sexta-feira, 17 de junho de 2011

Festas de Santo António em Tabuado



Durante este fim-de-semana decorrem em Tabuado as festas em honra de Santo António.
O programa, que inclui manifestações de carácter popular e religioso, prolonga-se por tês dias, começa hoje e termina no próximo Domingo.
Constava-se, e agora é certo, que por motivos que se prendem com a gestão dos gastos na freguesia, este é último ano em que estas festas se realizam nos moldes actuais.
Penso que é bom que as comunidades, sobretudo em tempo de crise, estabeleçam prioridades para as suas manifestações/realizações colectivas. É salutar que assim seja e atitudes deste tipo também são reveladoras do seu grau de maturidade cívica.
No entanto, a maturidade cívica e o grau de desenvolvimento social, económico e cultural de uma terra, também se revela pela sua capacidade de manter (ou não) a sua identidade ao longo do tempo, adaptando-se ás condições socioeconómicas específicas de cada época.
Digo isto, porque entendo que o património colectivo, aquilo que é a nossa identidade enquanto terra única, tem que ser preservado. Que as manifestações sejam menos exuberantes, que se poupe dinheiro e que se dê prioridade a investimentos de capital, indutores de melhores condições de vida, sempre foi a linha que defendi. Mas esta linha de pensamento não me afasta de uma outra realidade que me leva a considerar que há dinâmicas que se instalaram, que há hábitos que se enraizaram, que há locais que se preservaram e valorizaram, enfim, que há todo um património sociocultural específico, que foi construído ao longo de anos, e que não pode pura e simplesmente desaparecer. Nem a terra pode prescindir dele.
Nessa medida o desafio que lanço aqui à sociedade de Tabuado, e a todos os seus agentes, é de que com imaginação, se encontrem formas alternativas para continuar a festejar o Santo António na nossa terra. Dessa forma, quiçá através de manifestações mais modestas, estaremos a perseverar uma tradição popular e a contribuir para que se continue a dinamizar o espaço da Capela de Santo António, um edifício embelemático da nossa freguesia e que foi recentemente alvo de obras de conservação e beneficiação.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bactéria E.coli - quem provocou os danos devia pagar a factura

O surto infeccioso provocado por uma estirpe perigosa da bactéria E.coli, que surgiu na Alemanha, já provocou 37 vítimas mortais registadas – 36 de nacionalidade alemã e uma de nacionalidade sueca.
Segundo dados revelados a E.coli é uma bactéria comum e bem conhecida do mundo científico. O seu habitat natural é o intestino dos seres humanos e de outros animais de sangue quente. A estirpe mais comum da bactéria raramente provoca problemas uma vez que é controlada pelo sistema imunitário dos seres onde habita. Mas estirpe detectada na Alemanha, identificada como 0104:H4, é bastante perigosa e pode provocar a paralisação da função renal e danos no cérebro.
Ao que se suspeita, a contaminação de seres humanos por esta variante da bactéria, foi feita através da ingestão de vegetais crus, em cuja produção foram utilizadas fezes de animais como fertilizante.
Chegados a este ponto, diria que se trata de um caso de saúde pública, tanto mais que para além das mortes registadas, contabilizam-se já mais de 3.200 pessoas contagiadas.
E perante um caso de saúde pública como actuaram as autoridades alemãs?
Mal, muito mal.
Identificada a origem da contaminação – a ingestão de legumes – as autoridades daquele país da Europa central seguiram uma estratégia altamente questionável para detectar o foco infeccioso. Com aparente ligeireza, foram disparando suspeições, pouco fundamentadas, na direcção dos diversos tipos de legumes.
Mas o mais grave é que esta espécie de tiro ao alvo, começou com a identificação de um primeiro suspeito estrangeiro: os pepinos importados de Espanha. Esta atitude alarmista das autoridades alemãs, configura a actuação de um mau perdedor que procura sacudir a água do capote, para limitar ao máximo os danos na sua própria imagem.
Mas o que é certo é que foram provocados enormes prejuízos aos produtores agrícolas, á escala europeia. Numa época do ano em que as explorações agrícolas apostam em força na produção de legumes, porque com a chegada do tempo quente aumenta o consumo daqueles produtos, os produtores agrícolas viram as suas vendas reduzidas ao mínimo e a sua produção ir para o lixo por falta de escoamento. Resultado: milhões e milhões de euros de prejuízo.
Os agricultores europeus reclamam agora uma ajuda, que a meu ver é justa.
 Mas quem deveria suportar o custo dessa ajuda? Todos os europeus, através das autoridades da União Europeia, ou quem esteve na sua origem?
A resposta parece-me óbvia: quem provocou os danos devia pagar a factura.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia de Portugal

Hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Luís de Camões ... um dos expoentes máximos da nossa literatura!

                                                            Ao desconcerto do Mundo

                                                            Os bons vi sempre passar
                                                            No Mundo graves tormentos;
                                                            E pera mais me espantar,
                                                            Os maus vi sempre nadar
                                                            Em mar de contentamentos.
                                                            Cuidando alcançar assim
                                                            O bem tão mal ordenado,
                                                            Fui mau, mas fui castigado.
                                                            Assim que, só pera mim,
                                                            Anda o Mundo concertado.

                                                            Luís de Camões

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pensamentos e citações

"É fácil viver no mundo conforme a opinião do mundo.
É fácil na solidão viver conforme a própria opinião.
Mas grande homem é o que, no meio da multidão, conserva com plena serenidade a independência da solidão.
"

Ralph Waldo Emerson
Estados Unidos
[1803-1882]
Escritor, Poeta, Filósofo, Ensaísta

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ana Gomes perdeu uma oportunidade para estar calada

Ontem de manhã, ouvi a deputada europeia Ana Gomes, no espaço de opinião “Conselho Superior” da Antena 1, fazer acusações gravíssimas ao líder do CDS-PP Paulo Portas.
No seu comentário a eurodeputada socialista levantou suspeições quanto à gestão do dirigente centrista, enquanto ministro da defesa, no governo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Durão Barroso, referindo-se concretamente ao caso da aquisição dos submarinos pelo Estado português, que está sob investigação judicial na Alemanha, por suspeitas de corrupção e fuga ao fisco.
Mas não ficou por aqui a responsável socialista.
No mesmo comentário, teceu considerações a propósito da idoneidade e de comportamentos pessoais de Paulo Portas, fazendo alusão a uma pretensa “central de desinformação” no “caso casa pia”, com objectivo de implicar no escândalo dirigentes socialistas, que terá tido intervenção do líder centrista.
Concluiu com a ideia de que Paulo Portas não tem condições para integrar o futuro Governo, porque estes aspectos questionáveis do seu comportamento pessoal e político, podem por em causa a imagem do país. Para vincar este aspecto, referiu o embaraço que se vive actualmente em França, em resultado do escândalo com o ex-presidente FMI, Dominique Strauss Kahn.
Ora, sem me referir em concreto aos aspectos abordados por Ana Gomes, o que se me apetece dizer a propósito do comentário da eurodeputada socialista, é que a campanha eleitoral terminou na passada sexta-feira.
Porque é que Ana Gomes não levantou estas questões no período da campanha eleitoral?
Penso que todos percebemos, independentemente da coloração política de cada um, que se o PS tivesse ganho as eleições e José Sócrates estivesse agora a preparar um governo de coligação com o CDS-PP, Ana Gomes não faria seguramente estas declarações.
Ora, a ser assim, Ana Gomes perdeu uma boa oportunidade para estar calada, porque Portugal tem muito com que se preocupar e dispensa estas tiradas de política baixa e ataques pessoais doentios.