sábado, 18 de setembro de 2010

Cuba e o Estado Social em Portugal

Numa altura em que em Portugal tanto se fala no Estado Social, ao ver esta notícia de que em Cuba o Estado se prepara para despedir cerca de meio milhão de funcionários públicos, apetece-me perguntar: terá Portugal a aprender alguma coisa com a experiencia do Estado Cubano?
A possível comparação das duas realidades parece-me no mínimo desconcertante, mas eu quero lembrar que a Administração Central em Portugal também tem vindo a fazer, ao longo dos últimos anos, um esforço para reduzir o número dos seus efectivos.
Este esforço para emagrecimento da máquina administrativa do Estado não tem sido compreendido por todos os quadrantes da vida política portuguesa, e os partidos da esquerda parlamentar têm mesmo contestado as políticas que têm sido seguidas.
Ora, eu penso que o curso dos acontecimentos, nomeadamente com este exemplo do que está a acontecer em Cuba, nos deve fazer parar para pensar. Devemos ser objectivos na análise da situação, não devemos ficar amarrados a dogmas ideológicos e devemos sobretudo falar verdade às pessoas. Pergunto: terá sustentabilidade o Estado Social, nos moldes em que actualmente se desenvolve?
Mais - no caso concreto do número de funcionários públicos, não será correcto prosseguir um emagrecimento progressivo, pela via da redução do número de admissões, por contraponto a uma medida extrema, que se tenha que tomar no futuro, semelhante a esta que agora está a ser posta em prática pelo Estado Cubano? Eu penso que sim.
Aos que pensam de forma diversa, que naturalmente merecem o meu respeito intelectual, sugiro-lhes que parem para reflectir. Os tempos não estão para visões românticas da sociedade. É um erro e revela falta de respeito pelas pessoas, em época de campanha eleitoral, aumentar a comparticipação no preço de alguns medicamentos e oferece-los mesmo de forma gratuita aos reformados, para depois, meses mais tarde, voltar a retirar essa comparticipação e obrigar essas mesmas pessoas de novo a suportar os custos dos medicamentos. Parece-me, no mínimo, questionável a moralidade e o humanismo desta forma de proceder. De igual modo me pareceria injusto e enganador que o Estado, no seu todo, continuasse a aumentar o número dos seus funcionários, para daqui a tempos se ver obrigado a despedi-los.
Disse o “Estado no seu todo” porque me parece que estas medidas terão que ser transversais a todos os níveis da Administração Pública. E digo isto porque fiquei surpreendido com uma notícia desta semana que dizia que as Autarquias Locais, em virtude de não estarem obrigadas ao limite á contratação de pessoal, como está a Administração Central, tinham aumentado o número dos seus funcionários nuns largos milhares.
Termino com um apelo, aprendamos com o exemplo do que aconteceu em Cuba, se não quisermos daqui a algum tempo ser obrigados a copiar-lhe as medidas.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Salvamento dos Mineiros Chilenos com noticias agradáveis.


Há notícias animadoras no que se refere ao salvamento dos 33 mineiros Chilenos que encontram soterrados, há 42 dias, a 800 metros de profundidade na mina de São José. A máquina perfuradora (T-130) que dá corpo ao denominado “Plano B”, já chegou a 630 metros de profundidade e está agora a cerca de 200 metros do local onde encontram os trabalhadores.
Esta máquina, bem como as outras duas, que também se encontram a perfurar o subsolo em direcção à galeria onde se encontram os mineiros, que correspondem a mais dois planos de resgate (são três ao todo) escavam, nesta primeira etapa, túneis com cerca de 30 centímetros de diâmetro, avançando sobretudo em profundidade.
Numa fase posterior, que se prevê venha a ser mais morosa, estes túneis vão ser ampliados para um diâmetro de cerca de 70 a 80 cm, para que seja possível retirar através deles, os 33 homens, um a um.

Não sei porquê, mas tenho um pressentimento de que esta história vai ter um final feliz... e vós?

