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sábado, 30 de abril de 2011

Ataque à protecção social dos trabalhadores portugueses

O antigo primeiro-ministro da Dinamarca e pai da “flexisegurança”, Poul Rasmussen, mostra-se aqui muito céptico quanto ao futuro das relações laborais no nosso país.
Manifesta receio de que nas negociações para elaborar um plano de ajuda financeira a Portugal, a 'troika' da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) " se esqueça do que é a flexisegurança e transforme esta negociação num expediente para “desmantelar a protecção dos trabalhadores e questionar os mecanismos da negociação colectiva”.
Rasmussen afirmou que “cabe agora a Portugal lutar para conseguir os melhores resultados das negociações” e aconselhou o nosso país “a negociar” e “a ser duro” nas negociações com o FMI e a EU (União Europeia).
O meu receio é de que devido ao factor tempo, e á situação de autêntica emergência financeira, o nosso país já não tenha capacidade para impor uma posição negocial forte. Portugal está de mão estendida e pôs-se a jeito para levar um pontapé, e ainda ter que agradecer a desfeita.
Constrangimentos provocados, na minha opinião, por causa de um pedido de ajuda feito fora de tempo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

História da caminhada trágica de Portugal


Sob o título de “Sócrates explicado”, o blogue “31 da Armanda” produziu este vídeo que aqui reproduzo. O guião foi escrito por Freitas do Amaral. Este facto abona a favor da “obra” porque o narrador dos factos foi alguém que participou nos mesmos e quando assim acontece, aos nossos olhos, a história torna-se mais real...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Portugal pede ajuda externa

O primeiro-ministro anunciou hoje aos portugueses que o Governo irá pedir (ou já pediu inclusive) a ajuda da União Europeia para tentar resolver os problemas financeiros do país.
Nos últimos dias, tinham-se agravado de forma incomportável as condições de acesso de Portugal aos mercados financeiros. A República, e também a economia portuguesa, devido às constantes descidas de “rating” por parte das agências de notação, corriam um risco sério de entrar em ruptura financeira por não conseguirem financiamento nos mercados financeiros internacionais.
Progressivamente em Portugal foi ganhando forma a ideia de que o recurso a ajuda externa seria inevitável. Era também essa a minha intuição. A falta de liquidez na economia portuguesa, que se vinha sentindo nas últimas semanas, fazia adivinhar que ao país não restava outra alternativa. Os Bancos reduziram drasticamente o crédito concedido às empresas e aos particulares. Ontem mesmo, fizeram saber que não emprestavam mais ao Estado, nem  estavam disponíveis para comprar mais dívida pública. Soube-se também que empresas do Sector Empresarial do Estado, como por exemplo a Metro do Porto, vivem situações de autêntico estrangulamento financeiro, que colocam dúvidas quanto à sua capacidade para cumprir os seus compromissos para com credores, fornecedores e até o próprio pessoal.
Enfim, foi ficando claro que única forma de inverter o rumo dos acontecimentos seria pedir assistência financeira à União Europeia, através do FEEF e também, ainda que indirectamente, ao FMI. A Portugal não restava outra alternativa e na minha opinião o pedido de resgate chega já com meses de atraso. Ainda assim, tenho esperança de que o passo hoje dado pelo Governo português contribua para devolver ao nosso país (e à nossa economia) a credibilidade perdida junto dos mercados financeiros internacionais. Espero que com este passo, o Estado, e também economia, possam voltar a dispor dos meios de financiamento de que necessitam para o seu funcionamento, e a juros razoáveis. Só assim o nosso país poderá criar a riqueza que o leve a alcançar níveis de crescimento económico que lhe permitam sair da recessão em que se encontra.
É claro que a implementação desta solução vai trazer consigo um acréscimo de sacrifícios para os Portugueses. Essa é uma realidade incontornável e que não deve ser escamoteada. Por isso, nesta hora, é preciso falar verdade aos portugueses e as acções dos responsáveis pelo país, devem ser dirigidas com o pensamento naqueles que vão ver as suas condições de vida degradas pela aplicação de novas medidas de austeridade, que se antevêem inevitáveis.
Ainda assim, entendo que nestas circunstâncias, os responsáveis e as figuras públicas do país devem por de lado todo e qualquer cenário catastrofista e adoptar um uma postura e um discurso de mobilização, fazendo um apelo à capacidade dos portugueses para enfrentar e superar situações adversas.
Espero, sinceramente, não ter que vir aqui um dia destes lamentar que o pedido de ajuda externa esteja a funcionar como arma de arremesso na campanha eleitoral. Seja ele usado como factor de responsabilização, ou de vitimização.
Pensando assim, está claro que não fiquei muito satisfeito com a comunicação desta noite do primeiro-ministro. Esperava um discurso em tom de mobilização, e com uma palavra para os portugueses, sobretudo para os que mais estão a sofrer com a crise. Não esperava um discurso de vitimização, de sacudir de responsabilidades e de ataque constante aos adversários políticos. Acho que chegou a hora de pensar nos portugueses (um bocadinho que seja) e de baixar a sua realidade.

