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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Implantação da República - passaram 100 anos


Estamos hoje a lembrar a implantação da República, facto histórico que ocorreu em Portugal há 100 anos, a 5 de Outubro de 1910.
Celebramos a mudança de regime político: a passagem de uma Monarquia Constitucional, para uma República Parlamentar.
Mas mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude inconformista do Povo Português, personificada na acção dos partidários republicanos.
Esses portugueses, lideres e simpatizantes do Partido Republicano Português, recusaram-se a aceitar o fatalismo de viver numa sociedade injusta e fechada, dominada por lóbis e instituições, que promovia o bem-estar apenas de uns quantos em detrimento da maioria que passava por grandes dificuldades. O Povo trabalhava de sol a sol, no campo, a grande maioria, ou então na indústria, ou nos serviços, mas ganhava muito pouco, e não tinha quaisquer regalias sociais, nem segurança no trabalho.
Esses mesmos portugueses, os revolucionários de 1910, rejeitaram também um sistema político pouco transparente, que embora sustentado por uma Monarquia Liberal que não restringia o direito à opinião, assentava numa alternância de poder entre os dois grandes partidos da época, o Partido Regenerador e o Partido Progressista. Sempre que um deles estava no poder e surgiam problemas graves, o Rei demitia-o, dissolvia o parlamento, marcava eleições, e chamava o outro para governar.
Esses portugueses opuseram-se ainda à prática diplomática da casa real, porque não concordavam com a capitulação sistemática dos interesses portugueses aos pés de outros Estados. Sentiam-se humilhados pelo facto do Rei de Portugal, Nação soberana com séculos de história, ceder sempre nas grandes negociações internacionais em que se via envolvido.
Este situacionismo social foi-se agravando durante décadas e conduziu o país para um beco sem saída.
Mas povo português não aceitou permanecer nesse marasmo e foram surgindo diversos grupos, liderados por intelectuais e figuras proeminentes da sociedade de então, que defendiam novas teorias para a organização da sociedade. Uma sociedade que fosse mais justa, verdadeiramente democrática e onde todo o cidadão nascesse e crescesse livre e tivesse a possibilidade escolher o seu futuro.
Da acção, por vezes clandestina e conspiradora de todos esses movimentos, eclodiu em 1910, o processo revolucionário que conduziu à implantação da República.
Os Republicanos tinham disseminado as suas ideias em sectores cada vez mais alargados da sociedade portuguesa, desde os intelectuais aos operários, e naquela época o Partido Republicano Português tinha já uma representação parlamentar digna de relevo e era, seguramente, o partido não monárquico, mais importante do país.
Na sua acção, os partidários republicanos criticavam com veemência a figura do Rei e da casa real, os seus gastos e a sua inoperância para resolver os problemas do país. O aumento de impostos, as fraudes eleitorais e a corrupção que grassava, eram males atribuídos à incapacidade dos políticos monárquicos para conduzirem o país no rumo certo.
Defendiam por isso que a resolução dos problemas do país começaria desde logo pelo derrube do regime monárquico, e a sua substituição por uma República parlamentar, devolvendo assim ao povo a possibilidade de escolher periodicamente o Chefe do Estado.
Ao longo anos sucederam-se algumas tentativas falhadas de proclamação da República, a primeira das quais, no Porto a 31 de Janeiro de 1891. A cada tentativa falhada, seguiam-se detenções, condenações e deportações, mas a determinação dos republicanos não esmorecia.
Em 1908, o país vivia uma situação explosiva, com grande descontentamento social e político, em muito potenciados pela existência de uma ditadura constitucional, encabeçada por João Franco e apoiada pelo Rei.
È neste clima de grande instabilidade que é morto o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro Luís Filipe, por membros da Carbonária, uma organização revolucionária com ligação à causa republicana.
Com a morte do Rei, e do herdeiro na sucessão ao trono, assume o poder o outro filho de D. Carlos – D. Manuel II, com apenas 18 anos de idade, a quem o povo inicialmente devotou grande simpatia e renovou a esperança de inverter o rumo do país. No entanto, apesar de D. Manuel II ter tomado algumas medidas populares e acabado com a ditadura constitucional, protagonizada por João Franco, os problemas sociais e económicos continuaram a agravar-se, e em Outubro de 1910, acontece a revolução que, após horas de luta armada, há-de culminar com a proclamação da República, no dia 5, pela boca de José Relvas, na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa.
Estava assim consumada a mudança de regime político em Portugal, tinha acabado a Monarquia e começado a República.
Como dizia acima, hoje, mais do que celebrar a alteração do regime político, celebramos a atitude de um Povo, que foi perseguindo o sonho de um ter futuro melhor. Por certo, nem todos teriam a certeza que a mudança de regime pudesse acudir a todos os males da nação, mas ousaram tentar, porque esta é atitude que se impõe aos audazes – aqueles de quem reza a história.
Hoje, passados 100 anos, sabemos que o processo de implantação da República que se seguiu à sua proclamação em 5 de Outubro de 1910 foi tudo menos pacífico. Há com certeza, pessoas e instituições, que poderão queixar-se de terem sido vítimas de um processo pós revolucionário em que reinou o desnorte, a desconfiança e o medo. Mas com o tempo a normalidade voltou à Nação e foram feitos os ajustes sociais que se impunham num processo como este.
O país começou então a ser governado por uma República parlamentar, em que o Chefe do Estado – O Presidente da República - passou a ser eleito directamente pelo Povo, cabendo o poder executivo ao Governo nomeado por iniciativa daquele, ou eleito, também directamente pelo Povo.
Mas qual é o significado desta mudança? O que significa, em teoria, que uma nação é governada por uma República?
Ora, a palavra República provem do latim “Rés Pública” que significa "Coisa Pública"; Assim sendo, fazendo uma a associação entre a etimologia desta palavra e acção dos agentes políticos, que ocupam os Órgãos do Estado, num regime republicano, pode dizer-se que quem ocupa um lugar público assume o compromisso com a sociedade de cuidar bem daquilo que é de todos, cuidar do que é comum como se seu fosse.
Certamente foi esta ilusão de cuidar bem da coisa pública, que moveu os revolucionários há 100 anos e deve também mover todos quantos são agentes públicos em Portugal, nos dias de hoje. O sonho de ter um futuro melhor, ainda hoje, passados 100 anos, continuar a perseguir muitos e muitos milhares portugueses, cujas condições de vida não são as melhores. O trabalho de construção de uma nação mais justa e mais fraterna está inacabado. Na actualidade a crise social e política, tirando a qualificação em diversos domínios, que 100 anos se encarregaram de fazer, assemelha-se em alguns aspectos à vivida nos finais do século XIX e inicio do século XX.
Por isso eu ouso perguntar: hoje o país não padece com o flagelo do desemprego, que afecta milhares e milhares de portugueses? Também hoje Portugal não sofre com os salários baixos e a degradação das relações e condições de trabalho? Também hoje a Nação não se vê ameaçada na sua soberania, pelo problema cada vez mais premente da dívida externa? Também hoje o sistema político português não assenta no rotativismo dos dois maiores partidos? Também não grassa às escâncaras a corrupção no nosso Portugal?
Passados 100 anos da proclamação da República, a resposta a estas questões só pode ser dada pelo povo português, com uma atitude inconformista que combata o desânimo e o descrédito, a exemplo do que fizeram há 1 século os revolucionários. Essa atitude de pro-actividade e participação, servirá para qualificar a nossa República, para a pôr verdadeiramente ao serviço dos portugueses, sobretudo daqueles que realmente mais precisam, repito, daqueles que realmente mais precisam.
Assim seremos dignos da herança que nos legaram António José de Almeida, Miguel Bombarda, José Relvas, Cândido dos Reis... e tantos outros portugueses, eminentes ou anónimos, que de uma forma digna e empenhada serviram a República Portuguesa ao longo destes 100 anos.

