terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Pode uma Pomba deitar o coliseu abaixo?

Por incrível que pareça, pode contribuir para isso...


“Foram os turistas que, na segunda-feira, deram o alerta em Roma. O coliseu sofreu um pequeno desabamento por culpa de uma pomba.
Este podia ser considerado um acidente normal e sem grandes consequências se o alvo não tivesse sido o Coliseu de Roma.
O choque de uma pomba partiu mais um pedaço de calcário da fachada exterior e provocou um pequeno desabamento.
O acontecimento foi testemunhado por turistas. As autoridades foram avisadas e o espaço foi delimitado.
O acidente com a pomba e a queda de pequenos pedaços de parede desde há dois dias vieram acentuar a preocupação e reforçar os alertas para a necessidade urgente de restaurar o monumento.
No mês passado o sub-secretário italiano da cultura dizia que o coliseu tinha sofrido três mil ferimentos em vários locais, mas que estes não representavam perigo.
Ao fim de vários anos de desgaste e diversos avisos o monumento vai agora ser restaurando por um empresário do calçado.
O início das obras está marcado para Março e vai custar 26 milhões de euros. Em troca, o empresário garante os direitos de imagem do monumento.
O coliseu também conhecido como Anfiteatro Flaviano foi construído entre os anos 72 e 80 depois de Cristo em honra da dinastia dos imperadores Flavia.
Demorou 10 anos a ser construído e tinha capacidade para abrigar perto de 50 mil pessoas, com 48 metros de altura, e era usado para variados espectáculos.
Em 1980 a Unesco declarou-o Património da Humanidade.”

Publicado na TSF online

Maquinistas da CP mantêm a greve


Até quando vai durar este braço de ferro? Resistirá a CP, como empresa pública, estruturada em termos organizacionais nos moldes que se conhecem e altamente endividada, a estas lutas de classe fratricidas?
Espero que quando faltar dinheiro para pagar os salários, como aconteceu há poucos meses na “Metro do Porto SA”, não tenham que ser mais uma vez os contribuintes a injectar dinheiro na empresa para garantir a sua sobrevivência a prazo.
Pode ser que nessa altura, os sindicatos que agora convocam as greves e através dos seus fundos pagam os dias de greve aos seus associados, depois também lhes paguem os salários...
Que olhem para o país e tenham bom senso é o que se pede aos intervenientes neste processo.

Falando de Dezembro (6)



sons



Dezembro é um mês com sons caracteristicos. Em muito do que se vai ouvindo, em casa ou na rua, distingue-se o toque de precursão a imitar os sinos, o que dá uma roupagem muito especial às sonoridades de Dezembro. E os grandes clássicos de Natal, cantados por grandes vozes, que só se ouvem em Dezembro...

Desemprego de professores - emigração será solução?

Nos últimos tempos tem-se falado muito sobre a possibilidade dos portugueses emigrarem para encontrarem no estrangeiro o emprego que o nosso pais, neste momento, não consegue proporcionar-lhes. Esta possibilidade gerou polémica, porque foi admitida por alguns políticos, com responsabilidades governativas, inclusive pelo próprio primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Ora, o fenómeno da emigração não é novo em Portugal e a nossa sociedade habituou-se a conviver com ele ao longo de gerações. Se quisermos ir um pouco mais longe, poderemos até dizer que esta é uma realidade que tem acompanhado a nossa nação ao longo da sua história. É claro que os motivos que estiveram na origem da emigração do nosso povo nem sempre foram os mesmos. Se houve épocas, em que a emigração em Portugal esteve ligada à expansão da religião e do império, mais recentemente, no século passado e também já neste, a emigração aparece associada a motivos políticos e ideológicos (pela fuga à ditadura e procura de liberdade de expressão e pensamento) e sobretudo, por motivos económicos, como busca de emprego e de melhores condições de vida.
Então, se esta é uma realidade com que o nosso país convive ciclicamente porque é que agora gera polémica a simples possibilidade da emigração ser uma solução para resolver o problema da falta de emprego para alguns portugueses?
É que o tipo de emigração de que se fala hoje, não tem as mesmas características da que aconteceu, em sucessivas vagas, até meados da década de oitenta do século passado. Nessa ocasião, a nossa emigração era constituída essencialmente por pessoas com baixas qualificações, que nos países de acolhimento desempenhavam funções ligadas a trabalho operário, mas actualmente, além desta, fala-se de uma emigração conotada com jovens qualificados, alguns altamente qualificados, que nos países de acolhimento poderão desempenhar funções técnicas, cientificas e de direcção.
Porque assim é, o nosso país encontra-se num paradoxo: por um lado, é sabido que o nível geral de qualificação dos portugueses ainda está muito aquém do nível verificado nos países desenvolvidos; por outro lado, a economia do país não consegue gerar emprego, sobretudo para os mais qualificados.
Perante este cenário paradoxal a política de qualquer Governo deve ser orientada no sentido criar condições para que os portugueses possam viver e trabalhar em Portugal. As estratégias de desenvolvimento devem ser pensadas no sentido de se tirar o melhor proveito da qualificação dos portugueses, quanto mais não seja, porque essa qualificação fica muito cara e o país precisa de retirar dela o devido retorno e não deixar que sejam outros a fazê-lo.
Bem se vê, que pensando assim, sou contrário a qualquer corrente que de forma simplista encare como solução para o desemprego a emigração.
No entanto, não posso deixar de admitir que o país se encontra numa situação excepcional, fruto de décadas de equívocos e inércia ao nível da orientação estratégica do nosso sistema de ensino, que levou a que se formassem profissionais qualificados em excesso em determinadas áreas, continuando o país a ser deficitário noutras, quiçá mais relevantes para o seu desenvolvimento estratégico.
Posto isto, quero dizer que as declarações do primeiro-ministro, referindo-se ao caso concreto dos professores (e que tanta polémica geraram) não me parecem, pelo menos em parte, descabidas.
Disse PPC entrevista ao Correio da Manhã: Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma, ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa"
Parece-me que no essencial o diagnóstico está correcto. Não adianta assobiar para o lado e fingir que o problema não existe. Existe sim e a realidade é esta: em determinadas áreas, foram formados professores em excesso, profissionais que nos próximos anos não terão emprego, se por outro motivo não for, devido à diminuição da população estudantil, fruto da descida da taxa de natalidade. A realidade é dura mas tem que ser encarada: há milhares de professores no desemprego, pessoas que com esforço e á custa recursos pessoais e públicos se formaram na expectativa de uma realização profissional que agora vêem ser-lhe vedada.
Não vou pronunciar-me acerca dos responsáveis por este estado de coisas, até porque em muitos destes casos, os próprios visados, quando ingressaram em determinados cursos, já sabiam que as perspectivas de emprego seriam poucas; mas a verdade é que as vagas existiam e as expectativas foram criadas.
No entanto, aqui chegados, o que importa é que quem tem que decidir o futuro do país encontre soluções para esta gente. E o que PPC disse foi o mínimo: as pessoas que estão nesta situação não encontrarão emprego em Portugal, como professores, nos próximos anos e para saírem da situação de desemprego, de duas, uma, ou se convertem profissionalmente e passam a exercer outra profissão, ou emigram para serem professores no estrangeiro, em países que necessitem dos seus serviços.
Devo dizer que pessoalmente me custa admitir a possibilidade do país poder prescindir do contributo destes milhares de portugueses no seu processo de desenvolvimento, quanto mais não seja, porque, como acima disse, a sua formação também foi feita à custa de recursos públicos.
Entendo que o Governo, em colaboração com mundo empresarial e as Universidades devia pôr em marcha um processo de requalificação destes e doutros portugueses, uma espécie “Programa de Segundas Oportunidades”, que permitisse requalificar muita desta gente (que já provou ter capacidade para aprender) através da aquisição de novas competências, que lhes permitissem entrar no mundo do trabalho, de forma digna, mas noutros sectores de actividade.
Esta parece-me que seria a solução adequada. Por certo seria mais exigente para o Governo, para os empresários, para as Universidades e também para os portugueses que se encontram nesta situação. Mas para grandes males exigem-se soluções à altura e homens e mulheres determinados em ultrapassá-los.
Se assim for, a solução para os professores, pode não passar pela emigração.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Canções & Músicas TOP



