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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Falar de Dezembro (1)


 
RESTAURAÇÃO                DA INDEPENDÊNCIA



Dezembro começa com a comemoração da restauração da independência de Portugal. Tal como já aqui relatei, foi neste dia, em 1640, que um punhado de homens corajosos, “os conjurados”, devolveu a soberania ao nosso país e pôs fim a um período de sessenta anos de domínio da Coroa Espanhola.
Desde pequeno me habituei a ver nesta data um dia muito importante para a nossa Nação. Pensava, e ainda hoje penso, que se não tivesse ocorrido esta revolta, o nosso país, muito provavelmente, ter-se-ia convertido numa província do Reino de Espanha, como o são a Galiza ou a Andaluzia, por exemplo.
Por esse motivo, julgo que este acontecimento histórico, de há 371 anos, deve ser recordado como um dos mais importantes da nossa história e mostra bem que o orgulho de ser português, não é um qualquer slogan, mas um sentimento que acompanhou o nosso povo ao longo de séculos.
Por isso, não podia haver melhor forma de começar o mês, do que a relembrar este facto tão valoroso da nossa história, seja num dia feriado, ou talvez não...

sábado, 26 de novembro de 2011

O Banco Alimentar promove mais uma recolha de alimentos.

                                   
Durante este fim-de-semana vai decorrer mais uma acção de recolha de alimentos promovida pela Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
A acção decorrerá em todo o país e envolve cerca de 34 mil voluntários, espalhados por 1615 estabelecimentos comercias.
Para participar basta aceitar o saco oferecido pelos voluntários e nele colocar bens alimentares para partilhar com quem mais precisa. São privilegiados os produtos não perecíveis, tais como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, entre outros.
Esta campanha apresenta uma inovação, pois vai permitir que os donativos também sejam feitos online, através do sítio www.alimenteestaideia.net até ao próximo dia 3 de Dezembro. Desta forma aqueles que não têm possibilidade de participar na campanha tradicional depositando seu donativo no saco, agora já o podem fazer por esta via alternativa. Basta seleccionar os produtos do cabaz (têm seis à escolha) e podem pagar no multibanco ou com cartão de crédito.
Com esta nova possibilidade de participação online, abrem-se as portas a quem está longe (por exemplo aos emigrantes), aos jovens (que mais dominam as novas tecnologias) e às empresas, de também poderem contribuir com a sua ajuda nesta campanha de auxílio alimentar aos que mais precisam.
Os tempos que vivemos são difíceis para todos, mas quem puder não deixe de participar. O pouco que cada um possa dar fará a diferença e contribuirá para que se atenuem as dificuldades dos que mais sofrem.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11 do 11 de 2011, uma data especial!

Hoje é um dia especial. Sim (!) é dia de são Martinho... mas além disso, já repararam na data? !!! ...

11-11-11

Nas nossas vidas não voltaremos a viver outra igual.

Aproveitem o momento e inspirem-se!

sábado, 29 de outubro de 2011

O futuro

O tempo tem o condão de impor restrições àquilo que fazemos.
Porque não é elástico, a sua falta, obriga-nos a fazer opções e a decidir “o que fazer” e “quando fazer”.
Neste jogo de forças, do tipo custo/beneficio, há actividades que, ciclicamente, têm que ficar para trás em detrimento de outras que se mostram mais prementes em determinadas ocasiões.
O “Cidadão com Opinião”, nos últimos meses, tem sido reflexo desse jogo de forças que tem acontecido no meu dia-a-dia.
Ocasiões houve, em que a actividade de “blogar” levou a melhor sobre outras. Nos últimos tempos assim não pôde ser...
Aos que por cá foram passando, mesmo na ausência de novidades, o meus agradecimentos e as minhas desculpas pela ausência de opiniões publicadas. Àqueles que gentilmente procuraram pessoalmente, ou através do "opiniaodocidadao@gmail.com", saber de mim, agradeço-lhes publicamente a atenção.
Mas aqui chegados e pelo respeito que me merecem todos os que por cá foram passando, e continuam a passar, impunha-se-me dizer algo sobre o futuro deste espaço.
Dizer que nos tempos que atravessamos, porventura mais do que em quaisquer outros que já tenhamos vivido, é importante que nos façamos ouvir e que marquemos a nossa posição.
Como alguém me escrevia por estes dias é bom que nos mantenhamos activos e que não deixemos de exercitar a nossa cidadania. Andar de blogue em blogue, de jornal em jornal, de sítio em sítio, estimula-nos e contribui para que as nossas mentes se mantenham alerta. Mas para alguns isso não é suficiente. “Blogar” é bom, mas escrever e publicar torna-se quase uma imposição.
Espicaçado por essa ideia escrita e pelas mais de 16.700 visitas feitas a este espaço e pelas mais de 23.500 páginas visitadas, quero anunciar-vos que é minha intenção voltar “a publicar opiniões” com mais frequência, para continuar a dar a conhecer o meu pensamento e para permitir que outros também o façam neste espaço.
É provável que em certas alturas, tenha que alterar ligeiramente o registo habitual, mas ainda assim, vou tentar voltar ao tempo em que opiniões (e não só) por aqui circulavam a bom ritmo.
Portanto o futuro é um até já! 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

