Ocasiões houve em que participei em homenagens públicas de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelo Senhor Padre Cunha em Tabuado; lembro-me particularmente de uma promovida pelo "Grupo de Jovens LINHA 2000", em Mesquinhata, sua terra natal.
Nessa, como noutras ocasiões, tive oportunidade de enaltecer publicamente o Seu trabalho e agradecer todo o carinho que nutre pela nossa terra, que também é (e continuará a ser) a sua.
Só que esta cerimónia teve uma particularidade que ficou grava na minha memória; começava com um elogio público junto à casa onde nasceu o Senhor Padre Cunha, ao que se seguiam o descerrar de uma placa alusiva ao acto, um cortejo eucarístico dali até à igreja paroquial e a celebração de uma Missa.
Era verão, o dia estava quente, e, a convite do Grupo de Jovens muitos Tabuadenses deslocaram-se a Mesquinhata para homenagear o nosso Pároco.
Para essa ocasião, e por uma questão de sistematização de ideias, reduzi a escrito o discurso que ia fazer. A cerimónia começou, fiz o discurso de elogio público ao Senhor Vigário (que já o não era há anos) e reparei, enquanto falava, que havia várias pessoas com as lágrimas nos olhos.
Terminado o discurso, que fiz na qualidade de presidente do Grupo de Jovens, informei os presentes que seguidamente nos dirigiríamos para o local onde se encontrava a placa para proceder descerramento.
Como estava muita gente fizemos fila indiana para passar no meio do Povo. Eu levava numa mão os papéis com o discurso que tinha feito e na outra um lenço da mão, com que limpava o suor que me escorria pela testa. Atrás de mim seguia o JF, que me disse «é preciso ir rápido para dar um toque na toalha de linho que cobre placa, para que, com um pequeno toque, ela se solte. Caso contrário ao puxar a toalha a placa, às tantas, ainda de desprende da parede…».
Enquanto me dizia isto, em surdina, ia-me empurrando com as suas mãos colocadas nos meus ombros; e eu seguia à sua frente limpando a testa com uma mão e com os papéis na outra. Eis senão quando ouço alguém do lado dizer-me: «ó T… que palavras tão lindas… deixa-me tirar uma fotocópia». Com aquela confusão só senti serem-me “ripadas”as folhas da mão.
Conclusão: como estava a limpar o suor da testa, com o lenço á frente dos olhos, não vi quem me dirigiu aquelas palavras e me retirou da mão as folha, e também não pude recuar porque estava a ser empurrado para a frente.
Pensei que no fim das cerimónias, que, diga-se, correram muito bem, alguém se abeirasse de mim falando-me das folhas.
Mas não… também não valorizei o facto, confesso!
Assunto só voltou a ser abordado quando a minha colega EC me pediu as folhas do discurso para arquivar. Como tinha as ideias muito presentes, lembro-me que na altura lhe disse que iria fazer outro para arquivo, mas para ser sincero, não sei se cheguei a faze-lo…
Memórias dos tempos de juventude…
Um abraço para todos os meus amigos e amigas do LINHA 2000.
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