quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Fim do Ano
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Relato da Assembleia de Freguesia
Como se tratava da primeira sessão após a instalação deste órgão, na sequência das eleições de 11 de Outubro de 2009, havia uma natural expectativa para verificar como decorreriam os trabalhos e como se comportariam os novos membros da mesma.
Os trabalhos decorreram bem e sessão prolongou-se por três horas e meia. Esta iniciou-se com uma saudação do novo Presidente a todos os Membros da Assembleia de Freguesia e ao Executivo da Junta, tendo prosseguido com a ordem de trabalhos pré-estabelecida.
Na sequência da mesma destaca-se a decisão de criar uma comissão para rever o regimento da Assembleia e a aprovação das Grandes Opções do Plano para o quadriénio 2010/2013, Opções do Plano, Orçamento e Mapa de Pessoal para o ano de 2010.
No espaço reservado ao debate de assuntos de interesse para a freguesia, intervieram vários Membros da Assembleia que colocaram questões à Presidente da Junta a propósito de vários assuntos. Registo aqui o facto de muitas das questões terem sido levantadas por novos Membros da Assembleia Freguesia, por coincidência, todos afectos ao partido maioritário e que suporta o Executivo. Gostei das intervenções, da sua pertinência e sentido de oportunidade.
Neste período também entrevi, tendo a minha intervenção versado o tema da regionalização. O que disse consta em grande parte no “post” que publiquei ontem a propósito deste assunto.
A sessão terminou com a intervenção do público. Foi protagonizada por um freguês e também me pareceu muito oportuna. Destaco o facto desta intervenção ter ocorrido muito perto da meia-noite facto que atesta o interesse nas coisas terra, manifestado pelos fregueses que assistiram à sessão até ao seu final, para poderem intervir. Registei.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Regionalização
Uma parte muito significativa dos recursos do Estado são afectados á Administração Central a quem, por força das suas atribuições, compete gerir os grandes investimentos e assegurar através destes um crescimento harmonioso e equitativo das diversas regiões do país. Para a Administração Local sobra uma fatia menos significativa de recursos públicos.
Volvidos que são 34 anos sobre a revolução de Abril, que devolveu a democracia ao país, importa fazer um balanço a cerca do resultado deste modelo de gestão do Estado.
Em meu entender, a Administração Local, salvo raras excepções, teve um desempenho positivo. Potenciadas pela proximidade com as populações, as decisões de investimento das Autarquias Locais, foram direccionadas para satisfazer as necessidades básicas daquelas. Convém referir que ao longo destes anos, as Autarquias têm reivindicado um aumento de competências e de meios, pois entendem que aqueles são escassos para poderem concretizar em pleno a sua missão.
Já no que toca à Administração central a apreciação que faço não é tão positiva, antes pelo contrário. Sendo certo que o país deu um salto qualitativo, em termos de infra-estruturas e condições de vida, verifica-se um rotundo falhanço no que toca ao desenvolvimento harmonioso e equilibrado do mesmo.
Os sucessivos governos foram padecendo, a seguir ás eleições, de uma diminuição súbita da visão, que alcança apenas a zona de Lisboa e Vale do Tejo e pouco mais. Esta visão centralista da gestão do Estado fez concentrar naquela região os grandes investimentos públicos. Essa discriminação positiva, justificada muitas vezes pelo facto de Lisboa ser capital e o país necessitar de ter uma capital ao nível das grandes capitais europeias, levou a que grande parte da actividade económica, privada e pública, transferisse para ali os seus centros de interesse, abandonado as regiões do país onde se vinha a desenvolver. Seguindo esta deslocalização da actividade económica, as populações, para manterem ou arranjarem emprego, viram-se forçadas a migrar para as zonas suburbanas onde vivem, não raras vezes, com pouca qualidade de vida. Como resultado deste processo, progressivo e cada vez mais evidente, temos um país que anda a duas velocidades. A dita região de Lisboa e Vale do Tejo, que progrediu e atingiu um rendimento per capita, com um nível apreciável, mesmo quando comparado com os restantes países da União Europeia e as restantes regiões do país, que marcam passo e continuam a sua marcha cambaleante que tende mais para uma agonia certa do que para uma recuperação desejável.
Esta situação não pode continuar tal como está. É preciso mudar. O país tem que introduzir urgentemente alterações na administração do Estado, que permitam qualificar o investimento público e torna-lo num instrumento ao serviço da coesão nacional. A mim parece-me que a forma de o fazer será introduzir um nível intermédio na Administração, a situar-se entre a Administração Central e a Administração Local, com competência ao nível geográfico regional, e com autonomia administrativa e financeira. Tenho para mim que a regionalização tem que avançar e o mais rapidamente possível.