De volta

Depois de um interregno o “Cidadão com Opinião” está de volta.
Situações diversas ocuparam o meu tempo durante grande parte do mês de Janeiro e obrigaram a que me mantivesse afastado da escrita neste espaço.
Durante este período houve acontecimentos que mereciam aqui ter sido tratados. Estou a lembrar-me, por exemplo, das eleições presidenciais.
Talvez um dia destes ainda aqui faça uma referência a este, e a outros acontecimentos, que entretanto tiveram lugar...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano Novo

Caros leitores e leitoras, bem-vindos a 2011.
Está agora a começar um novo ano que se advinha difícil. Para descontrair um bocadinho, quero brindar-vos com uma das coisas boas da vida: a música!
Deixo-vos aqui um registo sempre agradável nesta época do ano: o Concerto de Ano Novo, pela Orquestra Filarmónica de Viena.
Neste excerto, do ano de 2009, é apresentada a “Radetzky March” e a orquestra é dirigida pelo maestro Daniel Barenboim.

Vejam bem o papel do maestro...
A forma competente como dirige a orquestra; a sua versatilidade e habilidade a interagir com o público; e a sua boa-disposição!
Grande maestro! Destes precisávamos muitos... a todos os níveis! Não acham?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve geral

Hoje é dia de greve geral.
Logo pela manhã, seremos, com toda a certeza, bombardeados com números bastante díspares, em função da sua proveniência - entidades patronais ou sindicatos.
Mas no final do dia o que é vai ficar para o País da greve, além dos constrangimentos da falta de transportes, das consultas médicas adiadas ou da escola dos filhos que não funciona?
Será que o Governo vai tirar algumas ilações do que hoje se passar? Ou melhor, será que Governo pode tirar algumas ilações do que hoje se passar? Ou melhor ainda, será que o Governo ainda pode tirar ilações do que hoje se passar?
Ora, como é sabido, esta greve é feita para contestar medidas que no actual contexto económico e financeiro do País são inevitáveis. Deste modo o Governo tem poucas ilações a tirar quanto á sua prática governativa, na medida em que tem um orçamento aprovado, resultante de uma negociação com o maior partido da oposição, e outra coisa não lhe resta que não seja aplicar as medidas nele contidas; ou em alternativa abrir as portas ao FMI para que seja aquele organismo a impor ao Governo do País (a este, ou a outro) estas mesmas medidas ou outras ainda mais duras.
Portanto, em termos da prática governativa, o Governo não vai, não pode, ou melhor, já não pode, tirar qualquer ilação da greve geral, pelo que esta não terá qualquer significado por essa via. Na prática o Governo, apesar de frágil e desorientado, não pode deixar de aplicar estas medidas, nem que seja confrontado com uma greve geral com níveis de adesão históricos.