Para a história

Fica aqui registado o momento em que neste dia 06 de Abril de 2011, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, anunciou aos portugueses que país irá pedir ajuda externa para resolver os seus problemas financeiros. Esta é a terceira vez que tal acontece. Fica aqui o registo.

terça-feira, 29 de março de 2011

Falar claro sobre a situação de Portugal

Portugal está a correr a passos largos para um beco sem saída.
Até agora, embora pagando juros muito elevados, o país tem conseguido financiar-se. Mas juros a níveis tão altos, não são suportáveis por muito mais tempo. E sejamos claros, esta é uma situação que não é de agora, tão pouco foi provocada pelo chumbo do PEC IV, ela arrasta-se há quase um ano porque o Governo nunca foi capaz de incutir nos mercados a ideia de que teria capacidade para implementar medidas que permitissem corrigir o descontrolo das contas públicas, o aumento da dívida soberana e a trajectória em declínio da nossa economia.
Esta é que é a verdade.
De facto, na minha opinião, o Governo demorou tempo a perceber que os mercados são bem mais exigentes que os portugueses no que diz respeito a promessas e a boas intenções. Se os portugueses, na sua irritante complacência, são capazes de não se revoltarem contra um Governo que fala a várias vozes e que num dia diz uma coisa e no outro exactamente o seu contrário, como tantas vezes aconteceu nos últimos dois ou três anos – veja-se o que aconteceu com os incríveis recuos e avanços nos grandes projectos de obras públicas como TGV, o novo aeroporto ou terceira travessia sobre o Tejo – já os mercados não funcionam assim; levam as suas análises ao extremo, e não se deixam enredar por falinhas mansas, nem por discursos de trazer por casa. Avaliam riscos de investimento e fazem-se remunerar tendo por base essa avaliação.
Mas a situação pode tomar proporções ainda mais graves. Com os sucessivos cortes no “rating”, a dívida soberana de Portugal está à beira de ser considerada “lixo” para os mercados financeiros. Ora quando isto acontecer, ou melhor quando os mercados perspectivarem esta situação, já não haverá investidores interessados em comprar a nossa divida, nem com remuneração a juros muito altos. Isto acontece porque os fundos de investimentos têm estatutos onde constam regras que os impedem de fazer investimentos em produtos eventualmente tóxicos, como seja por exemplo a dívida soberana de um país não recomendável em termos financeiros e económicos. Numa situação extrema como esta, esses investidores só admitem continuar a financiar esses Estados, e as suas economias, se aqueles tiverem “fiadores”, como por exemplo o FMI. Ora, todos nós sabemos as regras que são impostas por organismos como o Fundo Monetário Internacional, para avalizarem um país em dificuldades...
Chegados a este ponto que alternativas nos restam?
Uma coisa parece certa, já não basta o Primeiro-ministro e o Governo dizerem que Portugal não vai recorrer a ajuda externa.
(E já agora, convém que estes dois agentes políticos se convençam que até aos portugueses mais simplórios já começa a incomodar este discurso de campanha eleitoral, em que se responsabilizam os adversários políticos pelo actual estado de coisas, quando são eles próprios responsáveis pela condução do país há seis anos)
Será que chega a declaração dos partidos da área da governação de que se comprometem a dar continuidade ao programa de reequilíbrio das contas públicas, negociado com a União Europeia?
Esperemos para ver.
Mas eu temo que já nos falte tempo, aquele que andamos a desperdiçar ao longo dos últimos dois ou três anos. Tomara que não.     

