segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Magalhães... para as férias.

Ao que parece o concurso público internacional para fornecimento do computador "Magalhães" está, finalmente, concluído.
Os vencedores do concurso são duas empresas portuguesas (JP Sá Couto e Prológica) que formam o consórcio a quem foi adjudicado o  fabrico e distribuição do "novo Magalhães", no âmbito do programa e.escolinha.
Este mesmo consórcio havia já sido responsável pelo fabrico e distribuição do "Magalhães", na primeira edição do dito programa. Essa primeira edição, está agora envolta em polémica, uma vez que o fabrico e distribuição do computador foram atribuídos à JP Sá Couto sem concurso público.
Polémica à parte, às escolas vai agora chegar a segunda versão do "Magalhães", chamada MG2, que tem soluções técnicas superiores às do primeiro modelo. Os computadores destinam-se aos alunos do 1.º ciclo que entraram este ano para o 1.º ano e para os estudantes que a partir de 2010/2011 se matriculem no mesmo ano de escolaridade.
Neste caso, não posso deixar de fazer notar que estamos a dois meses do final do ano lectivo; será que os alunos ainda vão receber os computadores antes do final do ano?
O Ministério da Educação diz que vai fazer um esforço nesse sentido. Eu tenho dúvidas e tenho pena que, mais uma vez, neste como noutros casos, não se tenha aprendido com os erros do passado e se esteja a fazer a distribuição deste material muito tardiamente.
Aos alunos, às famílias e aos professores foi criada expectativa de que iriam dispor de mais este instrumento de trabalho, mas, ao longo do ano fui assistindo a formação, entre todos, de uma convicção de que o computador já não seria entregue.
Confesso-vos que o que mais me chocou foi a ideia, que vi progressivamente formar-se entre os alunos com quem contactei (e lembro que têm apenas 6 anos de idade), de que "os políticos são todos uns mentirosos...". Por várias vezes tentei explicar-lhes que não era necessariamente assim, que estavam a decorrer procedimentos burocráticos e que o "Magalhães" iria chegar. Mas o andamento das coisas foi contrariando as minhas explicações e o facto é que estamos no final do ano lectivo.
Agora finalmente surge esta boa-nova. Ainda assim, peço-vos que não criem expectativas demasiado altas, pois nestas coisas é habitual surgirem imprevistos. Já agora peço-vos mais uma coisa, não as criem também aos pequeninos, é que não é nada saudável que eles comecem, desde tão tenra idade, a duvidar das instituições e das pessoas mais influentes da nossa sociedade.
E no final pode até acontecer que até venham a ter o "novo Magalhães" para as férias... o que por este andar até já nem é nada mau!

sábado, 1 de maio de 2010

Ditos populares.

Quem me conhece sabe que gosto de ouvir os antigos; que respeito muito o saber fundado na experiência de vida.
Talvez por isso, também gosto bastante de parábolas, lengalengas e provérbios.
Quantas máximas para o nosso dia-a-dia não contêm estes ditos do povo, que passam de geração em geração?
Isto para dizer que ontem descobri mais um e bem curioso...
Uma colega de meia-idade (!), a Dª F., abeirou-se de mim e de outra colega (a I.A.) par nos cumprimentar e desejar bom dia. Acontece que a Senhora, aos nossos olhos, estava particularmente bonita. E estava-o de facto.
Vai daí, acto subsequente, a I.A. logo soltou um elogio «F., hoje está muito bonita!»; no que foi secundada por mim «... e com um aspecto muito Juvenil!»
Ao que a colega Dª F. respondeu: «sabem, é...

Corpinho de liceu, carinha de museu...»

Pedimos-lhe que repetisse, pois não conhecíamos o dito popular que, diga-se, nos suou bem ao ouvido. A Dª F. soletrou, e então percebemos o dito e o seu sentido.

E vocês perceberam?