As únicas ilações que o Governo, e que o partido que o suporta, poderão tirar desta greve geral serão de carácter político.
Lembre-se que o engenheiro José Sócrates lidera um Governo de centro-esquerda, apoiado pelo Partido Socialista, e verá hoje em luta (a fazer greve) uma parte muito significativa da sua base sociológica de apoio. Nessa medida, esta greve geral poderá ser um factor determinante, para imputar ao Governo erros políticos importantes, como seja, por exemplo, a acção tardia no combate a uma crise que dá sinais de não conseguir controlar, mas que procura a todo o custo, muitas vezes de forma ingénua, ocultar.
Quanto aos portugueses que farão os números desta greve geral, esses já sabem que o País e o Governo não estão em condições de lhe dar o que eles pretendem. As condições de vida não mudarão, não diminuirá a taxa de desemprego, não haverá uma descida dos juros com que nos financiamos no exterior e os hospitais e a justiça que temos continuarão a ser os mesmos. Ainda assim, esses mesmos portugueses, terão oportunidade de marcar posição e mostrar a dimensão das suas revoltas individuais numa contestação colectiva e à escala nacional.
Por estes dias, tenho ouvido muitos sociólogos e psicólogos, dizerem que este acontecimento (a greve geral) tem impacto positivo em termos de estabilização da sociedade, na medida em que cada um dos portugueses que se sentem injustiçados, dão asas à sua revolta, que mais não seja apenas interior, nesta manifestação, de índole colectivo, que tem data e hora marcadas. Socialmente, dizem esses especialistas, é mais benéfico que aconteça uma greve geral do que ter uma revolta latente em cada cidadão sem se poder prever o dia ou a hora em que rebentariam milhares de revoltas individuais.
Por último só queria lembrar que a contabilidade dos descontentes não se encerra com o número dos que amanhã farão greve; a esses será necessário acrescentar os milhares que até concordam com a greve, mas que a ela não aderem por motivos de ordem económica.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

sábado, 6 de novembro de 2010

Pessoas que partem memórias que ficam

No espaço de poucas horas, três pessoas partiram. Eram meus conhecidos e amigos, por isso, não posso deixar de os lembrar aqui.
O Senhor Dário Rocha, o primeiro a partir, colega do meu Pai e amigo que me habituei a ver lá por casa desde a infância. Dele nunca vou esquecer o trato respeitoso, o discurso elegante e as descrições que me fazia de África. Foi com ele que, desde criança, criei no meu imaginário o cenário da Angola, colónia portuguesa. Ao ouvi-lo falar daquela terra, de forma tão apaixonada, quase me apetecia estar lá, para viver as suas experiências...
Depois foi a Dona Fernanda de Jesus Pereira. Vizinha de meus Pais e Avós e amiga lá de casa, desde sempre.
Para os Tabuadenses, espalhados por Portugal e pelo mundo, que me distinguem com as suas visitas ao cidadão com opinião, esclareço que estou a falar da Senhora Fernanda de Canhões... uma das figuras mais características de Tabuado. Espero que a identifiquem.
Da D. Fernanda, guardo uma amizade devotada à minha família e à minha pessoa, que era correspondida com igual distinção da nossa parte. Guardo o carinho com que nos tratava e com que nós procurávamos corresponder. Com Ela, parte uma forma de vida simples, quotidiana, mas muito honrada; partem as conversas frequentes, muitos interessantes, alegres e mesmo cómicas...
Nunca me esquecerei que a D. Fernanda foi das pessoas que mais me deu a conhecer o Tabuado de outros tempos, descrito na primeira pessoa.
Por último a Carla Barros Monteiro. Estudante, 24 anos, finalista do curso de Engenharia Biotecnológica e Secretária da Junta de Freguesia de Várzea.
A Carla era uma pessoa que, tal como eu, também se preocupava com o futuro da sua terra. Por isso, há sensivelmente um ano, decidiu dar o corpo ao manifesto. Foi aí que conheci mais particularmente, a delinear estratégias e a falar de projectos para as nossas terras.
Oriunda de uma família onde tenho muitas pessoas amigas e conhecidas, a Carla foi vítima de um atropelamento e não resistiu aos ferimentos. Sem palavras...

Os três partem as memórias ficam.

