quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia Europeu Sem Carros

Hoje, 22 de Setembro é o “Dia Europeu Sem Carros”. Esta iniciativa da União Europeia, que se realizou pela primeira vez no ano 2000, visa incentivar os cidadãos a desenvolverem comportamentos que promovam a qualidade do ar.
Este evento, que actualmente se insere na “Semana Europeia da Mobilidade”, já teve entre nós maior divulgação e impacto mediático. Nas primeiras edições foi amplamente divulgado e compreendia acções simbólicas, como por exemplo o corte do trânsito automóvel em artérias centrais das principais cidades portuguesas.
No entanto, esta acção de promoção ambiental foi perdendo visibilidade ao longo dos últimos anos, com cada vez menos cidades a aderirem à iniciativa. Este ano, por exemplo, apesar de terem aderido, as cidades de Lisboa e do Porto, não vão ter ruas fechadas ao trânsito.
Tenho pena. Gostava que este “Dia Europeu Sem Carros” tivesse, ainda que simbolicamente, um maior impacto na vida dos portugueses, sobretudo nas gerações mais novas e penso que o exemplo poderia vir de cima. As principais figuras do Estado podiam inscrever nas suas agendas, este como sendo o dia em que se deslocariam a pé, ou em transportes públicos, para os seus gabinetes.
Bem sei que não passaria de uma acção simbólica, mas ao mesmo tempo reveladora de coerência e de credibilidade perante os cidadãos. Assim, pelo menos por um dia, poderíamos dizer “Bem prega Frei Tomas, ouvi o que diz e fazei o que ele faz”.
Eu, pela parte que me toca, hoje vou tentar usar o carro o menos possível. Façam também esse esforço, que o meio ambiente agradece! 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

21 de Setembro

Sabiam que 21 de Setembro, o 264º dia do ano, é o dia...
  • De São Mateus - Apostolo e Evangelista, que era filho de Alfeu e exercia a profissão de publicano - cobrador de impostos...
  • Em que foi declarada a 1ª Republica em França, em 1792.
  • Em que nasceu o cantor, compositor e escritor canadiano, Leonard Cohen.
  • Em que foi conduzido, em 1893,  o primeiro automóvel movido a gasolina!
  • Mundial da Doença de Alzheimer.
  • Da Arvore... no Brasil. Já repararam que no Brasil, que se situa no hemisfério sul, amanhã começa a Primavera
Está-se mesmo a ver que por tudo isto, e por algo mais, 21 de Setembro é um dia especial!

Um bom dia para todos!

sábado, 18 de setembro de 2010

Cuba e o Estado Social em Portugal

Numa altura em que em Portugal tanto se fala no Estado Social, ao ver esta notícia de que em Cuba o Estado se prepara para despedir cerca de meio milhão de funcionários públicos, apetece-me perguntar: terá Portugal a aprender alguma coisa com a experiencia do Estado Cubano?
A possível comparação das duas realidades parece-me no mínimo desconcertante, mas eu quero lembrar que a Administração Central em Portugal também tem vindo a fazer, ao longo dos últimos anos, um esforço para reduzir o número dos seus efectivos.
Este esforço para emagrecimento da máquina administrativa do Estado não tem sido compreendido por todos os quadrantes da vida política portuguesa, e os partidos da esquerda parlamentar têm mesmo contestado as políticas que têm sido seguidas.
Ora, eu penso que o curso dos acontecimentos, nomeadamente com este exemplo do que está a acontecer em Cuba, nos deve fazer parar para pensar. Devemos ser objectivos na análise da situação, não devemos ficar amarrados a dogmas ideológicos e devemos sobretudo falar verdade às pessoas. Pergunto: terá sustentabilidade o Estado Social, nos moldes em que actualmente se desenvolve?
Mais - no caso concreto do número de funcionários públicos, não será correcto prosseguir um emagrecimento progressivo, pela via da redução do número de admissões, por contraponto a uma medida extrema, que se tenha que tomar no futuro, semelhante a esta que agora está a ser posta em prática pelo Estado Cubano? Eu penso que sim.
Aos que pensam de forma diversa, que naturalmente merecem o meu respeito intelectual, sugiro-lhes que parem para reflectir. Os tempos não estão para visões românticas da sociedade. É um erro e revela falta de respeito pelas pessoas, em época de campanha eleitoral, aumentar a comparticipação no preço de alguns medicamentos e oferece-los mesmo de forma gratuita aos reformados, para depois, meses mais tarde, voltar a retirar essa comparticipação e obrigar essas mesmas pessoas de novo a suportar os custos dos medicamentos. Parece-me, no mínimo, questionável a moralidade e o humanismo desta forma de proceder. De igual modo me pareceria injusto e enganador que o Estado, no seu todo, continuasse a aumentar o número dos seus funcionários, para daqui a tempos se ver obrigado a despedi-los.
Disse o “Estado no seu todo” porque me parece que estas medidas terão que ser transversais a todos os níveis da Administração Pública. E digo isto porque fiquei surpreendido com uma notícia desta semana que dizia que as Autarquias Locais, em virtude de não estarem obrigadas ao limite á contratação de pessoal, como está a Administração Central, tinham aumentado o número dos seus funcionários nuns largos milhares.
Termino com um apelo, aprendamos com o exemplo do que aconteceu em Cuba, se não quisermos daqui a algum tempo ser obrigados a copiar-lhe as medidas.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Salvamento dos Mineiros Chilenos com noticias agradáveis.