Confesso que nem sempre tive esta opinião. Quando em 1998 se fez o referendo à regionalização, não concordei com o mapa das regiões que era proposto e temi que se estivesse a introduzir no Estado apenas mais um patamar burocrático e balofo, com competências pouco explicitas e de exequibilidade duvidosa.
A verdade é que também ainda acreditava que as coisas seguissem outro rumo. Mas não seguiram. E o que hoje se vê é que temos o Interior e o Alentejo cada vez mais desertos e abandonados; o Norte e o Centro cada vez mais asfixiados e agonizantes; e o Algarve sempre na corda bamba...
É por tudo isto e sempre a pensar nos portugueses que pagam os seus impostos, independentemente da região onde vivam, que hoje apelo aos governantes deste país para que trabalhem para apresentar ao povo português um projecto de regionalização adequado ás necessidades do país, que permita aproximar dos cidadãos as decisões do investimento público que podem alterar a sua qualidade de vida.
Não quero terminar sem deixar aqui um alerta: por favor dêem esse passo antes de hipotecarem completamente o futuro do país. Não tomem a decisão de criar as regiões administrativas, apenas quando restarem migalhas para investir…
Voltarei a este tema, quando for oportuno.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Assembleia de Freguesia de Tabuado
Relatos "especiais" do meu Natal
Agora vou aqui deixar alguns relatos "especiais"deste roteiro do meu Natal.
Pela primeira vez, desde que me conheço, lá em casa, a árvore de natal não é natural. O meu irmão P. estava algo desiludido, não tinha tido tempo para arranjar o pinheiro natural, por isso recorreu à solução possível, comprar um artificial. Eu gostei, a árvore de natal está muito bonita e o ambiente agradece...
Na minha terra diz o povo, que em tempos idos, quando o país atravessava graves problemas económico-sociais e a população passava fome, a ceia de natal era a melhor refeição do ano. Só nessa noite se comiam determinados alimentos que eram vistos como autênticos luxos para a época, como por exemplo o bacalhau... e não era para todos. Ora, sendo aquela uma refeição absolutamente extraordinária, tinham os estômagos que estar devidamente preparados para tal acontecimento, que apenas se repetiria no próximo Natal. Sendo assim, naquele dia de vésperas de Natal, a refeição que antecedia a ceia teria que ser ligeira, de modo a que os ditos estômagos estivessem devidamente descongestionados para receberem aquele que seria o repasto mais abundante do ano. Nesse contexto é que surge a tradição de na véspera de Natal, ao almoço, se comerem apenas batatas raladas, alimento facilmente digerível e pouco nutritivo, que potenciava o apetite para a ceia de natal.
É claro que as circunstancias e os objectivos que hoje nos levam a continuar a comer as batas raladas ao almoço na véspera de Natal, como faziam os antigos, não são, felizmente, as mesmas; nem as batatas que hoje se comem terão nada a ver com as que se comiam naquela época, no entanto, a tradição mantém-se e honra-se a memória dos que nos antecederam...
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
O MEU NATAL
NATAL
Nesta época do ano apela-se aos sentimentos mais nobres do ser humano: a partilha, a fraternidade e a paz. Acontece que os Homens, nos dias de hoje, para materializarem estes sentimentos tão genuínos e belos atropelam o conceito do NATAL.
Mas quero começar esta reflexão pelo início...
A palavra “NATAL”, em português, é proveniente do Latim “nātālis” que derivada do verbo “nāscor” (nāsceris, nāscī, nātus sum) que significa nascer.
Quis trazer aqui o significado da palavra Natal, porque, antes de mais, convém não esquecer que o Natal é a festa em que os Cristãos celebram o nascimento do Menino Jesus. Este Menino frágil e humilde que, apesar de ser Filho de Deus, foi nascer num estábulo, em circunstâncias que a tradição relata e todos bem conhecemos.
Ora a mesma tradição e os escritos bíblicos também nos narram o que sucedeu após este nascimento em condições tão miseráveis. O Menino e sua família foram visitados por pessoas, de diversas condições sociais, que os ajudaram naquele momento difícil e garantiram a sua sobrevivência.
São estes sentimentos de solidariedade e partilha que sempre inspiraram ao longo dos séculos a festa do Natal.
Em tempos mais remotos, a sociedade centrava a festa do Natal na figura Menino e no quadro presépio onde se representa o episódio do seu nascimento. Daí partia a inspiração colectiva para um festejo em família e para partilha com os mais necessitados.
