segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Incêndio em Valongo

Hoje, o final da tarde, nas cidades de Valongo e Ermesinde assemelhava-se a um qualquer dia de inverno, tal era a penumbra em que as duas cidades se viram mergulhadas, devido ao fumo, proveniente de um incêndio florestal, que tapava, de forma significativa, o sol.
O incêndio, que deflagrou cerca das 14:30, queimou mato e floresta numa zona que abrangeu o limite das freguesias de Alfena, Sobrado e Valongo, e chegou às imediações da zona habitacional da Quinta da Lousa. No combate às chamas estão envolvidos mais de 100 bombeiros, de 17 corporações, apoiados por 36 viaturas.
Esta problemática dos incêndios florestais, que se repete a cada ano que passa, com elevados custos económicos, ambientais e até humanos, parece não ter fim à vista, e isso revolta-me. É inadmissível que em Portugal - um país fustigado  há décadas por este flagelo- ainda não se tenham posto em prática medidas que reduzam substancialmente o número destas ocorrências.
Os milhares de hectares de terra queimada, os milhões de árvores consumidas pelo fogo, os animais dizimados e as vidas humanas que se vão perdendo ao longo dos anos, são motivos, mais do que suficientes, para que os responsáveis políticos do nosso país compreendam que, de uma vez por todas, é preciso implementar políticas que ponham cobro a esta situação que chega a ser vergonhosa.
Que se promova o reordenamento e reconversão da floresta; que se ponham em prática acções de carácter sócio ambiental que visem promover a limpeza e a manutenção da floresta; e que se punam, exemplarmente, os incendiários.
Que se tenha imaginação e arrojo; que seja criativo; que se esteja ao lado das populações; e não se invista recursos apenas no combate aos fogos.
A este propósito, gostava que lessem esta notícia no jornal Público que de tão simples, até parece cómica, mas que faz todo o sentido e pode fazer a diferença em termos sociais, ambientais e até económicos.
Enfim, da janela da minha casa observo, à distância, o evoluir do incêndio. De fora vem um cheiro intenso a fumo; ouço os murmúrios dos vizinhos, que vão comentando o evoluir do incêndio. Um sentimento de impotência e apreensão invada-me. Temo pela mancha florestal que envolve zona onde se situa a minha casa. Lembro-me bem de como me custou, em 2004, ver toda esta zona ser consumida por um incêndio.

E agora, passados 6 anos, com a floresta de novo regenerada... Não! Incêndio outra vez não!

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