Ao que parece o concurso público internacional para fornecimento do computador "Magalhães" está, finalmente, concluído.
Os vencedores do concurso são duas empresas portuguesas (JP Sá Couto e Prológica) que formam o consórcio a quem foi adjudicado o fabrico e distribuição do "novo Magalhães", no âmbito do programa e.escolinha.
Este mesmo consórcio havia já sido responsável pelo fabrico e distribuição do "Magalhães", na primeira edição do dito programa. Essa primeira edição, está agora envolta em polémica, uma vez que o fabrico e distribuição do computador foram atribuídos à JP Sá Couto sem concurso público.
Polémica à parte, às escolas vai agora chegar a segunda versão do "Magalhães", chamada MG2, que tem soluções técnicas superiores às do primeiro modelo. Os computadores destinam-se aos alunos do 1.º ciclo que entraram este ano para o 1.º ano e para os estudantes que a partir de 2010/2011 se matriculem no mesmo ano de escolaridade.
Neste caso, não posso deixar de fazer notar que estamos a dois meses do final do ano lectivo; será que os alunos ainda vão receber os computadores antes do final do ano?
O Ministério da Educação diz que vai fazer um esforço nesse sentido. Eu tenho dúvidas e tenho pena que, mais uma vez, neste como noutros casos, não se tenha aprendido com os erros do passado e se esteja a fazer a distribuição deste material muito tardiamente.
Aos alunos, às famílias e aos professores foi criada expectativa de que iriam dispor de mais este instrumento de trabalho, mas, ao longo do ano fui assistindo a formação, entre todos, de uma convicção de que o computador já não seria entregue.
Confesso-vos que o que mais me chocou foi a ideia, que vi progressivamente formar-se entre os alunos com quem contactei (e lembro que têm apenas 6 anos de idade), de que "os políticos são todos uns mentirosos...". Por várias vezes tentei explicar-lhes que não era necessariamente assim, que estavam a decorrer procedimentos burocráticos e que o "Magalhães" iria chegar. Mas o andamento das coisas foi contrariando as minhas explicações e o facto é que estamos no final do ano lectivo.
Agora finalmente surge esta boa-nova. Ainda assim, peço-vos que não criem expectativas demasiado altas, pois nestas coisas é habitual surgirem imprevistos. Já agora peço-vos mais uma coisa, não as criem também aos pequeninos, é que não é nada saudável que eles comecem, desde tão tenra idade, a duvidar das instituições e das pessoas mais influentes da nossa sociedade.
E no final pode até acontecer que até venham a ter o "novo Magalhães" para as férias... o que por este andar até já nem é nada mau!