José Afonso - Natal dos Simples (original)

Falar de Dezembro (5)



LUZES




Dezembro é o mês das luzes. Particularmente das iluminações de Natal, que com a sua diversidade de cores, formas e temas, nos animam o olhar e alegram espírito, de um modo muito especial.

Garantia de reembolso de depósitos bancários

Em tempos de grande incerteza como aqueles que vivemos, muitas vezes é motivo de conversa a segurança, ou não, dos depósitos bancários em que aplicamos as nossas poupanças.
Pois bem, a este propósito, foi hoje publicado o Decreto-Lei n.º 119/2011, que estabelece em 100 000 euros, o limite legal da garantia do reembolso de depósitos, no caso de se verificar uma situação de indisponibilidade dos mesmos.
Desta forma, fica agora garantido, de forma permanente, o reembolso dos depósitos até aquele montante, mas chamo a atenção que esta garantia abrange apenas os depósitos e não outros tipos de produtos financeiros.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Livrei-me ontem, a horas tardias, de um compromisso que me ocupou os últimos dias de forma intensa. Mal tive tempo para recuperar forças, sim porque até a nível físico as exigências foram muitas, rumei, na companhia da família, até ao Portugal profundo para passar o meu Natal.
E é daqui, da bonita cidade de Lamego, em pleno Douro, que saúdo de forma muito amiga todos os leitores do “Cidadão com Opinião” e faço votos para que tenham um Natal muito feliz.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Assembleia de Fregusia de Tabuado

Hoje, pelas 21 horas, vai ter lugar a quarta sessão ordinária, do ano de 2011, da Assembleia de Freguesia de Tabuado.
Nos termos da Lei, esta sessão, que é a última do ano, tem obrigatoriamente que apreciar e votar as propostas de Opções do Plano e o Orçamento para o ano de 2012, apresentados pela Junta de Freguesia.
Da ordem de trabalhos constam ainda outros pontos, onde se incluem espaços para debate de assuntos de interesse para a freguesia e a intervenção do público.
Eu vou estar presente e penso que os Tabuadenses também deveriam assistir e participar nas sessões deste órgão onde se programa e debate o presente e o futuro da freguesia de Tabuado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"VII Encontro de Cânticos de Natal" em Tabuado


No passado Domingo realizou-se em Tabuado o VII Encontro de Cânticos de Natal .
Este evento, de natureza cultural, promovido pela Junta de Freguesia de Tabuado, decorreu na Igreja Românica e contou com a participação de seis grupos: Grupo Coral da Paróquia de Paredes de Viadores, Alunos da Escola Pré-Primária, Alunos da EB1, Grupo Coral do Centro de Convívio da Casa do Povo de Tabuado, Grupo Coral da Associação Cultural e Recreativa de Tabuado e Grupo Coral da Paróquia de Tabuado.
Os que assistiam (onde me eu incluía) tiveram oportunidade de presenciar um conjunto de actuações muito valorosas, onde se misturaram a ternura dos mais pequeninos, com o talento dos mais crescidos, para nos proporcionarem duas horas e meia de puro encanto, revivendo a tradição dos cânticos de natal.
Foi de facto um espectáculo muito bonito e a todos quantos na tarde do último Domingo, se recolheram no regaço das paredes centenárias da Igreja Românica, foi dado ver que Tabuado está vivo, e bem vivo, e que é uma terra com orgulho e identidade própria, que merece ser estimulada e promovida.
Deixo aqui os meus parabéns a todos os participantes e quantos colaboraram na organização e uma palavra de estímulo para que continuem a trabalhar, cada um à sua maneira, para a construção de uma terra mais unida, que se orgulhe do seu passado e promova as suas tradições e que se projecte no futuro através do talento dos seus filhos, de todas as gerações.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tinha 101 anos – faleceu a Dª Maria

No dia em completou 100 anos falei-vos aqui da Dª Maria da Glória Fonseca. Hoje volto a falar-vos desta senhora para dar conta da sua morte ocorrida no dia de ontem.
É com tristeza que assiná-lo a partida da pessoa mais idosa da freguesia de Tabuado. Da sua longa caminhada deixa-nos a marca de uma vida simples, mas digna e a saudade duma figura característica da nossa terra.
Porque não o posso fazer pessoalmente, deixo aqui as minhas condolências à família da Dª Maria, particularmente ao Sr. António, seu filho.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

José Sócrates o político filósofo


José Sócrates, em França, perante uma plateia de estudantes:

"Para pequenos países como Portugal e Espanha pagar a dívida é uma ideia de criança"

e ainda

As dívidas dos países, pelo menos foi o que eu estudei em economia, são por definição eternas. As dívidas gerem-se, foi assim que eu estudei”.

O nosso ex-primeiro ministro anda estudar o quê?
Já agora, vejam lá, por favor, se conseguem que os homens da troika (e os mercados...) não ouçam isto, porque se ouvirem... a desconfiança vai aumentar.
Quanto a Sócrates, melhor seria que por uns tempos se dedicasse a estudos de cariz mais teórico, que envolvam muita leitura e reflexão e menos trabalhos de grupo que prevejam intervenções públicas. Pelo menos enquanto os portugueses o identificarem como responsável político que conduziu o país ao estado em que ele se encontra.

