade estas palavras.
Senhor Presidente da República, Vossa Excelência... 

Espanha também vai cair

Num processo em tudo idêntico ao de Portugal a Espanha também cairá aos pés dos mercados. Pelo que se vai lendo por aqui e por ali o pedido de ajuda financeira espanhol pode ficar decidido ainda esta tarde.
Em relação a Portugal, à Grécia e à Irlanda, a Espanha tem a vantagem de já conhecer o funcionamento de todo o processo e como tal tem a obrigação de “saber cair” de modo a procurar minimizar o mais possível os danos provocados pela queda.
Se passarmos os olhos pelo caso português, verificamos que o esticar da corda em demasia não favoreceu o nosso país. Espanha parece ter entendido a lição. E desta forma pelo menos evita a humilhação das classificações “lixo” das agências de rating.
No entanto, parece-me que o problema de Espanha pode ser outro. Se a necessidade de auxílio financeiro alastrar da banca ao Estado, terá a Europa capacidade para resgatar a Espanha?

De exceção em exceção...

Não tarda, estamos no descrédito...

(leia-se no "Público")

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Fim do feriado do Corpo de Deus

Ainda a propósito do dia do Corpo de Deus, importará dizer, que pelas razões que todos conhecem, este é o último ano em que o mesmo é feriado em Portugal.
Este facto leva-me a tecer algumas considerações a propósito desta circunstância.
Desde logo para dizer que há países onde, à semelhança do que acontecia em Portugal, esta solenidade de natureza religiosa é feriado nacional; mas também há exemplos de Estados onde o mesmo já foi feriado e atualmente não o é.
Por outro lado, em termos estritamente religiosos, parece-me que o desaparecimento do feriado e a transferência da celebração festiva para o domingo seguinte é perfeitamente razoável. Assim já acontece com outras festividades onde a celebração litúrgica não coincide com a data do acontecimento referenciada pela tradição cristã. Estou a lembrar-me por exemplo do dia de Reis.
Dito isto e pensando, repito, na pura prática religiosa, parece-me que os crentes e particularmente os devotos do Santíssimo Sacramento, não deixarão de o ser pelo facto de este dia deixar de ser feriado.
Ainda assim, não posso deixar de notar que em muitas terras do nosso país, que se engalanavam (e de que maneira) para comemorarem esta festividade, existe hoje um sentimento de que se perdeu um acontecimento que fazia parte da sua tradição histórico religiosa e que era celebrado num dia de calendário especial.
Tapetes de Flores na festa do "Corpo de Deus" - Caminha 
Admitir este facto leva-me a constatar que as medidas que o Governo tem tomado (ou tem sido obrigado a tomar) começam a atingir os portugueses numa dimensão muito mais profunda que o indesejável “ir-lhes ao bolso”. E isso é mau, muito mau.
E no caso do corte dos feriados, parece-me que essa situação se torna evidente, pois falta demonstrar, em termos económicos, que o país venha a beneficiar com tal medida. Pelo contrário, tenho ouvido opiniões de gente muito informada (e bem formada), que garante que esta medida não terá qualquer impacto na economia real. E mais, garantem também que há países com economias bem mais desenvolvidas que a nossa onde o número de feriados até é superior.
Posto isto, e com o devido respeito por quem pensa de forma diferente, julgo que num país civilizado o aumento da produtividade nunca poderá ser alcançado com a degradação do bem-estar dos trabalhadores.
A diminuição do custo do fator trabalho parece-me que poderá ser suficientemente conseguida pelos ajustamentos no mercado laboral, pois a oferta de trabalho (por parte dos trabalhadores) supera em muito a procura do mesmo (por parte dos empregadores) e esta realidade conduz necessariamente a um abaixamento do preço de equilíbrio no mercado, facto que, por si só, já permite que as empresas adquiram trabalho a preços significativamente mais baixos.
Não valorizar adequadamente a realidade económica e social do país e tomar medidas com impacto na vida das pessoas que vão muito para além da questão económica e cujos benefícios não estão suficientemente comprovados, pode ferir de morte a credibilidade do Governo.
Passos Coelho disse, um dia destes, admirar a paciência dos portugueses. Mas o primeiro-ministro deve lembrar-se que a paciência é um recurso limitado e que tende acabar com o uso frequente...

O Corpo de Deus

Hoje, a Igreja Católica, celebra a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, popularmente apelidada como a festa do Corpo de Deus.
Segundo a norma canónica, esta festividade católica que exalta a presença de Cristo no pão e vinho consagrados na Eucaristia, acontece no 60.º dia após a Páscoa, coincidindo sempre com a quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que por sua vez sucede ao domingo de Pentecostes.
Desta forma, estabelece-se uma ligação íntima entre o dia em que se celebra esta festividade e a Quinta-feira Santa, precisamente o dia em que Cristo instituiu a Eucaristia, durante a Última Ceia com os Apóstolos antes da Sua crucificação e morte.
A origem desta celebração remonta ao século XIII e surge como resposta da Igreja a um conjunto de heresias que colocavam em causa a presença real de Cristo no pão consagrado, tendo-se afirmado a partir de então como um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento.
A celebração começou a realizar-se em 1246, na cidade de Liége, na Bélgica, impulsionada pela experiência de fé de uma freira agostiniana - Juliana de Mont Comillon - que afirmava ter tido visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Esta celebração veio a estender-se a toda a Igreja com a instituição da festa de Corpus Christ pelo Papa Urbano IV, em 1264.
Ora, Urbano IV, nascido em Troyese e a quem foi dado o nome batismo de Jacques Pantaleon, foi cónego e diácono-chefe do Cabido Diocesano de Liège e foi precisamente ele quem recebeu o segredo das visões da freira agostiniana.
Porém, segundo a tradição católica, há um outro episódio que contribuiu decisivamente para que esta celebração se estendesse a toda a Igreja.
Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (cidade italiana), enquanto celebrava a Missa, foi de novo assaltado pela dúvida. Mas no momento da consagração as suas dúvidas foram esclarecidas por meio de um milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, pingando sangue, manchando o corporal, e a toalha do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo.
Foi então que, por solicitação do Papa Urbano IV, os objetos milagrosos de Bolsena, foram levados para Orvieto numa grande procissão sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Crê-se que esta tenha sido a primeira grande procissão do Corporal Eucarístico.
Entretanto, a 11 de agosto de 1264, o Papa lançou desde a cidade de Orvieto para todo o mundo católico, através da bulaTransiturus o preceito de uma festa com grande solenidade em honra do Corpo do Senhor.
E ainda hoje a procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cânone 944, §1). É o que acontece, neste dia, em muitas cidades, vilas e aldeias do nosso país.