domingo, 8 de julho de 2012

Padre Joaquim Pereira da Cunha faz 100 anos

Hoje, 08 de Julho de 2012, completa 100 anos de vida, o Senhor Padre Joaquim Pereira Cunha.
Este presbítero foi pároco de Tabuado, na Diocese do Porto, durante 71 anos, mais concretamente entre setembro de 1938 e abril de 2010, tendo sido também, durante décadas,  pároco de Rio de Galinhas, paróquia circunvizinha de Tabuado.
Segundo dados que apurei recentemente, na atualidade, em Portugal, existirão cerca de 3400 presbíteros diocesanos a que se juntam muitos outros, membros dos vários Institutos Religiosos, sendo que, nesta altura, o Senhor Padre Cunha, que completa hoje o seu centenário, será o segundo sacerdote mais velho do país.
Segundo o “Anuário Católico” o presbítero mais velho será o Cónego Monsenhor José Amaro, do Patriarcado de Lisboa, nascido no dia 19 de Agosto de 1911 e ordenado no dia 06 de Abril de 1935, sendo o Padre Joaquim Pereira da Cunha, da Diocese do Porto, nascido no dia 08 de Julho de 1912 e ordenado a 08 de Agosto de 1937, o segundo mais velho. Ambos se caracterizaram por terem um ministério pastoral extremamente longo, gozando agora os dois do merecido descanso nas Casas Sacerdotais de Lisboa e Porto.
A efeméride do centenário do Senhor Padre Joaquim Pereira Cunha é hoje assinalada de forma especial em Tabuado e Rio de Galinhas, com uma Eucaristia de ação de graças, um almoço e um convívio vespertino em honra do ilustre centenário.
O Senhor Padre Cunha é uma pessoa que muito estimo, com quem convivi ao longo da vida e a quem aprendi a respeitar de uma forma particular.
Neste dia tão especial, não posso deixar endereçar os parabéns ao meu amigo Senhor Padre Cunha e de fazer votos para que continue a celebrar esta data por muitos anos.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Códice Calixtino


Esta é uma notícia que me alegra muito. Devo confessar que fiquei estupefacto com o desaparecimento da obra e que era muito cético quanto à sua possível recuperação. Ainda bem que tudo terminou em bem... e sobretudo com códice intacto.


O Códice Calixtino  (no Latim "Codex Calixtinus")   é um manuscrito, de meados do século XII, que reúne um conjunto de textos em Latim, com ilustrações, que visavam a promoção da Catedral de Santiago de Compostela.
Trata-se de uma obra com grande valor literário para a época, onde sobressai a utilização do Latim, com um elevado nível de correção.
Muito embora a sua autoria seja atribuída ao Papa Calisto II, crê-se que tenha sido redigido por vários autores, entre os anos de 1130 e 1160.
O códice divide-se em cinco livros e é composto por um total de 225 folhas, de dupla face, com as dimensões de 295mm x 214 mm. A maioria das folhas compreende uma única coluna com 34 linhas de texto.
O exemplar mais antigo deste códice, que se crê ser uma cópia de um exemplar modelo, encontra-se à guarda da Catedral de Santiago de Compostela, sendo datado da década de cinquenta do século XII (entre 1150 e 1160).
O livro I, designado por "Anthologia liturgica" (Antologia litúrgica) é o mais longo do códice, compreendendo um total de 139 folhas e possui um caráter marcadamente litúrgico. Trata-se de uma coletânea de homilias, de cânticos litúrgicos, de cânticos de peregrinos e de sermões em honra do apóstolo Santiago proferidos na Catedral de Santiago de Compostela. O âmago da obra – o sermão "Veneranda dies"- procura mostrar o sentido e o valor espiritual da peregrinação a Santiago.
O segundo livro, "De miraculi sancti Jacobi" (Milagres de Santiago), estende-se da folha 139 à 155 e compreende uma compilação de 22 milagres atribuídos a Santiago, ocorridos em diversas partes da Europa, em especial no percurso do Caminho de Santiago.
O livro III, "Liber de translatione corporis sancti Jacobi ad Compostellam" (livro da transladação do corpo de Santiago para Compostela) compreende as folhas de 156 a 162 e nele é relatada a evangelização do apóstolo Santiago em Espanha e a transladação do seu corpo para Compostela.
O quarto livro, "Historia Karoli Magni et Rothalandi" (História de Carlos Magno e Rolando) encontra-se entre as folhas 163 e 191 do códice. Nele é narrada, em tom épico, a história de Carlos Magno e de Rolando em Espanha. Carlos Magno é apresentado como tendo sido o descobridor do túmulo do apóstolo Santiago e criador das primeiras peregrinações a Compostela e à sua Catedral.
O livro V, "Iter pro peregrinis ad Compostellam", é provavelmente o mais conhecido do grande público e constitui o mais antigo guia para os peregrinos do Caminho de Santiago, incluindo conselhos, descrições do percurso e das obras de arte nele existentes, assim como usos e costumes das populações que viviam ao longo da rota.
O códice foi impresso pela primeira vez em 1882 tendo em 1966 sido objeto de restauro, ocasião em que lhe foi reincorporado o Livro IV, que dele havia sido destacado em 1609.
No dia 5 de Julho de 2011 a obra foi dada como desaparecida pelos responsáveis do arquivo da Sé Catedral de Santiago de Compostela, na sequência de um pertenço roubo. Ontem, quando faltavam dois dias para fazer um ano do seu desaparecimento, o mesmo foi recuperado pela polícia, em bom estado, na garagem de antigo electricista da Catedral de Santiago de Compostela. 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Portugal eliminado nas meias-finais do Euro 2012