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cientistas portugueses dão cartas

Em Portugal nem tudo são más noticias.
É com muita esperança e entusiasmo que leio estas notícias, que, felizmente, vão sendo cada vez mais frequentes, e que provam que os portugueses, quando lhes são dadas condições, conseguem estar na vanguarda do mundo científico, ser inovadores, enfim, ser tão bons como os melhores.
São os portugueses que continuam a fazer-me acreditar que o fado de Portugal pode ser diferente!
Parabéns para a equipa da Dra. Paula Soares e uma palavra de estimulo, para lhes dizer, que há muita gente que segue com admiração o seu trabalho de investigação e que deposita nele muita esperança.

terça-feira, 22 de março de 2011

A crise política anunciada

A crise política que o país evitava, pelo menos para já, tem dia e hora marcada.
Amanhã, quarta-feira, ás 15:00 horas, é discutido no parlamento o PEC IV, e ao que tudo indica, será chumbado, porque todos os partidos da oposição já anunciaram a rejeição das medidas contidas no documento e já quase todos manifestaram intenção de submeter a votação projectos de resolução contra o mesmo.
Ora, a ser aprovado pelo menos um destes projectos de resolução, o PEC é chumbado e fazendo fé em declarações públicas proferidas pelo primeiro-ministro José Sócrates, este pedirá a demissão, o governo cairá e o país vai para eleições.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Algumas medidas contidas no PEC IV

Numa análise rápida anotei algumas medidas contidas no documento do PEC IV.
Aqui está tema de conversa para os próximos dias!
  • Cenário macroeconómico para 2011 - contracção da economia em 0,9%;
  • Empresas públicas com despesas mais controladas e indemnizações compensatórias reduzidas;
  • Concessão a privados da exploração dos serviços de transporte ferroviário de passageiros integrados nas unidades de negócio CP Lisboa e CP Porto;
  • Gestão conjunta entre Carris e Metropolitano de Lisboa e entre STCP e Metro do Porto;
  • Aceleração e alargamento do plano de privatizações;
  • Maior controlo nas prestações sociais;
  • Cortes nas comparticipações dos medicamentos;
  • Redução de 10% nos custos com aquisição de bens e serviços na Administração Central do Estado nos próximos dois anos;
  • Racionalização das taxas do IVA;
  • Revisão de benefícios fiscais e deduções à colecta;
  • Os novos contratos de crédito à habitação não vão poder deduzir a amortização no IRS.
  • Planos de auto-poupança individual;
  • Trabalhadores, pensionistas e beneficiários de subsídios pagos pelo Estado vão poder aplicar de forma automática e periódica, uma parte da sua remuneração, da pensão de reforma ou do subsídio em produtos de poupança à sua escolha;
  • Extinção ou fusão de estruturas administrativas do Estado;
  • Supressão de 991 cargos dirigentes em 2011;
  • Corte de 170 milhões de euros nas transferências para as Autarquias em 2012;
  • Receitas adicionais de capital, decorrentes de concessões na área do jogo, comunicações e energia e venda de património;
  • Bancos com níveis de solidez mais elevados - rácio de solvabilidade no mínimo de oito por cento.