Por eles e por nós, Viva a República, Viva Portugal.

Neste post reproduzo o conteúdo de uma intervenção que proferi numa evocação histórica da implantação da República, levada a cabo por um grupo de jóvens de Tabuado.

sábado, 18 de setembro de 2010

Cuba e o Estado Social em Portugal

Numa altura em que em Portugal tanto se fala no Estado Social, ao ver esta notícia de que em Cuba o Estado se prepara para despedir cerca de meio milhão de funcionários públicos, apetece-me perguntar: terá Portugal a aprender alguma coisa com a experiencia do Estado Cubano?
A possível comparação das duas realidades parece-me no mínimo desconcertante, mas eu quero lembrar que a Administração Central em Portugal também tem vindo a fazer, ao longo dos últimos anos, um esforço para reduzir o número dos seus efectivos.
Este esforço para emagrecimento da máquina administrativa do Estado não tem sido compreendido por todos os quadrantes da vida política portuguesa, e os partidos da esquerda parlamentar têm mesmo contestado as políticas que têm sido seguidas.
Ora, eu penso que o curso dos acontecimentos, nomeadamente com este exemplo do que está a acontecer em Cuba, nos deve fazer parar para pensar. Devemos ser objectivos na análise da situação, não devemos ficar amarrados a dogmas ideológicos e devemos sobretudo falar verdade às pessoas. Pergunto: terá sustentabilidade o Estado Social, nos moldes em que actualmente se desenvolve?
Mais - no caso concreto do número de funcionários públicos, não será correcto prosseguir um emagrecimento progressivo, pela via da redução do número de admissões, por contraponto a uma medida extrema, que se tenha que tomar no futuro, semelhante a esta que agora está a ser posta em prática pelo Estado Cubano? Eu penso que sim.
Aos que pensam de forma diversa, que naturalmente merecem o meu respeito intelectual, sugiro-lhes que parem para reflectir. Os tempos não estão para visões românticas da sociedade. É um erro e revela falta de respeito pelas pessoas, em época de campanha eleitoral, aumentar a comparticipação no preço de alguns medicamentos e oferece-los mesmo de forma gratuita aos reformados, para depois, meses mais tarde, voltar a retirar essa comparticipação e obrigar essas mesmas pessoas de novo a suportar os custos dos medicamentos. Parece-me, no mínimo, questionável a moralidade e o humanismo desta forma de proceder. De igual modo me pareceria injusto e enganador que o Estado, no seu todo, continuasse a aumentar o número dos seus funcionários, para daqui a tempos se ver obrigado a despedi-los.
Disse o “Estado no seu todo” porque me parece que estas medidas terão que ser transversais a todos os níveis da Administração Pública. E digo isto porque fiquei surpreendido com uma notícia desta semana que dizia que as Autarquias Locais, em virtude de não estarem obrigadas ao limite á contratação de pessoal, como está a Administração Central, tinham aumentado o número dos seus funcionários nuns largos milhares.
Termino com um apelo, aprendamos com o exemplo do que aconteceu em Cuba, se não quisermos daqui a algum tempo ser obrigados a copiar-lhe as medidas.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Carlos Queirós foi demitido.