Nos dias que correm a figura do Menino Jesus passa quase ao lado da festa do Natal. Disso se lamentam alguns Cristãos que dizem que, com este facto, o conceito do Natal está completamente adulterado, virado apenas para o consumismo, que não promove sentimentos de partilha e paz verdadeiramente genuínos.
A minha opinião não é tão redutora pois continuo a acreditar que a solidariedade e partilha continuam a inspirar a festa do Natal… só que de forma diferente, por vezes deturpada, tenho que o reconhecer.
Em meu entender a sociedade de hoje para materializar os sentimentos que inspiram o Natal vê-se obrigada, de forma inconsciente, a recorrer a um conjunto de novos conceitos e práticas que ferem e abalroam o verdadeiro espírito natalício. O consumismo faz-nos valorizar mais o conceito “do ter” em detrimento “do ser”. Não seria preferível, em vez de darmos presentes, darmos tempo aos nossos familiares e amigos? Quantas horas gastámos neste Natal a comprar lembranças? Não teria sido mais proveitoso consumir esse tempo em convívios sãos e fraternos com os outros?
Ainda assim quero crer que, na essência, sem as pessoas terem consciência disso, são estes sentimentos de partilha, de fraternidade e de paz que continuam a inspirar o nosso Natal.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Nós percebemos, sr. bastonário...
Aqui está uma notícia que merece o meu aplauso, porque Portugal precisa de formar mais médicos e como dizia o primeiro-ministro, trata-se de corrigir um erro histórico. Como é que as Universidades portuguesas na década de 70, com menos cursos e muito menos recursos, conseguiam formar muito mais médicos que actualmente?
Parece impossível, mas é a nossa realidade.
Este é assunto que me toca particularmente, porque durante três anos acompanhei de perto os esforços que tiveram que ser desenvolvidos para que uma população rural, com um universo de 2000 utentes, não ficasse privada de cuidados médicos e de uma extensão de saúde que esteve na iminência de encerrar, pura e simplesmente porque não existiam médicos que fossem ocupar o lugar do clínico que se aposentou. Durante este período pude sentir, muito de perto, o pânico que se apoderava das pessoas, sobretudo das mais idosas, face espectro de ficarem privados de um médico de família. Foi uma “luta” que teve um final feliz, pelo menos até ver… Mas quantos milhares e milhares de portugueses não têm médico de família? Muitos seguramente.
Por isso é que me parece que é de aplaudir esta noticia e me merece uma repulsa muito veemente a atitude corporativista do bastonário da ordem dos médicos, que veio pôr em causa a formação ministrada a estes futuros clínicos, questionando nomeadamente o facto destes novos cursos terem uma duração de apenas quatro anos, quando os cursos de medicina “tradicionais” têm a duração de seis anos.
Eu não partilho desses receios, que me parecem ser oriundos de um “lobby” da classe médica, que procura defender interesses instalados.
Os cursos para serem homologados passaram, com certeza, pelo crivo de comissões, que aprovaram as suas bases científicas e práticas pedagógicas. Além do mais, parece-me evidente que estes cursos, sendo destinados a licenciados na área da saúde, alicerçar-se-ão, também, na formação de base dos seus candidatos.
Fiquei por isso estupefacto quando ouvi aquele senhor, Dr. Pedro Nunes, dizer que recorrendo-se a estes novos métodos para formação de clínicos dentro em breve haverá médicos no desemprego.
Se fosse esse o real receio do bastonário da ordem dos médicos, eu diria que poderia ele ficar descansado… Mas o que o senhor receia, de facto, é a concorrência na classe médica. Ora, em meu entender é “saudável” que essa concorrência aconteça, como na generalidade das profissões. A verdade é esta, aumentando-se o número de médicos formados em Portugal e regressando ao país as largas centenas dos que se estão a formar em Espanha, em Inglaterra e na República Checa, os médicos não vão deixar de ter trabalho, poderão é ter que exercer a sua profissão, longe dos grandes aglomerados urbanos, se calhar no interior do país… Mas também aí há portugueses que precisam deles, como precisam de outros profissionais que não se arrogam ao direito de exercer a sua profissão a seu belo prazer, de manhã no público, à tarde no privado, e por aí adiante…
Nasceu
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
NOBEL DA PAZ
Este ano o Comité Nobel atribui o galardão ao comandante-chefe de uma nação envolvida em duas guerras (Afeganistão e Iraque) que já provocaram milhares de mortos.