Amazónia menos devastada

Não posso deixar de me congratular com a notícia de que no último ano o ritmo de devastação da Amazónia abrandou. Esta é uma notícia muito positiva para a humanidade no seu todo, na medida em que aquela floresta tropical é considerada o pulmão do mundo.
Não deixo no entanto de notar, que apesar do decréscimo percentual, em relação ao período homólogo do ano anterior, ser significativo, em termos absolutos, o total da área devastada ainda atinge números verdadeiramente impressionantes, 6.238 quilómetros quadrados/ano.
Este aspecto revela que ainda há um longo caminho a percorrer para se alcançar um estádio de desenvolvimento, onde seja possível garantir o progresso económico a par do respeito pelo meio ambiente. No entanto, pequenos passos, como o que agora se conhece, são muito positivos e são motivo para que se encoraje os responsáveis brasileiros para que continuem a promover políticas que permitam uma redução sustentada da área devastada da floresta amazónica, ao longo dos próximos anos.
E vou dizê-lo, porque é um facto, o mundo tem cada vez mais os olhos postos no Brasil, aos mais diversos níveis... grande país.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Falar de Dezembro (4)



O FRIO




Dezembro é um mês frio por excelência. Confesso que gosto do Dezembro frio, mas seco, sobretudo na época do Natal.

sábado, 3 de dezembro de 2011

A TAP puxa Portugal para cima



Aí está... nem tudo são más notícias!

Falar de Dezembro (3)



As laranjas maduras




Não sei se sabem, mas Dezembro é o mês em que amadurecem as laranjas.
Lá pela terra costumava dizer-se “que pelo Natal se vai ao laranjal”, sinónimo de que estes citrinos amadurecem neste mês do ano.
Nos dias que correm este pormenor pode parecer irrelevante, sobretudo para os mais novos, porque temos ao nosso dispor todos os tipos de fruta, ao longo de todo o ano, mas em tempos mais remotos, em que consumíamos essencialmente fruta de época, era em Dezembro que podíamos provar as primeiras laranjas.
Bons tempos!

Pescadores das Caxinas resgatados



Bem-vindos a casa!

Uma palavra de reconhecimento para a equipa de militares da força aérea que localizou e resgatou os pescadores do “Virgem do Sameiro”.

Morreu José Mensurado

José Mensurado trabalhou durante trinta e nove anos na RPT onde desempenhou várias funções, mas ficará na história pelo facto de ter sido o jornalista português que conduziu em directo a histórica emissão da chegada do homem à lua, que se prolongou por cerca de 18 horas.
Morreu ontem aos oitenta anos de morte natural.

Ermesinde em obras e o desespero do cidadão

Fica aqui a minha homenagem às gentes de Ermesinde que têm aguentado com paciência de Jó as intermináveis obras que decorrem na via pública, em diversos pontos da cidade.
Por vezes o desespero é total. Parece que o centro cidade está sitiado. As obras começam nos Montes da Costa, prolongam-se até Rua da Formiga, vão desembocar na Rua José Joaquim Ribeiro Teles - que desespero. Mas ainda há mais. A zona de acesso à A4, a Rua das Presas de Sá, a zona da Vila Beatriz, a zona do Largo da Estação e Rua Rodrigues de Freitas. Enfim, um autêntico caos, para quem todos os dias tem que passar por estes locais.
Não sei a quem pedir explicações a propósito deste estado de coisas. Não sei quem são os titulares das obras, que decorrem há meses a fio, nem quem as autorizou. O que peço é que as mesmas sejam céleres e se acabe rapidamente com este calvário para os cidadãos.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cuidado com as generalizações

Hoje ouvi alguém dizer a propósito de outra pessoa: “admiro a forma como fala, o modo expressivo e a convicção como o faz, até se parece com os políticos”. Para logo de seguida acrescentar: “os políticos que são todos uns aldrabões e uns gatunos”. E rematou com ironia, referindo-se à pessoa de que falava, dizendo que essas qualidades dos políticos, a dita pessoa, felizmente, ainda não as tinha aprendido.
Ao ouvir aquelas palavras fiquei a reflectir nos atributos que tinham sido assacados, de forma genérica, aos políticos. Parece-me que é muito perigoso fazer generalizações quando se aprecia questões de carácter, ainda mais, quando se o faz em relação a um grupo muito alargado de pessoas. È verdade que pode haver entre a classe política indivíduos a quem aqueles epítetos assentem como uma luva, mas que daí se parta para uma avaliação de todos os políticos pela mesma bitola parece-me injusto e perigoso.
Penso assim, porque julgo que se na nossa classe política há muitos exemplos do mau exercício dos respectivos cargos, também haverá muito mais exemplos de políticos que exercem os seus mandatos de forma empenhada e honesta. Por isso parece-me injusto que valorizem apenas os que exercem mal o seu cargo e não se dê o devido destaque aos outros, que são, com toda a certeza, em muito maior número que os primeiros.
Por outro lado parece-me perigoso que se faça este tipo de generalizações porque a nossa sociedade, tal como a generalidade das sociedades contemporâneas, está estruturada de uma forma que atribuiu um papel fundamental na sua organização à classe política. A ser assim, o ideal seria que ao exercício de cargos políticos fossem chamados os melhores, os mais capazes e os que realmente tivessem vocação para servir a causa pública. Mas para que assim seja, também é necessário que a política seja respeitada e prestigiada, para que a ela sejam atraídos os melhores. Ora, parece-me que com a banalização de apreciações negativas, do género da que acima relatei, em nada se estará contribuir para a valorização da  política, antes se tenderá afastar dela aqueles de quem ela mais precisa, ou seja, os mais capazes e os mais vocacionados para o exercício do serviço público. Desta forma corre-se o risco de entregar o exercicio da politica, a figuras de segunda linha, mal preparados e sem vocação verdadeira para o exercicio dos cargos, uma vez que os mais capazes não se sentem motivados para o exercicio de funções em que serão alvo de avaliações furtuítas e genericas.

Faço esta referência, por consideração aos políticos que conheço e aos muito mais que não conheço, mas que sei  se dedicam de alma e coração ao exercício dos cargos políticos, muitas vezes até com prejuízo para as suas vidas profissionais e particulares.

Falar de Dezembro (2)



OS DIAS PEQUENOS



Dezembro é o mês que tem os dias mais pequenos do ano.
Não é facto dos dias serem pequenos que me faz gostar particularmente deles, mas a circunstância de a dias pequenos se seguirem noites mais longas, propicias ao aconchego e aos serões em família.
É nestes dias que, ao redor de uma lareira acesa, ou de um qualquer outro ponto de calor, Pais, Filhos, Avós (...) têm condições ideais para dialogar e para aprofundarem os laços que os unem! São momentos únicos que permanecem na nossa memória e nos acompanham ao longo das nossas vidas.

Preço das portagens nas SCUT do Algarve, Beira Interior, Interior Norte e Beiras Alta e Litoral.

O Decreto-Lei 111/2011 de 28 de Novembro veio sujeitar os utilizadores os lanços e sublanços das auto-estradas A22, A23, A24 e A25 ao pagamento de taxas de portagem.
O referido diploma também prevê, no seu artigo 4.º, isenções para as pessoas singulares e colectivas que tenham residência ou sede na área de influência das referidas auto-estradas.
A cobrança das taxas de portagem inicia-se no próximo dia 08, por isso, porque admito que possa ser útil a muita gente, deixo abaixo os preços das diversas portagens.

