Praia de São Rafael – Albufeira
sábado, 18 de agosto de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
Os incêndios florestais em Portugal
Nos
últimos dias o nosso país tem sido flagelado, mais uma vez, pelos incêndios florestais.
Esta calamidade vem-se repetindo, ano após ano, com custos económicos,
ambientais e até com perda de vidas humanas.
O
que me angustia, há anos, é aparente indiferença com que a nossa sociedade olha
para este problema.
Os portugueses
habituaram-se a conviver com as notícias dos fogos florestais, em épocas mais
ou menos definidas no calendário e tirando as notícias de perdas de vidas humanas,
tudo o resto se assemelha a peças de um circo mediático que todos os anos se monta
em alturas definidas, tal como um acontecimento desportivo ou cultural. Esta
espécie de rotina que se tem instalado ao longo de décadas na nossa sociedade tem
levado a uma acomodação coletiva perante o drama dos fogos florestais. Isso é
mau, muito mau.
Para
esta situação muito terão contribuído as alterações estruturais que foram
acontecendo no nosso país ao longo das últimas décadas, transformando-o num
território com um número crescente de aglomerados urbanos e a consequente deslocalização
das populações do mundo rural.
Esta
dinâmica demográfica reflete-se na forma como a nossa sociedade encara a
questão dos fogos florestais. Por um lado, como a calamidade atinge particularmente
as zonas rurais o problema localiza-se geograficamente longe da zona de
influência de uma parte, cada vez mais significativa, da população. As chamas vêm-se
nas imagens televisivas mas não atingem as varandas nem os logradouros dos prédios
citadinos e nessa medida uma grande parte da nossa população olha para o problema
como espectador e não com um interesse sentimental particular, como o de um proprietário
ou de um habitante das localidades atingidas. Por outro lado, a não convivência com a
realidade rural, torna as populações menos sensíveis à questão económico-ambiental.
Ouvir dizer que um pinheiro bravo leva 30 a 40 anos a criar, até que tenha valor
económico, é um dado que as pessoas assimilam, mas que não complementam com uma imagem visual (diária) do crescimento lento das arvores, ao longo de
décadas. Ouvir dizer que a área ardida atinge anualmente números elevadíssimos,
ainda que possa ter impacto noticioso, não é mesma coisa
que viver a experiência de percorrer montes e vales, completamente despidos de floresta
e recordar os tempos em que os mesmos eram povoados por vegetação. Ouvir dizer
que os incêndios destroem os ecossistemas, ainda que possa ter igual impacto, é diferente quando comparado com a realidade rural de quem não pode ir ao monte apanhar uma urze ou um azevinho e ouvir os melros, as rolas ou as cotovias... e ver raposas, ouriços-cacheiros ou carreiros de formigas.
Enfim,
estou em crer que a ausência de contacto com a realidade física (e quotidiana) das
florestas e do mundo rural, leva a maioria das pessoas a um estado de
passividade cívica perante a questão dos fogos florestais, por via de se não sentirem diretamente afetados pelo problema. E
volto a repetir, isto é mau, muito mau.
E o
que é pode ser feito para alterar este estado de coisas? É preciso, antes de
mais, investir na educação ambiental das populações. Estou a pensar, por
exemplo, em campanhas de sensibilização para a necessidade de proteção das
florestas, semelhantes àquelas que se desenvolvem no âmbito da prevenção dos
acidentes rodoviários ou da separação do lixo para reciclagem. Com campanhas
desse género, sistemáticas em termos temporais e que abarcassem uma componente
educativa em áreas como a fauna e flora, poderiam potenciar-se práticas
mais amigas da floresta, uma consciência cívica e ambiental que atenuasse a separação entre os aglomerados urbanos e o mundo rural e ainda a formação de uma consciência coletiva para a necessidade de defesa da floresta. Dessa forma, a
nossa sociedade não seria tão indiferente aos crimes contra a floresta, que, a cada ano que passa, se vão sucedendo e aparentemente passam impunes.
Ao
mesmo tempo também é necessário investir no ordenamento da floresta e tomar medidas de natureza jurídica, judicial e política que combatam os negócios que aparentemente
gravitam à volta dos fogos: o imobiliário, o comércio de madeira e o
dispositivo de combate a incêndios.
Estou
convencido que medidas deste género poderiam contribuir para proteção dos ecossistemas,
para promover um desenvolvimento mais harmonioso do país e para garantir a sustentabilidade
de setores económicos que dependem da floresta, como por exemplo, o da indústria do
mobiliário.
sábado, 21 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
Padre Joaquim Pereira da Cunha faz 100 anos
Hoje, 08
de Julho de 2012, completa 100 anos de vida, o Senhor Padre Joaquim Pereira
Cunha.
Este
presbítero foi pároco de Tabuado, na Diocese do Porto, durante 71 anos,
mais concretamente entre setembro de 1938 e abril de 2010, tendo sido também, durante
décadas, pároco de Rio de Galinhas, paróquia circunvizinha de Tabuado.
Segundo
dados que apurei recentemente, na atualidade, em Portugal, existirão cerca de
3400 presbíteros diocesanos a que se juntam muitos outros, membros
dos vários Institutos Religiosos, sendo que, nesta altura, o Senhor Padre Cunha,
que completa hoje o seu centenário, será o segundo sacerdote mais velho do
país.