Então qual é o significado da atribuição deste prémio? Não deveria o mesmo distinguir alguém que se tivesse notabilizado por desenvolver acções de promoção da paz e não da guerra? Estaremos perante uma contradição?
Em meu entender não.
Penso que ao atribuírem o prémio ao presidente dos Estados Unidos da América, os membros do Comité Nobel, procuram ter uma acção pedagógica sobre o presidente do país mais poderoso do mundo, no sentido deste desenvolver politicas que promovam a paz e o desenvolvimento à escala global.
Com este prémio é dito a Obama que o facto de as guerras em curso terem sido por ele herdadas, não deve ser, para ele, factor de desresponsabilização. Pelo contrário, devem potenciar o seu ímpeto reformista e estimular os seus esforços para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos das diversas latitudes
Se é certo que sobre Obama recai o ónus de ser o presidente da maior potência bélica e beligerante da actualidade, não é menos certo que, em tese, ele é o homem que mais pode promover a paz no mundo. Se para isso precisa de estímulos, já lhe foi dado um. Que o saiba potenciar.
V Encontro de Cânticos de Natal
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Complicada a vida da Justiça…
Entretanto, a defesa interpôs recurso da decisão proferida em primeira instância, não sei em que termos, nem com que alcance. O que depreendi da noticia de telejornal em que tomei conhecimento do caso é que, na sequência do referido recurso, o Tribunal da Relação anulou a sentença de prisão preventiva, sob pretexto de não haver perigo de fuga, até a sentença de condenação transitar em julgado.
Este era o facto relevante da notícia, pois um condenado, foragido, podia agora regressar ao país em liberdade por via de uma decisão judicial que não considerava o perigo da sua eventual fuga.
E eu que não sou jurista também me interrogo: o receio manifestado pelo Tribunal da Boa Hora não acabou por se confirmar pelos factos que se seguiram à sentença, uma vez que o condenado desapareceu e até hoje não acatou a decisão judicial? Será que o colectivo da Relação não conhecia este facto? Ou será que um qualquer lapso processual justificou a anulação da sentença da primeira instância?
O que sei é que aos olhos dos portugueses estes acontecimentos são no mínimo caricatos…
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Tabuado - Brasão e Bandeira
Encontro de Cânticos de Natal
No próximo dia 8 de Dezembro vai realizar-se em Tabuado o “V Encontro de Cânticos de Natal”.
O “Encontro de Cânticos de Natal”, cuja organização pertence à Junta de Freguesia de Tabuado é um evento no qual grupos corais, da freguesia e de fora dela, se juntam para reavivar uma tradição da época natalícia – o cantar ao Menino Jesus. Merece especial destaque o facto da Autarquia, em parceria com os Estabelecimentos de Ensino da freguesia, terem envolvido neste evento, desde a sua primeira edição, as crianças que frequentam as Escolas Primária e Pré-Primária da freguesia. Deste modo, esta realização tem resultando, ano após ano, num intercâmbio intergeracional que visa a defesa da identidade cultural da terra e da sua gente.
A edição deste ano decorrerá na Igreja Românica de Tabuado, começa pelas 15h.30m e terá a participarão dos seguintes grupos:
· Alunos da Pré-Primária/Jardim-de-Infância das Cerdeiras
· Alunos da EB1 de Ladário
· Utentes do Centro de Convívio da Casa do Povo de Tabuado
· Grupo Coral da A.C.R. de Tabuado
O "Encontro de Cânticos"terminará com a actuação de um grupo de músicos convidados que interpretarão músicas alusivas à época natalícia, naquilo que se antevê venha a ser uma espécie de concerto de encerramento.
Findo o “Encontro” será oficialmente inaugurada a iluminação de natal na freguesia, ao que se seguirá um lanche/convívio para toda a população.
Parece-me que se trata de uma forma original de iniciar as festividades do Natal, na minha terra, não acham? Eu vou lá estar , apareçam também…
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A verdadeira crise
Uma senhora, acompanhada do seu filho, com sete ou oito anos de idade, estava à minha frente na caixa de um supermercado para efectuar o pagamento das suas compras. Tudo normal. Pôs as compras em cima do tapete. Eram poucos artigos, chegaria rapidamente chegaria à minha vez, por isso fiquei contente.
Percebem o porquê da minha satisfação (?!!!)... Com certeza já todos experimentamos aquela sensação de desespero quando temos que esperar “tempo sem fim” porque quem está à nossa frente foi fazer as compras do mês. Os outros sentirão o mesmo, quando somos nós a fazê-las.