PEC IV - O documento

Quem quiser já pode consultar aqui o documento do PEC IV.

quinta-feira, 17 de março de 2011

PEC 4: a imagem da insensibilidade social

O Governo apresentou esta semana a “actualização anual do programa de estabilidade e crescimento” que fica conhecido como o PEC 4.
Genericamente este documento elenca uma série de medidas que o Governo se propõe implementar, quer do lado da despesa, quer do lado da receita, para conseguir alcançar as metas de redução do défice para os anos de 2011, 2012 e 2013.
Ora, no que diz respeito à despesa, o Governo propõe-se diminuir o valor daquela em 2,4% do PIB nos anos de 2012 e 20013.
Uma das medidas que o Governo pensa pôr em prática para atingir aquele desiderato é o congelamento dos salários no sector público e das pensões. No caso das pensões está ainda prevista a aplicação de uma contribuição especial com impactos semelhantes à da redução nos salários da Administração Pública, o que significa que os pensionistas com pensão superior a 1.500,00€ verão o valor daquela reduzida.
Esta medida parece-me extremamente injusta e revela uma grande insensibilidade social na hora de repartir os sacrifícios necessários para o equilíbrio das contas públicas.
Como é que é possível congelar pensões de 300,00€? Numa época de inflação crescente, como a que estamos a viver, em que todos os dias somos confrontados com aumentos dos medicamentos, da água, da luz, do pão, etc., atrevo-me a perguntar: como é que vão sobreviver os mais de um milhão de pensionistas que tê pensões iguais ou inferiores a 300,00€?
Não estará na hora de se ser mais justo na distribuição dos sacrifícios que se pedem às pessoas? Não será chegado o momento de pedir um esforço aos que mais podem?
Estou certo que sim e explico como e porquê.
O Governo já congelou os salários dos funcionários do sector público e reduziu a remuneração de todos aqueles que auferiam salários brutos mensais superiores a 1.500,00€; o mesmo Governo prepara-se agora para congelar todas as pensões e reduzir também as de valor superior a 1.500,00€.
Ora, porque que é ficam fora deste esforço, todos aqueles portugueses, que não sendo empregados do Estado ou do sector público, nem pensionistas, auferem também salários superiores a 1.500,00?
Não seria justo, por uma questão de equidade, fazer incidir também sobre estes salários uma contribuição especial nestes dois anos de esforço nacional para equilíbrio das contas públicas?
Penso que sim. Quanto mais não seja, pelo facto de também esses portugueses, empregados por conta de outrem ou trabalhadores por conta própria, profissionais liberais, empresários ou comerciantes, serem beneficiários do Estado, que a todos proporciona, por exemplo, ensino, assistência na saúde e segurança, tendencialmente gratuitos.
Se assim procedesse, o Governo por certo não necessitaria de congelar as pensões mais baixas e deixar uma percentagem significativa da população portuguesa num estado de autêntica emergência social.

sábado, 12 de março de 2011

A “Geração à Rasca” protestou!