A resposta  está... Carlos Queirós foi demitido.
Agora só me falta perceber uma coisa: se a Direcção da Federação Portuguesa de Futebol deliberou solicitar a marcação de uma Assembleia-Geral eleitoral para os órgãos sociais, quer dizer que Gilberto Madaíl e a sua Direcção também se vão embora? E se a intenção essa, quando é que isso acontecerá?
Porque se assim é de facto, tem alguma lógica que esta estrutura dirigente, que está de saída, vá agora iniciar o processo de contratação de um novo seleccionador nacional?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PT afinal vende a VIVO

Segundo noticia o Diário Económico a PT vai mesmo vender a participação que detém na VIVO à espanhola Telefónica.
 Afinal os que diziam que este negócio era inevitável e que impedi-lo era um erro, tinham razão.
Todos estes já não serão agora inimigos de Portugal, como foram apelidados por altos responsáveis deste país? 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sérgio Paulinho vence etapa na Volta a França em Bicicleta


O ciclista Sérgio Paulinho venceu ontem a 10ª etapa na edição deste ano da Volta a França em Bicicleta.
Esta é a primeira vitória deste ciclista português na Volta a França e é 10ª vitória, em etapas, de ciclistas portugueses na prova rainha do ciclismo internacional.
O malogrado Joaquim Agostinho venceu cinco etapas, duas em 1969 e uma em 1973, 1977 e 1979. Por sua vez, Paulo Ferreira venceu uma etapa em 1984, enquanto Acácio da Silva obteve três triunfos, repartidos por outros tantos anos, 1987,1988 e 1989.
Confesso que não tenho memória das vitórias de Joaquim Agostinho e Paulo Ferreira algumas delas nem podia, porque ainda não era nascido, mas devo dizer que me lembro perfeitamente das vitórias de Acácio da Silva, ciclista transmontano, de Montalegre. Recordo-me de quanto vibrei com os seus triunfos em etapas na Volta a França (e também na Volta a Itália). Muitas vezes assisti à transmissão em directo das etapas, ou da parte final daquelas, na RTP 2, na companhia dos meus irmãos e o nosso estado de espírito naqueles momentos, era de um orgulho profundo, por se tratar de triunfos de um português!
O mesmo sentimento de orgulho me percorreu agora ao saber da vitória de mais um português na Volta a França. E não é a primeira vez que Sérgio Paulinho, filho de Jacinto Paulinho, também ele uma referência do ciclismo português, faz vibrar o país desportivo (e não só), porque já nos Jogos Olímpicos de 2004, que realizaram em Atenas, tinha conquistado a medalha de prata na prova de fundo em estrada.
Deixo aqui os meus parabéns para o Sérgio Paulinho e faço votos para que continue a ser motivo de orgulho para os portugueses, que bem precisam de quem lhes levante o astral!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ernâni Lopes pediu um corte de 15% nos salários da função pública

Leio aqui no Diário Económico que o antigo ministro das finanças do Governo do “bloco central”, Ernâni Lopes, pediu um corte de, pelo menos, 15% nos salários dos funcionários públicos. O ex-governante proferiu estas declarações quando falava a propósito da redução da despesa pública, nas jornadas parlamentares do PSD.
Também se diz na referida notícia que Ernâni Lopes não explicou como se toma esta medida, disse apenas que “é assim ou não é...”
Eu devo dizer que ao longo dos anos sempre ouvi com muita atenção as opiniões proferidas pelo ex-ministro. Em muitas ocasiões estive de acordo com o que disse, noutras, porventura menos, não concordei com ele. É o que acontece agora a propósito destas suas declarações. Não concordo minimamente com o que diz.
Que é preciso reduzir a despesa pública, racionalizando os gastos do Estado, estou de acordo. A forma por ele preconizada para o fazer não me parece a mais adequada.
Possivelmente seria o caminho mais fácil. Calculava-se quantos milhões se têm que reduzir para equilibrar as contas públicas e cortava-se na despesa, nem que fosse a doer, porque a conjuntura assim o exige.
Mas cortava-se onde?
Responderá o antigo titular da pasta das finanças: tem que ser numa rubrica de despesa significativa, que garanta o sucesso imediato da medida. Ora como os gastos com salários representam uma percentagem significativa da despesa pública, cujo valor se consegue apurar com algum rigor, reduzindo-se 15, 20, ou 30% reduzir-se-á garantidamente a despesa. Tem de ser, lá terá que ser...
Em não concordo por duas ordens de razão:
Primeira: o Estado tem que reduzir a despesa de uma forma transversal. Tem que racionalizar os seus gastos em todos os níveis da despesa, e não apenas na despesa primária. Tem que conseguir ganhos efectivos de produtividade, ser criterioso na sua política de investimentos, e evitar ao máximo as despesas supérfluas;
Segunda: É preciso pensar nas pessoas. Na realidade concreta de milhares e milhares de funcionários públicos. Quando Ernâni Lopes fala de uma redução de 15 ou 20%, deve estar a pensar na sua situação pessoal, quiçá noutras semelhantes, e concluirá que com uma redução de 20% dos seus rendimentos ainda dará para viver muito bem. Com certeza que sim, felizmente para ele. Mas há muitos milhares de funcionários públicos que vivem no limiar da pobreza com rendimentos que rondam os 500 euros por mês. Que lhes aconteceria a esses se lhes retirassem 15% do vencimento mensal? Temos que pensar que toda essa gente também têm famílias para sustentar, casa e carro para pagar, filhos a estudar, etc. E todos os outros, os que ganham mais que os 500 euros, não são apenas números; são pessoas que fizeram projectos para as suas vidas, paras as suas famílias, que assumiram os seus compromissos.
E não se venha com o argumento de que houve Estados que fizeram reduções salariais dessa ordem de grandeza, porque a massa salarial desses países nada tem a ver com a que existe em Portugal. Nesses países pode falar-se em redução salarial, em Portugal falaríamos, por certo, de sobrevivência...
Dr. Ernâni Lopes, as pessoas não são apenas números.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