Assalto na Trofa

Dois emigrantes de leste tentaram esta tarde assaltar uma ourivesaria na Trofa.
O dono do estabelecimento, que por instantes se tinham deslocado ao armazém, deixando os dois assaltantes sozinhos na loja, apercebeu-se através das câmaras de videovigilância da tentativa de roubo. Nessa ocasião, fez descer as grades de segurança das montras e da porta do estabelecimento e trancou os dois indivíduos na loja, fechando-se de seguida no armazém, até que chegassem as autoridades. Os dois homens foram detidos e levados para o posto da GNR da Trofa e amanhã  sábado, de manhã, vão ser ouvidos no Tribunal de Famalicão.
Mas eu falo-vos aqui neste acontecimento rocambolesco, porque ouvi há pouco declarações do herói desta história, que é como quem diz, do dono do estabelecimento. Depois de descrever como tudo se passou, dizia ele “- Amanhã vou a Tribunal. Fui convocado para estar lá às nove horas. Devo ser atendido lá para as onze... E depois, lá saímos os três juntos (eu e os dois assaltantes)... Isto é a Justiça que temos...

Se o desfecho da história for este, até soa a ridículo, mas a mim já nada me surpreende. Tem a palavra a Justiça.

Divida pública cresce 2,5 milhões à hora

De madrugada tive conhecimento deste indicador, preocupante, das contas públicas portuguesas.
Ao longo da manhã fui-me apercebendo dos contornos do problema e fui filtrando a informação, para me certificar de que se tratavam de dados fiáveis e objectivos. Quis ter a certeza de que não estava em causa uma qualquer peça jornalística com fins especulativos e fui enformando a minha opinião a propósito do assunto.
À hora de almoço, fiquei com a certeza de que o assunto era sério, tal como eu imaginava.
Creio que foi também a essa hora que o “Portugal Profundo” teve conhecimento desse facto, porque durante a tarde fui ouvindo muita gente anónima falar dele. E pelo tom das conversas, as pessoas pareciam-me muito apreensivas. A maioria, com raras excepções, não falavam com grande conhecimento de causa, mas detinham-se no essencial: em média, desde o inicio do ano, o país tinha-se endividado em 2,5 milhões de euros, por cada hora que passa. Alguns desses e dessas, portugueses e portuguesas, que fui ouvindo, nem teriam consciência da dimensão quantitativa do problema, mas sabiam que o assunto era grave porque se tratava de muito dinheiro...
E na minha opinião o problema é, de facto, muito grave.
Em termos muito simples e para que todos compreendam o problema é este: os níveis da despesa pública continuam a crescer e como o Estado não tem recursos próprios para sustentar esses níveis de despesa, tem que se financiar e emitir divida pública.
É certo que até este momento ainda não ultrapassamos o limite de endividamento previsto para este ano, mas já estamos perto, e ainda faltam 3meses e meio para o final do ano.
Mas o mais grave é que estes dados vão transmitindo sinais de desconfiança para os mercados que vão tendo cada vez mais receio de emprestar dinheiro a Portugal, com medo que o país não possa honrar os seus compromissos no futuro, no que toca à amortização da dívida. E de facto, os sinais de que assim sucede, já aí estão. Na última oferta de dívida pública, o Ministério da Finanças ficou muito aquém dos níveis que pretendia atingir; e mais grave, os juros dessa dívida, a 10 anos, já se aproximam muito dos 6%. Para terem uma ideia do problema que temos entre mãos, o Governo da nossa vizinha Espanha, país que também está em crise, na semana passada, também emitiu divida pública mas, imaginem, a uma taxa de pouco mais de 1%. Veja-se bem a diferença de credibilidade dos dois Estados.
Ao fim da tarde, o Sr. Primeiro-ministro, José Sócrates, procurou desdramatizar a situação, e numa declaração, proferida a partir de Bruxelas, veio dizer que a redução do défice está assegurada. Que receita está a crescer mais do que o previsto e que a despesa está a ser executada de acordo com o orçamentado.
Com todo o respeito, eu sou dos que pensam que a situação é mesmo grave. Julgo que o problema da redução da despesa pública tem que ser encarado de frente e posto em prática de forma decidida e adequada. Não quero sequer imaginar um cenário em que as fontes de financiamento do país comecem a secar. Isso seria uma catástrofe.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Miguel Sousa Tavares comenta Processo Casa Pia