Concessão do Algarve – A22



Concessão Interior Norte – A24


Concessão Beira Interior – A23


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Falar de Dezembro (1)


 
RESTAURAÇÃO                DA INDEPENDÊNCIA



Dezembro começa com a comemoração da restauração da independência de Portugal. Tal como já aqui relatei, foi neste dia, em 1640, que um punhado de homens corajosos, “os conjurados”, devolveu a soberania ao nosso país e pôs fim a um período de sessenta anos de domínio da Coroa Espanhola.
Desde pequeno me habituei a ver nesta data um dia muito importante para a nossa Nação. Pensava, e ainda hoje penso, que se não tivesse ocorrido esta revolta, o nosso país, muito provavelmente, ter-se-ia convertido numa província do Reino de Espanha, como o são a Galiza ou a Andaluzia, por exemplo.
Por esse motivo, julgo que este acontecimento histórico, de há 371 anos, deve ser recordado como um dos mais importantes da nossa história e mostra bem que o orgulho de ser português, não é um qualquer slogan, mas um sentimento que acompanhou o nosso povo ao longo de séculos.
Por isso, não podia haver melhor forma de começar o mês, do que a relembrar este facto tão valoroso da nossa história, seja num dia feriado, ou talvez não...

sábado, 26 de novembro de 2011

Canções & Músicas TOP


Amália Rodrigues - Foi Deus (original)

Fado Património Imaterial da Humanidade

Na sequência de um processo que começou há mais de cinco anos, e que foi formalizado com uma candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Lisboa, a UNESCO decide este fim-de-semana se o Fado passa a ser, ou não, Património Imaterial da Humanidade.
Eu apoio esta candidatura e espero que ela seja bem sucedida.
O Fado é, sem dúvida, um símbolo da identidade portuguesa. Esta canção, com as suas diversas variantes e formas de expressão própria, ligadas a locais característicos, traduz na música, na letra e na forma como é cantada, muito do que é ser português. Muita da nossa história, da nossa forma de ser e estar, das nossas característica como pessoas e como Nação, estão lá representadas e de forma sublime. Por isso é que esta “canção urbana”, tão simples na sua forma, mas que é capaz de identificar um povo, uma nação e uma cultura tão antigas, merece ser elevada à categoria de Património do Mundo que interessa promover e preservar.
                                                                                 

O Banco Alimentar promove mais uma recolha de alimentos.

                                   
Durante este fim-de-semana vai decorrer mais uma acção de recolha de alimentos promovida pela Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
A acção decorrerá em todo o país e envolve cerca de 34 mil voluntários, espalhados por 1615 estabelecimentos comercias.
Para participar basta aceitar o saco oferecido pelos voluntários e nele colocar bens alimentares para partilhar com quem mais precisa. São privilegiados os produtos não perecíveis, tais como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, entre outros.
Esta campanha apresenta uma inovação, pois vai permitir que os donativos também sejam feitos online, através do sítio www.alimenteestaideia.net até ao próximo dia 3 de Dezembro. Desta forma aqueles que não têm possibilidade de participar na campanha tradicional depositando seu donativo no saco, agora já o podem fazer por esta via alternativa. Basta seleccionar os produtos do cabaz (têm seis à escolha) e podem pagar no multibanco ou com cartão de crédito.
Com esta nova possibilidade de participação online, abrem-se as portas a quem está longe (por exemplo aos emigrantes), aos jovens (que mais dominam as novas tecnologias) e às empresas, de também poderem contribuir com a sua ajuda nesta campanha de auxílio alimentar aos que mais precisam.
Os tempos que vivemos são difíceis para todos, mas quem puder não deixe de participar. O pouco que cada um possa dar fará a diferença e contribuirá para que se atenuem as dificuldades dos que mais sofrem.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A pobreza e a economia

Um dia como o que hoje se viveu em Portugal, foi propício para a discussão de assuntos relacionados com os problemas sociais que são cada vez mais evidentes na nossa sociedade.
Também eu me vi envolvido numa dessas discussões, por sinal de fim de tarde. A determinada altura, nessa troca de impressões, uma das pessoas intervenientes introduziu a questão da pobreza declarando-a como fruto do mau funcionamento da economia, que permite o enriquecimento de uns quantos (em muitos casos com ligações ao sector financeiro) por contrapartida do empobrecimento de muitos outros, vítimas das armadilhas dos primeiros.
Eu intervi na discussão dizendo que se o problema da pobreza é económico então é na economia que ele tem que ser resolvido. Queria eu dizer que se o funcionamento de uma determinada economia gera pobreza então é nessa economia que se tem que encontrar soluções para acabar com ela. Nessa medida, entendo que para resolvermos o problema da pobreza nos devemos virar para economia e não pura simplesmente virar-lhe as costas, só porque renegamos os seus mecanismos e funcionamento. Essa atitude, em meu entender, não passa de pura retórica e não nos conduz a lado nenhum.
Nesta sequência, um outro interveniente, confrontou-me com o facto de este meu discurso conduzir a um conjunto de soluções tecnocráticas, muito baseadas em números e estatísticas e que não respondem aos problemas das pessoas. Na sua alocução, fez uma alusão, em que conotou a minha forma de pensar com a daqueles que defendem a economia de mercado  –  pelo menos assim entendi o sentido das suas palavras. Acto subsequente colocou-me perante a questão de saber qual seria a solução da economia, no actual contexto, para uma família, com filhos, vítima do desemprego... e aí por diante (...).
Pois bem, respondi dizendo aquilo que penso, sempre baseado naquilo que fui lendo e ouvindo em alguns fóruns a que assisti, ao longo de anos.
Para começar: para se ajudar alguém que está na situação de pobreza a sair dela, tem, antes de mais, que se lhe devolver a auto-estima e o sentido de dignidade. Tem que se fazer sentir a essa pessoa que o principal agente na mudança da sua vida é ela própria. Que ninguém – nem o Estado, nem o patrão, nem a família – tem obrigação de fazer mais por ela do que ela própria. Só depois vem economia. E a economia entra em campo para garantir a esta pessoa, e à sua família, as condições para sobreviver pelos seus próprios meios. E como é que isso se consegue? Através do trabalho. Mas, o que é que é necessário, para que exista trabalho? E preciso que exista investimento. E o que é que é necessário para que exista investimento? É necessário capital. E quem é que assegura o capital para investir? As poupanças e o sistema financeiro.
Agora digam-me, é possível virar as costas à economia para resolver problemas sociais, como por exemplo a pobreza?
No meu entender não.
Mas se a economia tem problemas, se não gera emprego nem cria riqueza, os responsáveis pela condução da política económica têm que deitar mãos dos mecanismos ao seu dispor, para provocar nesta os ajustes necessários para que criação de riqueza volte e o quanto antes. Só depois de criada, é que a riqueza pode ser distribuída e redistribuída, para assim se fazer a almejada justiça social.

