segunda-feira, 25 de junho de 2012

A síntese da execução orçamental e a necessidade de alterar a rota.

A síntese de execução orçamental recentemente divulgada pelo Ministério das Finanças mostra que nos primeiros 5 meses do ano houve uma deterioração das contas públicas.
Os números publicados revelam que no período compreendido entre os meses de Janeiro e Maio a receita efetiva do Estado caiu 2,3%. O aumento da receita não fiscal, na ordem dos 7,9%, não foi suficiente para compensar a queda da receita fiscal que se cifrou em 3,5%. A contribuir para a esta derrapagem da receita estiveram os impostos indiretos com uma redução global na ordem dos 5,9% (com o IVA a cair 2,8%) e o IRC cuja cobrança baixou 15,5%.
Não obstante se ter registado uma redução de 7,3% nas despesas com pessoal e de 7,9% nas compras de bens e serviços, no mesmo período, a despesa do Estado aumentou, destacando-se o crescimento da rúbrica Juros e outros encargos (80,1%) e das prestações sociais, particularmente o subsídio de desemprego.
A evolução das contas públicas, marcada sobretudo pela quebra das receitas, torna mais complicado o objetivo de alcançar um défice de 4,5% no final de ano de 2012.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, diz que ainda é cedo para pensar em novas medidas de austeridade. No entanto, vai ganhando forma a ideia de que a manter-se esta meta para o défice, elas serão inevitáveis. A grande questão é esta: quem é que ainda pode suportar mais medidas de austeridade?
Os funcionários públicos, que em muitos casos viram a retribuição pelo seu trabalho reduzida em mais de 20%, em apenas dois anos? Provavelmente não.
Os pensionistas, a quem foi cancelado o subsídio de férias e natal? Certamente que não.
Então, preparem-se os outros... E os outros já todos sabemos quem são. Ao que parece, nesse rol “dos outros”, não estão incluídos os parceiros das parcerias público-privadas.
O facto é que muito boa gente vem dizendo há muito tempo (e particularmente desde a elaboração do Orçamento de Estado para 2012) que as metas constantes do pacto de reequilíbrio financeiro são inatingíveis no atual contexto económico. Por isso, têm solicitado ao executivo liderado por PPC, uma renegociação dos termos do acordo celebrado entre Portugal e a Troika, no sentido de que seja concedido ao nosso país um alargamento do prazo para a consolidação das contas públicas e uma diminuição da taxa de juro cobrado pelo empréstimo que nos foi concedido. Essa hipótese sempre foi negada pelos responsáveis governamentais e particularmente pelo primeiro-ministro que chegou a afirmar que as metas são para cumprir “custe o que custar”.
Ora, perante os factos que se vão conhecendo e a posição do primeiro-ministro, apetece-me dizer que firmeza na ação não deve ser confundida com irrealismo.
PPC deve atentar no que sucedeu a José Sócrates, a quem tanto criticou a ação política. A teimosia, quase birra pessoal, em protelar o pedido de ajuda internacional ia sendo fatal para o nosso país. Espero que idêntica circunstância não venha a repetir-se com o atual primeiro-ministro, agora com a negação da hipótese de renegociação das metas do défice, até porque, parece ser claro, que outros países intervencionados se preparam para renegociar os termos dos acordos que celebraram com os organismos internacionais, com vista a tornar exequíveis os respetivos planos de recuperação financeira e económica.
O primeiro-ministro tem-se mostrado determinado em fazer seguir o barco (o país) no rumo que julga ser o correto. No entanto PPC deve saber que a avaliação que os portugueses fazem do seu trabalho enquanto timoneiro do barco pode oscilar entre a admiração, por ter conseguido chegar ao porto de destino com a embarcação em bom estado e a tripulação feliz, apesar de exausta; e o repúdio, por ter lá chegado com a embarcação semidestruída e a tripulação num estado dilacerante. É que muitas vezes, para chegar com o barco são e salvo ao seu destino, os comandantes têm que alterar rotas para contornar tempestades e isso é que faz deles grandes “homens do leme”

sábado, 23 de junho de 2012

Uma mulher que gosta da bola...

Imagem da chanceler alemã Ângela Merkel durante o jogo que opôs ontem a Alemanha à Grécia no Euro 2012. A Alemanha ganhou por 4-2...

domingo, 10 de junho de 2012

Realmente importa ver... E refletir.

