Tinha 59 anos e era uma personalidade eminente na vida pública portuguesa. È extensa a lista de cargos que ocupou. Foi provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, directora da Maternidade Alfredo da Costa, vice-presidente do Instituto Português de Cinema e subsecretária de estado da cultura do XII Governo Constitucional, dirigido por Cavaco Silva. Foi ainda consultora da Fundação Calouste Gulbenkian e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, onde ocupou a pasta da Habitação Social entre 2005 e 2007.
Em termos partidários, aderiu ao Partido Popular em 1996, partido pelo qual já era deputada independente na Assembleia da República desde 1995, cargo que exerceu até 1999. Neste período chegou a líder do grupo parlamentar tendo sido a primeira mulher a desempenhar este cargo.
Em 2007 saiu do CDS-PP incompatibilizada com Paulo Portas, no período em que este quis voltar à presidência do partido, liderado então por Ribeiro e Castro. Em 2009, voltou a ser eleita deputada independente, agora nas listas do PSD, liderado por Manuela Ferreira Leite, mantendo a esta condição com o actual líder e Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Na actual legislatura, apesar de bastante debilitada pela doença, esteve presente nas duas primeiras sessões plenárias onde se procedeu à eleição do presidente da Assembleia da República, não tendo já comparecido à discussão do programa do Governo, quinta e sexta-feira da semana passada.
Padecia de um cancro no pâncreas, mas ainda assim, manteve os seus comentários habituais na SIC Notícias e continuou a escrever artigos no Diário de Notícias.
Maria José Pinto da Cunha Avilez Nogueira Pinto, irmã da jornalista Maria João Avilez, nasceu em Lisboa a 23 de Março de 1952 e era jurista de formação, licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Era casada há 39 anos com o empresário e escritor Jaime Nogueira Pinto, com quem teve três filhos.
Partiu uma senhora culta, independente e frontal. Uma mulher de Fé e de família. Uma pessoa trabalhadora e de causas. Uma personalidade por quem tinha apreço sobretudo porque nas suas diversas facetas nunca se coibiu de afirmar os princípios em que acreditava.
Foi um exemplo para a nossa sociedade.
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