terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A guardiã do Diário de Anne Frank

Esta Senhora chamava-se Miep Gies e morreu ontem na Holanda.
Nasceu na Áustria, a 12 de Fevereiro de 1909, mas aos 13 anos mudou-se, com a restante família, para a Holanda.
Quando deflagrou a II guerra mundial, era empregada do pai de Anne Frank e juntamente com o seu marido e outros empregados, ajudou a menina judia e a família a esconderem-se dos Nazis, num sótão secreto de um prédio, em Amesterdão.
Mas na sequência de uma denúncia ás autoridades, os nazis descobriram o esconderijo e prenderam família Frank.
Depois dos alemães os terem levado, Miep Gies voltou ao sótão e descobriu, no chão, os manuscritos de Anne. Nessa altura, depois de perceber que se tratavam de escritos íntimos, limitou-se a recolher e a guardar os papéis, não os lendo, por respeito à privacidade da menina.
Manteve-os à sua guarda, a salvo dos Nazis e pensava devolve-los a Anne quando esta regressasse do cativeiro. Não o pode fazer porque a adolescente acabou por morrer de febre tifóide no campo de concentração de Bergen-Belsen, a 12 de Março de 1945, quando tinha apenas 15 anos. Por isso, Miep entregou os documentos ao pai de Anne, Otto Frank, o único membro da família que conseguiu sobreviver aos campos de concentração alemães.
Os escritos da Anne Frank foram publicados em 1947, sob a forma de diário, tendo-se transformado numa obra universal, um dos testemunhos mais genuínos e emocionantes do sofrimento porque passou o povo judeu durante o holocausto.
O livro encontra-se traduzido em 60 línguas e já vendeu mais de 25 milhões de exemplares.
Miep Gies, considerada a guardiã dos manuscritos de Anne Frank, tinha 100 anos e morreu na sequência de uma queda que deu por ocasião do Natal.
Nesta hora só me apetece dizer o mínimo: pelo que fez e a pela forma como o fez, muito obrigado minha senhora!

Cai neve em Tabuado

Também nevou em Tabuado...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Rotundas decoradas

Nesta quadra natalícia várias rotundas da cidade de Ermesinde foram decoradas por algumas escolas do primeiro ciclo da freguesia.
Os presépios e as decorações envolventes foram feitos em materiais recicláveis.
Havia por lá muitos garrafões e garrafas de plástico e outro tipo de embalagens e materiais, de várias cores ou devidamente decorados.
Em termos visuais, os vários conjuntos resultaram lindamente.
Achei o que se tratou de uma iniciativa muito interessante porque a par do alerta para as questões ambientais, promoveu a interacção entre a comunidade escolar e a população.
A iniciativa foi promovida pela Junta de Freguesia de Ermesinde.
Estão de parabéns todos os intervenientes.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A pressa do casamento homossexal

Ainda a propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo....
Acabo de ouvir o comentário de um jurista conceituado neste país que é bastante crítico em relação ao processo legislativo que conduziu à aprovação desta Lei.
Falando sobre a não possibilidade de adopção que é imposta aos casais do mesmo sexo, dizia ele, que o legislador utilizou uma técnica, a seu ver errada, que consistiu em fazer aprovar esta alteração traduzida em três artigos que alteram o Código Civil, a equiparar o casamento entre heterossexuais e homossexuais e um outro artigo, fora desse diploma, dizendo que o regime agora aprovado não se aplica à adopção.
Ao proceder assim o legislador ter-se-á esquecido de um conjunto amplo de outras normas, por exemplo a da procriação medicamente assistida e muitas outras, onde se refere o termo “casal” e onde com certeza agora se vão detectar erros.
Isto acontece porque o nosso país tem uma autentica “selva legislativa”, que todos os dias aumenta, em que um conjunto muito significativo de matérias é abordado e regulamentado em inúmeros diplomas.
Dizia este jurista que este processo foi caracterizado por uma “pressa legislativa” que é “uma pressa de TGV” para se chegar a alguma coisa que não se percebe… porque uma vez tomada a decisão não havia a necessidade desta pressa.
A meu ver, faltou aqui o tal debate prévio, que permitiria o amadurecimento de ideias e inclusive o apuro da técnica legislativa a utilizar. Desta forma evitar-se-iam futuras batalhas de natureza jurídica, que já se podem antever, com as quais o país se irá distrair e desperdiçar recursos.
Mas havia pressa, legitimada pelo voto popular, pronto…

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Casamento Homossexual

Sem emitir qualquer juízo de valor a propósito da questão, parece-me histórico e não quero deixar de registar aqui o facto de ter sido hoje aprovada na Assembleia da República, a Lei que legaliza o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
A proposta de Lei apresentada pelo governo, foi aprovada pela maioria de esquerda que compõem o actual parlamento e é o cumprimento de uma das medidas que constavam no programa eleitoral do PS, sufragado nas eleições legislativas do passado mês de Setembro.
Nos últimos dias, na rua, nos cafés e noutros lugares públicos, tenho ouvido comentários de muitas pessoas que se interrogam a acerca da hierarquia das prioridades que o governo estabeleceu para a sua governação.
Há muita gente que discorda do facto do governo ter estabelecido como assunto prioritário a legalização do casamento homossexual, um tema fracturante na sociedade portuguesa, quando o país tem problemas gravíssimos que reclamam a urgente tomada de decisões.
A mim, devo confessar que o que mais me incomodou foi o facto do assunto não ter sido minimamente debatido na sociedade portuguesa. Em meu entender, uma iniciativa legislativa com este cariz, tinha que ser precedida de um amplo debate.
Assim não entederam o partido socialista e governo que, pelo facto de terem ganho as últimas eleições legislativas, se julgaram legitimados para, com o apoio da restante esquerda, avançarem com esta medida uma vez que ela constava no programa eleitoral do PS.
Esta argumentação parece-me, no mínimo questionável.
O governo tem neste processo um mérito: Portugal é 0 8º país do mundo a legalizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Eis Portugal na vanguarda...

Continuando a citar o PR I

E ainda da mensagem de Ano Novo do PR

“...
A nossa crise não é apenas económica. É, também, uma crise de valores.
“...
Há que recuperar o valor da família. O esbatimento dos laços familiares tem sido um dos factores que mais contribuem para agravar as dificuldades que muitos atravessam.
“...
Devemos também valorizar a prática do valor da ética republicana. A ética nos negócios, nos mercados e na vida empresarial, mas também na vida pública, tem de ser um princípio de conduta para todos."
“...
seria absolutamente desejável que os partidos políticos desenvolvessem uma negociação séria e chegassem a um entendimento sobre um plano credível para o médio prazo, de modo a colocar o défice do sector público e a dívida pública numa trajectória de sustentabilidade. O Orçamento do Estado para 2010 é o momento adequado para essa concertação política, que, com sentido de responsabilidade de todas as partes, sirva o interesse nacional."