As SCUT e o pricipio do UTLIZADOR/PAGADOR

Portugal é um Estado que não tem recursos próprios para auto-financiar os grandes investimentos públicos; desta forma só consegue promover esses grandes investimentos recorrendo a financiamento bancário e a parcerias público/privadas, sendo que neste caso a procura de fontes de financiamento é repartida entre o Estado e os parceiros privados.



Devido a esta situação de debilidade financeira os grandes investimentos em infra-estruturas públicas vêm o seu custo muito onerado, porque para além do preço da sua execução, comportam ainda uma fatia muito significativa de despesa, relacionada com o seu pagamento deferido no tempo, entenda-se, juros da dívida ou contrapartidas que o Estado tem que atribuir aos parceiros privados.
Por este facto, Portugal não se pode dar ao luxo de fazer como que fazem outros países desenvolvidos, que constroem auto-estradas e as põem ao serviço das populações com utilização completamente gratuita.
Quem viajou pela Europa, ou mesmo aqui ao lado em Espanha, já teve por certo oportunidade de testemunhar o que acabo de referir.

É que as receitas com a exploração destas infra-estruturas constituem fontes de rendimento do Estado, que delas bem precisa para a financiar as suas actividades correntes e para amortizar a dívida contraída para a sua construção.
É por tudo o que acabo de dizer que compreendo o princípio do utilizador/pagador.
No entanto, perceber este princípio não significa pensar que ele é justo, porque tendo em linha de conta que os portugueses suportam uma carga fiscal muito elevada, das mais elevadas da Europa, é difícil compreender que, ainda assim, estes sejam sujeitos a pagar muitos serviços públicos, bem como a utilização de bens da mesma natureza.
Mas o estado de debilidade económico-financeira que o país vive, agravado por um endividamento externo excessivo, conduziram-nos a esta situação, bem traduzida num dito popular “quem não tem dinheiro não tem vícios”.
Esta situação nem sequer é de agora, vive-se há décadas e tem-se agravado de forma substancial nos últimos anos.
Foi por isso que me pareceu uma imprudência muito grande que o governo socialista, presidido pelo engenheiro António Guterres, tenha introduzido em Portugal as SCUT, auto-estradas sem custos para o utilizador. Desde a sua introdução que se percebeu que se tratavam de projectos insustentáveis a médio e longo prazo, tais eram os encargos que o Estado teria que suportar para os manter, nomeadamente no que se refere às comparticipações financeiras à atribuir às empresas concessionárias, que com o passar dos anos iriam crescendo significativamente.
Daí a inevitabilidade de, mais dia, menos dia, mais ano menos ano, se ter que introduzir portagens nestas vias. Só quem estivesse menos avisado para esta realidade pode estranhar o processo de introdução de pagamento que actualmente está em curso.
Ainda assim, no meu entender, não se pode deixar de levantar algumas questões acerca de todo este processo. Primeira: quem introduziu no país este tipo de vias, foi ou não vendedor de ilusões? Enganou ou não os portugueses? Segunda: os governos que se seguiram aos do engenheiro Guterres sabiam que este era um processo inevitável, porque não introduziram as portagens nestas vias quando o clima económico em Portugal era mais favorável? Porque é que se guardaram para introduzir as portagens numa altura em que os portugueses passam por tantas dificuldades? Terceira: porque é que alguns insistem em tapar o sol com a peneira e ainda continuam a falar em isenções?

Falemos claro e sejamos honestos com os portugueses...

terça-feira, 29 de junho de 2010

"Portugal - Espanha" - O melhor e o pior jogador da equipa portuguesa.

