sábado, 9 de outubro de 2010

Medidas de austeridade

Alguém que me esclareça se puder.

O Governo decretou recentemente um corte salarial para todos os funcionários com massa salarial bruta superior a €1.500,00 por mês, para vigorar a partir do ano de 2011. Os cortes variam entre 3,5%, para os salários compreendidos entre €1.500,00 e €2.000,00, e 10% para os salários superiores a 4.200,00. Paralelamente o Governo aumentou para 11% a contribuição de cada trabalhador para a Caixa Geral de Aposentações e ainda não se sabe se vai aumentar o desconto para a ADSE, o subsistema de saúde obrigatório para os funcionários públicos, que é actualmente de 1,5%. O Governo decretou também para o ano de 2011 o congelamento de todas as pensões .

Perante estas medidas eu pergunto:

1. O dinheiro que paga um funcionário no activo e um aposentado não tem o mesmo valor? Então porque é que quem ganha um salário de €2.000,00 e está no activo e a produzir riqueza, vê o seu salário diminuído em 3,5% e quem está aposentado, exactamente com o mesmo valor, não vê a sua pensão diminuída mas sim congelada? Será que os pensionistas, nomeadamente aqueles que têm pensões superiores a €1.500,00, que, em regra, já fizeram o seu percurso de vida e têm os filhos criados, necessitam de ser mais protegidos do que os trabalhadores no activo?

2. Nestas condições, será justo impor, a todos trabalhadores no activo, um aumento de 1% nos descontos para a Caixa Geral de Aposentações, para garantir a não diminuição das pensões pagas aos aposentados, ainda para mais tendo aqueles feito um desconto de valor inferior?

3. Porque é que um trabalhador da Administração Pública, para ter direito à reforma e à assistência na saúde, tem que descontar, obrigatoriamente, 11% para a Caixa Geral de Aposentações e mais 1,5% para a ADSE, enquanto os trabalhadores do sector privado apenas descontam 11% para Segurança Social, e têm direito à reforma e à assistência na saúde?

Responda quem souber e que me esclareça se puder, porque, no mínimo, isto parece-me esquisito...

5 comentários:

  1. Querer começar/alimentar uma "guerra" entre trabalhadores da Administração Pública e trabalhadores do sectror privado é, no minimo, inútil.
    Ainda por cima partindo de principios errados ou omitidos, a saber:
    1-Assistência na saúde nada tem a ver com a segurança social.Consulte o site respectivo e tem à sua disposição a repartição das despesas da segurança social. Não encontra lá nada relacionado com a assistência na saúde.
    2-O acesso ao Serviço Nacional de Saúde - SNS (que não é financiado pela segurança Social)não é exclusivo dos trabalhadores do sector privado.
    3-Não pode comparar os descontos para a ADSE com os descontos para a Segurança Social porque, como disse acima, são coisas diferentes. Por outro lado, não esqueça que a Assistência na doença por via da ADSE tem algumas vantagens (atenção que não estou a dizer que é boa) em relação ao SNS. desde logo a possibilidade de poder, a troco de um pagamento parecido com a taxa moderadora, escolher o médico/consultório que deseja sem ter que ir, obrigatóriamente, sujeitar-se ao tormento que são os centros de saúde. Mas mesmo assim se quiser sempre pode ir para lá às seis da manhã para tentar arranjar uma consulta. Tem todo o direito.
    Parece justo que esta possibilidade de escolha tenha uma contribuição maior parte dos seus beneficiários. Se 1% é muito ou pouco já é outra questão.
    Cumprimentos.

    LFerreira

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  2. Caro(a) LFerreira
    Muito obrigado pela opinião.
    O seu comentário mereceu da minha parte alguns considerandos que entendi colocar em novo post intitulado "medidas de auturidadde I".
    Cumprimentos e volte sempre.

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  3. O sehor Barros que se lembre que os aposentados já contribuiram para o desenvolvimento do País de qualquer modo não concordo baixar os ordenados quanto muito congelar e lembre-se que os aposentados estão no fim da sua vida e já basta as despesas com saúde e agora com o desemprego dos jovens, temos que sustentar os filhos. Muito sinceramente estou aposentado mas estou preocupado com a juventude deste País.

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  4. Caro(a) leitor(a),
    Compreendo perfeitamente o que diz e sei que as circunstâncias que relata são cada vez mais frequentes.
    Infelizmente, as gerações mais novas dependem cada vez mais do apoio dos progenitores e há aposentados que mal conseguem sobreviver com as pensões que auferem. Totalmente de acordo consigo.
    Mas continuo a pensar que no actual contexto, em que se reduz o salário a quem ganha mais de 1.500,00€, os aposentados com pensões mais elevadas também deviam ver aquelas diminuídas e contribuir igualmente para o reequilíbrio das contas públicas. E olhe que há um número muito significativo de aposentados que o fariam sem grande dificuldade porque tem pensões elevadas (muito elevadas nalguns casos).
    Cumprimentos e volte sempre.

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  5. OS APOSENTADOS PELA CGA CONTINUAM A DESCONTAR PARA A CGA? SE SIM...QUAL É A PERCENTAGEM DO DESCONTO?
    pERGUNTO O MESMO QUANRO A ADSE.

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