sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Cabras vão ajudar na prevenção dos incêndios


O Governo quer por em marcha uma politica integrada de defesa da floresta, vertida numa diretiva operacional única, onde se identifiquem, em simultâneo, medidas de prevenção e medidas combate aos fogos florestais.
No que se refere ás medidas de prevenção, o Executivo vai investir na continuação da execução da Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível (Hiperligação) que quer ver concluída a nível nacional no prazo de 3 anos, prevendo intervenções ao nível da componente mecânica, com o uso do fogo controlado e ao nível da componente biológica, com recurso á silvo-pastorícia.
No caso particular da componente biológica, o Governo quer implementar um projeto piloto em que vai utilizar cabras em rebanhos dedicados à gestão do combustível florestal da rede primária.
A estratégia do Governo parece ser a correta. As linhas de ação dadas a conhecer pelo Executivo parecem ser consonantes com as revindicações de um conjunto muito alargado de vozes da sociedade portuguesa que, há muitos anos, defendem a implementação de uma política integrada de defesa da nossa floresta. No conjunto de intenções agora anunciadas pelo Secretário de Estado das Florestas, é especialmente interessante, em termos ambientais, a utilização de rebanhos de cabras dedicados à gestão do combustível florestal. As cabras, sendo animais ruminantes, essencialmente herbívoros, que se alimentam à base ervas e plantas lenhosas e que têm grande resistência física e capacidade de adaptação a diferentes habitats, parecem ser aliados ideais para uma intervenção cem por cento natural no controlo do combustível florestal, particularmente em áreas da rede primária.
A expressão utlizada pelo governante, que chamou aos caprinos “cabras sapadoras”, numa alusão ao papel que potencialmente desempenharão no processo de prevenção dos incêndios, motivou uma reação enérgica da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais que julgou abusiva a utilização do termo “sapadoras” e considera que comparar as funções de um animal a um ser humano é desrespeitoso por parte de um Estado de Direito (Hiperligação).
Esta reação foi desproporcionada, provida de sentido e nada dignificante para aquela classe profissional.
Atitude bem diferente têm os profissionais da Polícia e da Guarda que nunca acharam desrespeitoso que se apelidassem os seus camaradas de quatro patas de “Cães Polícia” e que lhe atribuem o estatuto de colegas, com direito a condecorações por mérito e festa de despedida quando deixam o ativo… Formas diferentes de encarar a mesma realidade, mas atenção, aqui não se confunde a associação de classe com os profissionais que ela representa. Uma boa parte deles, provavelmente, concorda com o que aqui foi dito.

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