Às famílias enlutadas, os meus pêsames.

domingo, 24 de outubro de 2010

O direito a não ser pobre


Recentemente tive oportunidade de assistir a uma conferência subordinada ao tema “O Combate à Pobreza e Exclusão Social” integrada nas acções do “Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social”.
O principal orador nesta conferência foi o Padre Lino Maia, pároco de Aldoar, no Porto, e presidente da CNIS – Comissão Nacional das Instituições de Solidariedade, que brindou os participantes naquele evento com uma excelente intervenção, aliás como seria de esperar.
No decorrer da conferência, fui tirando alguns apontamentos daquilo que lá foi dito, apontamentos que agora partilho convosco, sem grandes dissertações da minha parte, quero apenas que meditem.
1º Apontamento – O combate à pobreza tem de ser um desígnio nacional, porque todo o cidadão tem direito a não ser pobre.
2º Apontamento – A pobreza, em muitas circunstâncias, é um “problema hereditário”, transmitindo-se de geração em geração; há muita gente que o único valor que deixa aos vindouros é o facto de ser pobre.
3º Apontamento360 euros é o limiar da pobreza em Portugal.
4º Apontamento – Números de 2008: Portugal tem 18% de pobres e a Europa entre 16 e 17%.
5º Apontamento – Em toda a Europa existem cerca de 80 milhões de pobres.
6º Apontamento – Em Portugal os apoios sociais reduzem de 40 para 20% o número de pobres.
7º Apontamento73,33% das acções de solidariedade em Portugal são protagonizadas por IPS´s ou equiparadas.
8º Apontamento – A proposta de Orçamento de Estado para 2011, prevê que as IPSS´s deixem de poder deduzir o IVA suportado nas suas actividades o que vai provocar o estrangulamento financeiro de muitas delas e poderá mesmo levar ao seu desaparecimento.
9º ApontamentoUm beneficiário do RSI – Rendimento Social de Inserção (vulgo Rendimento Mínimo), muito dificilmente poderá voltar a ser um trabalhador por conta de outrem; por isso, e em alternativa, deve ser estimulado a criar o seu próprio emprego. (Fiquei estupefacto com esta conclusão, ainda para mais vinda da boca do Padre Lino Maia)
10º ApontamentoEstratégia, em 4 eixos, para o combate à pobreza em Portugal defendida pelo Padre Maia:
  • 1º EixoApoio à família - “uma família sem condições não pode gerar filhos felizes”;
  • 2º EixoAposta na educação – “para combater a pobreza hereditária”;
  • 3º EixoMelhoria nas condições de vida – “a começar por uma habitação condigna, que preferencialmente deve ser conquistada pelo próprio e não oferecida”;
  • 4º EixoAposta no empreendedorismo – “estimular os pobres a serem empreendedores logo desde a infância

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tabela com os cortes dos salários da Função Pública

Como penso que muitos estarão interessados em saber, deixo aqui a tabela com os cortes dos salários na Função Pública, impostos no âmbito do PEC 3, para vigorar a partir do ano de 2011.

* Valor de redução que assegura a remuneração de 1.500,00€.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Implantação da República - passaram 100 anos