Pelo que se lê aqui e pelo que se foi vendo e ouvindo ao longo da tarde nas televisões e nas rádios, o protesto da “Geração à Rasca” atingiu proporções de uma grande manifestação, repartida por várias cidades ao longo do país, com natural destaque para Lisboa e Porto.
Pelo que foi possível constatar, esta acção de protesto, de origem popular e apartidária, convocada através da rede social facebook, foi em termos sociais bastante abrangente e transformou-se numa acção de contestação inter-geracional. De facto, sem nunca perder de vista a génese do protesto – a precariedade nas relações laborais e o desemprego que afecta os mais jovens – esta manifestação transformou-se numa acção de reivindicação de melhores condições de vida, não só para esses, mas também para os seus pais e avós.
Devo confessar que estava expectante quanto à expressão numérica que atingiria este protesto. Nos últimos dias, senti que foi criado um “ruído” à volta desta manifestação, com o objectivo de tentar conter o seu impacto. Pode ter sido impressão minha, mas o que é facto é que primeiro foram as críticas severas de certos comentadores políticos ao Presidente da República, presumindo que este se estaria a dirigir aos jovens que hoje se manifestaram, quando no discurso da sua tomada de posse apelou aos jovens de Portugal para que “Ajudem o seu país. Para que façam ouvir a vossa voz. Para que sonhem mais alto”; Depois foram as notícias de que os organizadores, e os bastidores desta manifestação, estariam a ser vigiados pelas forças de segurança e serviços de informação; Depois foi a tentativa de colagem da organização a partidos políticos ou a estruturas sindicais; E por fim, foi a tentativa de minorar os fundamentos sociológicos deste movimento: um dia destes dois comentadores na SIC Notícias, apelidavam este movimento de uma especie de "conversa de tasca".
Também por causa deste contexto intemidatório que foi criado em seu redor, havia uma natural expectativa para ver como decorreria o protesto. Felizmente tudo correu com normalidade. O protesto teve a dimensão de uma grande manifestação. Os jovens, e os menos jovens, tiveram oportunidade de fazer ouvir a sua voz. E, quem de direito – governantes, estudiosos, cementadores – tem agora obrigação de, pelo menos, tentarem perceber porque é que mais de duzentos e cinquenta mil portugueses saíram hoje à rua. Isto digo eu...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mundial 2018


Portugal e Espanha apresentaram formalmente, há pouco minutos, em Zurique, na sede da FIFA, a candidatura conjunta à organização do Mundial de 2018.
Na corrida à organização do evento desportivo estão outras três candidaturas: Bélgica/Holanda, Rússia e Inglaterra.
A decisão da candidatura vencedora será conhecida pelas 15:00 horas.
Eu que gosto de futebol e que gosto muito de Portugal, percebi há pouco, que há motivos para querer que a organização não seja atribuída ao nosso país. Na cerimónia de apresentação, os protagonistas espanhóis, onde se incluiu o primeiro-ministro, fizeram questão de deixar implícita a ideia de que um dos trunfos da candidatura conjunta é a existência de uma excelente rede de vias de comunicação que ligam os dois países e as diversas cidades onde se realizarão os jogos. Destacaram a existência de aeroportos, auto-estradas e especialmente, uma rede de alta velocidade em Espanha, que se estenderá em breve a Portugal.
Ora, sabendo-se das incertezas que há em Portugal quanto à capacidade do país para construir o TGV, estas afirmações parecem-me inadmissíveis, ainda mais, sendo proferidas por responsáveis espanhóis. Na verdade, esta parece-me ser mais uma manobra encapotada para fazer querer aos portugueses que a construção do TGV é inevitável e assim contribuir para afundar um pouco mais o nosso país.
Perante este cenário, apetece-me dizer que gosto muito de futebol, mas que gosto muito mais de Portugal e dos portugueses.
Se uma das premissas para uma organização do mundial é essa, pois então, apresentemos a candidatura à organização do mundial de 2022 ou 2026, que talvez nessa altura o país, se entretanto tiver sido bem gerido, já possa estar em condições de construir essa infra-estrutura, sem perigo de comprometer o bem-estar actual e futuro dos portugueses.
E não me venham dizer que com esta opinião revelo falta de patriotismo, porque ser patriota é estar ao lado dos portugueses; é não atirar areia para os seus olhos e esconder a mão, ou mandar a outros que a atirem...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Lugares da história com 370 anos


1º Jornal da SIC, 01 de Dezembro de 2010, 370 anos depois.

