quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ana Gomes perdeu uma oportunidade para estar calada

Ontem de manhã, ouvi a deputada europeia Ana Gomes, no espaço de opinião “Conselho Superior” da Antena 1, fazer acusações gravíssimas ao líder do CDS-PP Paulo Portas.
No seu comentário a eurodeputada socialista levantou suspeições quanto à gestão do dirigente centrista, enquanto ministro da defesa, no governo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Durão Barroso, referindo-se concretamente ao caso da aquisição dos submarinos pelo Estado português, que está sob investigação judicial na Alemanha, por suspeitas de corrupção e fuga ao fisco.
Mas não ficou por aqui a responsável socialista.
No mesmo comentário, teceu considerações a propósito da idoneidade e de comportamentos pessoais de Paulo Portas, fazendo alusão a uma pretensa “central de desinformação” no “caso casa pia”, com objectivo de implicar no escândalo dirigentes socialistas, que terá tido intervenção do líder centrista.
Concluiu com a ideia de que Paulo Portas não tem condições para integrar o futuro Governo, porque estes aspectos questionáveis do seu comportamento pessoal e político, podem por em causa a imagem do país. Para vincar este aspecto, referiu o embaraço que se vive actualmente em França, em resultado do escândalo com o ex-presidente FMI, Dominique Strauss Kahn.
Ora, sem me referir em concreto aos aspectos abordados por Ana Gomes, o que se me apetece dizer a propósito do comentário da eurodeputada socialista, é que a campanha eleitoral terminou na passada sexta-feira.
Porque é que Ana Gomes não levantou estas questões no período da campanha eleitoral?
Penso que todos percebemos, independentemente da coloração política de cada um, que se o PS tivesse ganho as eleições e José Sócrates estivesse agora a preparar um governo de coligação com o CDS-PP, Ana Gomes não faria seguramente estas declarações.
Ora, a ser assim, Ana Gomes perdeu uma boa oportunidade para estar calada, porque Portugal tem muito com que se preocupar e dispensa estas tiradas de política baixa e ataques pessoais doentios.

domingo, 5 de junho de 2011

Hoje é dia de Eleições Legislativas.

Mais de 9,6 milhões de Portugueses são hoje chamados a participar no acto eleitoral, para eleição de uma nova Assembleia da República, de onde sairá o futuro Governo.
Dizia ontem o Presidente da República na sua comunicação ao país a  propósito desta eleição, que quem abdicar de votar “ não tem depois autoridade para criticar as politicas públicas. Só quem vota poderá legitimamente exigir o melhor do próximo Governo”
Estou completamente de acordo com as palavras de Cavaco Silva.
Por isso, apelo a todos, para que exerçam este direito (e dever) cívico e vão votar. O direito ao voto confere aos cidadãos, por um lado, a possibilidade de escolher aqueles que entendem estar melhor capacitados para dirigem os destinos da nação, mas por outro lado, também os responsabiliza por essa escolha, ou pela falta dela.

domingo, 15 de maio de 2011

Isto será mesmo justiça?


Ao ler o "Jornal I" confrontei-me com esta inquietante questão “Absolvido de uma violação. Temos uma justiça da idade média?”.
Pela leitura da notícia, soube da decisão do Tribunal da Relação do Porto, que absolveu um psiquiatra que tinha sido condenado em primeira instância pelo crime de violação de uma paciente, grávida de 34 semanas e que sofria de uma depressão.
Soube que o Tribunal considerou que o acto não foi praticado com muita violência, não reunindo por isso, segundo a interpretação da Juíza relatora, as exigências para ser considerado um crime de violação.
Depois de ler a notícia não ouso responder à questão do seu título, parece-me que seria demasiado evidente a minha resposta. Por isso fico-me por aqui.
Mas sempre direi que esta mulher, a suposta vitima, é uma cidadã portuguesa, que vive neste vive neste rectângulo de brandos costumes à beira mar plantado, em pleno século XXI. Que durante a gravidez, como acontece a muitas outras mulheres, entrou em depressão. Que seguindo todas as indicações socialmente aceites, procurou um psiquiatra para se tratar. E direi mais, que aquela mulher consultou um médico, um profissional especializado, numa área com grandes exigências deontológicas, e que jurou na sua formatura tratar os seus doentes com zelo, respeito e humanidade.
E o que aconteceu a seguir? Tudo, menos o que é socialmente aceite.
E o que é que a nossa sociedade, a sociedade do Portugal do século XXI, se propõe fazer para reparar o mal que foi feito a esta nossa concidadã? Justiça, como ela reclama, ou a sua negação?
Quero acreditar que a resposta final ainda não foi dada... Quero acreditar.
Espero que esta outra notícia, relacionada com uma tentativa de violação, acontecida num país que não existia, enquanto nação, na idade média, não seja pelo seu tratamento motivo de vergonha para o nosso país, que tem mais de oito séculos de história.

sábado, 30 de abril de 2011

Canções & Músicas TOP

                                                            
Paulo de Carvalho - E depois do adeus (original)

Câmaras Municipais em risco de falência

Mais um alerta para a dramática situação financeira porque passam alguns Municípios portugueses. Pelo que se lê nesta notícia do Jornal i, o Governo e Associação Nacional de Municípios (ANMP) admitem que há autarquias em sério risco de colapso financeiro. Até o salário dos funcionários está em perigo. Este é um aviso muito sério à navegação. A gestão das Autarquias Locais tem que ser cada vez mais rigorosa e reger-se por critérios de razoabilidade e prudência. Os tempos não são fáceis. As receitas próprias diminuem, as transferências correntes do Orçamento Geral do Estado também, e um terço dos Municípios já enfrenta dificuldades.
A estes, mas também àqueles que ainda gozam de alguma saúde financeira, aconselha o bom senso a elaboração orçamentos realistas, que sigam todas regras orçamentais, nomeadamente no que respeita à orçamentação das verbas para pagamento de despesas com o pessoal, que têm normas específicas, que visam assegurar sempre o seu pagamento.
Aos Autarcas pede-se uma atitude responsável e uma gestão criteriosa, que evite o desperdício e procure retirar o máximo beneficio dos investimentos. Uma gestão que, apesar de tudo, continue a assegurar politicas de proximidade dirigidas para as populações, porque há cada vez mais cidadãos a bater à porta das Autarquias Locais, Câmaras e Juntas, pedindo ajuda.

Ataque à protecção social dos trabalhadores portugueses

O antigo primeiro-ministro da Dinamarca e pai da “flexisegurança”, Poul Rasmussen, mostra-se aqui muito céptico quanto ao futuro das relações laborais no nosso país.
Manifesta receio de que nas negociações para elaborar um plano de ajuda financeira a Portugal, a 'troika' da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) " se esqueça do que é a flexisegurança e transforme esta negociação num expediente para “desmantelar a protecção dos trabalhadores e questionar os mecanismos da negociação colectiva”.
Rasmussen afirmou que “cabe agora a Portugal lutar para conseguir os melhores resultados das negociações” e aconselhou o nosso país “a negociar” e “a ser duro” nas negociações com o FMI e a EU (União Europeia).
O meu receio é de que devido ao factor tempo, e á situação de autêntica emergência financeira, o nosso país já não tenha capacidade para impor uma posição negocial forte. Portugal está de mão estendida e pôs-se a jeito para levar um pontapé, e ainda ter que agradecer a desfeita.
Constrangimentos provocados, na minha opinião, por causa de um pedido de ajuda feito fora de tempo.