Estamos hoje a lembrar a implantação da República, facto histórico que ocorreu em Portugal há 100 anos, a 5 de Outubro de 1910.
Celebramos a mudança de regime político: a passagem de uma Monarquia Constitucional, para uma República Parlamentar.
Mas mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude inconformista do Povo Português, personificada na acção dos partidários republicanos.
Esses portugueses, lideres e simpatizantes do Partido Republicano Português, recusaram-se a aceitar o fatalismo de viver numa sociedade injusta e fechada, dominada por lóbis e instituições, que promovia o bem-estar apenas de uns quantos em detrimento da maioria que passava por grandes dificuldades. O Povo trabalhava de sol a sol, no campo, a grande maioria, ou então na indústria, ou nos serviços, mas ganhava muito pouco, e não tinha quaisquer regalias sociais, nem segurança no trabalho.
Esses mesmos portugueses, os revolucionários de 1910, rejeitaram também um sistema político pouco transparente, que embora sustentado por uma Monarquia Liberal que não restringia o direito à opinião, assentava numa alternância de poder entre os dois grandes partidos da época, o Partido Regenerador e o Partido Progressista. Sempre que um deles estava no poder e surgiam problemas graves, o Rei demitia-o, dissolvia o parlamento, marcava eleições, e chamava o outro para governar.
Esses portugueses opuseram-se ainda à prática diplomática da casa real, porque não concordavam com a capitulação sistemática dos interesses portugueses aos pés de outros Estados. Sentiam-se humilhados pelo facto do Rei de Portugal, Nação soberana com séculos de história, ceder sempre nas grandes negociações internacionais em que se via envolvido.
Este situacionismo social foi-se agravando durante décadas e conduziu o país para um beco sem saída.
Mas povo português não aceitou permanecer nesse marasmo e foram surgindo diversos grupos, liderados por intelectuais e figuras proeminentes da sociedade de então, que defendiam novas teorias para a organização da sociedade. Uma sociedade que fosse mais justa, verdadeiramente democrática e onde todo o cidadão nascesse e crescesse livre e tivesse a possibilidade escolher o seu futuro.
Da acção, por vezes clandestina e conspiradora de todos esses movimentos, eclodiu em 1910, o processo revolucionário que conduziu à implantação da República.
Os Republicanos tinham disseminado as suas ideias em sectores cada vez mais alargados da sociedade portuguesa, desde os intelectuais aos operários, e naquela época o Partido Republicano Português tinha já uma representação parlamentar digna de relevo e era, seguramente, o partido não monárquico, mais importante do país.
Na sua acção, os partidários republicanos criticavam com veemência a figura do Rei e da casa real, os seus gastos e a sua inoperância para resolver os problemas do país. O aumento de impostos, as fraudes eleitorais e a corrupção que grassava, eram males atribuídos à incapacidade dos políticos monárquicos para conduzirem o país no rumo certo.
Defendiam por isso que a resolução dos problemas do país começaria desde logo pelo derrube do regime monárquico, e a sua substituição por uma República parlamentar, devolvendo assim ao povo a possibilidade de escolher periodicamente o Chefe do Estado.
Ao longo anos sucederam-se algumas tentativas falhadas de proclamação da República, a primeira das quais, no Porto a 31 de Janeiro de 1891. A cada tentativa falhada, seguiam-se detenções, condenações e deportações, mas a determinação dos republicanos não esmorecia.
Em 1908, o país vivia uma situação explosiva, com grande descontentamento social e político, em muito potenciados pela existência de uma ditadura constitucional, encabeçada por João Franco e apoiada pelo Rei.
È neste clima de grande instabilidade que é morto o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro Luís Filipe, por membros da Carbonária, uma organização revolucionária com ligação à causa republicana.
Com a morte do Rei, e do herdeiro na sucessão ao trono, assume o poder o outro filho de D. Carlos – D. Manuel II, com apenas 18 anos de idade, a quem o povo inicialmente devotou grande simpatia e renovou a esperança de inverter o rumo do país. No entanto, apesar de D. Manuel II ter tomado algumas medidas populares e acabado com a ditadura constitucional, protagonizada por João Franco, os problemas sociais e económicos continuaram a agravar-se, e em Outubro de 1910, acontece a revolução que, após horas de luta armada, há-de culminar com a proclamação da República, no dia 5, pela boca de José Relvas, na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa.
Estava assim consumada a mudança de regime político em Portugal, tinha acabado a Monarquia e começado a República.
Como dizia acima, hoje, mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude de um Povo, que foi perseguindo o sonho de um ter futuro melhor. Por certo, nem todos teriam a certeza que a mudança de regime pudesse acudir a todos os males da nação, mas ousaram tentar, porque esta é atitude que se impõe aos audazes – aqueles de quem reza a história.
Hoje, passados 100 anos, sabemos que o processo de implantação da República que se seguiu à sua proclamação em 5 de Outubro de 1910 foi tudo menos pacífico. Há com certeza, pessoas e instituições, que poderão queixar-se de terem sido vítimas de um processo pós revolucionário em que reinou o desnorte, a desconfiança e o medo. Mas com o tempo a normalidade voltou à Nação e foram feitos os ajustes sociais que se impunham num processo como este.
O país começou então a ser governado por uma República parlamentar, em que o Chefe do Estado – O Presidente da República - passou a ser eleito directamente pelo Povo, cabendo o poder executivo ao Governo nomeado por iniciativa daquele, ou eleito, também directamente pelo Povo.
Mas qual é o significado desta mudança? O que significa, em teoria, que uma nação é governada por uma República?
Ora, a palavra República provem do latim “Rés Pública” que significa "Coisa Pública"; Assim sendo, fazendo uma a associação entre a etimologia desta palavra e acção dos agentes políticos, que ocupam os Órgãos do Estado, num regime republicano, pode dizer-se que quem ocupa um lugar público assume o compromisso com a sociedade de cuidar bem daquilo que é de todos, cuidar do que é comum como se seu fosse.
Certamente foi esta ilusão de cuidar bem da coisa pública, que moveu os revolucionários há 100 anos e deve também mover todos quantos são agentes públicos em Portugal, nos dias de hoje. O sonho de ter um futuro melhor, ainda hoje, passados 100 anos, continuar a perseguir muitos e muitos milhares portugueses, cujas condições de vida não são as melhores. O trabalho de construção de uma nação mais justa e mais fraterna está inacabado. Na actualidade a crise social e política, tirando a qualificação em diversos domínios, que 100 anos se encarregaram de fazer, assemelha-se em alguns aspectos à vivida nos finais do século XIX e inicio do século XX.
Por isso eu ouso perguntar: hoje o país não padece com o flagelo do desemprego, que afecta milhares e milhares de portugueses? Também hoje Portugal não sofre com os salários baixos e a degradação das relações e condições de trabalho? Também hoje a Nação não se vê ameaçada na sua soberania, pelo problema cada vez mais premente da dívida externa? Também hoje o sistema político português não assenta no rotativismo dos dois maiores partidos? Também não grassa às escâncaras a corrupção no nosso Portugal?
Passados 100 anos da proclamação da República, a resposta a estas questões só pode ser dada pelo povo português, com uma atitude inconformista que combata o desânimo e o descrédito, a exemplo do que fizeram há 1 século os revolucionários. Essa atitude de pro-actividade e participação, servirá para qualificar a nossa República, para a pôr verdadeiramente ao serviço dos portugueses, sobretudo daqueles que realmente mais precisam, repito, daqueles que realmente mais precisam.
Assim seremos dignos da herança que nos legaram António José de Almeida, Miguel Bombarda, José Relvas, Cândido dos Reis... e tantos outros portugueses, eminentes ou anónimos, que de uma forma digna e empenhada serviram a República Portuguesa ao longo destes 100 anos.