As perspectivas eram boas, o que veio a seguir è que não.
Depois de passar todos os artigos a funcionária fez as perguntas do costume – Tem cartão disto? Tem cartão daquilo? … A senhora foi respondendo sempre da mesma forma – Não.
Posto isto, a funcionária anunciou a conta. Vinte e tal euros.
A senhora tirou do bolso uma de dez euros, outra de cinco e três ou quatro moedas e deu-as à funcionária. A funcionária disse-lhe – Minha senhora, este dinheiro não chega... A senhora respondeu-lhe prontamente – Tire-me a polpa de tomate (uma embalagem das mais pequenas e de marca branca) e as bananas (um cacho com quatro bananas).
A empregada retorquiu – Ainda não chega. A senhora mandou tirar dois iogurtes.
Mais uma vez a funcionária a informou – Ainda não chega. A senhora mandou tirar um pacote de cenouras (que conteria umas dez).
Ainda assim o dinheiro da senhora não chegava, faltavam três cêntimos. A senhora olhava angustiada, para a funcionária. De que teria ela que prescindir a seguir? Mas vieram as palavras da operadora de caixa – Pronto, deixe estar, fica assim.
Ao lado o filho da senhora, com os cotovelos apoiados na beira da caixa e as mãos suportando-lhe o queixo, alternava o seu olhar entre o rosto da funcionária e o da mãe. Nem uma palavra…
Senti-me tentado a dizer à funcionária: eu pago a diferença. Mas nesse mesmo instante interroguei-me: não irá esta mulher sentir-se ainda mais atingida na sua dignidade se eu tiver esta atitude? Nada fiz, fiquei sem palavras.
Conclusão – Portugal, Novembro de 2009 – uma embalagem de polpa de tomate, quatro bananas, dois iogurtes e dez cenouras, estes são os números da verdadeira crise, aquela que de facto atinge as pessoas. Quem quiser que perceber que perceba.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A Justiça que temos
Contrastando com este facto, casos contemporâneos a este e relacionados também com o tema da pedofilia que aconteceram noutros países como a Bélgica, Canadá ou Estados Unidos já foram concluídos há muito tempo.
O advogado de um dos acusados disse hoje que, em sede de recurso, este processo, provavelmente, só vai terminar no tempo dos nossos netos.
É por estas e por outras que o nosso sistema de justiça caiu em descrédito e este processo tem o dom de ser o exemplo maior de um descalabro anunciado. A nossa Justiça, para além de não ser acessível a todos, não responde, em tempo útil, aos anseios de quem por ela reclama e ela têm direito, sejam pertenças vítimas ou acusados.
Estes factos só nos podem envergonhar enquanto nação e fazer temer, pois pode estar em perigo um dos pilares do nosso sistema democrático.
Estejamos atentos.
Vitórias morais não...
Em campo, ficou provado que temos argumentos para lutar de igual para igual, mas, mais uma vez, uma equipa portuguesa – o campeão nacional – foi afectado pela síndrome da pequenez; o mal de que padecem aqueles que para chegarem à meta lhes falta sempre um "bocadinho assim" (como o danoninho!).
E no futebol não há vitórias morais…
Parabéns ao Chelsea.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Parabéns
Para mim é um dia especial, faz anos o meu irmão P.
R. S. I. (!) Parabéns, um grande abraço e que esta data se repita por muitos anos.
Neste momento vêem-me á memória as festas dos aniversários, em nossa casa, na minha infância... Quantas saudades!
Os bolos de aniversário... sempre feitos pela minha mãe ou pela minha avó e depois mais tarde (desde tenra idade) pela minha irmã. Aquela expectativa ao virar da forma... Será que vai sair bem? Ficará bonito? Oh!!! Como a minha mãe sofria... E depois aquele cheirinho e aquele sabor, que maravilha!
E a vela... que era a mesma em todos os aniversários. Uma prática nada convencional, mas que era tão genuína e característica da nossa família. Talvez não o compreendêssemos, mas era com certeza um sinal de união entre todos.
E as prendas... essas que faziam sofrer a minha irmã, que não aguentava sem as revelar aos destinatários antes da festa...
Por falar em prendas… fica aqui registado que, neste mesmo dia, no ano de 1981, frequentava eu o 5º ano de escolaridade, quando faltei pela primeira vez, de forma deliberada, ás aulas. Custou-me um bocado, era a primeira vez que prevaricava no percurso escolar. Foi a uma aula de Ciências da Natureza, ás 17 horas e 30 minutos e logo com a directora de turma.
E sabem porquê?