Acerca de cinco anos dirijo mensalmente uma curta mensagem a um grupo de trabalho, como forma de motivação e fortalecimento do espírito de equipa. A grande maioria dessas mensagens foram citações de pensamentos de personalidades que se expressaram em termos que julguei relevantes para o efeito que pretendia alcançar. Raras vezes lá coloquei pensamentos que identificasse com a minha pessoa, para dessa forma afastar qualquer tipo de questão pessoal.
No passado mês de Maio a mensagem traduziu-se nesta frase:
“Há muita gente que pensa que a amizade é como a corrente eléctrica: que se pode ligar e desligar quando nos convém. Como se enganam...”
Esta frase ouvi-a num programa radiofónico e logo a memorizei, tal foi a clareza e a objectividade de quem a proferiu a propósito do tema “a exigência da amizade”. Pensei pô-la à reflexão mensal do “meu grupo”, mas chegada a ocasião de a redigir a verdade é que não consegui identificar o seu autor. Não sei se terá sido Isabel Stilwell, Eduardo Sá ou Júlio Machado Vaz. Um dos três foi, mas com rigor não sei qual deles. Por esse facto a mensagem seguiu sem a identificação do autor da frase.
Na reunião seguinte, senti muita apreensão (até nervosismo) em alguns dos elementos do grupo de trabalho. Palavra puxa palavra e lá veio a frase do mês... Todos perceberam o seu sentido no que se refere às exigências que comporta dizer-se que se è amigo de alguém, e como isso pode ser transportado para o interior de um grupo de trabalho a nível de outros sentimentos, também eles exigentes, como seja, por exemplo, a lealdade entre os diversos elementos desse grupo.
Ainda assim apercebi-me que o problema principal foi a falta de menção do autor da frase... e daí até me atribuírem sua autoria foi um ápice. Por esse facto e porque entenderam que a mesma não se aplicava ao grupo, questionaram-se a propósito do seu sentido... seria um alerta, uma repreensão? Ficou esclarecido que não foi esse o objectivo... nem que fui eu o autor da frase.
Mas que as palavras fortes têm o dom de por as pessoas inteligentes a pensar, lá isso têm... e que eu concordo com o sentido da frase... lá isso concordo!
Um abraço para o grupo.
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