O pior: Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo com a braçadeira de capitão na mão

Pelo que não jogou e sobretudo pela sua postura, escolhi para pior jogador, Cristiano Ronaldo.
Não é nos grandes desafios que sobressaem os grandes jogadores?
E a ser assim, não era este um jogo à medida do craque português?
Penso que sim.
Mas, incompreensivelmente, o que viu foi um Cristiano Ronaldo completamente apático, sem garra, pouco solidário e por vezes alheio do jogo. Pura e simplesmente uma desilusão, um fiasco!
No meu entender, esta postura do jogador prejudicou, em muito, o desempenho da equipa, e este comportamento é ainda mais censurável pelo facto de se tratar do capitão de equipa.
Devo dizer que, na minha opinião, este comportamento pouco condicente com um jogador que é capitão de equipa, sobretudo de uma Selecção Nacional, começou ainda antes do jogo se iniciar, quando foram entoados os hinos nacionais dos dois países. Com efeito pude verificar pelas imagens e pelo áudio que nos chegavam da África do Sul, que CR foi o único jogador da selecção nacional que não cantou o hino. Até Pepe, que é Luso-Brasileiro, fez questão de cantar o hino nacional.
Foi um mau pronuncio para o que veio a seguir..

O melhor: Eduardo
Eduardo guarda-redes da Selecção Nacional

Eduardo, com duas mãos cheias de grandes defesas, foi, na minha opinião, o melhor jogador português em campo (e até talvez o melhor jogador das duas equipas). O guarda-redes do Sporting de Braga, esteve pura e simplesmente espectacular. Defendeu tudo o que havia para defender, e não foi pouco! E mesmo o golo de David Villa, só foi conseguido à segunda tentativa, depois de uma primeira defesa do guardião português. Fosse Simão Sabrosa mais agressivo na cobertura ao dianteiro espanhol e talvez a esta hora a redes portuguesas ainda se mantivessem invioladas.


Parabéns Eduardo.

Espanha 1 - Queirós 0

Eduardo, o melhor jogador português em campo, prostrado no relvado no final do jogo.
Portugal foi há poucos minutos eliminado pela Espanha no Campeonato do Mundo de Futebol que se realiza na África do Sul.
Na minha opinião o primeiro responsável pela derrota de Portugal foi Carlos Queirós o técnico da Selecção Nacional.
O Seleccionador, a meu ver, voltou a ser pouco ambicioso e cometeu, outra vez, uma série de erros.

Desde logo, e para começar, na constituição da equipa.

Porque fez alinhar de inicio Pepe, um jogador a recuperar ritmo competitivo?
Porque não pôs a jogar Deco, um homem criativo e com boa capacidade de recuperação de bola?
Porque insistiu em jogar com um falso lateral direito, quando tinha dois laterais direitos de raiz na equipa?

Depois na forma como dispôs a equipa em campo.

Se a opção em estruturar a equipa a partir de uma defesa forte, se pode admitir, o mesmo já não se pode dizer, quando se obriga uma equipa com jogadores criativos a jogar em linhas muito recuadas para reduzir os espaços de criação á equipa adversária. Os médios e os extremos podem ter um papel muito importante na forma como a equipa defende, todos o sabemos, mas fazê-los recuar demasiado no terreno de jogo é fatal, porque retira capacidade à equipa para construir jogo e atacar o adversário. Este foi seguramente um dos equívocos de Queirós nesta noite - fazer jogar a equipa em linhas muito recuadas.

E depois, para continuar, o falhanço nas substituições.

Fazer substituições acertadas ao longo do jogo pode alterar o rumo deste e ser decisivo para que uma equipa chegue à vitória. Os grandes treinadores distinguem-se não só por serem bons teorizadores do treino, mas também pela sua capacidade para serem bons estrategas. Muita desta capacidade atesta-se no momento em que fazem as substituições. Mas no que toca a substituições, com Queirós a regra parece ser esta: se um jogador está a jogar bem arrisca-se a ser substituído! Hoje a fava saiu a Hugo Almeida. Este jogador estava a ser a nossa referência na frente de ataque e estava numa fase de nítida subida de rendimento. Resultado: com a sua saída a equipa desorientou-se por completo e perdeu a capacidade ofensiva. O guarda-redes espanhol viu-se transformado num mero espectador, tão raras vezes foi chamado a intervir.

E por fim, a falta de coragem.

Falta de coragem para definir como objectivo principal no jogo a vitória sobre a Espanha.
E falta de coragem para substituir Cristiano Ronaldo, que pela sua apatia e desinteresse pelo jogo, foi, na minha opinião, o pior jogador de Portugal.

É por tudo isto que digo que o resultado do jogo foi: Espanha 1 – Queirós 0.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal

Hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Neste dia...
Celebramos a nossa identidade colectiva, a memória nacional... a nossa Pátria.
Enaltecemos o expoente da nossa poesia; do dizer em palavras os nossos feitos, as nossas angústias, a nossa alma... exaltamos o poeta, celebramos Camões.
Louvamos o espírito aventureiro da nossa gente, a sua capacidade para abraçar grandes empreitadas, o seu engenho para resolver pequenos e grandes problemas... celebramos as nossas Comunidades;

Celebra-se Portugal e lembram-se os Portugueses... onde quer que eles estejam.

Mas nos tempos que correm há muitos portugueses que se interrogam...
Haverá motivos para celebrar Portugal?
Como pode enaltecer-se uma sociedade que promove tantas desigualdades, que não protege verdadeiramente os mais fracos e em que a verdade e a justiça são postas em causa?
Como pode celebrar-se uma nação permanentemente acossada por notícias de corrupção, de méritos embusteados e de triunfos espertos?
Como podem celebrar Portugal aqueles que pouco têm e a quem são constantemente pedidos mais sacrifícios, não olhando sequer à sua condição?
A estas perguntas eu não ouso responder, porque a resposta me parece evidente.

