Os resíduos de plástico estão identificados como um dos
problemas ambientais que mais afligem a sociedade atual. A integração do
plástico de forma generalizada no quotidiano das nossas sociedades e a
resistência deste material ao processo de decomposição natural, têm conduzido á
sua acumulação, sob diversas formas, no meio ambiente.
Este assunto está na agenda de governos e organizações
ambientais e com frequência são apresentados estudos que alertam para a
dimensão do problema a diversos níveis, como ainda recentemente aconteceu a
propósito do lixo acumulado nos oceanos.
Pouco estudado está ainda o impacto que o plástico pode ter na cadeia alimentar humana, decorrente, por exemplo, do consumo de peixe que
esteve em contacto com plástico no seu habitat natural, ou da ingestão de agua
sujeita às mesmas condições.
Até hoje, as políticas destinadas a combater este problema
ambiental têm seguido dois grandes vetores, um deles aponta para a redução da produção e utilização do plástico e o outro para a sua reutilização.
No primeiro caso, a intervenção estratégica é direccionada
sobretudo para os agentes económicos que são convidados/instigados a substituir
o plástico por materiais alternativos e biodegradáveis. Na vertente da
reutilização, são de novo visados os agentes económicos ligados ao sector, que
são persuadidos a abandonar a política do descartável e a produzir artigos mais
resistentes e por isso com maiores possibilidades de reutilização, mas são
também visados os cidadãos, que são chamados a colaborar neste processo através
de uma prática quotidiana ambientalmente responsável e da participação na
cadeia de tratamento e reciclagem do lixo, particularmente na sua separação.
Com problemática do plástico muito presente e a pensar na
preservação ambiental e na promoção da economia verde, foi esta terça-feira apresentada
a primeira estratégia europeia para o plástico.
As metas são ambiciosas, até 2030 a União Europeia deve
reciclar 55% do plástico.
O documento contém um conjunto vasto de medidas sectoriais destinadas
a reduzir o impacto do plástico no meio ambiente que se espera venham
a ser implementadas em tempo útil para que se alcancem as metas propostas.
Neste
processo pela defesa do meio ambiente, que envolve autoridades nacionais e comunitárias, é atribuído um papel particularmente
importante e decisivo a todos cidadãos. Estudos recentes, publicados pelo Euro Barómetro,
o organismo europeu de estatística, mostram que os portugueses são dos cidadãos
europeus mais sensibilizados para este assunto e aqueles que mais longe querem
ir na implementação de medidas para a sua resolução. Ainda bem que assim é porque tudo começa por nós. Evitar, o mais possível, produtos de plástico descartáveis,
particularmente os de demissão reduzida, reutilizar sacos e embalagens, dar preferência
a produtos embalados com materiais alternativos como vidro ou papel, fazer a
separação do lixo e coloca-lo nos ecopontos para reciclagem, e, fundamental, nunca
abandonar o plástico no meio ambiente. São hábitos que temos que enraizar no nosso
dia-a-dia para vencermos juntos este desafio.