O primeiro-ministro deslocou-se hoje a Aveiro para formalizar oficialmente o curso de medicina, que irá ser ministrado na Universidade daquela cidade, a partir do próximo ano lectivo. Este novo curso, que resulta da parceria entre duas Universidades, Aveiro e Porto, tem a particularidade de se destinar a indivíduos já possuidores de licenciaturas na área da saúde e terá a duração de quatro anos. Trata-se de um curso de medicina diferente dos que são tradicionalmente leccionados nas Universidades portuguesas e funcionará em moldes idênticos a um outro, na mesma área, que arrancou este ano lectivo na Universidade do Algarve. No primeiro ano de funcionamento, 2010/2011, o curso abrirá 40 vagas.
Aqui está uma notícia que merece o meu aplauso, porque Portugal precisa de formar mais médicos e como dizia o primeiro-ministro, trata-se de corrigir um erro histórico. Como é que as Universidades portuguesas na década de 70, com menos cursos e muito menos recursos, conseguiam formar muito mais médicos que actualmente?
Parece impossível, mas é a nossa realidade.
Este é assunto que me toca particularmente, porque durante três anos acompanhei de perto os esforços que tiveram que ser desenvolvidos para que uma população rural, com um universo de 2000 utentes, não ficasse privada de cuidados médicos e de uma extensão de saúde que esteve na iminência de encerrar, pura e simplesmente porque não existiam médicos que fossem ocupar o lugar do clínico que se aposentou. Durante este período pude sentir, muito de perto, o pânico que se apoderava das pessoas, sobretudo das mais idosas, face espectro de ficarem privados de um médico de família. Foi uma “luta” que teve um final feliz, pelo menos até ver… Mas quantos milhares e milhares de portugueses não têm médico de família? Muitos seguramente.
Por isso é que me parece que é de aplaudir esta noticia e me merece uma repulsa muito veemente a atitude corporativista do bastonário da ordem dos médicos, que veio pôr em causa a formação ministrada a estes futuros clínicos, questionando nomeadamente o facto destes novos cursos terem uma duração de apenas quatro anos, quando os cursos de medicina “tradicionais” têm a duração de seis anos.
Eu não partilho desses receios, que me parecem ser oriundos de um “lobby” da classe médica, que procura defender interesses instalados.
Os cursos para serem homologados passaram, com certeza, pelo crivo de comissões, que aprovaram as suas bases científicas e práticas pedagógicas. Além do mais, parece-me evidente que estes cursos, sendo destinados a licenciados na área da saúde, alicerçar-se-ão, também, na formação de base dos seus candidatos.
Fiquei por isso estupefacto quando ouvi aquele senhor, Dr. Pedro Nunes, dizer que recorrendo-se a estes novos métodos para formação de clínicos dentro em breve haverá médicos no desemprego.
Se fosse esse o real receio do bastonário da ordem dos médicos, eu diria que poderia ele ficar descansado… Mas o que o senhor receia, de facto, é a concorrência na classe médica. Ora, em meu entender é “saudável” que essa concorrência aconteça, como na generalidade das profissões. A verdade é esta, aumentando-se o número de médicos formados em Portugal e regressando ao país as largas centenas dos que se estão a formar em Espanha, em Inglaterra e na República Checa, os médicos não vão deixar de ter trabalho, poderão é ter que exercer a sua profissão, longe dos grandes aglomerados urbanos, se calhar no interior do país… Mas também aí há portugueses que precisam deles, como precisam de outros profissionais que não se arrogam ao direito de exercer a sua profissão a seu belo prazer, de manhã no público, à tarde no privado, e por aí adiante…
Aqui está uma notícia que merece o meu aplauso, porque Portugal precisa de formar mais médicos e como dizia o primeiro-ministro, trata-se de corrigir um erro histórico. Como é que as Universidades portuguesas na década de 70, com menos cursos e muito menos recursos, conseguiam formar muito mais médicos que actualmente?
Parece impossível, mas é a nossa realidade.
Este é assunto que me toca particularmente, porque durante três anos acompanhei de perto os esforços que tiveram que ser desenvolvidos para que uma população rural, com um universo de 2000 utentes, não ficasse privada de cuidados médicos e de uma extensão de saúde que esteve na iminência de encerrar, pura e simplesmente porque não existiam médicos que fossem ocupar o lugar do clínico que se aposentou. Durante este período pude sentir, muito de perto, o pânico que se apoderava das pessoas, sobretudo das mais idosas, face espectro de ficarem privados de um médico de família. Foi uma “luta” que teve um final feliz, pelo menos até ver… Mas quantos milhares e milhares de portugueses não têm médico de família? Muitos seguramente.
Por isso é que me parece que é de aplaudir esta noticia e me merece uma repulsa muito veemente a atitude corporativista do bastonário da ordem dos médicos, que veio pôr em causa a formação ministrada a estes futuros clínicos, questionando nomeadamente o facto destes novos cursos terem uma duração de apenas quatro anos, quando os cursos de medicina “tradicionais” têm a duração de seis anos.
Eu não partilho desses receios, que me parecem ser oriundos de um “lobby” da classe médica, que procura defender interesses instalados.
Os cursos para serem homologados passaram, com certeza, pelo crivo de comissões, que aprovaram as suas bases científicas e práticas pedagógicas. Além do mais, parece-me evidente que estes cursos, sendo destinados a licenciados na área da saúde, alicerçar-se-ão, também, na formação de base dos seus candidatos.
Fiquei por isso estupefacto quando ouvi aquele senhor, Dr. Pedro Nunes, dizer que recorrendo-se a estes novos métodos para formação de clínicos dentro em breve haverá médicos no desemprego.
Se fosse esse o real receio do bastonário da ordem dos médicos, eu diria que poderia ele ficar descansado… Mas o que o senhor receia, de facto, é a concorrência na classe médica. Ora, em meu entender é “saudável” que essa concorrência aconteça, como na generalidade das profissões. A verdade é esta, aumentando-se o número de médicos formados em Portugal e regressando ao país as largas centenas dos que se estão a formar em Espanha, em Inglaterra e na República Checa, os médicos não vão deixar de ter trabalho, poderão é ter que exercer a sua profissão, longe dos grandes aglomerados urbanos, se calhar no interior do país… Mas também aí há portugueses que precisam deles, como precisam de outros profissionais que não se arrogam ao direito de exercer a sua profissão a seu belo prazer, de manhã no público, à tarde no privado, e por aí adiante…
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