Segundo o “Anuário
Católico” o presbítero mais velho será o Cónego Monsenhor José Amaro, do
Patriarcado de Lisboa, nascido no dia 19 de Agosto de 1911 e ordenado no dia 06
de Abril de 1935, sendo o Padre Joaquim Pereira da Cunha, da Diocese do Porto,
nascido no dia 08 de Julho de 1912 e ordenado a 08 de Agosto de 1937, o segundo
mais velho. Ambos se caracterizaram por terem um ministério pastoral
extremamente longo, gozando agora os dois do merecido descanso nas Casas
Sacerdotais de Lisboa e Porto.
A efeméride
do centenário do Senhor Padre Joaquim
Pereira Cunha é hoje assinalada de forma especial em Tabuado e Rio de Galinhas,
com uma Eucaristia de ação de graças, um almoço e um convívio vespertino em
honra do ilustre centenário.
O Senhor
Padre Cunha é uma pessoa que muito estimo, com quem convivi ao longo da vida e a
quem aprendi a respeitar de uma forma particular.
Neste dia tão especial, não posso deixar endereçar os parabéns ao meu amigo Senhor Padre Cunha e de fazer votos para que continue a celebrar esta data por muitos anos.
Neste dia tão especial, não posso deixar endereçar os parabéns ao meu amigo Senhor Padre Cunha e de fazer votos para que continue a celebrar esta data por muitos anos.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O Códice Calixtino
Esta é uma notícia que me alegra
muito. Devo confessar que fiquei estupefacto com o desaparecimento da obra e
que era muito cético quanto à sua possível recuperação. Ainda bem que tudo
terminou em bem... e sobretudo com códice intacto.
O Códice Calixtino
(no Latim "Codex Calixtinus") é um
manuscrito, de meados do século XII, que reúne um conjunto de textos em Latim, com
ilustrações, que visavam a promoção da Catedral de Santiago de Compostela.
Trata-se de uma obra com grande
valor literário para a época, onde sobressai a utilização do Latim, com um
elevado nível de correção.
Muito embora a sua autoria seja atribuída
ao Papa Calisto II, crê-se que tenha sido redigido por vários autores, entre os
anos de 1130 e 1160.
O códice divide-se em cinco
livros e é composto por um total de 225 folhas, de dupla face, com as dimensões
de 295mm x 214 mm. A maioria das folhas compreende uma única coluna com 34
linhas de texto.
O exemplar mais antigo deste códice,
que se crê ser uma cópia de um exemplar modelo, encontra-se à guarda da
Catedral de Santiago de Compostela, sendo datado da década de cinquenta do século
XII (entre 1150 e 1160).
O livro I, designado por "Anthologia
liturgica" (Antologia litúrgica) é o mais longo do códice, compreendendo
um total de 139 folhas e possui um caráter marcadamente litúrgico. Trata-se de
uma coletânea de homilias, de cânticos litúrgicos, de cânticos de peregrinos e
de sermões em honra do apóstolo Santiago proferidos na Catedral de Santiago de
Compostela. O âmago da obra – o sermão "Veneranda dies"-
procura mostrar o sentido e o valor espiritual da peregrinação a Santiago.
O segundo livro, "De
miraculi sancti Jacobi" (Milagres de Santiago), estende-se da folha
139 à 155 e compreende uma compilação de 22 milagres atribuídos a Santiago,
ocorridos em diversas partes da Europa, em especial no percurso do Caminho de
Santiago.
O livro III, "Liber de
translatione corporis sancti Jacobi ad Compostellam" (livro da
transladação do corpo de Santiago para Compostela) compreende as folhas de 156
a 162 e nele é relatada a evangelização do apóstolo Santiago em Espanha e a transladação
do seu corpo para Compostela.
O quarto livro, "Historia
Karoli Magni et Rothalandi" (História de Carlos Magno e Rolando) encontra-se
entre as folhas 163 e 191 do códice. Nele é narrada, em tom épico, a história
de Carlos Magno e de Rolando em Espanha. Carlos Magno é apresentado como tendo
sido o descobridor do túmulo do apóstolo Santiago e criador das primeiras
peregrinações a Compostela e à sua Catedral.
O livro V, "Iter pro
peregrinis ad Compostellam", é provavelmente o mais conhecido do
grande público e constitui o mais antigo guia para os peregrinos do Caminho de
Santiago, incluindo conselhos, descrições do percurso e das obras de arte nele
existentes, assim como usos e costumes das populações que viviam ao longo da
rota.
O códice foi impresso pela
primeira vez em 1882 tendo em 1966 sido objeto de restauro, ocasião em
que lhe foi reincorporado o Livro IV, que dele havia sido destacado em 1609.
No dia 5 de Julho de 2011 a obra foi dada como desaparecida pelos responsáveis do arquivo da Sé Catedral de Santiago de Compostela, na sequência de um pertenço roubo. Ontem, quando faltavam dois dias para fazer um ano do seu desaparecimento, o mesmo foi recuperado pela polícia, em bom estado, na garagem de antigo electricista da Catedral de Santiago de Compostela.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Portugal eliminado nas meias-finais do Euro 2012
Foto do "Jornal de Notícias" |
Pronto! Portugal foi eliminado nas meias-finais do Euro 2012. A nossa
seleção está de regresso a casa e a meu ver não há drama nenhum nisso porque no desporto há o
perder e o ganhar... Para mim, nestes momentos, o importante é a atitude. E no
jogo de ontem, nesse aspeto, a nossa seleção portou-se muito bem: lutou de
igual para igual com os espanhóis. E quando assim é não é desonra nenhuma cair “aos
pés” dos melhores. Honra aos vencidos e glória aos vencedores.
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