segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Euro tem dez anos


Parece que foi ontem... mas estas notinhas já nos acompanham há dez anos!
Lembro-me bem do clima “apocalítico” que varreu o país nos tempos que antecederam a introdução da nova moeda. Das reportagens televisivas nas aldeias isoladas do interior do país, procurando velhinhos, de memória já debilitada, cuja dificuldade para converter escudos em euros fosse evidente. Lembro-me de numa dessas reportagens, ver uma senhora que mostrava um stock reforçado de produtos alimentares, não fosse ver-se impedida de os adquirir nos tempos que seguissem á introdução do euro, por não conseguir adaptar-se à nova moeda... Enfim... sempre tive a sensação de que aqueles cenários seriam mais jornalísticos do que reais e nunca temi pelo sucesso da operação, quanto mais não fosse, porque para o desenrasque não deve haver povo como o nosso. E ainda bem que assim é.
Passados poucos meses foi declarado oficialmente o sucesso do processo e todos nós ficamos orgulhosos, porque, mais uma vez, os portugueses tinham dado uma resposta à altura.
Seguiram-se tempos de euforia. Parecia impossível, podíamos viajar por grande parte da Europa e a nossa moeda era aceite na generalidade dos países (sem câmbios) e às mãos vinham-nos parar moedas e notas, cunhadas ou impressas noutros países, com igual valor à que circulava intra-portas. Tão inebriados ficamos que nem demos conta que os preços dispararam. E fomos compensando o aumento do custo de vida com o recurso ao crédito fácil que as baixas taxas de juro proporcionaram. Resultado: as pessoas endividaram-se de uma forma brutal e muitas delas vêm-se hoje completamente arruinadas. E o país? O país é o reflexo das pessoas: uma década sem crescimento económico, com o Estado a viver à custa de níveis de endividamento insustentáveis e as contas públicas a entrarem em colapso.
E o pior de tudo é que hoje também já se admite que até o próprio euro possa colapsar ou em alternativa, salvar-se, mas deitando-nos borda fora, num processo em que ninguém consegue, com rigor, prever as consequências.
Perante este estado de coisas, apetece dizer à portuguesa: peçamos mais dez anos... e depois logo se verá!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Cavaco Silva promulgou o Orçamento de Estado de 2012

Depois de ter criticado publicamente as opções do Governo contidas no Orçamento de Estadopara 2012, nomeadamente o corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas, dizendo julgar que o caso constituía uma “violação do princípio básico de equidade fiscal” e que estavam a ser ultrapassados os limites admissíveis nos sacrifícios que se estavam a pedir a alguns portugueses, o Presidente da República acabou por promulgar o documento, sem antes o ter enviado ao Tribunal Constitucional para averiguar da sua constitucionalidade.
Esta decisão contraria a expectativa criada em muitos sectores da sociedade portuguesa de que Cavaco Silva, em consequência das posições públicas que assumiu, remeteria o documento ao Tribunal Constitucional para análise da constitucionalidade de algumas das suas normas.
Eu tive oportunidade de dizer aqui no “Cidadão com Opinião” e noutros locais, que julgava que depois de aprovado o documento pela Assembleia da República, o Chefe de Estado não tinha margem de manobra para o vetar ou para o submeter a fiscalização prévia do Tribunal Constitucional.
O que para mim era evidente veio agora a confirmar-se.
No entanto, nessas ocasiões, também tive oportunidade de dizer que julgava que a decisão de Cavaco poderia não ser genuína mas sim condicionada pelo escrutínio permanente a que o país está sujeito por parte dos mercados e da comunidade internacional e que nessa medida se poderia estar a correr o risco de branquear a inconstitucionalidade de algumas normas com uma pertença situação de emergência nacional e pela necessidade do país ficar bem visto aos olhos do mundo.
Aguardo pela mensagem de ano novo para saber que justificações  vai dar Cavaco para ter agido desta forma, inconsequente para muitos. Estou curioso...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Morreu Chita, a companheira de Tarzan

O chimpanzé que actuou nos filmes de Tarzan, Chita, morreu no passado dia 24 de Dezembro, com 80 anos de idade.
Chita, que vivia numa reserva florestal, no estado da Florida, nos Estados Unidos, sucumbiu devido a problemas renais, depois de ter vivido o dobro do que seria expectável para um animal da sua espécie, criado em cativeiro. Aliás, Chita constava desde 2001 no Guiness book como o macaco mais velho do mundo.
O primata, companheiro de Tarzan, interpretado por Johnny Weissmuller, nasceu na Libéria e chamava-se originalmente Jiggs. No cinema, foi rebatizado como Cheetah e, por conta da fonética, no mundo latino ficou conhecido como Chita. O nome, assim pronunciado, levou a que o público pensasse que se tratava de uma macaca, quando na verdade Chita era um macho.
Não posso deixar de registar este acontecimento com uma pontinha de nostalgia, pois os filmes de Tarzam foram dos primeiros a que assisti na minha infância e devo confessar que enquanto criança me fascinava a interpretação daquele animal/actor.
Termino com mais uma curiosidade: na obra literária em que se basearam os filmes – As Aventuras de Tarsan, de Edgar Rice Burroughs, a personagem do macaco não existe!
Por causa deste acontecimento foi criado este portal para que os fãs de Chita possam deixar a sua homenagem ao chimpanzé.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Falar de Dezembro (7)



Sabores




Dezembro é um mês com sabores muito especiais: o bacalhau, o polvo, o peru, o bolo-rei, as rabanadas, os sonhos, as filhoses, os frutos secos... e por aí fora! Cada um acrescentará muitos mais à lista com certeza...

Península Ibérica à noite


Imagem da Península Ibérica, captada durante a noite pela Estação Espacial Internacional (ISS), no início do mês de Dezembro.