Hoje é dia de Greve Geral

Mais do que falar sobre os efeitos da paralisação, que são previsíveis, queria falar sobre o falar o seu significado. Os trabalhadores portugueses estão a usar o expediente da greve essencialmente para se fazerem ouvir e manifestarem a sua posição em relação às medidas de austeridade que estão a ser impostas à generalidade dos cidadãos. Ao contrário do que acontece noutros países, não é previsível que esta greve degenere em tumultos, o que diz bem do estado de maturidade cívica dos portugueses e leva a crer que os trabalhadores querem apenas fazer-se ouvir. A ser assim, parece-me que existirá neste momento em Portugal um défice de funcionamento dos mecanismos de diálogo social. Quero com isto dizer que os agentes que estão a tomar decisões que afectam os cidadãos estarão a ter pouco cuidado na forma como explicam, justificam e comunicam as medidas em questão. Parece-me, no essencial, que os portugueses compreendem que é necessário fazer sacrifícios e alcançar consensos para ultrapassar a crise, mas não admitem que as medidas sejam tomadas nas suas costas e que se pratiquem injustiças na repartição dos sacrifícios. Exigem ser tratados com respeito e com dignidade. Nessa medida neste dia de greve geral o meu apelo vai no sentido de que se aprofundem as formas de diálogo social. Que se seja recatado na forma como se anunciam as medidas de combate à crise e que se procure incluir o mais possível as pessoas nesse processo. Se assim for, para se fazerem ouvir, os portugueses não necessitarão de recorrer a formas tão extremas de manifestação de opinião e que ficam tão caras ao país no seu todo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Benfica está de parabéns!

Vi a espaços o jogo entre Manchester United e o Benfica a contar para Liga dos Campeões que se disputou há pouco em Old Trafford e tenho que dar os parabéns aos encarnados de Lisboa porque fizeram um jogo muito competitivo, cheio de personalidade e sem medo do ambiente adverso. Assim é que eu gosto! O resultado final – um empate a dois golos – não deixa ser um óptimo resultado...

Fugas de informação na justiça sob investigação

Leio no Diário Económico que o Procurador-Geral da República já nomeou um inspector para averiguar responsabilidades na fuga de informação no processo de detenção de Duarte Lima. Vejo com bons olhos que se investigue esta e todas as fugas de informação, que transformam as acções judicias em espectáculos mediáticos, que em nada contribuem para o adequado apuramento da verdade, antes transformam arguidos em culpados, mesmo antes serem submetidos a julgamento.

Neste caso em particular, a desonra da Justiça foi elevada a um patamar nunca antes visto nosso país. Como foi possível que os jornalistas estivessem no local à espera que os investigadores chegassem? E que tivessem inclusive filmado tudo, à maneira de uma qualquer série policial americana?

sábado, 19 de novembro de 2011

“A ignorância dos nossos universitários” - Será mesmo?




A revista “Sábado” apelidou este apontamento de A ignorância dos nossos universitários.
Quero acreditar que para obter estes minutos de pura diversão o jornalista tenha que ter gasto horas em entrevistas.
A verdade é que até a pessoa mais douta, de vez em quando, lá tem a sua “branca”.
Caso assim não fosse e os conhecimentos demonstrados pelos actores deste vídeo fossem apenas estes... era grave. Mas como quero acreditar que assim não é (?) confesso que o vídeo até me pôs bem-disposto...

Reestruturação da RTP – Rádio e Televisão de Portugal

Nos últimos tempos muito se tem falado na reestruturação da RTP. No actual contexto de crise económica que obriga o Estado a racionalizar gastos a todo os níveis, seja na Administração Pública, seja no Sector Empresarial do Estado, parece-me adequado que a RTP – Rádio e Televisão de Portugal, não fique fora deste esforço. Tanto mais que é público que ao longo dos últimos anos, sobretudo na área televisiva, os resultados dessa actividade têm sido desastrosos para o Estado.
Sem conhecer ao certo todos os contornos do problema, nomeadamente os financeiros, posso, no entanto, enquanto espectador e ouvinte, dar a minha sugestão acerca daquilo que poderia ser feito, neste tempos que são de grande aperto.
Para mim os serviços de rádio e televisão pública em Portugal poderiam assegurados através da existência de apenas dois canais de rádio e dois canais de televisão.
Na Rádio, um dos canais poderia ser marcadamente generalista, com conteúdos de formato mais clássico, onde fossem assegurados tempos razoáveis para programação alternativa ao longo dos diversos períodos do dia e/ou semana. Neste canal deveria também ser assegurado o serviço de informação pública.
No outro canal, mais vanguardista, teríamos uma programação mais próxima do conceito comercial, que assegurasse também, em tempos adequados, modalidades alternativas de expressão.
Quanto ao serviço público de televisão, penso que, neste contexto também se poderia reduzir a dois canais. Um canal generalista e um internacional.
No canal generalista procurar-se-ia juntar os conteúdos tradicionais, os noticiosos e a reposição de conteúdos passados da RTP, que penso têm um valor inquestionável. Acabavam assim o 2º canal, a RTP Notícias e a RPT Memória. Neste canal, deveria ser assegurada em períodos determinados, programação alternativa. O canal internacional dividir-se-ia em dois grandes grupos temáticos de programação: um com programação direccionada para a diáspora portuguesa espalhada pelo mundo, que divulgasse Portugal nas suas diversas vertentes e que informasse da actualidade do país. O outro grupo temático, direccionado especificamente para a realidade dos PALOP – Países de Língua Oficial Portuguesa e Timor. Desta forma acabava a RTP África.
Nesta solução, defendo que os quatro canais devem assegurar a publicidade institucional, podendo esta ser complementada com publicidade comercial que ajude a financiar o serviço público. A publicidade comercial não deverá em todo o caso ser um obstáculo à plena concretização do serviço público, nomeadamente por lhe ocupar tempos excessivos de emissão, sendo natural uma redução desta.
Concordo com a venda da licença do 2º canal de televisão, na medida em que esta poderia gerar receitas para custear parte dos custos inerentes a esta reestruturação. Bem sei que há quem critique a existência de mais um canal em sinal aberto porque diminuirá potencialmente as receitas de publicidade para os restantes, mas quero lembrar que, a acontecer uma reestruturação semelhante à que defendo, ela já prevê que a RTP possa ter que prescindir de parte das receitas de publicidade que aufere actualmente, que assim poderão ser canalizadas para os outros operadores de mercado.
Não sei ao certo que tipo de implicações poderia ter a implementação de uma solução como esta, o que é certo é que a mim como ouvinte, como espectador e sobretudo como português esta solução me agradava, nos tempos que correm.

A Propósito de "Portugal – que futuro?"

