segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Roupa blindada para crianças

Esta notícia, não é de todo surpreendente, mas ainda assim deixa-me a pensar.
Não me repugna a ideia de que em sociedades ditas violentas, como as da América do Norte, as pessoas procurem proteger-se o melhor que podem.
Quando os meios institucionais de ordenamento social – sistemas de segurança e justiça – são ultrapassados pela delinquência ou simplesmente pelas atitudes desviantes do comportamento humano, é compreensível que as pessoas acautelem o que têm de mais precioso, a vida.
É compreensível que assim seja, mas não é admissível que a isso sejam obrigadas.
Se assim não for que sentido faz a Declaração Universal dos Direitos do Homem? Leia-se o seu artigo 1º:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
O facto do estilista colombiano, Miguel Caballero, ter desenhado e se preparar para comercializar uma coleção de vestuário e acessórios blindados para crianças, pode aos olhos da sociedade parecer uma atitude consequente, mas nunca esta a poderá encarar como normal. Nunca.
Já alguém imaginou, numa destas manhãs, ter que perguntar a um filho (ou filha) se já vestiu o blindado, com a mesma naturalidade que se lhe pergunta se já vestiu uma camisola interior?
Não, claro que não.
Mas o simples facto de haver locais neste planeta onde essa prática já faz parte do quotidiano dá-me que pensar...

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