Na próxima quarta-feira o país vai conhecer, em toda a sua extensão, o conjunto de medidas anti-crise.
O pacote legislativo contendo as referidas medidas vai, finalmente, ser discutido no Parlamento e tem aprovação garantida, em virtude do acordo entre o Governo e o maior partido da oposição, o PSD.
Só aí se terá uma perspectiva global daquilo que vai efectivamente mudar no dia-a-dia do país porque, até agora, o anúncio das medidas tem surgido a conta gotas e já ninguém tem uma noção muito precisa das medidas concretas que vão ser tomadas, quer do lado da receita, quer do lado da despesa, para equilibrar as contas do Estado.
No entanto, por aquilo que foi sendo anunciado ao longo do último mês e meio, algumas medidas foram dadas como adquiridas e os potenciais visados pelas mesmas começaram já a preparar o futuro.
Bom exemplo do que acabo de dizer é o anunciado, e dado por certo, corte de 100 milhões de euros nas transferências do Estado para as Autarquias Locais.
Com 100 milhões de euros a menos no seu orçamento, o Poder Local, no seu conjunto, vai ter que ser engenhoso para implementar medidas de gestão que lhe permitam racionalizar os gastos e continuar a desenvolver as suas actividades em prol das populações, não as privando do seu apoio, que em muitos casos é único e fundamental.
Pelo que leio neste artigo no Jornal Público, há já muitos Autarcas a fazer o trabalho de casa. Verifiquei que há gente a ajustar orçamentos e a repensar investimentos; outros a pensar implementar medidas muito concretas para a redução da despesa corrente, como sejam diminuir os gastos com telemóveis, com despesas de deslocação, com iluminação pública e com a realização de eventos.
Acho fundamental esta atitude dos Autarcas. Em época de aperto, já todos percebemos que os discursos com lamentações corporativistas, não levam a lado nenhum. É tempo de racionalizar e começar pelas coisas pequenas pode ser um caminho para chegar às grandes; só assim se promoverá uma economia de meios que permitirá encontrar recursos para continuar a servir as populações do nosso Portugal.
Espero que todos os Autarcas percebam esta realidade e que compreendam que o exemplo tem que vir de cima.
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