Carlos Santos, em comentário ao meu post anterior, escreveu um texto que me inspira uma reflexão algo “extensa” e por isso, decidi elevá-lo aqui à categoria de post para poder expor o meu ponto de vista acerca do mesmo.
Eis o texto:

" FRANCISCO SÁ CARNEIRO
Este Homem fundou um partido.
Este Homem sério ajudou Portugal e serviu Portugal.
Deve estar cheio de vergonha do partido que ele fundou.
O partido que ele fundou, hoje é indigno do seu fundador.
É um grupo de inqualificáveis politiqueiros e alucinados neo-liberais que enterraram a social-democracia tão cara ao fundador.
O actual partido nos seus prosélitos nem os sapatos do fundador são dignos de tocar. "

Como já por cá escrevi, Sá Carneiro foi um homem que deixou a sua marca, no seu tempo.
A época em que cada Homem vive e as circunstâncias em que é chamado a intervir, influenciam muito a forma como actua nesse tempo. Não raras vezes, deparamo-nos com exemplos de personalidades que ao longo dos tempos vão mudando de posição e evoluindo na sua forma de estar e pensar, sendo essa postura louvada por uns e criticada por outros. Infelizmente, Sá Carneiro morreu muito novo e por isso é-nos vedada a possibilidade de fazer essa avaliação em relação à sua personalidade.
Que influência teria tido no nosso país a sua forma de estar e pensar a sociedade? Como se teria posicionado no tabuleiro do xadrez politico entretanto estabilizado? Manter-se-ia na política activa ou teria optado por correr por fora, transformando-se numa espécie de reserva moral? Qual teria sido a sua posição face aos grandes desígnios da Nação, como por exemplo a integração europeia e a perda progressiva de soberania nacional, a que esse processo tem conduzido?
São questões para as quais não temos resposta e por isso penso que, para sermos justos, devemos ter algum cuidado nas comparações que fazemos entre a sua personalidade (e a imagem que temos da sua pessoa) e a forma como agem hoje os herdeiros da sua ideologia e do partido que fundou. Podemos ter a percepção de que Sá Carneiro, quanto mais não fosse pelo seu carisma, agiria de forma diferente. Talvez. Mas não podemos ter isso como uma verdade absoluta. Quem pode garantir que Sá Carneiro, se fosse vivo, nas actuais circunstâncias, não defenderia (ou tomaria) as mesmas medidas que os actuais líderes do PPD/PSD, que encabeçam o Governo da Nação? Ninguém pode garantir que assim não seria. É possível que a forma como concebia a social-democracia o levasse em alguns aspectos (porventura muitos) a ter uma actuação diferente. Mas isso ficará sempre no campo das hipóteses.
Uma coisa parece certa, a social-democracia, que inspirou a fundação do PPD e a actuação de Sá Caneiro, parece ter hoje várias vias, com contornos e identidades alternativas cada vez mais marcados dentro do PPD/PSD. Esta realidade é retratada pelo número crescente de vozes que dentro do partido preconizam formas alternativas de consubstanciar as medidas políticas, particularmente aquelas que envolvem as pessoas na sua substância mais particular.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Portugal: que futuro?

Quem hoje aqui escreve é um homem triste e profundamente angustiado com o futuro do seu país.
Soube-se hoje, ao final do dia, que os responsáveis da Troika estão satisfeitos com o trabalho realizado, até agora, pelo Governo português. Face a esta avaliação positiva as instituições que representam – o FMI, o BCE e a Comissão Europeia – irão desbloquear mais uma tranche de 8 mil milhões de euros do pacote de ajuda ao nosso país.
Mas soube-se mais. Soube-se que estes responsáveis preconizam um empobrecimento generalizado do nosso do país, porque defendem que para melhorar a competitividade dos custos da mão-de-obra, “os salários do sector privado deverão seguir o exemplo do sector público e aplicar reduções sustentadas".
Lê-se no relatório que elaboraram, e que foi tornado público, que "Portugal tem um grande problema de competitividade e que há duas maneiras de melhorar: pagar menos à mão de obra e aumentar a produtividade".
Ora, se ainda percebo alguma coisa de economia e desta língua em que vos escrevo, que é de Camões e também minha, estas palavras significarão que dado que Portugal não pode recorrer à desvalorização da moeda para tornar a sua produção mais competitiva, só pode alcançar essa competitividade por via da redução dos custos de produção, mormente da mão-de-obra. Na prática, isto significa que para que o nosso país ganhe a competitividade que lhe falta, todos teremos que trabalhar mais, quiçá bastante mais, e com salários mais baixos. Ou seja, à partida, todos temos que empobrecer.
Tristes e angustiantes perspectivas para todos nós. Regressão e nivelamento por baixo? Ganhar competitividade à custa de baixos salários e não através do enfoque em sectores estratégicos e na evolução tecnológica? Precariedade dos vínculos laborais em vez de politicas que promovam a valorização e a estabilidade dos trabalhadores, de forma a criar condições para que se promova a tão necessária expansão demográfica e reposição de gerações?
Enfim, tudo ao contrário do que se ensina nos bancos da escola. Andar para trás! Andar para trás... mas até onde?

Que piada!

Passava aí por um sítio onde a pretexto desta imagem alguém perguntava:

“Riem de quê?”


Ora... riem de quê?

Porventura, estará já ultrapassada a máxima popular que diz que rir é o melhor remédio? (!)

Naturalmente que se aceitam outras sugestões para resposta...

Aumento das rendas para 2012

Para quem necessitar, deixo aqui a informação relativa ao factor de correcção das rendas para o ano de 2012.
O coeficiente de actualização é de 1,0319 e foi fixado pelo Instituto Nacional de Estatística IP, através do Aviso n.º 19512/2011 de 23 de Setembro, publicado no Diário da República, 2ª Série n.º 189, de 30 de Setembro de 2011.
Os prédios arrendados em data anterior a 1 de Janeiro de 1980 podem ser objecto de correcção extraordinária da renda. Os referidos factores de correcção foram publicados pela Portaria n.º 295/2011 de 15 de Novembro, publicada no Diário da República, 1ª Série n.º 219 de 15/11.
Para consultar os documentos basta clicar em cima do destacado a azul.

IRS – NIF nas facturas de despesa com saúde

Na última semana falou-se muito na questão, da obrigatoriedade ou não, da indicação do NIF do adquirente nas facturas/recibos, referentes a despesas de saúde, para efeito de dedução à colecta em sede de IRS.
A questão residia em saber se era obrigatória a menção na factura do NIF ou se bastava apenas a indicação do nome do adquirente, prática que vem sendo seguia pela generalidade das farmácias.
A propósito da questão, o Ministério das Finanças, veio em comunicado esclarecer que a menção do NIF apenas é obrigatória nos casos em que os destinatários ou adquirentes sejam sujeitos passivos de IVA. Nos restantes casos, para que a despesa possa ser aceite como dedução à colecta em sede de IRS, a factura deve conter a identificação do adquirente, mas a indicação do NIF não é obrigatória.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