Quero acrescentar que a Dª F. só aplicou a si este dito popular, por modéstia, porque a ela, ele não se aplica seguramente...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Este é o dia das maias


Para aqueles que gostam das tradições, aqui lembro mais uma.

Hoje, 30 de Abril, é o dia em que se colocam maias nas portas e janelas das nossas casas.

Dizem que é para não deixar entrar o carrapato!

A tradição popular também relaciona o acto com o episódio Bíblico da matança dos inocentes em Jerusalém. As maias colocadas em todas as portas e janelas terão confundido os soldados do Rei a quem terá sido informado que Jesus estava numa casa com uma flor amarela à porta. Esta confusão terá contribuído para que Jesus escapasse com vida e fugisse para o Egipto (levado pelos seus Pais).

Eu já cumpri a tradição!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

TGV, Novo Aeroporto... brincar com o fogo.

Depois dos acontecimentos dos últimos dias, esta notícia de que projectos como o TGV, o novo aeroporto, e a nova travessia do Tejo são para manter, leva-me a comparar o governo a alguém que anda  a brincar com o fogo.
Oxalá não se queime, para bem de todos os Portugueses.

Rui Rio

Rui Rio em reacção à decisão do Ministério das Finanças, que mandou recentemente vários autarcas repor os salários que auferiram na empresa "Metro do Porto", onde exerciam, em acumulação, as funções de administradores não executivos:

              "Demito-me... porque não estou disponível para este enxovalho público"

 

Um Homem frontal, consequente e rápido a agir... até por comparação com os restantes envolvidos.
Sem conhecer os contornos exactos da questão, para poder avaliar os méritos dos seus argumentos, gostei da atitude porque revela um elevado sentido de honorabilidade.
Mais pormenores podem ser lidos aqui.

Sócrates & Passos: uma mão cheia de nada...


 
A agência de raiting Standard & Poor´s (S&P) fez na passada terça-feira um corte na notação da dívida pública portuguesa. Os mercados estremeceram. Na bolsa de Lisboa o PSI 20 deu um trambolhão.
Por algumas horas o pânico instalou-se.
Eu fui acompanhando o evoluir da situação à distância. Amigos meus que trabalham no sector financeiro foram-me ligando, dando notícias do descalabro.
No final da tarde, depois de lhes dar tempo para contabilizar as perdas, fui eu quem pegou no telemóvel para fazer balanços e saber de perspectivas para o futuro.
Todos tinham a mesma opinião a cerca desta situação: trata-se de um ataque de especuladores que se aproveitam da débil situação económico-financeira do país para instalar o pânico entre os pequenos e médios investidores, para adquirirem as suas posições a preço de pechincha e para ganharem dividendos muito mais elevados à custa da dívida pública portuguesa.
Todos me transmitiram a ideia de que é necessária uma reacção forte dos responsáveis políticos do país. Deram-me a notícia de que «amanhã (ontem) José Sócrates (primeiro-ministro) e Passos Coelho (líder do principal partido da oposição) se vão reunir». Todos depositavam muita esperança nesse encontro.
Ontem durante o almoço segui com a atenção as notícias que davam conta do encontro entre os dois responsáveis políticos e de uma eminente declaração a dois. Aconteceu já no final do meu almoço.
Fiquei com sensação de que se tratou disso mesmo: uma declaração política. Um pacto de não agressão entre o governo e o maior partido da oposição. Quanto ao resto: uma mão cheia de nada...
Acham que antecipar a aplicação de algumas medidas previstas no PEC, como o pagamento de portagens nas SCUT ou aumento na fiscalização nas atribuições das prestações sociais, vai resolver o problema do desequilíbrio das nossas contas públicas?
Tenho dúvidas e confesso que esperava mais, muito mais.
Pensava que era chegada a hora de repensar os investimentos megalómanos em obras públicas; de impor uma redução nos gastos supérfluos e depois se necessário fosse, inclusive, um aumento do IVA para 21%.
Pensava... e não era só eu que pensava!