Mas arrisco dizer, a esses portugueses que se interrogam, que Portugal são os Portugueses e que Portugal será o que nós dele fizermos.

Para terminar deixo aqui o poema "Mar Português" de um poeta moderno, talvez aquele que melhor interpretou a poesia de Camões: Fernando Pessoa.

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

                                                                  Fernando Pessoa, in Mensagem

Que as palavras do poeta funcionem como alento e sejam um bálsamo para os Portugueses nestes momentos tão difíceis; e que sirvam de inspiração para o futuro, porque Portugal tem futuro!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Urna de combatente da guerra colonial afinal continha pedras e areia.

Esta é uma notícia que me deixou boquiaberto.


Quatro décadas depois, a família de um combatente falecido na guerra colonial, descobre que foi enganada. A urna, transladada há 42 anos, afinal não continha os restos mortais do militar, mas sim pedras e areia.
Aconteceu em Peniche e os familiares estão incrédulos e ponderam pedir uma indemnização ao Estado Português.
Este acontecimento dá-me que pensar; ele vem dar credibilidade às afirmações que ao longo da minha vida foi ouvindo a pessoas contemporâneas da guerra colonial, que a viveram cá (na Metrópole) ou no Ultramar, e que afirmam, em jeito de especulação, que terão acontecido inúmeras situações como esta.
Confesso que sempre encarei essas afirmações como meros exercícios especulativos, palpites, quiçá infundados. Mas perante este caso concreto, que agora é tornado público, começo a questionar-me se não terei que dar credibilidade a tais afirmações.
 E a ser assim interrogo-me: será este um caso único? Quantas dezenas, ou mesmo centenas, terão ocorrido?
Por respeito aos que tombaram pela pátria e aos seus familiares, nem quero colocar a hipótese desta ser uma prática reiterada das autoridades portuguesas à data, para minimizar o impacto resultante do mal-estar social provocado pela insatisfação das famílias que iam perdendo os seus filhos.
A pretensa devolução dos restos mortais terá possibilitado o luto e na ocasião terá funcionado como analgésico para suportar a dor, mas, casos como este, vêm abrir de novo as chagas de uma maleita que demora a curar, não só às famílias, mas também à nação.
Quero continuar a acreditar que este terá sido um caso sem paralelo.
Quero continuar a acreditar, repito, quero continuar a acreditar...

Podem ver os pormenores da notícia da Agencia Lusa aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Agricultura em Portugal.

No passado fim-de-semana decorreu a 27ª edição da Ovibeja, uma das maiores exposições agropecuárias que se realizam em Portugal.
Durante a visita que efectuou ao certame, o Presidente da República, tendo a situação económica do país como pano de fundo, deixou um apelo tripartido a agricultores, consumidores e distribuidores.

«Eu vim à Ovibeja para manifestar o meu apoio aos agricultores portugueses e pedir-lhes que contribuam para a resolução dos problemas e das dificuldades de Portugal...»

Foi com estas palavras que Cavaco Silva se referiu aos agricultores e disse ainda «Eu apelo para que eles se empenhem no aumento da produção competitiva, para aumentarem as suas exportações e diminuírem as importações, dessa forma contribuindo para a redução dos nossos desequilíbrios externos»; e sublinhou «...nunca como hoje, o país precisou tanto dos homens da terra».
Dirigindo-se aos consumidores, Cavaco Silva apelou para que «consumam produtos agrícolas portugueses» dos quais disse poder «testemunhar a qualidade».
E por fim terminou apelando «também às grandes superfícies para que contribuam, com preço justo, para o escoamento dos produtos da nossa agricultura e da nossa pecuária».
A propósito da produção agrícola, Cavaco Silva, afirmou ainda que «Os produtos agrícolas são bens transaccionáveis, que se importam e se exportam. Se conseguirmos apoiar os agricultores, e este é um apoio altamente rentável para o país porque contribui para diminuir o défice externo, então melhoraremos, com certeza, a situação do nosso endividamento externo».
O Chefe de Estado referiu-se ainda aos jovens agricultores dizendo «É fundamental trazer os jovens agricultores para o terreno, para que eles sintam que têm condições para a produção e levem por diante um mundo rural que nós precisamos de preservar».

Ora, eu concordo com tudo o que disse o Sr. Presidente da República. Concordo com os apelos e considerações que fez, mas a propósito de agricultura há umas quantas questões que quero lembrar (e também ao Sr. PR que foi Primeiro-ministro durante 10 anos) e que abordarei no "post" seguinte, para não me alongar muito.

sábado, 24 de abril de 2010

Muito antes do 25 de Abril... a origem da ditadura

25 de Abril - a revolução dos cravos

A Revolução de Abril pôs fim à ditadura do "Estado Novo", um regime político autoritário, corporativista e repressivo que vigorou em Portugal durante 41 anos, desde 1933 a 1974.
Este regime ficou muito marcado pela pessoa do Presidente do Concelho de Ministros, António Oliveira Salazar, que o moldou à sua imagem e governou o país ao seu estilo, desde 1932 a 1968.
Mas hoje quero aqui lembrar alguns aspectos que precederam a implantação deste regime no nosso país.
Tudo começou com um golpe de estado, em 28 de Maio de 1926, levado a cabo por militares, que assim derrubaram a 1ª República.