Restauração da Independência


Hoje é feriado, comemora-se em Portugal o dia da Restauração da Independência.
Foi a 1 de Dezembro de 1640, que um grupo clandestino de nacionalistas – “Os Conjurados” – composto por cerca de 40 homens, na sua grande maioria Nobres, comandados por João Pinto Ribeiro, levou a cabo a revolta que pôs fim a sessenta anos de domínio da Coroa Portuguesa pela Coroa Espanhola.
Aproveitando a proximidade do Natal e o facto de grande parte da corte ter partido para Espanha para as comemorações natalícias, os revoltosos invadiram o Paço da Ribeira (o palácio real) fazendo prisioneira a Duquesa de Mântua, espanhola e Vice-Rei de Portugal, e obrigaram-na a dar ordens às tropas para que se rendessem. Nesta acção acabaram por matar o Secretário de Estado, o português Miguel de Vasconcelos e atiraram-no pela janela.
Naquela época o Rei Filipe III de Portugal (Filipe IV de Espanha) estava ocupado em conflitos com outros Estados e a braços com grandes descontentamentos internos no Reino de Espanha, materializados em diversas revoltas. De entre estas, a mais significativa foi a revolta da Catalunha, que devido á sua proporção preocupou o Rei, que para lá fez deslocar muitas das suas tropas.
Ora, com a subordinação das tropas portuguesas aos revoltosos e sem que as tropas do Reino de Espanha tivessem capacidade para ripostar de imediato e ainda com o apoio do Povo e do Clero, a revolta terminou com êxito.
E foi assim que aos gritos de “Viva a Liberdade” os revoltosos aclamaram o Duque de Bragança, como Rei de Portugal, com o título de D. João IV. 
D. João, Duque de Bragança, que vivia no seu palácio de Vila Viçosa, era neto de Dª. Catarina de Bragança (que havia sido candidata ao trono em 1580) e era o único candidato legítimo ao trono de Portugal. Os Nobres revoltosos haviam já convencido D. João de Bragança, a juntar-se ao seu movimento conspirativo e com a sua aclamação puseram termo à Dinastia Filipina, dando inicio à quarta dinastia de Portugal, a Dinastia da Casa de Bragança.
Na origem desta revolta estava a ideia de recuperar a independência de Portugal, que à época era cada vez mais visto como uma província de Espanha, facto que revoltava a sociedade portuguesa.
Os Burgueses estavam muito desiludidos e empobrecidos com os ataques aos territórios ultramarinos portugueses e aos navios que transportavam os produtos que vinham dessas regiões. A concorrência dos Holandeses, Ingleses e Franceses diminuía-lhes o negócio e os lucros.
Os Nobres descontentes viam os seus cargos ocupados pelos Espanhóis, tinham perdido privilégios, eram obrigados a alistar-se no exército espanhol e a suportar todas as despesas. Também eles empobreciam e era quase sempre desvalorizada a sua qualidade ou capacidade. A corte estava em Madrid e mesmo a gestão da governação do Reino de Portugal, que era feita em Portugal, era entregue a nobres castelhanos e não portugueses. Estes últimos viram-se afastados da vida da corte e acabaram por se retirar para a província, onde viviam nos seus palácios ou casas senhoriais, para poderem sobreviver com alguma dignidade imposta pela sua classe social.
Portugal, na prática, era como se fosse uma província espanhola, governada de longe, sem qualquer preocupação com os interesses e necessidades das pessoas que cá viviam... Estas serviam para pagar impostos, cada vez mais altos e abrangentes e que se destinavam apenas a ajudar a custear as despesas do Império Espanhol.
Foi há 370 anos...
Nesta época em que a cada dia que passa, e sob diversas formas, vemos ameaçada a soberania de Portugal, parece-me pertinente recordar a atitude patriótica (e heróica) de portugueses doutros tempos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 de Novembro de 1975




Faz hoje 35 anos, chegou ao fim, em Portugal, o Verão Quente.
Em 25 de Novembro de 1975, a ala dos militares mais moderados, chefiada por Ramalho Eanes e Jaime Neves, saiu à rua e pôs termo ao domínio dos militares fiéis a Otelo Saraiva de Carvalho, retirando o poder à extrema-esquerda.
Os militares regressaram aos quarteis e evitou-se a guerra civil. A revolução democrática consolidou-se em definitivo

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Desempregados a receber subsídio vão limpar florestas

Hoje à saída do I Encontro de Sapadores Florestais do Distrito da Guarda o Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, afirmou que os Governos Civis vão convocar beneficiários do subsídio de desemprego para a limpar as florestas, secundando o trabalho dos sapadores florestais.

