Na passada sexta-feira fui a uma celebração onde se comemoraram 25 anos de trabalho da professora de ballet da minha filha.
Foi uma cerimónia num local de culto mas que decorreu num ambiente muito familiar. A simplicidade e a ternura que marcaram aquele evento transformaram-no num acontecimento pouco habitual, mas muito belo e carinhoso.
Da participação naquela celebração retive duas notas que quero agora partilhar convosco.
Primeira: a professora Virgínia convidou-nos para estar presentes numa celebração de acção de graças pelos seus 25 anos de trabalho. Ao contrário do que quase sempre acontece nestas ocasiões a visada não se sentou na primeira fila assistindo à proclamação, por outros, dos seus méritos e ao desfiar de um rol de agradecimentos de quem com ela trabalhou ao longo deste tempo. Pelo contrário, durante toda a cerimónia trabalhou na orientação das “suas meninas”, apresentando a todos os presentes coreografias de dança adequadas ao momento e local, e referiu-se aos méritos que outros tiveram na sua formação como profissional e pessoa.
Retive a humildade desta Senhora pelo facto de ter agradecido 25 anos de trabalho, com trabalho e trabalhando…
Segunda: ao longo da celebração, como é natural, por muitas vezes foi abordado o tema do trabalho e a postura que o ser o humano deve ter perante o mesmo. A determinada altura, certamente tendo em mente que a professora Virgínia tem felicidade de fazer aquilo de gosta, o presidente da celebração desafiou os presentes a terem perante o trabalho que executam a postura que é preconizada no seguinte pensamento:
“Se na vida não fazes aquilo gostas, procura que aquilo que fazes seja feito com gosto”
Retive deste pensamento que nem todos podemos ter o trabalho que gostaríamos de ter, mas que todos podemos dignificar o trabalho que fazemos, porque todo o trabalho é digno quando é feito de forma honesta e empenhada.
De vez em quando é bom pensar nestas coisas…
Parabéns “professora Gininha” (é assim que a tratam carinhosamente as suas alunas de ballet)