O episódio que aqui relatei aconteceu no 1.º de maio de 2012. De lá até agora, algumas das maiores cadeias de distribuição que
operam em Portugal, têm aproveitado o feriado do dia do trabalhador para lançar
ações de promoção das suas vendas. De forma mais ou menos declarada, e com
maior ou menor agressividade, a cada ano que passa, esses agentes têm procurado
acautelar as suas posições comerciais protegendo-se contra possíveis (e inesperadas)
investidas da concorrência.
O presente ano de 2015 não foi exceção, bem
pelo contrário. Logo pela manhã, bastava ligar a televisão e assistir a dois ou
três blocos publicitários, para se perceber que, neste dia do trabalhador, mais
uma vez, estava lançada a caça ao consumidor.
Faço votos para que não tarde o dia em que no
1.º de maio se volte a olhar para as pessoas mais na sua dimensão humana e social e
menos na sua qualidade de consumidores.
Nessa altura, já estaremos certamente menos acossados
pela crise e a nossa sociedade não estará tão exposta e vulnerável. Porém, até que
esse dia chegue, não deixemos de cultivar a dignidade que nos resta, nem que para
isso tenhamos que sonhar e ter saudades do futuro...
Sem comentários:
Enviar um comentário