segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tongobriga - um tesouro para descobrir


Recentemente tive oportunidade de visitar a cidade romana de Tongobriga, que foi "descoberta" em Agosto de 1980 e se situa na actual freguesia do Freixo, Concelho de Marco de Canaveses.
A visita foi conduzida e orientada pelo Professor Doutor Lino Tavares Dias, arqueólogo, coordenador e director de investigação e gestão da Área Arqueológica do Freixo, que inclui aquela urbe romana e começou com uma palestra no auditório, onde foi apresentado, em traços gerais, o enquadramento histórico, científico e administrativo daqueles 50 hectares de área classificada, que são monumento nacional desde 1986.
Seguiu-se uma visita “ao terreno” que me levou a mim, e aos demais visitantes, aos diversos sectores daquela cidade romana, que terá sido edificada entre final do século I e meados do século II. Além da visita à área habitacional, à necrópole, ao fórum e ás termas públicas, passamos ainda pelas instalações, já edificadas, do futuro centro interpretativo e pelo laboratório onde se desenvolve a investigação científica dos achados arqueológicos.
Eu fiquei muito surpreendido com o que vi. Não imaginava a cidade com aquela dimensão, com aquelas infra-estruturas e tão pouco com a importância geoestratégica, que se julga teria à época.
A sensação com que fiquei no final da visita é de que Tongobriga é não só um tesouro real, por aquilo que dela já se conhece, mas também uma riqueza latente, tal é o potencial do desconhecido que ainda encerra.
É por isso que penso que a Área Arqueológica do Freixo, tem que continuar a merecer a atenção e o investimento das entidades competentes, nomeadamente do Ministério da Cultura. Pelo que me parece, este investimento torna-se imprescindível, para que se possa dar continuidade, não só às actividades de descoberta iniciadas há 30 anos, mas também ao trabalho de divulgação e promoção deste Monumento Nacional, junto da sociedade cível e estabelecimentos de ensino.
Não quero terminar sem antes dar os parabéns ao Professor Doutor Lino Tavares Dias, pela forma brilhante como conduziu a visita, pois juntou à descrição dos achados/ruínas um enquadramento histórico, científico e cultural que fascinou os presentes.
E para acabar dois desejos: primeiro - que entre em funcionamento, o quanto antes, o centro interpretativo; segundo – que a região envolvente (compreendendo populações e instituições) interaja com a área arqueológica, para que se possam criar sinergias que permitam tirar partido de todo o potencial que Tongobriga encerra.

Estão curiosos? Passem por lá... e verão que falo verdade!

Podem começar por consultar aqui o sítio de Tongobriga na Internet.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Processo Casa Pia

Está marcada para daqui a uma hora (ás 9:30) a leitura do acórdão com a sentença do processo de pedofilia da Casa Pia.

Perante tudo o que tenho ouvido e lido apetece-me perguntar:

Este é o grande dia ou é o primeiro dia de um final anunciado, em que ninguém conhece o dia ?

Logo saberemos...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Multibanco celebra 25 anos

A 2 de Setembro de 1985, foi colocada, em Portugal, a primeira caixa de multibanco numa dependência do Banco Nacional Ultramarino (BNU), no Rossio, em Lisboa. Actualmente a rede de Multibanco conta com mais 13 mil equipamentos espalhados por todo o país e a utilização do “cartão” está absolutamente vulgarizada na sociedade portuguesa.
Hoje, passados 25 anos, a esmagadora maioria dos portugueses utiliza o multibanco no seu dia-a-dia, mas eu tenho-me cruzado com pessoas que ainda não querem ouvir falar dele... Mas esse número vai sendo cada vez mais reduzido!

Ditos populares


"Quem profia, mata caça..."

Fonte: F.A.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Iraque: termina a guerra da mentira


O Presidente norte-americano Barack Obama fará esta noite um discurso à nação, onde assinalará o fim das operações de combate no Iraque. Terminará assim oficialmente uma guerra de 7 anos contra aquele Estado soberano, movida por uma coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos da América.
Desde sempre fui contra esta guerra, desde logo pela desproporção de meios ao dispor dos dois beligerantes e depois, e acima de tudo, porque ela foi fundada numa premissa falsa, a de que o Iraque deteria armas de destruição maciça, o que nunca se veio a confirmar.
É por isso que digo: hoje termina a guerra da mentira... Uma guerra que deixa o Iraque dizimado, mergulhado numa profunda crise económica, politica e social e num estado de sítio permanente, que mais de assemelha a uma guerra cível.
Satisfeito (?) Sr. George W Bush???

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Incêndio em Valongo

Hoje, o final da tarde, nas cidades de Valongo e Ermesinde assemelhava-se a um qualquer dia de inverno, tal era a penumbra em que as duas cidades se viram mergulhadas, devido ao fumo, proveniente de um incêndio florestal, que tapava, de forma significativa, o sol.
O incêndio, que deflagrou cerca das 14:30, queimou mato e floresta numa zona que abrangeu o limite das freguesias de Alfena, Sobrado e Valongo, e chegou às imediações da zona habitacional da Quinta da Lousa. No combate às chamas estão envolvidos mais de 100 bombeiros, de 17 corporações, apoiados por 36 viaturas.
Esta problemática dos incêndios florestais, que se repete a cada ano que passa, com elevados custos económicos, ambientais e até humanos, parece não ter fim à vista, e isso revolta-me. É inadmissível que em Portugal - um país fustigado  há décadas por este flagelo- ainda não se tenham posto em prática medidas que reduzam substancialmente o número destas ocorrências.
Os milhares de hectares de terra queimada, os milhões de árvores consumidas pelo fogo, os animais dizimados e as vidas humanas que se vão perdendo ao longo dos anos, são motivos, mais do que suficientes, para que os responsáveis políticos do nosso país compreendam que, de uma vez por todas, é preciso implementar políticas que ponham cobro a esta situação que chega a ser vergonhosa.
Que se promova o reordenamento e reconversão da floresta; que se ponham em prática acções de carácter sócio ambiental que visem promover a limpeza e a manutenção da floresta; e que se punam, exemplarmente, os incendiários.
Que se tenha imaginação e arrojo; que seja criativo; que se esteja ao lado das populações; e não se invista recursos apenas no combate aos fogos.
A este propósito, gostava que lessem esta notícia no jornal Público que de tão simples, até parece cómica, mas que faz todo o sentido e pode fazer a diferença em termos sociais, ambientais e até económicos.
Enfim, da janela da minha casa observo, à distância, o evoluir do incêndio. De fora vem um cheiro intenso a fumo; ouço os murmúrios dos vizinhos, que vão comentando o evoluir do incêndio. Um sentimento de impotência e apreensão invada-me. Temo pela mancha florestal que envolve zona onde se situa a minha casa. Lembro-me bem de como me custou, em 2004, ver toda esta zona ser consumida por um incêndio.

E agora, passados 6 anos, com a floresta de novo regenerada... Não! Incêndio outra vez não!