domingo, 20 de junho de 2010

Visita à Feira do Livro do Porto

Ontem á tarde, debaixo de um sol intenso, foi visitar a 80ª Edição da Feira do Livro do Porto.
O espaço da feira, na Avenida dos Aliados, estava agradável.
Fiquei surpreendido com a quantidade de pessoas que vi por lá. Àquela hora e apesar do sol, andariam por ali à volta de uns trezentos a quatrocentos visitantes, o que acho que é digno de registo.
Pude cruzar-me com algumas personalidades bem conhecidas do mundo das letras e das editoras que por ali estavam, a autografar e a promover as suas obras.
Enfim, passei lá cerca de três horas, percorrendo os diversos stands e esfolheando livros. É algo que me absorve, se pudesse ficaria lá o dobro do tempo e por certo não sentiria a sua passagem.
Ainda bem que fui acompanhado, porque a partir de certa altura, foi "a minha parceira" de visita quem me começou a apontar o relógio, lembrando outros compromissos.
Fiquei com muito boa impressão do certame e quanto aos livros vi por lá obras bem interessantes!

Tabuado e Jose Saramago

São atribuidas a José Saramago as seguintes palavras a propósito da Igreja Românica de Tabuado:

"Dentro e fora, a Igreja justificaria um dia inteiro de apreciação e o viajante sente grande ciúme de quem esse tempo já aqui gastou ou possa vir a gastar ".





Deixo aqui  o endereço do blog de José Saramago, para que, quem quiser, o possa visitar:

A minha leitura de Saramago

Eu fui um daqueles, certamente muitos, que foram absolutamente surpreendidos quando leram pela primeira vez Saramago.
O seu estilo de escrita, com frases muito longas e o uso da pontuação em moldes nada convencionais, baralharam-me completamente.
Lembro-me bem, nas primeiras 30 páginas, tive vontade de desistir.
Afligia-me o facto de o escritor usar vírgulas onde seria suposto usarem-se pontos finais, e de não separar, com travessões, as falas das personagens,...
Mas depois, consegui habituar-me ao ritmo da narrativa e tudo se simplificou; a leitura tornou-se fácil e estranhamente fluida!
É este estilo de escrita, que creio ser único na literatura contemporânea, aliado a uma capacidade criadora absolutamente sublime, que fizeram de Saramago um escritor absolutamente singular e merecedor da minha admiração.
No que toca ao homem Saramago, admiro particularmente a sua postura na defesa da dignidade humana, na luta por uma sociedade mais justa e mais recentemente, na defesa do meio ambiente.
Noto porém uma dissonância entre o autor Saramago e homem Saramago.
Passo a explicar.
Para mim, Saramago enquanto autor, deixou em muitos momentos transparecer na sua narrativa marcas indeléveis de uma dimensão mística, que o homem Saramago acossado pela sua ideologia, sempre tentou ocultar e mesmo combater, nem sempre da forma mais apropriada, na minha opinião.
Custou-me ver este homem, cuja obra lhe deu a passagem à galaria dos imortais, envolver-se em polémicas com Instituições que são tão merecedoras de respeito como o era o seu génio criador. E mais, que essas polémicas, quer pela sua natureza, quer pelo momento em que deflagraram, pudessem ser conotadas com técnicas de marketing para promover a venda dos seus livros.
Ainda assim, penso que as polémicas e as questiúnculas ideologias, que alguns fazem sempre questão de realçar sempre que se fala de Saramago, são minúsculas quando comparadas com dimensão da sua obra. Portanto, o acessório, não pode impedir-me de dizer que Portugal ficou mais pobre, porque viu partir um dos seus filhos mais ilustres. Fica-nos o seu legado.

José Saramago

A esta hora decorre o funeral de José Saramago.
José de Sousa Saramago nasceu no seio de uma família humilde, a 16 de Novembro de 1922, em Azinhaga, uma aldeia do concelho da Golegã.
Quando tinha apenas dois anos de idade seus pais mudaram-se para Lisboa. Foi na Capital que fez a sua instrução primária e posteriormente os estudos secundários, tendo frequentado o liceu e uma escola técnica.
 Apesar do gosto que demonstra pelos estudos, a sua condição económica não lhe permitiu continuar a formação académica e começou a trabalhar como serralheiro mecânico.
Mesmo afastado da escola, Saramago continua apaixonado pelos livros e cultiva um gosto exacerbado pela leitura; visita com frequência bibliotecas públicas e transforma-se num autodidacta.
Profissionalmente e para prover o seu sustento e de sua família, vai prosseguindo uma carreira onde exerce funções diversificadas, primeiro como funcionário público, nas áreas da saúde e da previdência social, e depois como editor, tradutor e jornalista.
A sua obra literária inicia-se em 1947, com o romance, “Terra do Pecado”. Tinha 24 anos de idade.
Seguiu-se um interregno de 19 anos.
Em 1966, retoma a sua carreira literária, com uma obra de poesia “Os poemas impossíveis”. A partir daí a sua veia literária alimentou uma carreira artística ligada ao mundo das letras que não mais cessou. Foi escritor, argumentista, dramaturgo, contista, diarista, contador de viagens, romancista e poeta.
A partir de 1976 viveu completamente dedicado à escrita.
Em 1998, foi distinguido com o Prémio Nobel de Literatura, o galardão mais alto atribuido a um escritor, a nível internacional.

No anúncio do prémio, a Academia Sueca destacou o talento de Saramago, que "com parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia, torna compreensível uma realidade fugidia."
Saramago viu desta forma reconhecido, á escala mundial, o valor da sua obra e foi considerado responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da literatura em língua portuguesa.
Saramago foi também distinguido com o Prémio Camões, distinção maior atribuída a um escritor de língua portuguesa.