Os comentários de Miguel Sousa Tavares são muito incisivos e por vezes polémicos. Nem sempre concordo com o que diz ou escreve, e já o disse aqui no “Cidadão com Opinião”. Em determinadas situações questionei os objectivos da sua contundência e lamentei as suas afirmações. Mas a verdade é que sempre admirei a sua coragem e a forma frontal como diz as coisas. Hoje, ao vê-lo comentar o Processo Casa Pia, no Jornal da Noite da SIC, pude testemunhar, mais uma vez, a sua coragem e frontalidade, por isso lhe tiro o chapéu...


 
Quanto ao que disse... muitos cidadãos comuns o pensarão.

domingo, 12 de setembro de 2010

Passeio da Freguesia de Tabuado

E por falar em Tabuado... quero também dar-vos conta que no passado dia 4 de Setembro, um sábado, teve lugar mais um passeio da freguesia organizado pela Junta de Freguesia, este ano em colaboração com a Paróquia de Tabuado.
Eu, juntamente com alguns familiares, também participei nesta jornada de lazer e convívio da população da nossa terra.
A concentração dos cerca de 180 participantes, que foram distribuídos por 4 autocarros, ocorreu pelas 7:30, junto à Igreja Românica de Tabuado.
O dia havia amanhecido com uma temperatura amena, muito agradável para se fazer os primeiros quilómetros de uma viagem que nos conduziria ao Minho.
A primeira paragem, de cerca de1 hora, aconteceu em Braga, em plena zona histórica. Quem quis, aí tomou o pequeno-almoço e pode visitar alguns dos monumentos ali existentes, com destaque natural para a Sé Catedral. À hora marcada a viagem prosseguiu e rumamos a Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal. Aí visitamos a zona histórica e sentimos o pulsar daquela lindíssima localidade minhota que já se preparava para a sua grande romaria a anual, as “Feiras Novas”, que decorrem durante este fim-de-semana. Por fim dirigimo-nos a Arcos de Valdevez, passamos pelo centro da cidade, onde podemos apreciar as tão bem cuidadas, e aproveitadas, margens do rio vez, e encaminhamo-nos para o monte de Nossa Senhora do Castelo. Na subida desfrutamos de paisagens magníficas, cujos horizontes se estendem até perder de vista. Chegados junto do Santuário, encontramos um óptimo parque de merendas, devidamente equipado e resguardado do sol por árvores de grande porte. Aí decorreu o almoço, seguido de uma bela tarde de convívio que foi animada por acordeões, violas, cavaquinhos e outros instrumentos, que alguns tabuadenses fizeram questão de levar para animar a nossa tarde.
Cerca das 19:00 iniciamos o regresso a Tabuado. E já estávamos dentro dos autocarros quando foi lembrada a fotografia de conjunto...
Por questões logísticas, esta foi tirada numa estação de serviço, já a noite tinha caído. O momento ficou registado pela objectiva da Maria João Barros, que gentilmente me cedeu a foto que partilho convosco.

Fotografia de Maria João Barros

No final do dia a generalidade das pessoas com quem falei diziam-me que tinha sido um dia em cheio e que a experiência era para repetir. Os organizadores também estavam muito satisfeitos.
Não quero terminar, sem antes deixar uma palavra particular para as pessoas que me acompanharam no autocarro nº 4. Obrigado pela compreensão, pela alegria e pela amizade, são coisas que nunca esquecem...
Um abraço e parabéns para todos os que participaram nesta jornada de convívio, de forma tão generosa e amiga! A nossa terra agradece...