Ora que aqui está uma boa notícia.

A nova geração de políticas sociais, que uns tantos, como eu, defendem para Portugal passam por acções como esta. A ajuda que a sociedade presta a quem dela precisa, não é gratuita, tem uma contrapartida, o trabalho para a comunidade.

Com este procedimento alcançam-se dois objectivos:

Primeiro – quem é ajudado mantém-se integrado num ambiente activo e a desempenhar uma função que pode ser socialmente relevante, elevando assim os seus níveis de auto-estima;

Segundo – a comunidade (o Estado, as Autarquias, as IPSS, etc.) beneficia da colaboração prestada por estes trabalhadores temporários, em áreas onde os mesmos podem suprir a falta de recursos humanos para desempenhar tarefas simples, mas muitas vezes essenciais para o bem-estar colectivo.

Todos saem a ganhar e o Estado Social torna-se mais justo e mais razoável.

A notícia pode ser lida aqui Jornal de Noticias.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Morreu Mariana Rey Monteiro

Mariana Rey Monteiro
1922-2010

Portugal viu partir ontem, dia 20 de Outubro, mais uma grande Senhora, a actriz Mariana Rey Monteiro. O teatro e o país ficaram mais pobres.
A actriz, filha de Robles Monteiro e de Amélia Rey Colaçofiguras ímpares do meio artístico português - nasceu em Lisboa, a 28 de Dezembro de 1922, e estreou-se, sob a direcção dos pais, no Teatro Nacional D.ª Maria II, em 1946, com a peça "Antígona", de Sófocles.
De seu nome completo, Mariana Dolores Rey Colaço Robles Monteiro, desenvolveu uma carreira ligada ao mundo do teatro, onde interpretou inúmeros papeis que mereceram rasgados elogios da crítica e a admiração e o carinho do Público. A actriz trabalhou ainda em cinema e televisão. E foi porventura na televisão que se tornou ainda mais conhecida do grande público. Dos trabalhos em que participou destaca-se a participação na série "Gente fina é outra coisa", em 1983, onde contracenou ao lado da mãe, ou em telenovelas como "Vila Faia", também 1983 - a primeira telenovela nacional - ou "Cinzas" (1993), ou "Roseira Brava" (1995). A personagem principal da telenovela "Vidas de Sal", realizada em 1996, foi o último papel desempenhado por Marina Rey Monteiro.
Nesse mesmo ano de 1996, a actriz foi agraciada com o grau de grande oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada.
Casada com o arquitecto Emílio Gomes Lino (1916-1958), com quem teve três filhos: Manuel Caetano (1948), Francisco Alexandre (1949) e Maria Rita (1952), Mariana Rey Monteiro faleceu com 87 anos, em casa, de “velhice”.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ranking das Escolas 2010


Fica aqui o link do jornal Público com um trabalho jornalistico muito completo a propósito do ranking das Escolas em 2010.


Mais uma vez o ensino privado levou a melhor sobre o ensino público. As dez primeiras escolas do ranking são privadas, com o Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto, mais uma vez, a encabeçar a lista das melhores.
Esta é uma realidade que não pode ser ignorada. Será que não está na hora do Estado garantir condições a todas as familias para que possam escolher se querem que os seus filhos frequentem escolas públicas ou privadas?
 Eu penso que sim.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tabela com os cortes dos salários da Função Pública

Como penso que muitos estarão interessados em saber, deixo aqui a tabela com os cortes dos salários na Função Pública, impostos no âmbito do PEC 3, para vigorar a partir do ano de 2011.

* Valor de redução que assegura a remuneração de 1.500,00€.