Por eles e por nós, Viva a República, Viva Portugal.

Neste post reproduzo o conteúdo de uma intervenção que proferi numa evocação histórica da implantação da República, levada a cabo por um grupo de jóvens de Tabuado.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Férias em Agosto

O mês de Agosto é, por tradição, o mês de férias para muitos milhares de portugueses.
Aproveito esta ocasião para desejar a todos os que os que visitam o "Cidadão com Opinião" umas boas férias.
Um abraço para todos e bom descanso, ou não... (porque há muita gente que aproveita as férias para fazer coisas que não pode fazer ao longo do ano)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Notícias de Tabuado na volta do Correio

Neste post partilho com todos uma resposta que dei através do correio electrónico a duas perguntas, versando o mesmo assunto e que me chegaram do estrangeiro, uma da Suíça outra do Brasil. Como estão em causa noticias de Tabuado, decidi publicar o conteúdo do e-mail de resposta.

Aqui vai ele:

" Olá amigos, dessas paragens distantes.
Obrigado por virem ao Cidadão com Opinião, através do opiniaodocidadao@gmail.com.
Achei curioso que ambos me solicitassem informações acerca do mesmo evento realizado em Tabuado, terra à qual, suponho (?), também têm ligações. Por isso tomei a liberdade de vos responder em conjunto.
Perguntam-me V. se estive presente no XVII Convívio de Folclore de Tabuado? E se sei como correu o evento?
Quero dizer-vos que tive oportunidade de estar presente e que aquele evento, organizado pela ACR de Tabuado, correu muito bem.
Foi no passado sábado. A noite estava muito agradável!
No convívio actuaram, além do rancho folclórico da ACRT, mais quatro grupos, em representação de outras tantas regiões, Estremadura, Beira Alta, Douro Litoral e Minho.
Todos nos apresentaram o seu folclore, de uma forma muito empenhada e com muita alegria. Foram três horas e meia passadas a saborear a música e a cultura tradicional portuguesa.
A assistência foi boa, vi por lá muita gente...
Eu gostei.
Espero ter correspondido ao vosso pedido.
Já agora uma pergunta: nós conhecemo-nos? (pelos vossos endereços de correio electrónico não consigo identificar-vos e só pelo nome próprio também não cheguei lá).
Um abraço para os dois e voltem sempre! "

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Associação Cultural e Recreativa de Tabuado faz 30 anos.