Desfile dos militares vitoriosos após o golpe militar,com Gomes da Costa  à cabeça

No período que antecedeu o golpe, o país vivia um clima de grande instabilidade política a par de uma crise económica e financeira que punha a nu a incompetência e o desnorte dos governos republicanos. Esta situação, que foi agravada pela participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial, era constantemente aproveitada pela oposição e dava origem a um permanente conflito institucional, traduzido pela interferência do Congresso na actividade governativa. Os constantes desentendimentos entre os partidos políticos com assento parlamentar geravam impasses irresolúveis que, facilmente, por questões secundárias, faziam cair os Governos e os Presidentes, tornando a sua acção completamente ineficaz.
Neste contexto e face à sucessão de governos, começou a gerar-se a ideia de que o exército era a única força que poderia impor ordem no país; e é assim que acontece o golpe militar.
Deste golpe resultou um governo de ditadura, chefiado pelo Comandante Mendes Cabeçadas que dissolveu imediatamente o Parlamento e suspendeu a Constituição de 1911 e as liberdades políticas e individuais.
No entanto o novo poder instituído, saído do golpe militar, não tinha uma vocação política e os problemas económico-financeiros continuavam por resolver.
Para resolver a situação, o novo regime, em 1928, convidou o professor António de Oliveira Salazar para Ministro das Finanças e fez eleger Presidente da República o também militar, Marechal António Óscar Carmona. Iniciava-se a desta forma a "Ditadura Nacional", baseada na legitimidade da eleição directa do Presidente da República.

António Ósacar de Cardoso Carmona Presidente da Repúblida eleito de 1928 a 1951

Salazar, que era professor de finanças na Universidade de Coimbra, conseguiu equilibrar as finanças públicas (obtendo, logo no primeiro ano, um saldo orçamental positivo) e estabilizar o escudo à custa de uma política de grande rigor orçamental baseada na diminuição das despesas do Estado. O crédito externo foi recuperado e Salazar adquiriu proeminência na "Ditadura Nacional", vindo a ser nomeado Presidente do Concelho de Ministros em 1932.


António Oliveira Salazar
Ministro das Finanças de 1928 a 1932
Presidente do Concelho de Ministros de 1932 a 1968
O problema económico-financeiro estava assim resolvido, importava agora resolver a questão política o que veio a acontecer com a elaboração de uma nova Constituição, escudada na eleição presidencial directa, que foi referendada em 1933, dando assim origem ao "Estado Novo", que vigorou até ao dia 25 de Abril de 1974.
Quis trazer aqui esta súmula histórica do que aconteceu antes da implantação do "Estado Novo", para  deixar algumas perguntas, em jeito de reflexão, a propósito do que se passa na actualidade, no pós 25 de Abril:

Encontram algumas semelhanças entre a realidade política, económica e social, que se vivia em Portugal em 1926 e a que se vive hoje?

Lembram-se que há dois ou três anos atrás, num programa televisivo, António Oliveira Salazar foi eleito, após uma votação maciça , a figura mais marcante da história de Portugal?

Nunca ouviram alguém dizer «o que país precisa é de um novo Salazar»?

Isto é só um aviso à navegação - uma espécie de alerta.

25 de Abril

25 de Abril de 1974 - Militares e populares festejam o fim da ditadura

Estamos a 24 e de Abril 2010. Hoje imagino o nervoso miudinho que neste mesmo dia, há 36 anos, percorreria os quartéis onde militares, de patente intermédia, na sua maioria jovens, se preparavam para dar inicio a um processo revolucionário que haveria de conduzir ao fim da ditadura do Estado Novo, personalizada à época na figura de Marcelo Caetano, Presidente do Concelho de Ministros.
Sobre a revolução de Abril já quase tudo se disse: que devolveu a Portugal a liberdade de expressão; que acabou com flagelo da guerra colonial; que abriu o país ao mundo, acabando com o isolacionismo internacional, em boa medida autopromovido por um regime amorfo e bolorento; e que implantou a Democracia repondo os ideais, os valores e os princípios constitucionais da primeira República, implantada a 5 de Outubro de 1910.
Também Já se louvaram e enalteceram os feitos, que são históricos, dos seus intervenientes. Aqui também o quero fazer, invocando particularmente a memória daqueles que já partiram, mormente a figura inimitável do capitão Salgueiro Maia.
O legado a Portugal e às gerações futuras, deste punhado de Homens, tem um valor inestimável: começa no exemplo da sua disponibilidade pessoal para abraçar a causa pública; ganha forma no modelo da sua acção, ao conduzirem o acto revolucionário sem derramamento de sangue nem humilhação pública dos depostos; e acaba com implantação da Democracia, alicerce para a construção de um Portugal próspero e respeitador da liberdade individual de cada ser humano.
Este legado, de valor inestimável, foi uma dádiva dos Militares de Abril a Portugal e aos portugueses. Sendo assim, o 25 de Abril e a Democracia são propriedade de todos os portugueses, que dele e dela fizeram o que quiseram ao longo destes 36 anos.
Faço questão de lembrar isto, porque muitas vezes pressinto no discurso de algumas personalidades e forças politicas portuguesas uma vontade de apropriação do 25 de Abril e dos seus ideais que não me parece correcta.
O regime que nasceu a 25 de Abril de 1974 foi dádiva de portugueses a Portugal - e Portugal são todos os portugueses.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mansa é a tua tia, pá!