Foto do "Jornal de Notícias"

Pronto! Portugal foi eliminado nas meias-finais do Euro 2012. A nossa seleção está de regresso a casa e a meu ver não há drama nenhum nisso porque no desporto há o perder e o ganhar... Para mim, nestes momentos, o importante é a atitude. E no jogo de ontem, nesse aspeto, a nossa seleção portou-se muito bem: lutou de igual para igual com os espanhóis. E quando assim é não é desonra nenhuma cair “aos pés” dos melhores. Honra aos vencidos e glória aos vencedores.

Siza Vieira vence Leão de Ouro de carreira na Bienal de Veneza


Álvaro Siza Vieira: um intelectual de excelência; uma obra ímpar; uma personalidade discreta. O Homem e a sua obra – um todo merecedor da maior admiração. Parabéns!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A síntese da execução orçamental e a necessidade de alterar a rota.

A síntese de execução orçamental recentemente divulgada pelo Ministério das Finanças mostra que nos primeiros 5 meses do ano houve uma deterioração das contas públicas.
Os números publicados revelam que no período compreendido entre os meses de Janeiro e Maio a receita efetiva do Estado caiu 2,3%. O aumento da receita não fiscal, na ordem dos 7,9%, não foi suficiente para compensar a queda da receita fiscal que se cifrou em 3,5%. A contribuir para a esta derrapagem da receita estiveram os impostos indiretos com uma redução global na ordem dos 5,9% (com o IVA a cair 2,8%) e o IRC cuja cobrança baixou 15,5%.
Não obstante se ter registado uma redução de 7,3% nas despesas com pessoal e de 7,9% nas compras de bens e serviços, no mesmo período, a despesa do Estado aumentou, destacando-se o crescimento da rúbrica Juros e outros encargos (80,1%) e das prestações sociais, particularmente o subsídio de desemprego.
A evolução das contas públicas, marcada sobretudo pela quebra das receitas, torna mais complicado o objetivo de alcançar um défice de 4,5% no final de ano de 2012.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, diz que ainda é cedo para pensar em novas medidas de austeridade. No entanto, vai ganhando forma a ideia de que a manter-se esta meta para o défice, elas serão inevitáveis. A grande questão é esta: quem é que ainda pode suportar mais medidas de austeridade?
Os funcionários públicos, que em muitos casos viram a retribuição pelo seu trabalho reduzida em mais de 20%, em apenas dois anos? Provavelmente não.
Os pensionistas, a quem foi cancelado o subsídio de férias e natal? Certamente que não.
Então, preparem-se os outros... E os outros já todos sabemos quem são. Ao que parece, nesse rol “dos outros”, não estão incluídos os parceiros das parcerias público-privadas.
O facto é que muito boa gente vem dizendo há muito tempo (e particularmente desde a elaboração do Orçamento de Estado para 2012) que as metas constantes do pacto de reequilíbrio financeiro são inatingíveis no atual contexto económico. Por isso, têm solicitado ao executivo liderado por PPC, uma renegociação dos termos do acordo celebrado entre Portugal e a Troika, no sentido de que seja concedido ao nosso país um alargamento do prazo para a consolidação das contas públicas e uma diminuição da taxa de juro cobrado pelo empréstimo que nos foi concedido. Essa hipótese sempre foi negada pelos responsáveis governamentais e particularmente pelo primeiro-ministro que chegou a afirmar que as metas são para cumprir “custe o que custar”.
Ora, perante os factos que se vão conhecendo e a posição do primeiro-ministro, apetece-me dizer que firmeza na ação não deve ser confundida com irrealismo.
PPC deve atentar no que sucedeu a José Sócrates, a quem tanto criticou a ação política. A teimosia, quase birra pessoal, em protelar o pedido de ajuda internacional ia sendo fatal para o nosso país. Espero que idêntica circunstância não venha a repetir-se com o atual primeiro-ministro, agora com a negação da hipótese de renegociação das metas do défice, até porque, parece ser claro, que outros países intervencionados se preparam para renegociar os termos dos acordos que celebraram com os organismos internacionais, com vista a tornar exequíveis os respetivos planos de recuperação financeira e económica.
O primeiro-ministro tem-se mostrado determinado em fazer seguir o barco (o país) no rumo que julga ser o correto. No entanto PPC deve saber que a avaliação que os portugueses fazem do seu trabalho enquanto timoneiro do barco pode oscilar entre a admiração, por ter conseguido chegar ao porto de destino com a embarcação em bom estado e a tripulação feliz, apesar de exausta; e o repúdio, por ter lá chegado com a embarcação semidestruída e a tripulação num estado dilacerante. É que muitas vezes, para chegar com o barco são e salvo ao seu destino, os comandantes têm que alterar rotas para contornar tempestades e isso é que faz deles grandes “homens do leme”