Aqui fica a sua obra publicada:

                                               Romances                                                 Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

Poemas
Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Contos
Objecto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Crónicas
Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1977
Diário e Memórias
Cadernos de Lanzarote (I-V), 1994
As Pequenas Memórias, 2006

Viagens
Viagem a Portugal, 1981

Infantil
A Maior Flor do Mundo, 2001

sexta-feira, 18 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

IV Mostra e Festas em honra de Santo António em Tabuado

Durante os dois últimos fins-de-semana Tabuado esteve em festa!
No primeiro, decorreu a IV Mostra de Tabuado, no segundo, celebraram-se as festas em honra de Santo António.
Eu tive oportunidade de estar presente nestes dois eventos e pude verificar, por um lado, a forma empenhada como os organizadores trabalharam para a sua efectivação, e por outro, todo o esmero daqueles que neles participaram.
Apreciei, em particular, a forma como a juventude participou nestas duas realizações. Os mais jovens mostraram que em Tabuado há "potencial humano" que, se for estimulado e devidamente acompanhado, pode assegurar o futuro da terra.

Começo então pelo primeiro acontecimento, a IV Mostra de Tabuado.

Este certame, organizado pela Junta de Freguesia Tabuado, procurou proporcionar aos agentes da terra, e não só, uma ocasião para divulgarem as suas actividades. A todos foi dada a oportunidade de darem a conhecer o seu trabalho, quer através de exposição em stands apropriados, quer através da apresentação do mesmo em palco (numa versão mais lúdica).

Sr. Presidente da Câmra Municipal e Sra. Presidente da Junta de Freguesia
de visita aos stands de exposição.

Devo dizer que, na minha opinião, esta IV edição da Mostra de Tabuado foi muito bem conseguida.
Durante os três dias do certame foram apresentados trabalhos muito diversificados.
Nos stands de exposição viu-se de tudo: artesanato, produtos da terra e trabalhos das Escolas e das Associações.
No palco cruzaram-se várias gerações e diversas formas de expressão artística e cultural. Passaram por lá Tabuadenses (e não só) de todos os escalões etários, desde os alunos do Infantário, de tenra idade, até aos “nossos maiores” do centro de convívio da Casa do Povo de Tabuado. Por lá ouviu-se música POP, ligeira e tradicional e também se viu dança, coreografias e expressão corporal. Por lá se falou de educação, formação cultural e cívica e também do presente e do futuro de Tabuado.
E como não podia deixar de ser, no programa também não faltaram os jogos tradicionais...
Tudo num ambiente bastante descontraído, por vezes até informal!
O número de visitantes também me surpreendeu pela positiva. Vi por lá muita gente.
Mas o que verdadeiramente me surpreendeu foi a participação espontânea da juventude. Os adolescentes e jovens de Tabuado fizeram questão de marcar presença e de se afirmarem na sua terra. E fizeram-no com distinção, digo eu. Que bem (muito bem!) cantaram, tocaram e dançaram. Estão todos de parabéns!
Os meus parabéns são igualmente extensivos aos restantes participantes na Mostra. Desde logo aos expositores cujos stands estavam muito bem organizados e particularmente atractivos; mas também aos membros da comunidade escolar de Tabuado (professores, pessoal auxiliar e alunos), cuja participação esteve ao nível do que já nos habituaram em edições anteriores; e também as Associações, mormente a Casa do Povo de Tabuado, que mais uma vez promoveu a participação tão agradável e valiosa dos utentes do seu centro de convívio e a ACR Tabuado, que organizou os jogos tradicionais, que não podem faltar num evento desta natureza.
Quase a terminar permitam-me só dois lamentos. Primeiro: fiquei triste por não ver o folclore na Mostra de Tabuado; ao que julgo saber o facto ter-se-á ficado a dever a questões de agenda do Rancho Folclórico da ACR Tabuado. Foi pena porque o folclore é uma das coisas que se faz bem em Tabuado. Segundo: continua a notar-se uma fraca representatividade da actividade económica da freguesia na Mostra. Também é pena porque o certame também essa finalidade, divulgar a actividade económica da freguesia.
São desafios para futuras edições.
E por fim, para acabar, deixo também os meus parabéns a quem organizou a IV Mostra de Tabuado e a todos os que colaboraram com a organização. Eu percebo os incómodos, as complicações e o cansaço... Mas fica aqui uma palavra de estímulo: Tabuado, precisa da Mostra e a Mostra precisa de vós... continuem!

E agora as festas em honra de Santo António.

Com o figurino actual, realizaram-se no último fim-de-semana, e pelo 5º ano consecutivo, as festas em honra de Santo António.
Este acontecimento que decorreu de Sexta a Domingo teve o brilho próprio de uma festa popular/religiosa: iluminação, animação musical, marchas populares, fogo-de-artifício e as celebrações religiosas.
Apesar da crise económica que o país atravessa, cujos efeitos necessariamente também se fazem sentir na freguesia de Tabuado, a Comissão de Festas conseguiu reunir os meios financeiros que lhe permitiram organizar um programa que manteve o nível apresentado nas edições anteriores.
Daquilo em que pude participar destaco aqui dois aspectos, quiçá aqueles que pela sua beleza mais me chamaram a atenção.
Primeiro: a sessão de fogo-de-artifício de Sábado para Domingo. Muito boa! E não fui só eu que assim a qualifiquei... pois pude constata-lo pelos comentários que se sucediam ao meu lado.
Segundo: A procissão, no Domingo à tarde. Majestosa! Das mais bonitas que já se organizaram na nossa terra... e muito paticipada. O tempo também ajudou!
Para todos os que colaboraram na organização das festas em honra de Santo António e particularmente aos cinco membros da Comissão de Festas deixo aqui também os meus parabéns.