Recebi de um amigo com o título: «Importa VER...» e com a seguinte mensagem:

«O pequeno vídeo que vais ver  (3:55)  mostra uma ilha que está localizada no Oceano Pacífico a 2.000 km da costa. Nesta ilha não vive ninguém. Só as aves, e mesmo assim... Vê o que acontece.
Uma curta-metragem que todos deveriam ver e tirar conclusões ...»



F.V., eu fiquei impressionado e a refletir.

Por favor, vejam e reflitam também. Alterar esta situação pode depender de pequenos gestos do nosso quotidiano, por mais insignificantes que nos possam parecer.

A comemoração do 10 de junho em Portugal

Hoje é «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas».
A 10 de junho enaltece-se o passado glorioso do povo português, os feitos das suas comunidades espalhadas pelo mundo e exalta-se o poeta Luís de Camões.
Mas quando teve origem a comemoração do dia 10 de Junho em Portugal?
Para encontrarmos resposta para esta questão temos que recuar no tempo mais de um século.
Pode dizer-se que comemoração do dia 10 de Junho tem a sua referência mais remota no ano de 1880, quando, naquele dia, os militantes do Partido Republicano Português comemoraram o tricentenário da morte do poeta, transformando esse acontecimento numa das primeiras manifestações contra a Monarquia.
Após a proclamação da República, em 5 de outubro de 1910, o país assistiu a muitas mudanças no plano político, social e económico. Nos trabalhos legislativos dessa época e num contexto de mudança da ordem vigente, foi publicado um decreto que definiu o conjunto dos feriados nacionais, decreto esse, que procedeu à eliminação de alguns até então vigentes, de carater religioso, para reduzir a influência social da Igreja Católica e contribuir para a criação de um Estado laico.
Nessa época, Luís de Camões era tido como um génio da Pátria e gozava de bastante simpatia entre os republicanos que continuavam a atribuir grande importância ao 10 de junho, dia da sua morte, em 1580. Nesse dia, invocavam-se com particular enfâse as glórias camonianas, sem no entanto elevar a data à categoria de feriado nacional.
A propósito de Camões, autor de «Os Lusíadas» (quiçá a obra mais emblemática da literatura portuguesa), faço aqui um breve parêntesis, só para dizer que o poeta, à data da morte, era pobre e foi nessa condição que foi enterrado numa campa rasa. Crê-se que com o terramoto de 1755 ter-se-á perdido o rasto dos seus restos mortais, sendo que aqueles que jazem no seu túmulo, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos (onde as mais altas individualidades que visitam o país costumam depor flores), só por feliz coincidência serão os seus. Esta realidade muito dificilmente poderá comprovada cientificamente dado o facto de se saber muito pouco a cerca das relações familiares do poeta o que inviabiliza a realização de testes de ADN.
Mas voltando ao 10 de junho, a comemoração da data ganha especial preponderância durante o Estado Novo, sendo o Dia de Camões decretado feriado nacional e como tal comemorado em todo o país.
No entanto, ao contrário dos republicanos, que pretendiam um Estado laico, os dirigentes do Estado Novo, particularmente o Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar procurou transformar Camões num símbolo nacionalista e propagandístico das ações do regime.
A partir de 1944, o «Dia de Camões e de Portugal» vê a sua designação alterada para «Dia de Camões, de Portugal e da Raça», sendo que este último apelido, criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional, se inseria numa política de cultivo e engrandecimento do espirito nacionalista.
Com início da guerra colonial, que em muito havia de contribuir para o fim do Estado Novo, a comemoração do dia 10 de junho passou a ser utilizada para homenagear as forças armadas e condecoram heróis das campanhas no ultramar.
Com o 25 de Abril de 1974 e a implantação daquela que muitos apelidam como 3ª República, o feriado manteve-se, tendo o entanto perdido a característica de celebração de feitos bélicos.
Em 1978, a data vê de novo a sua designação alterada passando agora a apelidar-se de «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas», honrando passado glorioso do povo português, a nossa diáspora e a memória do poeta.

sábado, 9 de junho de 2012

Berezka Ensemble

Isto é delicioso! A forma sublime como as bailarinas se movimentam sobre o palco na interpretação de uma dança folclórica russa é verdadeiramente encantadora!
O “passo flutuante”, a técnica utilizada é um segredo do grupo que as bailarinas guardam até da própria família.
Extraordinário!