D. Carlos Azevedo vai para Roma.


Trata-se de mais um português que é nomeado para o exercício de um cargo de relevo numa organização internacional, neste caso, na Igreja Católica.
Porque sempre me disseram que se tratava de um Homem com raras capacidades intelectuais, confesso que, há anos, acompanho com admiração o percurso e as intervenções públicas de D. Carlos Azevedo. Primeiro como Presbítero na Diocese do Porto e vice-reitor da Universidade Católica; depois como Prelado no Patriarcado de Lisboa e membro da Comissão Episcopal Portuguesa onde presidiu à Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Naturalmente que, enquanto português, me alegro por ver que mais um cidadão deste país vê o seu mérito reconhecido e que por isso vai desempenhar um cargo de destaque a nível internacional. Mas por outro lado fico triste porque vejo partir um dos mais promissores na sua área, um daqueles a quem se advinha um futuro certo; vejo partir uma voz destemida, que se fazia ouvir sem ambiguidades e cujo eco ressoava nos mais diversos sectores da sociedade portuguesa.
Desejo as maiores felicidades a D. Carlos Azevedo para esta nova etapa da sua vida e tenho a certeza que não tardará muitos anos até que voltemos a ouvir falar dele por motivos semelhantes aos que hoje aqui evoco.

11 do 11 de 2011, uma data especial!

Hoje é um dia especial. Sim (!) é dia de são Martinho... mas além disso, já repararam na data? !!! ...

11-11-11

Nas nossas vidas não voltaremos a viver outra igual.

Aproveitem o momento e inspirem-se!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Orçamento de Estado par 2012 tem normas inconstitucionais?

Começou hoje a discussão do Orçamento de Estado para 2012. Não pretendo falar aqui dos aspectos técnicos do documento, tão pouco da linha de austeridade que o mesmo encerra, traduzida em medidas com as quais não concordo, porque as tenho por demasiado severas, provocadoras de uma recessão evitável, pelo menos na dimensão que se anuncia e indutoras de uma discriminação negativa na repartição dos sacrifícios, para alguns grupos sociais.
Quero aqui falar, isso sim, é de uma questão formal, que se prende com a legalidade da aprovação de algumas medidas contidas no mesmo. Refiro-me concretamente à suposta inconstitucionalidade do corte dos subsídios de férias e Natal aos reformados e funcionários públicos.
Preocupa-me o facto de já ter ouvido alguns constitucionalistas, inclusive da área da governação, como por exemplo Bacelar Gouveia, a pronunciarem-se no sentido de aconselharem o Presidente da República a pedir ao Tribunal Constitucional uma fiscalização preventiva do documento, ainda antes da sua promulgação, ou em alternativa, a sugerirem-lhe que exerça influência junto do Governo para que retire essas propostas, por ferirem os princípios constitucionais da proporcionalidade e da igualdade.
Perante este cenário, e enquanto cidadão que entende que o Estado de Direito tem valores que se sobrepõem a qualquer circunstância conjuntural, sou assaltado por algumas interrogações que deixo para reflexão e que me levam a não ficar sossegado quanto ao desfecho e às implicações futuras deste processo.
Primeira questão: Se as normas em causa forem efectivamente inconstitucionais e assim vierem a ser declaradas pelo Tribunal Constitucional, significa que teremos agora um orçamento aprovado que daqui a algum tempo pode ser totalmente desvirtuado pelo facto de algumas das suas medidas, nomeadamente as mais significativas, não poderem ser postas em prática, por serem contrárias à constituição. Que implicações resultariam para o nosso pais se se viesse a concretizar uma situação desta natureza?
Segunda questão: É possível ao Presidente da República ignorar (ou pelo menos não relevar convenientemente) a suposta inconstitucionalidade de algumas normas orçamentais, para não comprometer a sobrevivência económica e financeira do país?
Terceira questão: Esta é uma situação que exige decisões políticas e jurisdicionais muito delicadas, ainda assim, atrevo-me a perguntar qual será o superior interesse da nação, que por si só, justifica que se faça tábua rasa do garante do estado de direito que é a constituição?

Responda quem souber...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Corte dos subsídios de férias e Natal: Seguro vai bem, Passos vai mal.

Penso que vai bem António José Seguro ao bater-se pela ideia de poupar aos funcionários públicos e aos reformados um dos dois subsídios (férias ou Natal) que o Governo se propõe retirar-lhes no próximo ano.
Seguro disse ontem, em entrevista á TVI, que Pedro Passos Coelho e o Governo estão a ficar isolados nesta questão. De facto, também é o que me parece.
O actual e antigos Presidentes da República, a Conferência Episcopal Portuguesa, vários dirigentes partidários, inclusive do PSD, como por exemplo Rui Rio e muitas outras personalidades da sociedade portuguesa, têm-se pronunciado contra esta medida, sugerindo uma mais justa repartição dos sacrifícios no combate à crise.
O Governo, por seu lado, tem dito que o esforço para repor o equilíbrio orçamental, tal como está acordado com a troika, tem que ser conseguido à custa de um aumento da receita (1/3) e dois terços à custa de redução da despesa. Vai daí, há que cortar nas rubricas da despesa que podem ter algum impacto para se alcançar esse objectivo e em termos imediatos - despesa com o pessoal e prestações sociais, que é como quem diz salários e pensões. Acto consequente, olha-se para estes dois aglomerados da despesa, fazem-se cálculos para saber quanto é preciso cortar e corta-se. Assim o exige a situação de emergência em que o país se encontra.
Acontece que do outro lado dos cortes estão pessoas, estão famílias e estão vidas.
A mim parece-me de uma dureza extrema que, para concretização de um objectivo nacional, haja funcionários públicos que em menos de dois anos vejam o seu salário reduzido de forma compulsiva em mais de 25%. Não me parece justo. Já em diversas ocasiões por aqui defendi uma repartição justa dos sacrifícios no combate à crise. Defendi e continuo a defender que o esforço deve ser repartido por todos: empresas e singulares, sector público e privado, portugueses no activo e já aposentados... enfim todos. Naturalmente exigindo-se mais aqueles que mais podem.
Penso que com o aprofundamento desta discussão há cada vez mais pessoas sensíveis a esta problemática. Há cada vez mais gente que compreende que os funcionários públicos e os pensionistas (tal como os outros portugueses) não são culpados, pelos desvarios que foram cometidos ao longo dos anos por quem comandou os destinos do país. Pelo menos de forma directa.
Por isso espero que o Governo saiba ouvir a sociedade; que adopte uma postura de abertura e diálogo e que não confunda determinação na decisão com arrogância e ensimesmamento; que não se feche sobre si próprio e que seja capaz de descobrir soluções alternativas que melhor defendam os interesses do país e de TODOS os portugueses. É para isso que são eleitos e mandatados os governantes.

domingo, 6 de novembro de 2011

Canções & Músicas TOP



Cat Stevens - Morning Has Broken (original)

Obras em Tabuado

Podem ler-se aqui notícias sobre Tabuado. Dizem respeito a obras de requalificação na casa paroquial e zona envolvente, promovidas pela Paróquia de Tabuado, com a ajuda da população e de instituições como a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal.