Há notícias animadoras no que se refere ao salvamento dos 33 mineiros Chilenos que encontram soterrados, há 42 dias, a 800 metros de profundidade na mina de São José. A máquina perfuradora (T-130) que dá corpo ao denominado “Plano B”, já chegou a 630 metros de profundidade e está agora a cerca de 200 metros do local onde encontram os trabalhadores.
Esta máquina, bem como as outras duas, que também se encontram a perfurar o subsolo em direcção à galeria onde se encontram os mineiros, que correspondem a mais dois planos de resgate (são três ao todo) escavam, nesta primeira etapa, túneis com cerca de 30 centímetros de diâmetro, avançando sobretudo em profundidade.
Numa fase posterior, que se prevê venha a ser mais morosa, estes túneis vão ser ampliados para um diâmetro de cerca de 70 a 80 cm, para que seja possível retirar através deles, os 33 homens, um a um.

Não sei porquê, mas tenho um pressentimento de que esta história vai ter um final feliz... e vós?

Assalto na Trofa

Dois emigrantes de leste tentaram esta tarde assaltar uma ourivesaria na Trofa.
O dono do estabelecimento, que por instantes se tinham deslocado ao armazém, deixando os dois assaltantes sozinhos na loja, apercebeu-se através das câmaras de videovigilância da tentativa de roubo. Nessa ocasião, fez descer as grades de segurança das montras e da porta do estabelecimento e trancou os dois indivíduos na loja, fechando-se de seguida no armazém, até que chegassem as autoridades. Os dois homens foram detidos e levados para o posto da GNR da Trofa e amanhã  sábado, de manhã, vão ser ouvidos no Tribunal de Famalicão.
Mas eu falo-vos aqui neste acontecimento rocambolesco, porque ouvi há pouco declarações do herói desta história, que é como quem diz, do dono do estabelecimento. Depois de descrever como tudo se passou, dizia ele “- Amanhã vou a Tribunal. Fui convocado para estar lá às nove horas. Devo ser atendido lá para as onze... E depois, lá saímos os três juntos (eu e os dois assaltantes)... Isto é a Justiça que temos...

Se o desfecho da história for este, até soa a ridículo, mas a mim já nada me surpreende. Tem a palavra a Justiça.

Divida pública cresce 2,5 milhões à hora

De madrugada tive conhecimento deste indicador, preocupante, das contas públicas portuguesas.
Ao longo da manhã fui-me apercebendo dos contornos do problema e fui filtrando a informação, para me certificar de que se tratavam de dados fiáveis e objectivos. Quis ter a certeza de que não estava em causa uma qualquer peça jornalística com fins especulativos e fui enformando a minha opinião a propósito do assunto.
À hora de almoço, fiquei com a certeza de que o assunto era sério, tal como eu imaginava.
Creio que foi também a essa hora que o “Portugal Profundo” teve conhecimento desse facto, porque durante a tarde fui ouvindo muita gente anónima falar dele. E pelo tom das conversas, as pessoas pareciam-me muito apreensivas. A maioria, com raras excepções, não falavam com grande conhecimento de causa, mas detinham-se no essencial: em média, desde o inicio do ano, o país tinha-se endividado em 2,5 milhões de euros, por cada hora que passa. Alguns desses e dessas, portugueses e portuguesas, que fui ouvindo, nem teriam consciência da dimensão quantitativa do problema, mas sabiam que o assunto era grave porque se tratava de muito dinheiro...
E na minha opinião o problema é, de facto, muito grave.
Em termos muito simples e para que todos compreendam o problema é este: os níveis da despesa pública continuam a crescer e como o Estado não tem recursos próprios para sustentar esses níveis de despesa, tem que se financiar e emitir divida pública.
É certo que até este momento ainda não ultrapassamos o limite de endividamento previsto para este ano, mas já estamos perto, e ainda faltam 3meses e meio para o final do ano.
Mas o mais grave é que estes dados vão transmitindo sinais de desconfiança para os mercados que vão tendo cada vez mais receio de emprestar dinheiro a Portugal, com medo que o país não possa honrar os seus compromissos no futuro, no que toca à amortização da dívida. E de facto, os sinais de que assim sucede, já aí estão. Na última oferta de dívida pública, o Ministério da Finanças ficou muito aquém dos níveis que pretendia atingir; e mais grave, os juros dessa dívida, a 10 anos, já se aproximam muito dos 6%. Para terem uma ideia do problema que temos entre mãos, o Governo da nossa vizinha Espanha, país que também está em crise, na semana passada, também emitiu divida pública mas, imaginem, a uma taxa de pouco mais de 1%. Veja-se bem a diferença de credibilidade dos dois Estados.
Ao fim da tarde, o Sr. Primeiro-ministro, José Sócrates, procurou desdramatizar a situação, e numa declaração, proferida a partir de Bruxelas, veio dizer que a redução do défice está assegurada. Que receita está a crescer mais do que o previsto e que a despesa está a ser executada de acordo com o orçamentado.
Com todo o respeito, eu sou dos que pensam que a situação é mesmo grave. Julgo que o problema da redução da despesa pública tem que ser encarado de frente e posto em prática de forma decidida e adequada. Não quero sequer imaginar um cenário em que as fontes de financiamento do país comecem a secar. Isso seria uma catástrofe.