quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Nos sítios mais improváveis

... Por vezes acontecem coisas maravilhosas!
A 16 de Novembro, quatro cantores líricos juntaram-se na Gare do Oriente e deram voz à DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica).

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Pode uma Pomba deitar o coliseu abaixo?

Por incrível que pareça, pode contribuir para isso...


“Foram os turistas que, na segunda-feira, deram o alerta em Roma. O coliseu sofreu um pequeno desabamento por culpa de uma pomba.
Este podia ser considerado um acidente normal e sem grandes consequências se o alvo não tivesse sido o Coliseu de Roma.
O choque de uma pomba partiu mais um pedaço de calcário da fachada exterior e provocou um pequeno desabamento.
O acontecimento foi testemunhado por turistas. As autoridades foram avisadas e o espaço foi delimitado.
O acidente com a pomba e a queda de pequenos pedaços de parede desde há dois dias vieram acentuar a preocupação e reforçar os alertas para a necessidade urgente de restaurar o monumento.
No mês passado o sub-secretário italiano da cultura dizia que o coliseu tinha sofrido três mil ferimentos em vários locais, mas que estes não representavam perigo.
Ao fim de vários anos de desgaste e diversos avisos o monumento vai agora ser restaurando por um empresário do calçado.
O início das obras está marcado para Março e vai custar 26 milhões de euros. Em troca, o empresário garante os direitos de imagem do monumento.
O coliseu também conhecido como Anfiteatro Flaviano foi construído entre os anos 72 e 80 depois de Cristo em honra da dinastia dos imperadores Flavia.
Demorou 10 anos a ser construído e tinha capacidade para abrigar perto de 50 mil pessoas, com 48 metros de altura, e era usado para variados espectáculos.
Em 1980 a Unesco declarou-o Património da Humanidade.”

Publicado na TSF online

Maquinistas da CP mantêm a greve


Até quando vai durar este braço de ferro? Resistirá a CP, como empresa pública, estruturada em termos organizacionais nos moldes que se conhecem e altamente endividada, a estas lutas de classe fratricidas?
Espero que quando faltar dinheiro para pagar os salários, como aconteceu há poucos meses na “Metro do Porto SA”, não tenham que ser mais uma vez os contribuintes a injectar dinheiro na empresa para garantir a sua sobrevivência a prazo.
Pode ser que nessa altura, os sindicatos que agora convocam as greves e através dos seus fundos pagam os dias de greve aos seus associados, depois também lhes paguem os salários...
Que olhem para o país e tenham bom senso é o que se pede aos intervenientes neste processo.

Falando de Dezembro (6)



sons



Dezembro é um mês com sons caracteristicos. Em muito do que se vai ouvindo, em casa ou na rua, distingue-se o toque de precursão a imitar os sinos, o que dá uma roupagem muito especial às sonoridades de Dezembro. E os grandes clássicos de Natal, cantados por grandes vozes, que só se ouvem em Dezembro...

Desemprego de professores - emigração será solução?