Ainda não pude comprovar, mas pelo que me dizem, aquele espaço foi de facto muito valorizado, estando mais agradável e sobretudo mais funcional para responder de forma adequada às necessidades da comunidade de Tabuado.

Isaltino e Duarte Lima

Falo aqui destas duas figuras públicas, Isaltino Morais, presidente da câmara municipal de Oeiras e Duarte Lima, advogado e antigo deputado e líder parlamentar do PSD, por uma razão comum: o facto de ambos estarem envolvidos em processos judiciais, com grande projecção mediática e que tiveram desenvolvimentos significativos nos últimos dias.
Quero começar por dizer que um e outro, até serem condenados em definitivo pela justiça, se presumem, tal como outro qualquer cidadão, inocentes.
Posto isto, quero dizer, em relação a Duarte Lima, que o seu silêncio face à acusação que lhe é movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no Brasil, acusando-o da autoria da morte da sua cliente Rosalina Ribeiro, é ensurdecedor. A ausência de uma qualquer declaração sua soa-me a um estrondo fictício e deixa-me sem saber o que pensar. Um homem de origens humildes, que subiu na vida a pulso, que escapou milagrosamente à morte, que é dinamizador de uma associação que auxilia doentes vítimas da doença de que padeceu (leucemia), deveria ser uma pessoa que, talvez mais do que qualquer outra, tinha motivos para valorizar o dom da vida. Se um crime desta natureza, cometido por bandidos ou marginais, choca e fere a nossa sensibilidade, muito mais chocará se cometido, comprovadamente, por uma figura pública. A cada dia que passa, aguardo por um qualquer desenvolvimento, quiçá uma declaração do antigo deputado, que ajude a esclarecer os contornos deste caso.
No que a Isaltino Morais diz respeito, quer-me parecer que o seu caso está a transformar-se em mais um exemplo de que a justiça só funciona para aqueles que não têm meios para a enfrentarem. Se em resultado dos sucessivos recursos apresentados pela sua defesa, houver crimes que prescrevam, sem que em relação aos mesmos seja proferida, em tempo, uma decisão conclusiva, estamos perante mais um caso que envergonha o nosso sistema judicial. E devemos sentir-nos todos envergonhados por duas ordens de razão: primeira – se o presidente da câmara municipal de Oeiras e antigo ministro do ambiente, for de facto inocente, a Justiça do seu pais não foi capaz de lhe fazer justiça; segunda – se Isaltino for culpado, é mais um criminoso que passa sem ser punido, simplesmente porque é poderoso. Uma autêntica vergonha que convém evitar.

O não referendo na Grécia é uma lição para a Europa

O que se passou esta semana na Grécia espelha bem o estado de desnorte em que vive esta nossa Europa. Uma Europa de instituições ausentes, sem voz de comando, com líderes fracos e com medo da opinião dos europeus. Uma Europa onde o eixo franco-alemão tomou de assalto o poder de forma ostensiva e desconcertante. Sem qualquer parcimónia ou respeito institucional... 
A actuação do consulado “MerkoSarkozy” não me agrada porque julgo que actua ao arrepio dos princípios fundadores da União Europeia. Que saudades do tempo em que a Inglaterra fazia frente à cruzada franco-alemã...
Mas deixemos os desabafos e vamos ao que importa.
Que primeiro-ministro grego é este que numa semana assina com os parceiros europeus um novo plano de assistência financeira, que a garante a sobrevivência do seu país a prazo, e que na semana seguinte, de forma inopinada, manifesta intenção de submeter a referendo popular o acordo que assinou?
É um líder fraco e um estadista sem estatura.
Não critico a decisão de ouvir o povo, porque esse é um gesto normal em democracia. Mas na situação em que a Grécia se encontra foi uma atitude quase suicida.
É evidente que em termos pessoais/políticos a atitude de George Papandreu até pode ser compreensível. De facto, no xadrez político grego, Papandreu é um homem só - até no seu próprio partido é criticado e não reúne consensos - e perante o clima de instabilidade e convulsão que graça no país só lhe restava mostrar aos seus pares que, apesar de tudo, com ele está a maioria do povo. Desta forma, pelo voto popular, em referendo, veria legitimada a sua politica de austeridade e ganharia novo folgo para continuar no exercício do cargo, aplicando no terreno o acordo que assinou com os seus parceiros europeus. O problema é que no estado de emergência em que se encontra a Grécia (e toda a Europa se quisermos), em permanente escrutínio dos mercados e nas mãos vorazes dos especuladores, uma decisão destas, poucos dias depois de ter sido aprovado novo plano de ajuda financeira, foi um autêntico salto para o precipício. E não foi uma decisão natural. Natural seria, quando muito, antes de assinar o compromisso com os países da zona euro, saber até onde os gregos ainda admitem levar os seus sacrifícios. Isso sim. Nunca nas condições em que o foi, na véspera de uma cimeira do G20, em que a Europa iria suplicar ajuda aos outros gigantes da economia mundial, através da participação no FEEF, um fundo constituído precisamente para ajudar a Grécia e outros estados membros que se encontrem em dificuldades.
Esta foi uma atitude impensada, irreflectida e só possível no quadro de uma Europa fraca e sem liderança. Alguém concebe que esta atitude, no mínimo desleal, tivesse sido tomada no tempo em que Jaque Delors era presidente da Comissão Europeia? E no tempo de estadistas europeus como Francois Mitterrand, Margaret Thatcher, Filipe Gonzales ou Mário Soares?
Não, com certeza que não. Nesses tempos a estirpe dos políticos era diferente e havia o sonho de construir uma Europa unida, baseada em compromissos sólidos, assentes na solidariedade inter-estados.
Hoje já não parece ser assim, parece que estamos a querer transformar a Europa em coutadas e num palco de vaidades pessoais. Esta Europa fraca, pouco exigente em termos de compromissos colectivos e dada a orientações de directórios e não instituições, permite que surjam atitudes como esta agora tomada pelo primeiro-ministro grego.
Felizmente George Papandreu, já desistiu da sua proposta e ao que parece prepara até a sua saída de cena. Mas ainda assim, fica a lição deste episódio, que poderia ter tido consequências mais graves, além das que teve, nomeadamente ao nível dos mercados financeiros.
Para além disso, fica também a lição para os actuais líderes europeus, nomeadamente os do eixo franco-alemão, que mais uma vez tiveram uma intervenção reactiva (em termos que até achei, em alguns aspectos, pouco adequada – é bom que não nos esqueçamos que a Grécia ainda é um país soberano) e não activa como se exige, numa atitude de antecipação aos problemas e não de uma reacção, muitas vezes tardia e a reboque dos mesmos.
Uma postura de liderança fria, autoritária, não legitimada e pouco institucional, como a meu ver tem sido posta em prática por Merkel e Sarkozy, podem levar a que surjam atitudes rebeldes, impensadas e pouco desejáveis como a tomada por Papandreu.
Portanto o refendo, que o não chegou a ser, pode ser uma lição para a Europa.