Hoje dia 21 de Junho de 2010 a Associação Cultural e Recreativa de Tabuado completa 30 anos de existência.
Quero assinalar aqui este facto e testemunhar publicamente o meu apreço pelo trabalho que esta Associação tem desenvolvido ao longo da sua existência em prol da valorização sociocultural da população de Tabuado e na recolha e preservação dos elementos culturais mais característicos da freguesia.
Cumprimento todos os sócios, particularmente os fundadores e o actual Presidente, Sr. Rui Mendes, e na pessoa destes, endereço a todos os meus parabéns.
Continuem por muitos mais trinta anos!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

IV MOSTRA DE TABUADO

Durante este fim-de-semana vai decorrer a IV Mostra de Tabuado.
  
Igreja Românica de Tabuado
Este certame, que tem como objectivo a  promoção e divulgação da freguesia de Tabuado, é organizado pela Junta de Freguesia e vai já na sua 4ª edição.
À semelhança das edições anteriores o evento vai decorrer no Largo das Capelas e conta com vários stands de exposição, onde as Associações e Grupos da terra divulgarão as suas actividades.

Largo das Capelas (Lado Norte) e Capela de Santo António

Em paralelo, ao longo dos três dias (Sexta, Sábado e  Domingo) vai desenrolar-se um programa de animação com a participação das referidas Associações (e Grupos da freguesia), e ainda com alguns convidados.
Fica aqui um breve resumo do programa, com os intervenientes e respectivo dia de actuação:

Sexta-feira - 4 de Junho - 21:15 
  • Alunos do Jardim-de-Infância das Cerdeiras
  • Alunos da EB1 do Ladário
  • Utentes do Centro de Convívio da Casa do Povo de Tabuado
  • Associação de Escoteiros - Grupo 237 de Marco de Canaveses

Sábado - 5 de Junho - 21:15
  • Espectáculo musical de karaoke com artistas de Tabuado - "Estrelas de Tabuado"
  • Concerto de concertina por Ruben Ferreira (convidado)

Domingo - 6 de Junho
  • 14:30 - Jogos tradicionais - Organização a cargo da Associação Cultural e Recreativa de Tabuado
  • 21:15 - Concerto pelo "Grupo de Cavaquinhos de São Romão" de Paredes de Viadores (convidados)
Como podem verificar, trata-se de um programa diversificado. Têm muito por onde escolher! Façam o favor de aparecer, a nossa terra precisa da participação de todos.
Eu também vou estar por lá...
Aos que não conhecem Tabuado dirijo um convite especial, aproveitem esta oportunidade para visitar a freguesia.
Venham ver um pouco do que por cá se faz e aproveitem para visitar a  Igreja Românica de Tabuado; as Capelas de Santo António, Santo Amaro e Santa Maria; a Torre de Nevões e a Torre da Pena; desfrutem da paisagem e se for caso para isso dêem um mergulho no Rio Ovelha, no lugar das Raposeiras!

       
Torre da Pena   
                                          
Capela de Santa Maria
  
Torre de Nevões


Tabuado convida!

terça-feira, 1 de junho de 2010

sábado, 22 de maio de 2010

TABELAS DE RETENÇÃO NA FONTE DE IRS - 2010

No dia 20 de Maio de 2010, foi publicado, no Diário da República n.º 98, Série II - Suplemento, o Despacho nº 8603-A/2010 do Ministro das Finanças, aprovando as TABELAS DE RETENÇÃO NA FONTE DE IRS PARA O ANO DE 2010.

Chamo a atenção para o ponto 6 do Despacho onde pode ler-se: "O presente despacho produz efeitos no dia seguinte ao da sua publicação".

Face a esta disposição, todas as entidades que coloquem à disposição rendimentos sujeitos a IRS, aos quais se aplique o mecanismo da retenção na fonte, devem fazer a respectiva retenção, a partir de 21 de Maio, aplicando as novas tabelas agora publicadas.

Todavia o Ministro das Finanças já veio esclarecer que as novas tabelas só aplicam a partir de 1 de Junho.

Podem clicar aqui para consultar as TABELAS DE RETENÇÃO NA FONTE PARA 2010.

terça-feira, 11 de maio de 2010