Nos últimos tempos tem-se falado muito sobre a possibilidade dos portugueses emigrarem para encontrarem no estrangeiro o emprego que o nosso pais, neste momento, não consegue proporcionar-lhes. Esta possibilidade gerou polémica, porque foi admitida por alguns políticos, com responsabilidades governativas, inclusive pelo próprio primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Ora, o fenómeno da emigração não é novo em Portugal e a nossa sociedade habituou-se a conviver com ele ao longo de gerações. Se quisermos ir um pouco mais longe, poderemos até dizer que esta é uma realidade que tem acompanhado a nossa nação ao longo da sua história. É claro que os motivos que estiveram na origem da emigração do nosso povo nem sempre foram os mesmos. Se houve épocas, em que a emigração em Portugal esteve ligada à expansão da religião e do império, mais recentemente, no século passado e também já neste, a emigração aparece associada a motivos políticos e ideológicos (pela fuga à ditadura e procura de liberdade de expressão e pensamento) e sobretudo, por motivos económicos, como busca de emprego e de melhores condições de vida.
Então, se esta é uma realidade com que o nosso país convive ciclicamente porque é que agora gera polémica a simples possibilidade da emigração ser uma solução para resolver o problema da falta de emprego para alguns portugueses?
É que o tipo de emigração de que se fala hoje, não tem as mesmas características da que aconteceu, em sucessivas vagas, até meados da década de oitenta do século passado. Nessa ocasião, a nossa emigração era constituída essencialmente por pessoas com baixas qualificações, que nos países de acolhimento desempenhavam funções ligadas a trabalho operário, mas actualmente, além desta, fala-se de uma emigração conotada com jovens qualificados, alguns altamente qualificados, que nos países de acolhimento poderão desempenhar funções técnicas, cientificas e de direcção.
Porque assim é, o nosso país encontra-se num paradoxo: por um lado, é sabido que o nível geral de qualificação dos portugueses ainda está muito aquém do nível verificado nos países desenvolvidos; por outro lado, a economia do país não consegue gerar emprego, sobretudo para os mais qualificados.
Perante este cenário paradoxal a política de qualquer Governo deve ser orientada no sentido criar condições para que os portugueses possam viver e trabalhar em Portugal. As estratégias de desenvolvimento devem ser pensadas no sentido de se tirar o melhor proveito da qualificação dos portugueses, quanto mais não seja, porque essa qualificação fica muito cara e o país precisa de retirar dela o devido retorno e não deixar que sejam outros a fazê-lo.
Bem se vê, que pensando assim, sou contrário a qualquer corrente que de forma simplista encare como solução para o desemprego a emigração.
No entanto, não posso deixar de admitir que o país se encontra numa situação excepcional, fruto de décadas de equívocos e inércia ao nível da orientação estratégica do nosso sistema de ensino, que levou a que se formassem profissionais qualificados em excesso em determinadas áreas, continuando o país a ser deficitário noutras, quiçá mais relevantes para o seu desenvolvimento estratégico.
Posto isto, quero dizer que as declarações do primeiro-ministro, referindo-se ao caso concreto dos professores (e que tanta polémica geraram) não me parecem, pelo menos em parte, descabidas.
Disse PPC entrevista ao Correio da Manhã: Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma, ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa"
Parece-me que no essencial o diagnóstico está correcto. Não adianta assobiar para o lado e fingir que o problema não existe. Existe sim e a realidade é esta: em determinadas áreas, foram formados professores em excesso, profissionais que nos próximos anos não terão emprego, se por outro motivo não for, devido à diminuição da população estudantil, fruto da descida da taxa de natalidade. A realidade é dura mas tem que ser encarada: há milhares de professores no desemprego, pessoas que com esforço e á custa recursos pessoais e públicos se formaram na expectativa de uma realização profissional que agora vêem ser-lhe vedada.
Não vou pronunciar-me acerca dos responsáveis por este estado de coisas, até porque em muitos destes casos, os próprios visados, quando ingressaram em determinados cursos, já sabiam que as perspectivas de emprego seriam poucas; mas a verdade é que as vagas existiam e as expectativas foram criadas.
No entanto, aqui chegados, o que importa é que quem tem que decidir o futuro do país encontre soluções para esta gente. E o que PPC disse foi o mínimo: as pessoas que estão nesta situação não encontrarão emprego em Portugal, como professores, nos próximos anos e para saírem da situação de desemprego, de duas, uma, ou se convertem profissionalmente e passam a exercer outra profissão, ou emigram para serem professores no estrangeiro, em países que necessitem dos seus serviços.
Devo dizer que pessoalmente me custa admitir a possibilidade do país poder prescindir do contributo destes milhares de portugueses no seu processo de desenvolvimento, quanto mais não seja, porque, como acima disse, a sua formação também foi feita à custa de recursos públicos.
Entendo que o Governo, em colaboração com mundo empresarial e as Universidades devia pôr em marcha um processo de requalificação destes e doutros portugueses, uma espécie “Programa de Segundas Oportunidades”, que permitisse requalificar muita desta gente (que já provou ter capacidade para aprender) através da aquisição de novas competências, que lhes permitissem entrar no mundo do trabalho, de forma digna, mas noutros sectores de actividade.
Esta parece-me que seria a solução adequada. Por certo seria mais exigente para o Governo, para os empresários, para as Universidades e também para os portugueses que se encontram nesta situação. Mas para grandes males exigem-se soluções à altura e homens e mulheres determinados em ultrapassá-los.
Se assim for, a solução para os professores, pode não passar pela emigração.