Donald Trump, presidente dos Estados Unidos,
tomou posse há um ano. Qualquer balanço que se faça deste seu primeiro ano de
mandato não pode fugir ás evidências, e tenderá sempre a classifica-lo como
fraco, comprometedor e mesmo desastroso em alguns aspetos.
Em termos internacionais a administração Trump seguiu
uma politica de isolacionismo e confrontação com quase todo o mundo. Já durante
a campanha, o ainda candidato, tinha prometido rasgar acordos comerciais, subir
taxas aduaneiras e até construir um muro na fronteira que divide o México com
os EUA, numa intenção de pôr em prática uma politica claramente isolacionista.
Porém ninguém estava à espera que as posições da presidência republicana de Donald
Trump fossem tão longe neste primeiro ano de mandato. Se é certo que a
construção do muro ainda não avançou, talvez porque para além de ser uma ideia absurda,
tem um custo económico que nem o seu autor estimou, a política de Washington pôs
em sobressalto vários aspetos da política internacional. Em acontecimentos como
a cimeira da NATO ou a reunião do G7, ao arrepio das mais elementares regras
diplomáticas, Trump assumiu uma posição arrogante, enunciou as suas ideias,
algumas das quais em clara contradição com as posições tradicionais dos Estados
Unidos e furtou-se ao diálogo com os seus parceiros estratégicos. A politica de
isolamento prosseguiu com a decisão dramática à escala global de retirar o país
do Acordo de Paris sobre alterações climáticas, com clara oposição da sociedade
americana, e com a ameaça de rompimento do acordo nuclear com o Irão, sem motivo validado
pelas agências internacionais que fiscalizam o cumprimento do mesmo por parte daquele
país do médio oriente. E mais
recentemente, a decisão precipitada de mudar a embaixada americana em Israel de
Telavive para Jerusalém, uma resolução contestada pelos países árabes da região
e por grande parte da comunidade internacional. E finalmente os comentários xenófobos de Trump (hiperligação clique) em relação a El Salvador, ao Haiti e alguns países africanos, a
propósito das politicas de emigração americanas, que foram alvo da condenação
oficial do Departamento de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Na frente interna o desempenho da Administração
Trump não tem sido mais pacifico, bem pelo contrário. Começa com uma relação conflituosa
com a generalidade dos meios de comunicação social, que se têm constituído nesta
fase como um autêntico contrapoder, e prossegue com a implementação de medidas impopulares
para remover as da anterior a administração, particularmente o Obamacare e
outras de natureza social de apoio ás classes mais desfavorecidas. Se a estas adiconarmos
umas quantas decisões de carater económico, claramente retrógradas em termos
ambientais, que têm merecido a contestação pública, e uma onda de suspeições a
propósito do seu comportamento pessoal e político, bem como de membros destacados
da sua administração, desemboca-se num resultado factual: Donald Trump é o
presidente menos popular dos Estados Unidos da América nos últimos setenta
anos.
Neste primeiro ano de mandato o único aspeto que correu verdadeiramente de feição à administração Trump foi o desempenho da economia onde se verificou um crescimento de cerca 3%. Mas perante o restante enquadramento será esta circunstancia suficiente para equilibrar os pratos da balança?
Aquando da campanha para as eleições norte americanas tive oportunidade de referir que Hillary Clinton não me parecia ser a melhor candidata democrata para derrotar Trump, nem provavelmente ser a presidente que os Estados Unidos necessitavam para substituir Barac Obama, ainda assim, apelei ao respeito pelas regras democráticas que permitiram a eleição de Donald Trump e pedi que lhe fossem dadas condições para o exercício do mandato, para que no final do mesmo pudesse ser julgado segundo as regras da democracia como qualquer outro eleito democraticamente. Pensava assim porque entendia que passado processo eleitoral a postura de Donald Trump se converteria na de um estadista, ainda que com fato á sua medida, porque a isso o obrigariam as regras do exercício do cargo e o protocolo institucional da Casa Branca e do Pentágono. Passado um ano, o que mais me preocupa em todo este processo é a falta de maturidade politica e de responsabilidade cívica, e por vezes até ética, que o presidente americano revela. A maior nação do mundo nunca poderá ser governada da mesma forma que se gere um grande grupo empresarial, por maior e mais bem-sucedido que ele seja. Na gestão empresarial, ainda que a contragosto, pode ter que se conviver com excentricidades comportamentais de gestores de topo ou de detentores de capital, mesmo sendo essas práticas questionáveis socialmente, porque se está no domínio da vida privada, mas quando se sobe ao patamar da causa pública a bitola da moral e dos princípios elevam-se a níveis máximos e há comportamentos e práticas que não admissíveis a este nível.
Neste primeiro ano de mandato o único aspeto que correu verdadeiramente de feição à administração Trump foi o desempenho da economia onde se verificou um crescimento de cerca 3%. Mas perante o restante enquadramento será esta circunstancia suficiente para equilibrar os pratos da balança?
Aquando da campanha para as eleições norte americanas tive oportunidade de referir que Hillary Clinton não me parecia ser a melhor candidata democrata para derrotar Trump, nem provavelmente ser a presidente que os Estados Unidos necessitavam para substituir Barac Obama, ainda assim, apelei ao respeito pelas regras democráticas que permitiram a eleição de Donald Trump e pedi que lhe fossem dadas condições para o exercício do mandato, para que no final do mesmo pudesse ser julgado segundo as regras da democracia como qualquer outro eleito democraticamente. Pensava assim porque entendia que passado processo eleitoral a postura de Donald Trump se converteria na de um estadista, ainda que com fato á sua medida, porque a isso o obrigariam as regras do exercício do cargo e o protocolo institucional da Casa Branca e do Pentágono. Passado um ano, o que mais me preocupa em todo este processo é a falta de maturidade politica e de responsabilidade cívica, e por vezes até ética, que o presidente americano revela. A maior nação do mundo nunca poderá ser governada da mesma forma que se gere um grande grupo empresarial, por maior e mais bem-sucedido que ele seja. Na gestão empresarial, ainda que a contragosto, pode ter que se conviver com excentricidades comportamentais de gestores de topo ou de detentores de capital, mesmo sendo essas práticas questionáveis socialmente, porque se está no domínio da vida privada, mas quando se sobe ao patamar da causa pública a bitola da moral e dos princípios elevam-se a níveis máximos e há comportamentos e práticas que não admissíveis a este nível.
Se Donald Trump demorar muito mais tempo a assimilar estes princípios,
ou se se recusar assumi-los como seus, os Estados Unidos, em primeira linha, e o
resto de mundo por arrastamento, podem ser confrontados com um balanço bem pior
do que o de quatro anos perdidos.