Assembleia da República, debate quinzenal com o Primeiro-ministro...

Diz o Deputado da Nação Francisco Louçã:

Sr. Primeiro-Ministro, eu vejo que de intervenção em intervenção vai ficando um pouco mais manso e vai tentando requalificar e justificar sempre sobre as suas próprias acusações…"

Responde José Sócrates, Primeiro-ministro de Portugal, com microfone desligado:






Manso é a tua Tia, pá!”

 
 
 

A qualidade do debate político em Portugal está a degradar-se a olhos vistos; os exemplos sucedem-se a cada dia que passa e ninguém parece importar-se com este estado de coisas.
Já não será tempo do Dr. Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, por ordem na casa?
É que, sendo o Parlamento a "casa mãe" da democracia, tem que ser prestigiado pela conduta, pelas atitudes e também pela postura dos eleitos do povo. Os Deputados da Nação e os Membros do Governo devem funcionar como exemplos para a sociedade e não como espelhos reflectores do que ela tem de pior ou pelo menos de mais pitoresco. Estar sentado nas cadeiras do hemiciclo não é propriamente a mesma coisa que estar sentado na mesa de um café, a beber uns copos com os amigos, a comentar futebol e a debater a sociedade.

Isto penso eu... estarei errado?

Podem ver o video aqui no Diário de Notícias

domingo, 11 de abril de 2010

Tributo social


Hoje tive oportunidade de ouvir parte do discurso que Pedro Passos Coelho proferiu no encerramento do congresso do PSD.
Quanto á forma, pareceu-me, em termos gerais, um bom discurso. Num tom acutilante, mas só quanto baste, PPC, procurou afastar-se da retórica apocalíptica da sua antecessora e ensaiou uma pose de estadista.
Quanto ao conteúdo, entendo que veio de encontro ao que os militantes do PSD e o país esperavam, ou seja, um discurso que lançou ideias e propostas para a governação.
Destas, retive três:
1ª - Retirar o Estado dos negócios.
Diz PPC que com esta medida se moraliza a actividade do Estado e se combate o fenómeno da corrupção.
A ideia, em tese, até parece boa; mas será PPC avaliou convenientemente o impacto de tal medida? Quantos milhões deixariam de entram nos cofres do Estado se este deixasse de ter uma intervenção activa na economia?
Por outro lado, será que a regulação no nosso país está suficientemente madura para que o Estado possa por nas mãos do mercado sectores estratégicos onde mantém participações?
2. Revisão Constitucional quanto antes.
Diz PPC que é necessário libertar o Estado de determinadas obrigações Constitucionais, por forma a dar liberdade de escolha aos cidadãos em matérias como a educação ou a saúde. Tenho curiosidade para verificar como se traduziria, em termos práticos, esta liberdade de escolha.
3. Tributo social.
Diz PPC, quem recebe a solidariedade do Estado (que é como quem diz de todos os contribuintes) sob a forma de subsídios, tem que retribuir com aquilo que pode dar: trabalho para a comunidade. É tempo de acabar com o subsídio sem contrapartidas.
Eu concordo.
Este pode ser o ponto de partida para uma nova geração de políticas sociais que eu, particularmente, há muito que defendo. Eu também penso como PPC: quem trabalha e ganha a retribuição mínima garantida, vulgo ordenado mínimo, não pode olhar para o lado e ver que o vizinho recebe mais em subsídios e nada faz; é injusto.
Mas também aqui eu tenho curiosidade para ver como é que se vai moralizar o sistema.

Em suma, o discurso foi bom, mas é preciso transformar as ideias, que parecem boas, em propostas concretas...

terça-feira, 6 de abril de 2010

O Terreiro do Paço percebeu?

Valença do Minho - Portugal
06 de Abril de 2010

Hoje fiquei triste porque compatriotas meus, para dizer que são tão portugueses como os outros, tiveram que hastear bandeiras de Espanha nas varandas e janelas de suas casas, em Valença do Minho

Nos tempos de faculdade tive colegas provenientes desta, muito bela, cidade fronteiriça portuguesa, e sei, pelos relatos que me faziam, que só uma situação extrema, de desespero absoluto, levaria esta gente a praticar este acto, ainda que simbólico.

Neste, como noutros casos, o país já percebeu que o que  está em jogo é muito mais do que o simples  encerramento de serviços públicos.

E o Terreiro do Paço também percebeu isso?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Tragédia na Madeira

O temporal que atingiu a ilha da Madeira no passado dia 20 de Fevereiro deixou atrás de si um rasto de destruição.


A força da natureza mostrou-se implacável...


Ribeiras transformadas em torrentes de entulho e lamas.
Derrocadas e casas destruídas.



 
 
 
 
 
 
 
 
 
    Ruas intransitáveis e danificadas...
 

Veículos e infra-estruturas destruídos...

Um horror, algo inimaginável...


E os números mais cruéis e ainda provisórios:

48 Vítimas mortais;
32 Pessoas desaparecidas; e
370 Pessoas desalojadas.

Ao povo da Madeira, transmito a minha solidariedade e, em particular, ás famílias enlutadas os meus votos de profundo pesar.